14.04.2024
Atos 20.28-31 (NVT)
28“Portanto, cuidem de si mesmos e do rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, a fim de pastorearem sua igreja, comprada com seu próprio sangue. 29Sei que depois de minha partida surgirão em seu meio falsos mestres, lobos ferozes que não pouparão o rebanho. 30Até mesmo entre vocês se levantarão homens que distorcerão a verdade a fim de conquistar seguidores. 31Portanto, vigiem! Lembrem-se dos três anos que estive com vocês, de como dia e noite nunca deixei de aconselhar com lágrimas cada um de vocês.
Dom Marcos Barbosa, monge beneditino, traduzindo em 1954 um dos clássicos da literatura ocidental (de 1945), traduziu do francês esta frase: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Recentemente, em 2013, visando a uma escrita atualizada, Ferreira Gullar, que foi poeta premiado, na tradução que também fez do francês, optou por estas palavras: “Você é eternamente responsável por aquilo que cativou”.
Mas quem disse isso? Qual é a origem dessa frase?
Bem, você deve saber, afinal, era (não sei se ainda é) leitura obrigatória no ensino fundamental da maioria das escolas. Estamos falando de O Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry. A frase foi proferida pela raposa ao protagonista, o Pequeno Príncipe. Ela estava expondo ao garoto que, ao se tornarem amigos e criarem laços afetivos, eles ficaram responsáveis um pelo outro. A essência da frase está na ideia de que relacionamentos significativos vêm acompanhados da responsabilidade de se cuidar e nutrir esses vínculos. Alguns interpretes tomam essa frase para ressaltar que os laços emocionais não são apenas uma questão de sentimento, mas também de compromisso e de responsabilidade mútua, concreta.
Tomada por esse ângulo, trata-se, realmente, de uma bela reflexão sobre a natureza dos relacionamentos humanos. Desse modo, a lição proporcionada por Saint-Exupéry se opõe a noção individualista corrente de que cada um deve viver por si e para si, cuidando apenas da própria vida, e ninguém tem nada a ver com a vida dos outros. Saint-Exupéry, na contramão, estaria trazendo a responsabilidade mútua para os relacionamentos e fomentando a reciprocidade, a consciência coletiva necessária, que diz que somos sim responsáveis uns pelos outros, especialmente pelos que cruzam o nosso caminho e nos enxergam com admiração.
Esse princípio não poderia ser mais verdadeiro em se tratando do cristianismo.
A vida cristã não é um projeto solitário, mas comunitário. Deus não nos liberta do pecado para vivermos largados e perambulando aonde nos for mais interessante. A salvação é sim individual, mas não significa que ela seja individualista, meramente intimista. Somos salvos do pecado e da ira de Deus – isto pela graça, por meio da fé – e somos inseridos, batizados no corpo de Cristo, a igreja. Na prática, isto significará que nos tornamos responsáveis sim pela nossa própria vida diante de Deus, mas também, concomitantemente, tornamo-nos responsáveis por aqueles que estão na caminhada cristã conosco e por aqueles que nos enxergam com admiração (admiração pela nossa nova vida em Cristo); tornamo-nos responsáveis sim perante Deus, mas também uns pelos outros e pelos outros que do mundo nos observam, seja com admiração, seja com condenação.
Penso, então, que a frase de Saint-Exupéry, se colocada com uma pitada de apóstolo Paulo, deveria ser cravada com estas palavras: “Aquele que te cativou te tornou eternamente – ou seja: constantemente – responsável por aqueles que também foram cativados e ainda precisam ser cativados”. Há tantos textos paulinos que poderíamos citar para sustentar essa frase, mas concentrem-se comigo neste texto de Atos dos Apóstolos, guardado como revelação de Deus para nós através da habilíssima pena de Lucas:
Atos 20.28-31 (NVT)
28“Portanto, cuidem de si mesmos e do rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, a fim de pastorearem sua igreja, comprada com seu próprio sangue. 29Sei que depois de minha partida surgirão em seu meio falsos mestres, lobos ferozes que não pouparão o rebanho. 30Até mesmo entre vocês se levantarão homens que distorcerão a verdade a fim de conquistar seguidores. 31Portanto, vigiem! Lembrem-se dos três anos que estive com vocês, de como dia e noite nunca deixei de aconselhar com lágrimas cada um de vocês.
EM UMA SENTENÇA: somos responsáveis uns pelos outros, responsáveis por cuidar uns dos outros e de vigiar uns pelos outros; ou – para soarmos como uma mistura de O Pequeno Príncipe e O Apóstolo Paulo – “Aquele que nos cativou nos tornou eternamente – ou seja: constantemente – responsáveis por aqueles que também foram cativados e ainda precisam ser cativados”.
O nosso texto – Atos 20.28-31 – é um recorte do sermão de despedida que Paulo pregou aos presbíteros de Éfeso, os quais estavam reunidos com ele no porto de Mileto. A mensagem começou no versículo 18 e terminou no versículo 35.
Uma maneira de resumir a primeira parte desta fala (que já estudamos) – do versículo 18 ao 27 – é esta: eu me tornei eternamente responsável por vocês; eu fiz tudo pela salvação de vocês, disse Paulo. Realmente, [1.] Paulo serviu a Deus no serviço que prestou a eles (vs. 18-21); [2.] Paulo também modelou para eles o que é viver para Deus (vs. 22-24); e [3.] Paulo foi fiel a Deus em tudo o que fez por eles e para eles (vs. 25-27). Paulo viveu uma vida de profunda humildade, trabalhou duro com as próprias mãos, derramou lágrimas dolorosas, sofreu provações incessantes e jamais deixou de se entregar com dedicação total, ensinando a eles todo o desígnio de Deus. O apóstolo não recuou diante de qualquer dificuldade, perigo ou doutrina. Ele fez tudo o que pôde para libertá-los da destruição da incredulidade e da desobediência e levá-los à vida e alegria eternas.
Ah! Como o apóstolo Paulo poderia ter cunhado uma frase melhor do que a de Saint-Exupéry, em O Pequeno Príncipe, dizendo: “Aquele que nos cativou nos tornou eternamente – ou seja: constantemente – responsáveis por aqueles que também foram cativados e ainda precisam ser cativados com o evangelho”! Nós somos sim responsáveis uns pelos outros – no que diz respeito à salvação e à santificação. Outra maneira de dizer isto é na forma como Paulo escreveu aos Romanos:
Romanos 1.13-15 (NVT)
13Quero que saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visitá-los, mas até agora fui impedido. Meu desejo é trabalhar entre vocês e ver frutos espirituais como tenho visto entre outros gentios, 14pois sinto grande obrigação [sou devedor; sinto-me responsável] tanto para com os gregos como os bárbaros, tanto para com os instruídos como os não instruídos. 15Por isso, aguardo com expectativa para visitá-los, a fim de anunciar as boas-novas também a vocês, em Roma.
E na MasterClass aos presbíteros de Éfeso, Paulo detalhou a forma como essa responsabilidade mútua se traduz na prática cristã, no contexto de uma igreja local.
Tendo descrito o exemplo dele próprio (20.18-27), falado de como ele mesmo se portou entre os efésios, exemplificando para eles a responsabilidade mútua da vida cristã, sobretudo da dos líderes, dos presbíteros de uma igreja (e os pais em famílias), — ATENÇÃO! — Paulo passará a tratar do papel dos presbíteros na perseverança dos santos; Paulo empregará alguns imperativos, falando diretamente aos homens responsáveis pelo pastoreio da igreja; ele dirá, no versículo 28: “cuidem de si mesmos e do rebanho”; e dirá também, no versículo 30: “vigiem!”, vigiem a si mesmos e o rebanho.
Paulo dá essa voz de comando – Cuidem! Vigiem! – porque ele sabia que a salvação do crente somente se comprova pela perseverança do crente; ou seja: quem foi salvo da pena do pecado, está sendo salvo do poder do pecado e somente assim, perseverando em santidade, lutando contra o poder do pecado [comprovando a salvação], é que será salvo da presença do pecado. Salvação, portanto, – não se assuste! regozije-se, crente! – SALVAÇÃO É UMA PALAVRA QUE ENVOLVE: eleição, regeneração, conversão, santificação e glorificação. Salvação é um processo com início, meio e fim. Foi por isso que Paulo escreveu:
Romanos 8.29-30 (NVT)
29Pois Deus conheceu de antemão os seus e os predestinou [eleição] para se tornarem semelhantes à imagem de seu Filho [santificação], a fim de que ele fosse o primeiro entre muitos irmãos. 30Depois de predestiná-los ele os chamou [regeneração], e depois de chamá-los, os declarou justos [conversão], e depois de declará-los justos, lhes deu sua glória [glorificação].
A salvação começa, decisivamente, com a iniciativa de Deus: elegendo e regenerando, e se desenvolve com a resposta do pecador à graça de Deus: arrependendo-se, crendo e perseverando em santidade, e a salvação termina na glorificação. Foi por isso que Paulo escreveu esta que poderia ter sido a estrofe de um cântico ou hino da igreja primitiva, em Romanos 11.36 (NVT): “Pois todas as coisas vêm dele [iniciativa decisiva de Deus], existem por meio dele [ação constante e graciosa de Deus, regenerando, sustentando e capacitando a tudo e a todos] e são para ele [para a glória de Deus]. A ele seja toda a glória para sempre! Amém.” E aos efésios, o apóstolo complementou:
Efésios 2.8-10 (NVT)
8Vocês são salvos pela graça, por meio da fé. Isso não vem de vocês; é uma dádiva de Deus. 9Não é uma recompensa pela prática de boas obras, para que ninguém venha a se orgulhar. 10Pois somos obra-prima de Deus, criados em Cristo Jesus a fim de realizar as boas obras que ele de antemão planejou para nós.
Ah, crente! Quão grande salvação é a nossa!
E nós somos responsáveis uns pelos outros neste processo; somos responsáveis uns pelos outros na perseverança que dá a comprovação de nossa salvação. Veja:
1Coríntios 15.1-2 (NVT)
1Agora, irmãos, quero lembrá-los das boas-novas que lhes anunciei anteriormente. Vocês as receberam e nelas permanecem firmes. 2São essas boas-novas que os salvam, se continuarem a crer na mensagem como lhes anunciei; do contrário, sua fé é inútil.
Paulo sabia que há um tipo de “crer” ou de “ter fé” que é inútil, não resulta em salvação. São – como John Piper colocou – os “falsos começos na vida cristã.”
Sabe o que isto significa?
Ora, de forma muito prática, significa que uma vez que tenha investido parte de sua vida em pessoas ou em algum ministério, você jamais poderá se afastar e dizer irresponsavelmente algo do tipo: “Bem, eu ensinei tudo o que vocês precisavam saber. Vocês receberam o que eu ensinei. Então agora vocês estão seguros e protegidos. Se cuidem! Tchau! Vou para outro grupo de pessoas ou ministério! Se virem, sozinhos!” Jamais.
A razão pela qual você jamais poderá dizer esse tipo de coisa é porque Deus mesmo ordenou que o povo dele perseverasse até o fim por meio de um ministério fiel de ensino, oração, cuidado e vigilância. Portanto, quando Paulo termina seu investimento de três anos na igreja em Éfeso – ensinando, orando, cuidando dia e noite com lágrimas, vigiando atentamente aquele rebanho – ele NÃO disse: “Adeus! Espero que agora vocês consigam perseverar sozinhos!” Ele não fez isso!
O que ele fez?
O apóstolo Paulo garantiu que haveria PRESBÍTEROS que ficariam estabelecidos na igreja e que esses homens continuariam de onde ele, Paulo, parou: esses presbíteros seguiriam ensinando, orando, cuidando e vigiando da maneira como eles viram o próprio Paulo fazer e aprenderam de Paulo mesmo, em carne e osso. Se esses presbíteros não pegassem o bastão de Paulo e não o levassem adiante, a igreja não sobreviveria – como de fato, por algum motivo, parece que ela não sobreviveu. Apesar de toda a perseverança na verdade, na sã doutrina e na intolerância ao erro e aos falsos apóstolos, cerca de trinta ou quarenta anos mais tarde, quando o Apocalipse foi escrito, Jesus teve a dizer a respeito desta igreja em Éfeso que eles caíram e perderam o primeiro amor:
Apocalipse 2.1-7 (NVT)
1“Escreva esta carta ao anjo da igreja em Éfeso. Esta é a mensagem daquele que segura na mão direita as sete estrelas, daquele que anda entre os sete candelabros de ouro:
2“Sei de tudo que você faz. Vi seu trabalho árduo e sua perseverança, e sei que não tolera os perversos. Examinou as pretensões dos que se dizem apóstolos, mas não são, e descobriu que são mentirosos. 3Sofreu por meu nome com paciência, sem desistir.
4“Contudo, tenho contra você uma queixa: você abandonou o amor que tinha no princípio. 5Veja até onde você caiu! Arrependa-se e volte a praticar as obras que no início praticava. Do contrário, virei até você e tirarei seu candelabro de seu lugar entre as igrejas. 6Mas há isto a seu favor: você odeia as obras dos nicolaítas, como eu também odeio [nicolaítas: “povo vitoriosos”; aparentemente, eles promoviam falsos ensinamentos e doutrinas, a idolatria e a imoralidade como os discípulos de Balaão – em Pérgamo – (Ap 2.14) e os de Jezabel – em Tiatira – (Ap 2.20), mas a igreja de Éfeso se opôs às suas práticas, enquanto alguns em Pérgamo não o fizeram (v. 15)].
7“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vitorioso, darei o fruto da árvore da vida que está no paraíso de Deus.”
E veja que falar da importância do amor foi uma das coisas que Paulo mais fez, quando estava instruindo o pastor/presbítero em Éfeso:
1Timóteo 1.3-7 (NVT)
3Quando parti para a Macedônia, pedi a você que ficasse em Éfeso e advertisse certas pessoas de que não ensinassem coisas contrárias à verdade, 4nem desperdiçassem tempo com discussões intermináveis sobre mitos e genealogias, que só levam a especulações sem sentido em vez de promover o propósito de Deus, que é realizado pela fé.
5O alvo de minha instrução é o amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé sincera. 6Alguns, porém, se desviaram dessas coisas e passam o tempo em discussões inúteis. 7Querem ser conhecidos como mestres da lei, mas não sabem do que estão falando, embora o façam com tanta confiança.
1Timóteo 1.12-14 (NVT)
12Agradeço àquele que me deu forças, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou digno de confiança e me designou para servi-lo, 13embora eu fosse blasfemo, perseguidor e violento. Contudo, recebi misericórdia, porque agia por ignorância e incredulidade. 14O Senhor fez sua graça transbordar e me encheu da fé e do amor que vêm de Cristo Jesus.
1Timóteo 2.15 (NVT)
Mas as mulheres serão salvas dando à luz filhos, desde que continuem a viver na fé, no amor e na santidade, com discrição.
1Timóteo 4.11-13 (NVT)
11Ensine estas coisas e insista nelas. 12Não deixe que ninguém o menospreze porque você é jovem. Seja exemplo para todos os fiéis nas palavras, na conduta, no amor, na fé e na pureza. 13Até minha chegada, dedique-se à leitura pública das Escrituras, ao encorajamento e ao ensino.
1Timóteo 6.11-14 (NVT)
11Você, porém, que é um homem de Deus, fuja de todas essas coisas más. Busque a justiça, a devoção e também a fé, o amor, a perseverança e a mansidão. 12Lute o bom combate da fé. Apegue-se firmemente à vida eterna para a qual foi chamado e que tão bem você declarou na presença de muitas testemunhas. 13Diante de Deus, que a todos dá vida, e de Cristo Jesus, que deu bom testemunho perante Pôncio Pilatos, encarrego-o 14de obedecer a esta ordem sem vacilar. Assim, ninguém poderá acusá-lo de coisa alguma, desde agora até a volta de nosso Senhor Jesus Cristo.
2Timóteo 1.5-7 (NVT)
5Lembro-me de sua fé sincera, como era a de sua avó, Loide, e de sua mãe, Eunice, e sei que em você essa mesma fé continua firme. 6Por isso quero lembrá-lo de avivar a chama do dom que Deus lhe deu quando impus minhas mãos sobre você. 7Pois Deus não nos deu um Espírito que produz temor e covardia, mas sim que nos dá poder, amor e autocontrole.
2Timóteo 1.13-14 (NVT)
13Apegue-se, com fé e amor em Cristo Jesus, ao modelo do ensino verdadeiro que aprendeu de mim. 14Pelo poder do Espírito Santo que habita em nós, guarde a verdade preciosa que lhe foi confiada.
2Timóteo 2.22-26 (NVT)
22Fuja de tudo que estimule as paixões da juventude. Em vez disso, busque justiça, fidelidade, amor e paz, na companhia daqueles que invocam o Senhor com coração puro.
23Digo mais uma vez: não se envolva em discussões tolas e ignorantes que só servem para gerar brigas. 24O servo do Senhor não deve viver brigando, mas ser amável com todos, apto a ensinar e paciente. 25Instrua com mansidão aqueles que se opõem, na esperança de que Deus os leve ao arrependimento e, assim, conheçam a verdade. 26Então voltarão ao perfeito juízo e escaparão da armadilha do diabo, que os prendeu para fazerem o que ele quer.
2Timóteo 3.10-14 (NVT)
10Mas você sabe muito bem o que eu ensino, como vivo e qual é meu propósito de vida. Conhece minha fé, minha paciência, meu amor e minha perseverança. 11Sabe quanta perseguição e quanto sofrimento suportei e o que me aconteceu em Antioquia, Icônio e Listra; o Senhor, porém, me livrou de tudo isso. 12Sim, e todos que desejam ter uma vida de devoção em Cristo Jesus sofrerão perseguições. 13Mas os perversos e os impostores irão de mal a pior. Enganarão outros e eles próprios serão enganados.
14 Você, porém, deve permanecer fiel àquilo que lhe foi ensinado. Sabe que é a verdade, pois conhece aqueles de quem aprendeu.
E veja: apesar de todas essas exortações, de todo o modelo de fidelidade bíblica vestida de amor sincero, a igreja de Éfeso, ainda que tenha se mantido fiel à doutrina apostólica e tenha combatido os falsos apóstolos, caiu e perdeu o amor:
Apocalipse 2.2-6 (NVT)
2“Sei de tudo que você faz. Vi seu trabalho árduo e sua perseverança, e sei que não tolera os perversos. Examinou as pretensões dos que se dizem apóstolos, mas não são, e descobriu que são mentirosos. 3Sofreu por meu nome com paciência, sem desistir.
4“Contudo, tenho contra você uma queixa: você abandonou o amor que tinha no princípio. 5Veja até onde você caiu! Arrependa-se e volte a praticar as obras que no início praticava. Do contrário, virei até você e tirarei seu candelabro de seu lugar entre as igrejas. 6Mas há isto a seu favor: você odeia as obras dos nicolaítas, como eu também odeio
Ora, irmãos, a gente aprende com esse exemplo que falsos mestres não são apenas aqueles que são portadores de falsas doutrinas, mas também os que, cheios da verdade, não têm amor por Deus nem pelo próximo. Afinal, a lei de Deus se resume a isto:
Mateus 22.37-40 (NVT)
37[…] “‘Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua mente’. 38Este é o primeiro e o maior mandamento. 39O segundo é igualmente importante: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. 40Toda a lei e todas as exigências dos profetas se baseiam nesses dois mandamentos”.
Foi por isso que Paulo advertiu aos coríntios (à igreja), nestes termos:
1Coríntios 13 (NVT)
1Se eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um sino que ressoa ou um címbalo que retine. 2Se eu tivesse o dom de profecias, se entendesse todos os mistérios de Deus e tivesse todo o conhecimento, e se tivesse uma fé que me permitisse mover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. 3Se desse tudo que tenho aos pobres e até entregasse meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, de nada me adiantaria.
4O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem presunçoso. Não é orgulhoso, 5nem grosseiro. Não exige que as coisas sejam à sua maneira. Não é irritável, nem rancoroso. 6Não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade. 7O amor nunca desiste, nunca perde a fé, sempre tem esperança e sempre se mantém firme.
8Um dia, profecia, línguas e conhecimento desaparecerão e cessarão, mas o amor durará para sempre. 9Agora nosso conhecimento é parcial e incompleto, e até mesmo o dom da profecia revela apenas uma parte do todo. 10Mas, quando vier o que é perfeito, essas coisas imperfeitas desaparecerão.
11Quando eu era criança, falava, pensava e raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de criança. 12Agora vemos de modo imperfeito, como um reflexo no espelho, mas então veremos tudo face a face. Tudo que sei agora é parcial e incompleto, mas conhecerei tudo plenamente, assim como Deus já me conhece plenamente.
13Três coisas, na verdade, permanecerão: a fé, a esperança e o amor, e a maior delas é o amor.
O chamado para os cristãos é que perseverem – que perseverem na sã doutrina, sim!; e que perseverem também no amor, a Deus e ao próximo. Éfeso, no segundo quesito, parece ter fracassado, apesar de todo o exemplo e as exortações de Paulo.
Continua na próxima mensagem…
S.D.G. L.B.Peixoto
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