14.05.2023
[Atos 19.1-7] 1Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo viajou pelas regiões do interior até chegar a Éfeso, no litoral, onde encontrou alguns discípulos. 2Ele lhes perguntou: “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?”. “Não”, responderam eles. “Nem sequer ouvimos que existe o Espírito Santo.” 3“Então que batismo vocês receberam?”, perguntou ele. “O batismo de João”, responderam. 4Paulo disse: “João batizava com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que viria depois, isto é, em Jesus”. 5Assim que ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6Paulo lhes impôs as mãos e o Espírito Santo veio sobre eles, e falaram em línguas e profetizaram. 7Eram ao todo uns doze homens.
Guardadas as proporções, a atuação de Paulo em Éfeso, plantando e cultivando uma igreja saudável em Éfeso, é idêntica ao trabalho das mães na criação dos filhos. De fato, era assim mesmo que o apóstolo via grande parte de seu trabalho: via-se como uma mãe espiritual para os seus filhos na fé. Aos tessalonicenses, deixou isto muito claro:
1Tessalonicenses 2.7-8 7Ainda que, como apóstolos de Cristo, tivéssemos o direito de fazer certas exigências, agimos como crianças [fomos amáveis] entre vocês. Ou melhor, fomos como a mãe [ama ou enfermeira: mulher que nutre ou amamenta a criança alheia] que alimenta os filhos e deles cuida. 8Nós os amamos tanto que compartilhamos com vocês não apenas as boas-novas de Deus, mas também nossa própria vida.
Adiante, na mesma carta aos tessalonicenses, neste mesmo contexto, Paulo falará de sua atuação como pai espiritual para os filhos na fé lá da igreja em Tessalônica:
1Tessalonicenses 2.10-12 10Vocês mesmos são nossas testemunhas, e Deus também é, de que fomos dedicados, honestos e irrepreensíveis com todos vocês, os que creem. 11E sabem que tratamos a cada um como um pai trata seus filhos. 12Aconselhamos, incentivamos e insistimos para que vivam de modo que Deus considere digno, pois ele os chamou para terem parte em seu reino e em sua glória.
Que coisa linda!
NESTE DOMINGO DE DIA DAS MÃES, algumas coisas muito claras da parte de Paulo, o apóstolo, já estão em tela para a nossa edificação; eu sei que essas coisas não são tão óbvias em um primeiro momento, mas estão sim muito evidentes, elas ficam sim muito transparentes quando nós nos debruçamos com atenção sobre elas. Veja:
Primeiro, filhos espirituais
Na nova aliança confirmada com o sangue de Cristo (1Co 11.25), há grande alegria (e é possível se realizar plenamente com enorme alegria) trazendo à luz e nutrindo – isto é, plantando e cultivando – filhos espirituais. Paulo, por exemplo, solteiro ou viúvo que era (não sabemos ao certo), nunca teve filhos biológicos, mas poucas mães e raríssimos pais biológicos experimentaram tamanha alegria e provaram de tão grande realização quanto Paulo ao olhar para seus filhos espirituais. Por exemplo: Filipenses 2.22: “Mas vocês sabem que Timóteo provou seu valor. Como um filho junto ao pai, ele tem servido ao meu lado na proclamação das boas-novas.” Tamanho era o orgulho deste pai espiritual que ele podia dizer de boca cheia: Filipenses 2.20: “Não tenho ninguém que se preocupe sinceramente com o bem-estar de vocês como Timóteo.” E mais: 1Timóteo 1.2: “escrevo esta carta a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé.” Outro filho: Tito 1.4: “Escrevo a Tito, meu verdadeiro filho na fé que compartilhamos.” E mais outro filho:
Filemom 10-12 10Suplico que demonstre bondade a meu filho Onésimo. Tornei-me pai dele na fé quando estava aqui na prisão. 11Onésimo não lhe foi de muita utilidade no passado, mas agora é muito útil para nós dois. 12Eu o envio de volta a você, e com ele vai meu próprio coração.
TROCANDO EM MIÚDOS: na nova aliança, confirmada com o sangue de Cristo, a plena realização de qualquer ser humano – casado ou solteiro, com filhos ou sem filhos biológicos ou adotivos – está, em última instância, acima de qualquer coisas, no seu relacionamento com Cristo e nos frutos produzidos – filhos na fé – para a glória de Deus Pai. Falando de sua razão para viver, Paulo escreveu aos seus filhos na fé de Filipos:
Filipenses 1.20-24 20Minha grande expectativa e esperança é que eu jamais seja envergonhado, mas que continue a trabalhar corajosamente, como sempre fiz, de modo que Cristo seja honrado por meu intermédio, quer eu viva, quer eu morra. 21Pois, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. 22Mas, se continuar vivo, posso trabalhar e produzir fruto para Cristo. Na verdade, não sei o que escolher. 23Estou dividido entre os dois desejos: quero partir e estar com Cristo, o que me seria muitíssimo melhor. 24Contudo, por causa de vocês, é mais importante que eu continue a viver.
E sobre a grande realização que tinha em seus filhos na fé, Paulo – pai e mãe espirituais deles – ainda escreveu: Filipenses 4.1: “Portanto, meus amados irmãos, permaneçam firmes no Senhor. Amo vocês e anseio vê-los, pois são minha alegria e minha coroa de recompensa.”
Na nova aliança, a realização está em se dar à luz filhos espirituais – plantá-los e cultivá-los na fé em Cristo Jesus. Já no Antigo Testamento se previa este tempo. Tanto é verdade que, quando estava em desterro, sofrendo em exílio e dispersão, Israel ficou tão desonrada como ficava uma mulher na antiga aliança que não era capaz de ter filhos, até que o profeta a alegrou. Profetizando a nova aliança, confirmada com o sangue de Cristo, Isaías incentivou que cantassem a chegada dos filhos em abundância da nova aliança com o sangue do Cordeiro, revelando, deste modo, onde deve estar o coração de toda mulher, de todo homem – pais biológicos ou não. Preste atenção:
Isaías 54.1-3 1“Cante, ó mulher sem filhos, você que nunca deu à luz! Cante alegremente, em alta voz, ó Jerusalém, você que nunca esteve em trabalho de parto! Pois a abandonada agora tem mais filhos que a mulher que vive com o marido”, diz o SENHOR. 2“Amplie o lugar onde mora, construa mais um cômodo, aumente sua casa, e não economize nisso! 3Pois logo você transbordará para todos os lados; seus descendentes ocuparão outras nações e povoarão as cidades arruinadas.
Na nova aliança, confirmada com o sangue de Jesus Cristo, há grande alegria e possibilidade de imensa realização na gestação, no parto e na criação de filhos espirituais (que é tantas vezes dolorosa). É tão real e verdadeiro o que estamos dizendo que Paulo pôde deste modo se expressar a respeito dos gálatas:
Gálatas 4.19-20 19Ó meus filhos queridos, sinto como se estivesse passando outra vez pelas dores de parto por sua causa, e elas continuarão até que Cristo seja plenamente desenvolvido em vocês. 20Gostaria de poder estar aí com vocês para lhes falar em outro tom. Mas, distante como estou, não sei o que mais fazer para ajudá-los.
De fato, na nova aliança, confirmada com o sangue de Jesus Cristo, há grande alegria e possibilidade de imensa realização na gestação, no parto e na criação de filhos espirituais, ainda que tantas vezes ela seja dolorosa. Mas tem mais…
Segundo, filhos discípulos de Cristo
Na nova aliança, filhos biológicos ou adotivos NÃO NOS SÃO DADOS PARA serem mimados, afirmados, estragados ou idolatrados; filhos biológicos ou adotivos não são dados para os encaminharmos na vida de sucesso, ganhando o mundo inteiro e perdendo a alma; filhos biológicos ou adotivos NOS SÃO DADOS POR DEUS PAI PARA que sejam por nós discipulados no caminho de Jesus Cristo, pelo poder do Espírito Santo; filhos biológicos nos são dados para que sejam plantados e cultivados em Cristo e preparados para o serviço do reino de Deus. Portanto, tudo o que Paulo fez, disse ou modelou no seu trato com seus filhos espirituais se aplica aos filhos biológicos ou adotivos no seio de seu lar, mamãe e papai que me ouvem.
Na nova aliança, a Grande Comissão de Jesus toma este formato para as mamães (e os papais também): “Ide, portanto, gerai discípulos”; ou seja: deem à luz filhos e filhas ou adotem filhos e filhas E FAÇAM DELES DISCÍPULOS DE JESUS CRISTO, O SENHOR.
TROCANDO EM MIÚDOS: a nova aliança confirmada com o sangue de Cristo ressignifica a maternidade (e a paternidade também). Desse modo, a maternidade (e a paternidade), para usarmos a linguagem de Gloria Furman – no excelente livro publicado pela Pro Nobis Editora – a maternidade na nova aliança se torna MATERNIDADE MISSIONAL. A mãe se torna missionária, sem trocar de CEP; a mãe se torna missionária entre seus filhos – biológicos ou adotivos.
É por isso que tudo o que Paulo fez quando chegou a Éfeso, e durante seus três anos entre os efésios, plantando e cultivando a igreja de Éfeso, plantando e cultivando seus filhos espirituais asiáticos… é por isso que tudo o que ele fez se aplica também à maternidade e à paternidade; ou seja, o que Paulo fez em Éfeso é sim mensagem para domingo de Dia das Mães; o que Paulo fez modela a maternidade. E nesta manhã o que temos é a preparação para o serviço cristão como parte da MATERNIDADE MISSIONAL.
NÃO DEIXE DE ADQUIRIR E DE LER: FURMAN, Gloria. Maternidade Missional: O ministério da maternidade segundo o plano de Deus. Rio de Janeiro: Pro Nobis Editora. 2022. Adquira no site da editora: https://pronobiseditora.com.br/shop/maternidade-missional/
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto