27.08.2023
1Timóteo 2.8-15 8Quero, portanto, que em todo lugar de culto os homens orem com mãos santas levantadas, livres de ira e de controvérsias. 9Da mesma forma, quero que as mulheres tenham discrição em sua aparência. Que usem roupas decentes e apropriadas, sem chamar a atenção pela maneira como arrumam o cabelo ou por usarem ouro, pérolas ou roupas caras. 10Pois as mulheres que afirmam ser devotas a Deus devem se embelezar com as boas obras que praticam. 11As mulheres devem aprender em silêncio e com toda submissão. 12Não permito que as mulheres ensinem aos homens, nem que tenham autoridade sobre eles. Antes, devem ouvir em silêncio. 13Porque primeiro Deus fez Adão e, depois, Eva. 14E não foi Adão o enganado. A mulher é que foi enganada, e o resultado foi o pecado. 15Mas as mulheres serão salvas dando à luz filhos, desde que continuem a viver na fé, no amor e na santidade, com discrição.
Homens e mulheres no ministério da igreja
DOMINGO PASSADO NÓS ESTUDAMOS a respeito de “homens e mulheres no ministério da igreja”: nossa estudo de 1Timóteo 2.11-12 nos fez examinar o significado de três termos; [1.] o significado de “silêncio” (versículo 11: “As mulheres devem aprender em silêncio”; e versículo 12: “Antes, [as mulheres] devem ouvir em silêncio”); [2.] o significado de “ensino” (versículo 12: “Não permito que as mulheres ensinem aos homens”); e [3.] o significado de “autoridade” (versículo 12: “nem que [as mulheres] tenham autoridade sobre eles”). TEXTO DIFÍCIL, MAS FUNDAMENTAL para que possamos afirmar (e, literalmente, redimir!) a beleza da complementaridade criada por Deus para homem e mulher, masculino e feminino – tanto no lar como na igreja.
DEPOIS DE ANALIZAR: o termo “silêncio” (que, de fato, significa “quietude”, “serenidade” ou “discrição”), o termo “ensino” e o termo “autoridade”, chegamos à conclusão de que o tipo de ensino que é impróprio para as mulheres é o ensino que faz parte da expressão de autoridade mencionada aqui no versículo 12 – “Não permito que as mulheres ensinem aos homens, nem que tenham autoridade sobre eles. Antes, devem ouvir em silêncio (quietude, serenidade, discrição).”
De que autoridade Paulo fala em 1Timóteo 2.12?
A PISTA FOI ENCONTRADA AQUI: as duas atitude mencionadas neste texto como impróprias para mulheres (isto é, ensinar e exercer autoridade sobre os homens) são exatamente as duas responsabilidades que definem o trabalho de um presbítero na igreja — governar/presidir e ensinar/doutrinar. Este conjunto de atribuições está claramente destacado em 1Timóteo 5.17, onde se lê que presbíteros (pastores, bispos) são encarregados, primariamente, de duas esferas de responsabilidade na igreja: governança e ensino (que também envolve a tutela ou a guarda da doutrina na igreja local). PRESTE ATENÇÃO: 1Timóteo 5.17 (ARA) – “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem [do grego: proistemi: estar a frente, superintender, estar sobre, guardar, proteger] bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino [do grego: didaskalia: instrução, doutrina].”
Portanto, é razoável dizer que a autoridade de 1Timóteo 2.12 é a autoridade do presbítero para presidir/superintender (bispo) e a autoridade (como presbítero) para ensinar/doutrinar/alimentar com a palavra de Deus (pastor). Desse modo, a maneira mais simples de descrever o que é inapropriado para as mulheres neste versículo é dizer que Paulo não achava apropriado que as mulheres fossem presbíteras (ou pastoras ou episcopisas) na igreja local.
Resumimos esse ensino com duas definições: primeira, a definição de autoridade (versículo 12); segunda, a definição de submissão (versículo 11). Antes de recapitularmos as definições, recapitulemos os versículos:
1Timóteo 2.11-12 11As mulheres devem aprender em silêncio e com toda submissão. 12Não permito que as mulheres ensinem aos homens, nem que tenham autoridade sobre eles. Antes, devem ouvir em silêncio.
Agora as definições de “autoridade” e de “submissão”:
“Autoridade” é o chamado divino para homens espirituais e aptos para a responsabilidade primária – como presbíteros/bispos/pastores – pela liderança servil, semelhante à de Cristo, além da responsabilidade primária pelo ensino e a supervisão do ensino na igreja local.
“Submissão” é o chamado divino para o restante da igreja – tanto homens quanto mulheres – para honrar e afirmar a autoridade de seus presbíteros/bispos/pastores e ser por eles capacitados para os mais diversos ministérios disponíveis para homens e mulheres na igreja local e no mundo ao redor.
Essas definições são intencionalmente paralelas às definições de liderança, submissão e casamento que aprendemos de Efésios 5. Você se lembra (quando estudamos “amor e submissão no casamento”)? Eis as definições:
Autoridade ou liderança do homem no casamento é o chamado divino de um marido para assumir a responsabilidade primária pela liderança servil semelhante à de Cristo, além da responsabilidade primária pela proteção e provisão no lar.
A submissão da mulher no casamento é o chamado divino de uma esposa para honrar e afirmar a autoridade ou liderança de seu marido e, de acordo com seus próprios dons, auxiliá-lo a exercê-la.
É IMPORTANTE QUE SE ENXERGUE BEM A FORMA COMO PAULO COLOCOU tanto a questão da organização da igreja como a da organização da família. O apóstolo baseou todo o seu ensino na ordem original de Deus, lá na criação, antes mesmo de o pecado entrar no mundo. OU SEJA:
Paulo não escolheu, arbitrariamente, papéis para homens e mulheres, tampouco estava ele simplesmente se adaptando às expectativas culturais de sua época. O que o apóstolo fez, de fato, foi se calçar na maneira como Deus mesmo estabeleceu as coisas lá no princípio, e que por isso torna muito bom esse tipo de ordem ou papeis no lar e na igreja. EM OUTRAS PALAVRAS:
A verdadeira masculinidade e a verdadeira feminilidade combinam-se de forma mais eficaz no lar e no ministério da igreja – elas são mais bem preservadas e vividas, melhor nutridas e mais frutíferas, elas são mais plenas – neste padrão de lar e de igreja apresentado por Paulo do que em qualquer outro padrão, porque Deus mesmo as criou – a masculinidade e a feminilidade – para que fossem assim: complementares em seus papeis (e não igualitárias). Sim, iguais em valor e dignidade, mas complementares em papeis. Isso faz parte do desígnio gracioso de Deus para o bem de homens e de mulheres. DE MANEIRA MUITO SIMPLES: papeis no lar e na igreja não são unissex. E isso é bom. Foi Deus mesmo quem fez assim.
Agora, isso nos traz aos versículos 13 e 14 de 1Timóteo 2. Nesses versículos, Paulo dá duas razões para dizer que os homens, e não as mulheres, devem ter a responsabilidade primária de liderar e ensinar a igreja, duas razões porquê não é apropriado às mulheres o papel de “pastora”. Veja, 1Timóteo 2.13-14:
[PRIMEIRA RAZÃO:] 13Porque primeiro Deus fez Adão e, depois, Eva. [SEGUNDA RAZÃO:] 14E não foi Adão o enganado. A mulher é que foi enganada, e o resultado foi o pecado.
Repetindo as duas razões dadas aqui pelo apóstolo Paulo: primeira razão, “Deus fez Adão e, depois, Eva”; segunda razão, “A mulher é que foi enganada, e o resultado foi o pecado”. EXAMINE COMIGO, UMA RAZÃO DE CADA VEZ.
Deus fez Adão e, depois, Eva
Primeiro, no versículo 13, “Porque primeiro Deus fez Adão e, depois, Eva.”
Ora, o ponto aqui é muito simples, e nós já tratamos dele na mensagem de Gênesis 2.18-25: “A versão original do homem” (em 28.05.23). Paulo vê na ordem da criação de Deus (primeiro, o homem e, depois, a mulher) um ensinamento claro sobre a responsabilidade primária do homem de ser o líder e de exercer autoridade no relacionamento com a mulher. Deus criou o homem primeiro, colocou-o no jardim, deu-lhe a responsabilidade sobre o jardim e o padrão moral para a vida no jardim, e então criou a mulher como sua companheira e auxiliadora para ajudá-lo a levar essa responsabilidade à ação.
Portanto, quando Paulo ensina que os homens devem assumir a responsabilidade primária pelo governo e o ensino na igreja, ele não está se baseando em qualquer modelo culturalmente temporário em Éfeso, mas em algo tecido no próprio tecido da masculinidade e da feminilidade em virtude da ordem de nossa criação; não com base no pecado ou nas consequências do pecado, mas com base em como o próprio Deus queria que fosse antes mesmo que houvesse pecado – para o bem de seu povo, tanto mulheres quanto homens. 1Timóteo 2.13: “Porque primeiro Deus fez Adão e, depois, Eva.”
Adão não foi enganado; a mulher é que foi enganada
A segunda razão para a autoridade e liderança masculina, 1Timóteo 2.14: “E não foi Adão o enganado. A mulher é que foi enganada, e o resultado foi o pecado.”
Infelizmente, boa parte dos comentaristas do texto bíblico na história da igreja entendem isso simplesmente como se as mulheres fossem mais vulneráveis ao engano e, portanto, não deveriam receber a responsabilidade de liderar e ensinar a igreja. Mas, não.
Meu palpite é que Paulo, uma vez tendo começado seu argumento com base na ordem da criação, de repente não mudaria para a subjetividade das vulnerabilidades dos sexos; isto é, parece frágil dizer que Paulo tivesse passado a argumentar falando que mulheres são mais vulneráveis ao engano do que os homens.
Veja: se Paulo estabeleceu, com base em Gênesis 2, que Deus criou primeiro o homem e, depois, a mulher (e aí firmou o papel de autoridade masculina), nada mais natural do que ele demonstrar que, uma vez que esse papel foi alterado, o pecado entrou no mundo por aí. Daí, portanto, ele diz: 1Timóteo 2.14: “E não foi Adão o enganado. A mulher é que foi enganada, e o resultado foi o pecado.” Ora, não tem nada a ver com quem é mais vulnerável ao engano, se homem ou mulher, mas com o papel de autoridade masculina que foi desprezado pela mulher, ao cair na tentação da serpente.
Tanto é verdade que, como já vimos em mensagem anterior nesta série, Deus desaprovou não apenas o consumo do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, mas também a maneira como o homem e a mulher se relacionaram no ato da tentação.
Você se lembra?
Em Gênesis 3.17, Deus repreendeu o homem com estas palavras:
Uma vez que você deu ouvidos à sua mulher e comeu da árvore cujo fruto ordenei que não comesse, maldita é a terra por sua causa; por toda a vida, terá muito trabalho para tirar da terra seu sustento.
As palavras “você deu ouvido à sua mulher” são muito significativas. Não há registro em Gênesis 3 de que Eva tenha dito qualquer coisa diretamente a Adão. Mas há boas razões para crer que Adão estava lá, ouvindo a interação de Eva com a serpente e, em vez de tomar a rédea, alinhou-se com a mulher e também comeu do fruto proibido. Portanto, a repreensão de Deus em Gênesis 3.17 não é apenas com base no fato de que Adão comeu do fruto proibido, mas também – e principalmente – que ele abandonou sua responsabilidade de liderança e de guardião moral do lar.
A sagacidade de Satanás, por sua vez, é que ele conhecia a ordem criada e estabelecida por Deus para o bem da família; tanto conhecia que desafiou deliberadamente essa ordem, ignorando o homem e iniciando seus diálogos diretamente com a mulher (Gn 3.1). Trocando em miúdos: Satanás colocou Eva na posição de porta-voz, líder e guardiã; e naquele momento, tanto o homem quanto a mulher escorregaram de sua inocência e se deixaram ser sugados para um padrão de relacionamento que até hoje é pecaminoso e destrutivo.
O argumento de Paulo em 1Timóteo 2.14
Penso que é isso o que Paulo quer dizer em 1Timóteo 2.14. Deixe-me, então, tentar parafrasear este versículo para trazer à tona todo esse significado. Ouça:
E não foi Adão o enganado [isto é, Adão não foi abordado pelo Enganador e não manteve interações diretas com o Enganador]. A mulher é que foi enganada, e o resultado foi o pecado [isto é, foi a mulher – desprezando a liderança do homem – quem começou a lidar diretamente com o Enganador e foi levada por meio de sua interação direta com ele ao engano e à transgressão].
Se essa argumentação estiver correta [e penso firmemente que ela esteja], então o ponto principal não é que o homem jamais pode ser enganado por alguém ou que a mulher é mais facilmente enganada por todo mudo; o ponto é que quando a ordem de autoridade e liderança estabelecida pelo próprio Deus é descartada, colhe-se dano e ruína. Esta sim é a verdade: Homens e mulheres são mais vulneráveis (igualmente vulneráveis) ao erro e ao pecado quando abandonam a ordem que Deus planejou. Assim, o argumento de Paulo em 1Timóteo 2.11-14 é que os homens devem assumir a responsabilidade primária pela liderança e o ensino na igreja (isto é, ser os presbíteros):
[1.] porque ao criar, primeiro, o homem, Deus ensinou que os homens devem assumir a responsabilidade pela liderança em relação à mulher (1Tm 2.13); e
[2.] porque a queda de Adão e Eva demonstrou que a negligência deste padrão divino coloca homens e mulheres numa posição mais vulnerável e leva à transgressão (1Tm 2.14).
Portanto, é a ordem da criação e a corrupção dos papeis que formam a base do argumento de Paulo para estabelecer a liderança masculina na igreja. Não tem nada a ver com mulher ser mais vulnerável que o homem. Até porquê, todos nós sabemos por experiência própria, as mulheres são mais vulneráveis ao engano em alguns tipos de situações e os homens são mais vulneráveis ao engano em outros tipos de situações. O que nos resguarda é a atuação dos papeis tal como Deus mesmo os estabeleceu.
Por fim, a parte mais difícil de nosso texto: 1Timóteo 2.15: “Mas as mulheres serão salvas dando à luz filhos, desde que [elas] continuem a viver na fé, no amor e na santidade, com discrição.” O que dizer desse versículo?
John Piper segue a seguinte interpretação: dizer que “as mulheres serão salvas dando à luz filhos”, significa dizer que elas serão salvas através do – passando pelo – perigo desse processo. De fato, Paulo usou essa mesma construção de palavras em 1Coríntios 3.15, onde se lê a respeito da obra que cada construtor realizou: “Se ela [a obra] queimar, o construtor sofrerá grande prejuízo, mas será salvo como alguém que é resgatado do meio do fogo.” Portanto, quando se lê que “as mulheres serão salvas dando à luz filhos”, significa que “as mulheres não serão salvas por darem à luz filhos, mas serão salvas dando à luz filhos”; isto é, serão salvas superando a maldição que foi lançada sobre a mulher por causa do pecado — Gênesis 3.16 – “Farei mais intensas as dores de sua gravidez, e com dor você dará à luz.” — Então, conclui Piper, assim como o homem de 1Coríntios 3.15 será salvo através do fogo, passando pelo fogo, que é a sua prova, o obstáculo em seu caminho (apesar do qual ele escapa) – assim a mulher será salva, através da prova de fogo do parto, passando pela prova de fogo de seu parto, que é sua provação em dores, sua maldição, (não meio de salvação, mas) seu obstáculo no caminho.
A palavra de esperança que John Piper oferece, com base nessa exegese de 1Timóteo 2.15, é a seguinte (este é o modo como a maldição do parto para a mulher – e do trabalho duro para o homem – foi desfeito em Cristo Jesus):
Mesmo que muitas mulheres hoje e na história possam sentir os efeitos contínuos da maldição pelo pecado nas dores do parto e nas feridas que essas dores podem deixar para toda a vida (Gênesis 3.16), exorto todas as nossas irmãs em Cristo a não se desesperarem. A palavra de Deus para você é esperança, não maldição. O plano de Deus para você é a salvação, não a destruição.
Sim, assim como o homem deve desenvolver sua salvação através das – ou passando pelas – malditas futilidades e misérias de seu trabalho (Gênesis 3.17-19), milhões de mulheres devem desenvolver sua salvação por meio das – ou passando pelas – dores e misérias da gravidez. O caminho da salvação é o mesmo para ela e para todos os santos: continuar na fé, no amor e na santidade, com domínio próprio (1Timóteo 2.15) – em meio a todo esse sofrimento.
Jesus Cristo é o Salvador que se fez maldição por nós (Gálatas 3.13). O ferrão da maldição foi removido; não pode mais nos condenar. A fé em Cristo é o elo com o Salvador. Amor, santidade e domínio próprio são os frutos autenticadores dessa fé salvadora. No último dia, todos os vestígios da maldição serão desfeitos e todas as feridas serão curadas. Isso faz parte do que significa ser salvo pela fé em Cristo.
Piper acrescentar mais uma palavra de aplicação:
Mesmo que a medicina moderna tenha eliminado de forma maravilhosa e acertada grande parte da dor e das feridas duradouras do parto, todas as mães sabem que o pecado cobra o seu pedágio em todos os aspectos do casamento, da gestação, do parto e da criação de filhos. Qualquer uma dessas realidade podem crescer [e atormentar na cabeça e no coração] e ameaçar engolir uma mulher em desespero.
Acredito [,portanto,] que seja uma aplicação legítima [de 1Timóteo 2.15] dizer: a palavra de Deus para todos esses fardos, frustrações e misérias é: Não! Esta não é a minha última palavra para você! Minha palavra é salvação! Minha palavra, em todas as provas de fogo, é salvá-los, resgatá-los, preservá-los e dar-lhes um futuro e uma esperança. Tudo isso pela fé em Jesus Cristo.
PORTANTO, MULHERES, especialmente as casadas e as em condições de terem filhos: tomem a maternidade como privilégio e ministério de ensino da palavra de Deus. Desenvolvam sua salvação – demonstrem sua salvação, cresçam na salvação – com temor e tremor, obedecendo a Deus com reverência e temor (Fl 2.12); dando à luz filhos e educando-os no caminho da cruz de Cristo; e continuem a viver na fé, no amor e na santidade, com discrição (com domínio próprio) – 1Timóteo 2.15.
QUANTO AOS HOMENS, sigam trabalhando duro, comendo do suor do rosto, lembrando-se de que em Cristo a maldição do trabalho foi redimida para a glória de Deus:
Efésios 4.28 Quem é ladrão, pare de roubar. Em vez disso, use as mãos para trabalhar com empenho e honestidade e, assim, ajudar generosamente os necessitados.
Gálatas 6.6 Aqueles que recebem o ensino da palavra devem repartir com seus mestres todas as coisas boas.
Colossenses 3.22 – 4.1 22Escravos, em tudo obedeçam a seus senhores terrenos. Procurem agradá-los sempre, e não apenas quando eles estiverem observando. Sirvam-nos com sinceridade, por causa de seu temor ao Senhor. 23Em tudo que fizerem, trabalhem de bom ânimo, como se fosse para o Senhor, e não para os homens. 24Lembrem-se de que o Senhor lhes dará uma herança como recompensa e de que o Senhor a quem servem é Cristo. 25Mas, se fizerem o mal, receberão de volta o mal, pois Deus não age com favoritismo. 4.1Senhores, sejam justos e imparciais com seus escravos. Lembrem-se de que vocês também têm um Senhor no céu.
O Novo Testamento revela como as mulheres serviram a Jesus, à igreja e à Grande Comissão. Isso é relevante por pelo menos três razões:
PRIMEIRO, o papel da mulher na igreja é frequentemente retratado como uma exceção, não uma realidade;
SEGUNDO, concentrar-se exclusivamente no presbitério ou no pastorado (que é limitado aos homens), desvia a atenção dos ministérios diversificados, fundamentais e gratificantes em que ambos os sexos se envolvem e devem se envolver na igreja;
TERCEIRO, é possível que a igreja exija muito pouco de nossas irmãs cheias do Espírito, dados os dons abundantes que possuem da parte de Deus e a parceria essencialmente vital no evangelho.
Pois bem, para fim de equilíbrio, aqui estão sete maneiras pelas quais podemos encorajar as mulheres a usarem os seus recursos espirituais e materiais na igreja, na SIB:
1. Mantenedoras generosas
Aprendemos que Jesus e os discípulos tinham mantenedores, dentre os quais, mulheres ricas: Lucas 8.3 — “Joana, esposa de Cuza, administrador de Herodes; Susana, e muitas outras que contribuíam com seus próprios recursos para o sustento de Jesus e seus discípulos.” Da mesma forma, o ministério de Paulo foi mantido pelos recursos de mulheres abastadas (Rm 16.1-2). Uma serva chamada Febe é identificada como “ajudadora” ou “auxiliadora” de Paulo – um termo que significa, literalmente, defensora ou protetora. Essa mesma irmã também usou seu dinheiro e influência para ajudar os missionários a cumprir seu chamado. Outras – como Priscila e, o marido, Áquila (Rm 16.3-5) e Lídia (At 16.14) – voluntariamente ofereceram a própria casa.
Essas irmãs notáveis e corajosas raramente são mencionadas, infelizmente. Porém, está claro que Deus confia riquezas também às mulheres, e elas podem (e devem) utilizá-las com alegria em apoio ao evangelho. Homens também, viu?
2. Colaboradoras esforçadas
Vários homens trabalharam diligentemente com Paulo, sabemos disso; mas muitas mulheres também o fizeram. Elas são “obreiras do Senhor”, como Maria, Trifena, Trifosa e Pérside, as quais trabalharam “com dedicação [arduamente] no Senhor” (Rm 16.6, 12). Indo um passo além, Priscila e Áquila foram parceiros essenciais, escalados para ficarem dando importante suporte para as igrejas e seus obreiros, sobretudo em Roma, Éfeso e Corinto (At 18.1-2, 18, 26; Rm 16.3; 1Co 16.19; 2Tm 4.19).
3. Professoras talentosas
Algumas mulheres têm o dom de ensinar, aplicando-o de forma prudente e aceitável a determinados públicos na igreja. Em Lucas 2.38, Ana, a profetisa, é apresentada como uma mulher que serviu ao Senhor permanecendo no templo e adorando – ela teria ensinado o povo, pois “falava a respeito da criança [Jesus] a todos que esperavam a redenção de Jerusalém.” Anteriormente no Evangelho de Lucas, Maria – mãe de Jesus – cantou um cântico teologicamente rico, em Lucas 1.46–55, o qual se tornou uma fonte de constante encorajamento e ensino para a igreja em todos os tempos.
Timóteo recebeu treinamento nas doutrinas da fé, da parte de sua piedosa avó Lóide e de sua mãe Eunice (2Tm 1.5). Sabemos que isso significava pelo menos instrução nas “Sagradas Escrituras”, as quais “lhe deram sabedoria para receber a salvação que vem pela fé em Cristo Jesus.” (2Tm 3.15).
De fato, mulheres maduras que possam servir, ensinar e discipular são essenciais em qualquer igreja saudável, sobretudo em relação a outras mulheres (Tt 2.3-5) e às crianças. Às vezes, sob a liderança do marido, mulheres como Priscila são também usadas por Deus para ajudar homens influentes como Apolo e explicar “com mais exatidão o caminho de Deus” (At 18.26).
4. Evangelistas fiéis
Embora Filipenses 4.2-3 seja uma admoestação, Paulo deixa claro que tanto Evódia como Síntique trabalharam lado com ele no evangelho, como evangelistas:
2Agora, suplico a Evódia e a Síntique: tendo em vista que estão no Senhor, resolvam seu desentendimento. 3E peço a você, meu fiel colaborador, que ajude essas duas mulheres, pois elas trabalharam arduamente comigo na propagação das boas-novas, e também com Clemente e com meus outros colaboradores, cujos nomes estão escritos no livro da vida.
A este número, podemos acrescentar Lídia, e até mesmo a mulher do poço de Samaria como a primeira a levar o evangelho à sua própria família e cidade. Um dos exemplos mais profundos é Maria Madalena, a quem Jesus escolheu para ser a primeira a dar testemunho da ressurreição. Ela foi encarregada de levar as boas novas aos discípulos naquela primeira manhã de Páscoa (Jo 20.18).
5. Cooperadoras corajosas
Romanos 16.3-4 menciona Priscila e Áquila novamente, desta vez como “colaboradores” que “arriscaram a vida” pelo evangelho. Adiante, no mesmo capítulo, Paulo fala de Andrônico e esposa, Júnias, os quais trabalharam tão de perto com Paulo que sofreram com ele na prisão: Romanos 16.7 — “Saúdem Andrônico e Júnias, meus compatriotas judeus que estiveram comigo na prisão. São muito respeitados entre os apóstolos e se tornaram seguidores de Cristo antes de mim.”
Esse é um compromisso extremo e prova que Paulo não se importava de ter mulheres em seu grupo durante uma missão evangelística/missionária perigosa. Tanto que ele termina a carta aos Romanos com saudações calorosas e pessoais, profundamente grato pelo serviço e sacrifício de mulheres – cooperadores corajosos.
6. Servidoras compassivas
Jesus e os discípulos eram frequentemente acompanhados de mulheres que os seguiam e os serviam; por exemplo:
Marcos 15.40-41 40Algumas mulheres observavam de longe [Jesus pregado lá na cruz]. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o mais jovem, e de José, e Salomé. 41Eram seguidoras de Jesus e o haviam servido na Galileia. Também estavam ali muitas mulheres que foram com ele a Jerusalém.
Pode-se dizer que essas mulheres compunham a estrutura de apoio do ministério de Jesus: suas diaconisas – servidoras compassivas. NOTE: em 1Timóteo 3, o verbo “servir” de Marcos 15.41 é traduzida como “diácono”. E ainda, algumas dessas mulheres citadas em Marcos 15 aparecem, novamente, em Marcos 16: quando chegam para servir o Senhor Jesus, ungindo seu corpo no túmulo.
No final de Romanos, lemos também sobre Rufo, mas preste atenção ao que Paulo diz sobre a mãe desse jovem: Romanos 16.13 – “Saúdem Rufo, a quem o Senhor escolheu, e também sua mãe, que tem sido mãe para mim.” Parece que esse “Rufo” seja o filho de Simão de Cirene, o mesmo Simão que carregou a cruz de Jesus (Mc 15.21). Aparentemente, a mãe de Rufo (e de Alexandre), a esposa de Simão de Cirene, serviu significativamente ao apóstolo Paulo.
Tabita (ou Dorcas) era provavelmente o mesmo tipo de mulher:
Atos 9.36-41 36Havia em Jope uma discípula chamada Tabita (que em grego é Dorcas). Sempre fazia o bem às pessoas e ajudava os pobres. 37Por esse tempo, ficou doente e morreu. Seu corpo foi lavado para o sepultamento e colocado numa sala no andar superior. 38Quando os discípulos souberam que Pedro estava perto de Lida, enviaram dois homens para lhe suplicar: “Por favor, venha o mais rápido possível!”. 39Então Pedro voltou com eles e, assim que chegou, foi levado para a sala do andar superior. O cômodo estava cheio de viúvas que choravam e lhe mostravam os vestidos e outras roupas que Dorcas havia feito para elas. 40Pedro pediu que todos saíssem do quarto. Então, ajoelhou-se e orou. Voltando-se para o corpo da mulher, disse: “Tabita, levante-se”, e ela abriu os olhos. Quando ela viu Pedro, sentou-se. 41Ele lhe deu a mão e a ajudou a levantar-se. Em seguida, chamou os discípulos e as viúvas e a apresentou viva.
Servidoras compassivas. Diaconisas.
7. Exemplos dignos
As mulheres mais velhas – mais experientes – na igreja são chamadas para ensinar e treinar as mulheres mais jovens (Tito 2.3-5). Há até exemplos bíblicos para ilustrar o que se espera dessas mulheres (1Pe 3.4–5).
Nós somos familiares com a mulher descrita em Provérbios 31, um arquétipo de caráter feminino e de produtividade. Contudo, mesmo a fidelidade rotineira de mulheres simples, mas cheias do Espírito, pode trazer benefícios multigeracionais às demais mulheres da igreja. Portanto, as mulheres não devem subestimar o valor de se demonstrar um carácter digno de imitação.
A igreja local é uma comunidade que nutre intencionalmente a próxima geração, e as mulheres desempenham um papel fundamental nessa missão sagrada.
Nossa igreja precisa dessas mulheres, precisa de você!
É em um contexto assim – de homens e de mulheres ministrado em complementaridade de papeis – que nós cultivaremos a saúde espiritual dos que estão sendo salvos, dos que o Senhor a cada dia acrescenta em nosso meio, bem como a saúde espiritual da próxima geração (nossos filhos e netos).
Quem serão os presbíteros desta igreja?
Quem serão os diáconos e diaconisas desta igreja?
Seja Deus gracioso e levante seus oficiais para a mobilização e a capacitação do serviço de todo o corpo, a SIB em Goiânia.
S.D.G. L.B.Peixoto
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