01.10.2023
Hebreus 13.4 Honrem o casamento e mantenham pura a união conjugal, pois Deus certamente julgará os impuros e os adúlteros.
Li Hebreus 13.4 não porque eu farei uma exposição desse versículo, mas para destacar a seguinte frase: “honrem o casamento e mantenham pura a união [o leito, a cama] conjugal”. Almejo – para a glória de Deus e para a sua orientação e o seu bem – avançar na busca por uma teologia de gênero, mais especificamente hoje: o casamento e os pecados sexuais à luz da revolução sexual – a heterossexual, a homossexual, a transgênero – e as movimentações que se têm feito para equiparar o casamento à união de duas pessoas do mesmo sexo.
Semana passada nós estudamos a sexualidade de Jesus e concluímos que atividade sexual não é de maneira alguma algo essencial para a autorrealização do ser humano – contrário do que apregoa a revolução sexual. Essa maneira de pensar, de fato, é a raiz de todos os pecados sexuais praticados. Sim, pois se a minha autorrealização depende de minha satisfação sexual, então para me autorrealizar eu precisarei satisfazer todos os meus desejos ou impulsos sexuais, tal como imaginado, sonhado, desejado. Jesus, entretanto, viveu a vida mais plena e realizada que qualquer ser humano em todas as épocas da história – e se absteve de ter relações sexuais. O Senhor abriu mão de se casar e manter relações sexuais para se concentrar na missão de buscar e salvar os perdidos (Lc 19.10), purificando para si mesmo uma noiva: a igreja (Ef 5.25-26).
Isso nos traz ao casamento. Eis uma definição de casamento, elaborada por John Piper:
O casamento foi criado e definido por Deus – conforme está na Bíblia Sagrada – como a união pactual e sexual de um homem e uma mulher em aliança vitalícia um com o outro apenas, com o único esposo e a única esposa (i.e., heterossexual e monogâmico), com o objetivo de exibir a relação pactual de Cristo com sua igreja comprada pelo seu próprio sangue.
Essa definição foi composta com base em QUATRO PASSAGENS BÍBLICAS nas quais essas verdades estão entrelaçadas. Observe:
Gênesis 1.27-28 27Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. 28Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra.
Então – em Gênesis 2.23–24 – Deus ligou ao casamento esse seu projeto de masculinidade e feminilidade fértil e operosa (ligou Gênesis 1.27-28 a Gênesis 2.23-24). Foi assim: quando a mulher foi criada de uma parte tirada do lado do homem (Gn 2.21), o homem exclamou:
Gênesis 2.23-24 23“Finalmente!”, exclamou o homem. “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do ‘homem’”. 24Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.
EM OUTRAS PALAVRAS: Deus criou o ser humano homem e mulher (Gn 1.27) para que pudesse haver uma união pactual e uma união sexual do tipo “uma só carne” no casamento (Gn 2.24), com o objetivo de multiplicar a raça humana e exibir a aliança de Deus com o seu povo e, eventualmente, a aliança de Cristo com a sua igreja.
AGORA VEJA: de modo extraordinário, o próprio Cristo captou esta ligação entre a criação binária, cisgênero e a aliança do casamento monogâmico – entre um homem somente e uma mulher somente – com duração para a vida inteira, entrelaçando esses mesmos dois textos de Gênesis (Gn 1.27-28 e Gn 2.23-24). Veja:
Mateus 19.4-6 4“Vocês não leram as Escrituras?”, respondeu Jesus. “Elas registram que, desde o princípio [em Gn 1.27], o Criador ‘os fez homem e mulher’ 5e disse [em Gn 2.24]: ‘Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só’. 6Uma vez que já não são dois, mas um só, que ninguém separe o que Deus uniu.”
E no nosso ambiente cultural, as palavras “que ninguém separe o que Deus uniu” [i.e., um homem e uma mulher em aliança matrimonial] tem um significado muito maior do que alguém algum dia jamais imaginou que teria.
Mais um texto sobre o significado do casamento. Este a seguir, da pena do apóstolo Paulo, faz a distinção significativa entre homem e mulher – marido e mulher – em termos de aliança ou casamento como um retrato de Cristo e da igreja. Observe:
Efésios 5.24-32 24Assim como a igreja se sujeita a Cristo, também vocês, esposas, devem se sujeitar em tudo a seu marido. 25Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela, 26a fim de torná-la santa, purificando-a ao lavá-la com água por meio da palavra. 27Assim o fez para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. […] 31“Por isso [citando Gênesis 2.24] o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.” 32Esse é um grande mistério, mas ilustra a união entre Cristo e a igreja.
Em outras palavras, desde o princípio de tudo, sempre houve um significado misterioso e profundo para o casamento; e Paulo agora está revelando esse mistério. É o seguinte: Deus criou o ser humano como homem e mulher, cada um com as suas características respectivas e distintas: masculinas e femininas, e os seus papéis também respectivos e distintos: o do homem e o da mulher, para que no casamento – como marido e mulher – os dois pudessem exibir Cristo e a igreja, respectivamente e distintamente.
O que significa que os papéis básicos de esposa e de esposo não são intercambiáveis. O MARIDO demonstra o amor sacrificial da liderança de Cristo, e A ESPOSA demonstra o papel submisso da igreja de Cristo. O mistério do casamento é que Deus tinha em mente essa dupla manifestação (marido e mulher) quando criou o ser humano como homem e mulher. Portanto, a realidade mais profunda do universo está subjacente ao casamento – como uma união pactual e sexual entre um homem e uma mulher.
Desse modo, biblicamente falando, NÃO EXISTE o chamado casamento entre pessoas do mesmo sexo, e seria sensato não chamar de casamento qualquer união homoafetiva, também não seria sensato chamar de casamento qualquer união estável heterossexual. A questão aqui não é apenas que o chamado casamento entre pessoas do mesmo sexo não deveria existir, mas que ele, de fato, não existe, e não pode existir, não da perspectiva de Deus. Com efeito, aqueles que creem que Deus nos falou a verdade na Bíblia não deveriam assumir que a união e as relações sexuais de dois homens ou de duas mulheres (ou mais de dois), ainda que comprometidas e duradouras, sejam denominadas casamento. NÃO É. Deus mesmo criou e definiu o casamento; e o que Deus uniu nessa criação e nessa definição não pode ser separado (da definição mesma de Deus), e ainda ser chamado de casamento aos olhos de Deus. Portanto, assumimos que
O casamento foi criado e definido por Deus – conforme está na Bíblia Sagrada – como a união pactual e sexual de um homem e uma mulher em aliança vitalícia um com o outro apenas, com o único esposo e a única esposa (i.e., heterossexual e monogâmico), com o objetivo de exibir a relação pactual de Cristo com sua igreja comprada pelo seu próprio sangue.
Agora, os pecados sexuais…
Os desejos e a orientação pelo mesmo sexo, assim como as inclinações pecaminosas pelo sexo oposto, fazem parte da nossa sexualidade quebrada e desordenada, devido à sujeição à qual Deus mesmo submeteu a sua ordem criada: submeteu-a à futilidade e à morte por causa do pecado do homem.
Em Gênesis 3 nós lemos sobre o momento catastrófico em que o primeiro homem e a primeira mulher se rebelaram contra Deus. Os efeitos sobre eles e sobre o mundo são descritos nos capítulos 3 e 4 de Gênesis, e depois ilustrados na história do Antigo Testamento, encharcada de pecado e dominada pela morte — na verdade, essa é a história do mundo em todas as épocas, desde a queda de Adão e Eva no pecado. O apóstolo Paulo resumiu assim essa história – E NOTE QUE parte da criação que também foi submetida à futilidade do pecado e à morte foi o nosso próprio corpo, inclusive o corpo dos crentes redimidos (cuja esperança é a redenção final de nosso corpo):
Romanos 8.20-25 20Toda a criação, não por vontade própria, foi submetida por Deus a uma existência fútil, 21na esperança de que, com os filhos de Deus, a criação seja gloriosamente liberta da decadência que a escraviza. 22Pois sabemos que, até agora, toda a criação geme, como em dores de parto. 23E nós, os que cremos, também gememos, embora tenhamos o Espírito em nós como antecipação da glória futura, pois aguardamos ansiosos pelo dia em que desfrutaremos nossos direitos de adoção, incluindo a redenção de nosso corpo. 24Recebemos essa esperança quando fomos salvos. (Se já temos alguma coisa, não há necessidade de esperar por ela, 25mas, se esperamos por algo que ainda não temos, devemos fazê-lo com paciência e confiança.)
O argumento que se pode sustentar é que os desejos e a orientação pelo mesmo sexo, e os desejos sexuais pecaminosos pelo sexo oposto, estão nessa categoria de gemidos – esperando pela “redenção de nosso corpo”. O que significa que todos os desejos sexuais pecaminosos e indevidos (héteros ou homossexuais) estão na mesma categoria ampla de todos os tipos de corpos, mentes e emoções quebrados e desordenados. Se tentássemos fazer uma lista dos tipos de transtornos emocionais, mentais e físicos da família humana após o pecado, a lista seria interminável. Basta você ler o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5-TR ou o a CID – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. A lista de doenças e de transtornos e tudo o mais é interminável. A cada dia novos verbetes descritivos de doenças mentais e físicas são acrescentados a esses manuais.
Para você ter uma ideia, o ser humano é tão quebrado e desordenado que existe código na CID até para “Pessoa fingindo ser doente” [simulação consciente] – é o código CID Z76.5. Parece que ele tem sido usado por profissionais de saúde em atestados médicos para caracterizar uma situação em que uma pessoa finge estar doente com motivação óbvia. Portanto, não se trata de código de uma patologia a ser investigada. Li na internet, não sei se procede, mas li que, diante da apresentação de atestado médico com CID Z76.5, a Justiça do Trabalho vem analisando a possibilidade de aplicar punições ao empregado, que vão desde a advertência, suspensão, e até dispensa por justa causa.
Realmente, somos todos quebrados. Todos nós experimentamos transtornos de todos os tipos; e quando não os temos (pelo menos não de modo diagnosticável), fingimos tê-los, por conveniência. Misericórdia, Senhor! A que ponto nós chegamos?!
Pois bem, todos nós, se formos honestos, concluiremos que somos sim inclinados a desejar coisas em diferentes graus que não deveríamos desejar. Estamos todos quebrados em nossas emoções, mentes e corpos. Estamos todos desordenados — na cabeça, no coração e no corpo.
NESTE PONTO CABE UM CHAMADO À UMA DISTINÇÃO BEM CUIDADOSA, para não se sair machucando as pessoas – ou a si mesmo(a) – desnecessariamente. Todos os nossos transtornos ou desordens (todo o nosso estado de pessoas quebradas) estão enraizados no pecado – o pecado original e a nossa natureza pecaminosa. Seria, pois, correto dizer que os desejos sexuais pelo mesmo sexo ou os desejos sexuais indevidos pelo sexo oposto são todos igualmente pecaminosos no sentido de que foram desordenados pelo pecado e existem contrariamente à vontade revelada de Deus. ENTRETANTO, ser causado pelo pecado e estar enraizado no pecado não torna um desejo pecaminoso igual a pecar. Pecar é o que acontece quando a rebelião contra Deus se expressa através de nossas práticas desordenadas. Ouça o que escreveu Tiago, e veja que ele colocou os “desejos pecaminosos” na categoria de “tentações” ou de impulsos que nos tentam:
Tiago 1.14-15 14A tentação vem de nossos próprios desejos [pecaminosos], que nos seduzem e nos arrastam. 15Esses desejos dão à luz o pecado, e quando o pecado se desenvolve plenamente, gera a morte.
Ou seja: nossos desejos pecaminosos nos tentam (sejam eles héteros ou homossexuais) e nós pecamos quando damos à luz o pecado do coração, quando praticamos o que os desejos pecaminosos nos impulsionaram a fazer. Portanto, um desejo pecaminoso não é igual a pecar. Outro texto que sustenta que desejo pecaminoso não é igual a pecar, é este de Paulo aos coríntios:
1Coríntios 10.12-13 12Portanto, se vocês pensam que estão de pé, cuidem para que não caiam. 13As tentações em sua vida não são diferentes daquelas que outros enfrentaram. Deus é fiel, e ele não permitirá tentações maiores do que vocês podem suportar. Quando forem tentados, ele mostrará uma saída para que consigam resistir.
Portanto, as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo ou as relações sexuais heterossexuais pecaminosas, E NÃO O DESEJO pelo mesmo sexo ou o DESEJO PECAMINOSO pelo sexo oposto, [i.e., as práticas sexuais pecaminosas] é que são o foco da condenação de Paulo quando ele ameaça pessoas à exclusão do reino de Deus. A declaração mais clara sobre isso pode ser lida aqui, nesta declaração aos coríntios:
1Coríntios 6.9-10 9Vocês não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não se enganem: aqueles que se envolvem em imoralidade sexual, adoram ídolos, cometem adultério, se entregam a práticas homossexuais, 10são ladrões, avarentos, bêbados, insultam as pessoas ou exploram os outros não herdarão o reino de Deus.
As expressões “se envolvem em imoralidade sexual [provavelmente aqui, práticas heterossexuais pecaminosas]” e “se entregam a práticas homossexuais” (v. 9) são uma tradução de duas palavras gregas que se referem aos parceiros passivos e ativos nas relações heterossexuais e homossexuais (ver o livro clássico sobre o assunto: Robert A. J. Gagnon, A Bíblia e a Prática Homossexual: Textos e Hermenêuticas, Edições Vida Nova). O foco não está no desejo pelo mesmo sexo ou pelo sexo oposto, mas na prática sexual com o mesmo sexo ou com o sexo oposto. E OBSERVE QUE a prática homossexual não está isolada, mas incluída com outras formas práticas de pecar: imoralidade sexual [do grego: pórnoi: prostituição, fornicação e coisas do tipo], idolatria, adultério, roubo ou furto, ganância, embriaguez, injúria, exploração ou vigarice etc.
A questão, portanto, não é que um ato de experimentação homossexual ou heterossexual o condene, mas que retornar a esta vida permanentemente e sem arrependimento irá sim condená-lo(a). Quem se entrega a práticas homossexuais – quem se entrega a essa vida e não se arrepende – não entrará no reino de Deus. A mesma coisa cabe à prática da imoralidade sexual, à prática da idolatria, à prática do adultério, à prática do roubo ou do furto, à prática da ganância, à prática da embriaguez, à prática da injúria ou da mentira, à prática da exploração ou da vigarice etc. Todos quantos se entregam a essa vida e não se arrependem não entrarão no reino de Deus. Perecerão.
Portanto, seria contraditório o amor cristão e o evangelho mesmo de Jesus Cristo aprovar a PRÁTICA homossexual ou mesmo qualquer PRÁTICA heterossexual imprópria pela Bíblia, seja pelo silêncio ou endossando o chamado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo e a tal da “união estável” ou “amigável” entre pessoas do sexo oposto.
O amor cristão jamais poderá se intimidar a respeito desta questão. Sim, o mundo vai dizer o oposto do que é a verdade. Dirão que é “discurso de ódio” um cristão ou a igreja alertar sobre o julgamento final as pessoas que praticam a homossexualidade. Meu Deus, não é odioso – desde que o alerta seja feito no mesmo espírito de Cristo, a saber, amorosamente, cheio de graça e de verdade, sem humilhação ou vexação de qualquer natureza. Mas há sim de se alertar – em viva voz – a respeito deste tema: todos quantos se entregam à prática sexual pecaminosa (seja homo, seja hétero essa prática) e não se arrependem, fazendo desta prática um estilo de vida, não entrarão no reino de Deus. Perecerão. Isso não é ódio. É amor. O ódio não quer que as pessoas sejam salvas. O ódio não quer que as pessoas se juntem à família de Deus. O ódio quer destruir. E o pecado destrói. Se a prática homossexual (e também a ganância, a idolatria, a injúria, a embriaguez, o adultério e a fornicação ou a prostituição – o sexo fora da aliança do casamento) leva à exclusão do reino de Deus – como a palavra de Deus diz que acontece – então o amor avisa, alerta. O amor implora. O amor chega junto, compassivamente, e faz tudo o que pode ser feito para ajudar uma pessoa a viver – eternamente (com Cristo).
A boa notícia do evangelho de Cristo é que Deus salva pecadores heterossexuais e pecadores homossexuais que se arrependem e depositam sua fé única e exclusivamente em Jesus Cristo; Deus os considera justos por causa de Cristo; Deus também os ajuda, pelo Espírito, a viver vidas agradáveis a ele – para a glória dele –, ainda que em um corpo quebrado pelo pecado e em desordem de todo tipo, como é o nosso corpo.
Joel Beeke, comentando a respeito da experiência de Paulo na luta contra o pecado (particularmente a cobiça, confira: Romanos 7.8-9), escreveu que o cristão regenerado, mas ainda imperfeito, clama em seu estado de miséria, pois não quer ver seu corpo servindo como veículo do pecado:
Romanos 7.21-25 21Assim, descobri esta lei em minha vida: quando quero fazer o que é certo, percebo que o mal está presente em mim. 22Amo a lei de Deus de todo o coração. 23Contudo, há outra lei dentro de mim que está em guerra com minha mente e me torna escravo do pecado que permanece dentro de mim. 24Como sou miserável! Quem me libertará deste corpo mortal dominado pelo pecado? 25Graças a Deus, a resposta está em Jesus Cristo, nosso Senhor. Na mente, quero, de fato, obedecer à lei de Deus, mas, por causa de minha natureza humana, sou escravo do pecado [mas não quero e luto para não entregar meu corpo à prática do pecado].
É desse modo que vive um cristão regenerado! Jesus colocou assim:
Mateus 5.3-6 3“Felizes os pobres de espírito [os que reconheceram sua pobreza espiritual, sua incapacidade de, por si mesmos, viver uma vida que agrade a Deus], pois o reino dos céus lhes pertence. 4Felizes os que choram [enquanto lutam contra o pecado], pois serão consolados. 5Felizes os humildes [os que se submetem debaixo da poderosa mão de Deus, os que gemem aguardando a manifestação dos filhos de Deus], pois herdarão a terra. 6Felizes os que têm fome e sede de justiça [de se verem finalmente livres do clamor da injustiça do pecado em seu coração e, algumas vezes, talvez, no próprio corpo], pois serão saciados.
A vida cristã é luta, meu irmão e minha irmã – luta contra o pecado.
Graças a Deus, porém, que o Senhor Jesus Cristo sempre vem em socorro dos que lutam contra o pecado no próprio corpo. Preste atenção à maneira como Tiago trabalha essa questão:
Tiago 4.4-10 4Adúlteros [vocês que buscam a Deus para a sua auto-afirmação, para a sua autorrealização nas suas práticas pecaminosas de qualquer natureza]! Não percebem que a amizade com o mundo os torna inimigos de Deus? Repito: se desejam ser amigos do mundo, tornam-se inimigos de Deus. 5O que vocês acham que as Escrituras querem dizer quando afirmam que o espírito colocado por Deus em nós tem ciúmes? 6Contudo, ele generosamente nos concede graça. Como dizem as Escrituras: “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”. 7Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. 8Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês. Lavem as mãos, pecadores; purifiquem o coração, vocês que têm a mente dividida. 9Que haja lágrimas, lamentação e profundo pesar. Que haja choro em vez de riso, e tristeza em vez de alegria. 10Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.
De volta a Paulo.
Depois de alertar os coríntios para não voltarem a viver vidas de práticas pecaminosas [conforme já lemos em 1Coríntios 6.9-10], Paulo complementa em 1Coríntios 6.11: “Alguns de vocês eram assim, mas foram purificados e santificados, declarados justos diante de Deus no nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.” Meu Deus! Paulo está aqui esboçando o evangelho para todos quantos lutam contra pecados sexuais. É lindo! Maravilhoso! É tudo o de que todos nós precisamos.
Meu povo, este é o coração do cristianismo bíblico: “Alguns de vocês ERAM assim”. Havia cristãos na igreja de Corinto que tinham vivido na prática da injustiça (prejudicando outras pessoas com má fé; cf. 1Co 6.7-9); havia gente que tinha vivido na prática da imoralidade sexual, na prática do adultério, na prática da idolatria, na prática do furto e do roubo, na prática da bebedeira, na prática da maledicência e da fofoca; também na prática da homossexualidade. Todos esses, não apenas um ou outro, foram trazidos de volta para Deus, foram tirados do caminho da perdição eterna e inseridos no corpo de Cristo, a igreja. Isso é graça, maravilhosa graça. Nós ÉRAMOS assim.
De que modo eles foram reconciliados com Deus e com o corpo de Cristo?
Esses foram “declarados justos diante de Deus no nome do Senhor Jesus Cristo” (1Co 6.11). Isto é, eles depositaram sua fé em Jesus Cristo, abandonaram suas práticas pecaminosas, renunciaram à busca e à realização pecaminosa de seus desejos, e Deus os justificou – Deus imputou-lhes, Deus atribuiu-lhes a justiça de Cristo, e os considerou aceitáveis aos seus olhos, e os adotou em sua família – nossa família, a igreja cristã.
Mas tem mais.
Eles “foram lavados” (1Co 6.11). Isto é, Deus tirou deles toda a culpa e a vergonha do pecado. 1Pedro 2.24: “Ele mesmo [Cristo] carregou nossos pecados em seu corpo na cruz, a fim de que morrêssemos para o pecado e vivêssemos para a justiça”. Então, quando esses coríntios pecadores se arrependeram de suas práticas pecaminosas e depositaram a fé em Cristo, tudo o que Cristo fez passou a contar para eles, seus pecados foram purificados, eles “foram lavados” (1Co 6.11).
Uma última coisa.
Eles foram também “santificados” (1Co 6.11). O que significa que Deus mesmo os separou para si e deu-lhes o seu Espírito e estava operando neles um poder para a santidade que progressivamente engoliria seus desejos desordenados em algo maior, mais belo e mais desejável, para que pudessem andar em um caminho agradável a Deus, mesmo que ainda vivendo em corpos quebrados pelo pecado.
Meu Deus! Isso é o evangelho, o poder do evangelho.
O CORAÇÃO DO CRISTIANISMO (e do evangelho) é que Deus salva pecadores através da morte e ressurreição de Cristo. A melhor notícia em todo o mundo é que Jesus morreu e ressuscitou para que o pecador sexual mais excêntrico ou mais vil – homossexual ou heterossexual – possa ser resgatado do caminho da condenação eterna, lavado, justificado, santificado, inserido na igreja e dado a ele ou a ela um lugar na presença totalmente satisfatória de Deus – tudo isso pela fé em Jesus Cristo. Esse é o cerne da nossa mensagem. Não há ódio aqui. É puro amor.
Termino com o convite todo amoroso de Jesus:
Mateus 11.28-30 28“Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados [de tanto correr atrás de autorrealização, de performances; cansados e sobrecarregados de culpa pelo pecado, de medo do julgamento divino… Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados], e eu lhes darei descanso [da culpa, do pecado, da vida vã, de correr atrás do vento, do viver cedendo aos desejos pecaminosos].29Tomem sobre vocês o meu jugo [a minha palavra e o meu Espírito que os capacitará a viver pela Palavra]. Deixem que eu lhes ensine, pois sou manso e humilde de coração, e encontrarão descanso para a alma. 30Meu jugo é fácil de carregar, e o fardo que lhes dou é leve [pois meu Espírito os capacitará]”.
Venha a Cristo!
Na próxima e última mensagem desta série, Deus permitindo, nosso tema será: A IGREJA E A REVOLUÇÃO SEXUAL. Por hora, fica o convite de Jesus. Venha a Cristo e cumpra o imperativo bíblico: Hebreus 13.4: “Honrem o casamento e mantenham pura a união conjugal, pois Deus certamente julgará os impuros e os adúlteros.”
Venha a Cristo. Jesus te convida, venha!
S.D.G. L.B.Peixoto
Mais episódios da série
Uma Teologia de Gênero
Mais episódios da série Uma Teologia de Gênero
Mais Sermões
12 de março, 2023
3 de março, 2019
22 de fevereiro, 2020
8 de outubro, 2017
Mais Séries
O casamento e os pecados sexuais
Pr. Leandro B. Peixoto