23.02.2020
Tiago 1.19-27
19 Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, 20 pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. 21 Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los. 22 Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. 23 Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho 24 e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. 25 Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer. 26 Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum! 27 A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.
Religião verdadeira?
Qual é a religião verdadeira? Existe uma que agrada a Deus? Tiago afirma que sim! Veja que ele não dá nomes nem define uma denominação, Tiago não institucionaliza, mas ensina que “a religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta…” (Tg 1.27).
Mesmo assim, ele é politicamente incorretíssimo, não é verdade? Para os padrões atuais, no mínimo, arrogante, insensível e sem amor. Aliás, a palavra preferida hoje em dia para esse tipo de afirmação, qual é? Intolerância. O sumo bem: inclusão. Mas, não seja rápido para julgar Tiago. O objetivo dele é nos salvar do autoengano.
Por duas vezes nesse parágrafo, o apóstolo fala do risco de nos enganarmos no que diz respeito à nossa religiosidade (Tg 1.22, 26). A afirmação se fundamenta na premissa de que todo mundo, de alguma forma, é religioso. Sendo assim, qual é a religião verdadeira?
Sim, todos são religiosos!
“Espere um pouco!”, alguém poderá se opor e dizer, “Você está dizendo que é impossível para alguém viver sem algum tipo de religião? Eu, por exemplo, não tenho religião. Eu não sou um fanático.” Será?
Timothy J. Keller, quando falou da religião e do evangelho (capítulo 11 de seu livro: A fé na era do ceticismo. Editora Vida Nova), fez uma afirmação absolutamente contundente. Ele disse assim:
No sentido mais amplo, a religião é qualquer sistema de crenças de valores absolutos que molda nossa busca de um tipo específico de vida no mundo. Essa é a razão pela qual é bastante razoável chamar o secularismo de religião, assim como o cristianismo.
Definindo secularização, Aurélio escreveu assim:
Fenômeno histórico dos últimos séculos, pelo qual as crenças e as instituições religiosas se converteram em doutrinas filosóficas e instituições legais.
Percebeu que, essencialmente, o secularismo é uma alternativa humana à religião? Afinal, enquanto o evangelho aponta a salvação pela graça, por meio da fé em Cristo Jesus, o secularismo, por exemplo, aponta a salvação pelo esforço moral, por meio de atitudes sociáveis (agora, a possibilidade disso acontecer é outra coisa). Estude qualquer pensamento filosófico e secular e veja se não existe traços claros de uma religião.
Outra coisa importante a se dizer. Fanáticos não são apenas os “religiosos”. Os “secularizados” também são fanáticos. Afinal, o que é ser “fanático”? “Fanático” é derivado do latim fanaticus, e significa: “estar inspirado, iluminado, estar tomado pela divindade”.
Pare e pense por um instante. É possível não ser fanático? Todos, de uma forma ou de outra, são “tomados” pelo “espírito” daquilo em que acreditam. Portanto, o problema não é ser fanático (é impossível não ser), mas ser fanático sobre a coisa errada e agir sem amor, com intolerância.
Pois bem…
O cristão religioso
O que Tiago se propõe a fazer, a esta altura da carta, é apresentar a religião verdadeira e provar que ela, quando absorvida e adequadamente vivida, produzirá um efeito positivamente transformador no indivíduo e na sociedade. Tiago não quer que nós nos enganemos. Então, qual é a religião verdadeira? Mais especificamente ainda, quem é o cristão religioso?
O cristão religioso…
Recebe a Palavra de Deus
Responde à Palavra de Deus
Reflete a Palavra de Deus
A religião que agrada a Deus é fruto da Palavra de Deus, ela é centrada na Bíblia. Sobre a Bíblia, a declaração doutrinária dos Batistas do Sul dos Estados Unidos, A Fé e a Mensagem Batista, no primeiro artigo traz a seguinte definição:
A Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados e é a revelação do próprio Deus ao homem. É um tesouro perfeito de instrução divina. Deus é o seu autor, a salvação é o seu fim, e a verdade, sem mistura de erro, seu assunto. Portanto, toda a Escritura é totalmente verdadeira e confiável. Revela os princípios pelos quais Deus nos julga, portanto é e continuará sendo até o fim do mundo, o verdadeiro centro da união cristã e o padrão supremo pelo qual toda conduta humana, credos e opiniões religiosas devem ser baseados. Toda a Escritura é um testemunho de Cristo, sendo Ele o próprio foco da revelação divina.
Pois bem… Toda a ênfase de Tiago, no parágrafo que temos diante de nós (Tg 1.19-21), está na Bíblia. Religiosamente enganado é aquele que não conhece, não recebe e não pratica a palavra de Deus.
Por que tanto valor em se receber a palavra de Deus?
Deve-se receber a Palavra de Deus para a salvação.
Tg 1.18, 21 | 18 Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, a fim de sermos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou. 21 (…) aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.
É a “palavra da verdade” que nos vivifica. Ela, quando implantada em nós pela graça e por meio da fé (Gl 3.5), é a única coisa poderosamente capaz de nos salvar e de nos santificar, unindo-nos a Cristo. Mas, por quê? Com diz a declaração doutrinária dos batistas,
Toda a Escritura é um testemunho de Cristo, sendo Ele o próprio foco da revelação divina.
A Bíblia nos revela Jesus Cristo, e conhecê-lo, conforme a revelação que a Bíblia dele faz, é a única forma de salvação (Jo 17.3; Lc 24.25-27).
Outra pergunta que precisamos responder é a seguinte: “o que nos impede de receber a Palavra de Deus?”
Em primeiro lugar, a dureza do nosso coração.
Tg 1.19-20 | 19 Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, 20 pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.
Tiago está dizendo que ao se ouvir a Palavra de Deus, aquela que é a única poderosa para gerar vida e trazer salvação (Tg 1.18, 21), a coisa natural a se fazer é irar-se contra ela, contra Deus que a revela e contra aqueles que a anunciam. O homem natural se opõe a ouvi-la (não somos prontos, rápidos, não estamos disponíveis — grego: táxys); ele fala rapidamente, contra-argumenta prontamente; e, no final, explode contra ela, irando-se contundentemente.
Somos por natureza tão ensimesmados e avessos à palavra de Deus, somos tão senhores de nós mesmos que, adiante na carta, Tiago vai dizer:
Tg 3.1 | Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor.
Tiago sabia o quanto a dureza do nosso coração nos impede de ouvir a voz de Deus; o quanto gostamos de ser donos e senhores da verdade; o quanto somos mestres do nosso próprio destino (e também do dos outros!).
O apóstolo está calcado na sabedoria de Salomão, que dizia:
Pv 18.2 | O tolo não tem prazer no entendimento, mas sim em expor os seus pensamentos.
ARA Ec 5.2-3 | 2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras. 3 Porque dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias.
Além da dureza do nosso coração, segundo Tiago, duas outras coisas nos impedem de receber a Palavra de Deus: paixões corrompidas e pensamentos contaminados. Observe:
Tg 1.19-20 | Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.
Falta de humildade diante da Palavra de Deus, fruto de “impureza moral” e de “maldade que prevalece”, impede a ação de Deus até na vida daqueles em quem ela já foi “implantada”. Agora, se ela foi “implantada” apenas na mente (convencendo) ou de fato no coração (convertendo), ficará reconhecido apenas na prática de vida daqueles que a praticam (Tg 1.22-25).
O cristão religioso sabe que depende da Palavra para a salvação e para a prática da justiça (Tg 1.18-21). Ele, portanto, quebranta o coração, resiste às paixões e rompe com este século. Ouça mais uma vez o apóstolo:
Tg 1.18-21 | 18 Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, a fim de sermos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou. 19 Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, 20 pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. 21 Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.
O cristão religioso recebe a Palavra de Deus.
Ouvir sem praticar, receber sem responder não tem qualquer valor. É autoengano, pura e simplesmente falando. Veja o que diz Tiago:
Tg 1.22-25 | 22 Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. 23 Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho 24 e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. 25 Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer.
Como o cristão pode e deve responder à Palavra de Deus?
Em primeiro lugar, ele se examina à luz da Palavra (Tg 1.22-24). A Palavra é como um espelho que revela quem nós realmente somos. Recorremo-nos constantemente a ela em busca de mais imagens de nós mesmos. Não podemos jamais abandoná-la, sob risco de esquecer quem nós realmente somos. A razão para tanta distorção, para tanta mazela, para tanto sofrimento é que nós não nos enxergamos pelo que realmente somos.
Hernandes Dias Lopes cita uma história registrada no Pão Diário americano de 1982 que é superinteressante. Ela ilustra bem o risco de não se usar a Palavra de Deus para vermos quem nós realmente somos.
Havia um homem idoso, bastante míope, que tinha grande orgulho em atuar como crítico de arte. Um dia, ele visitou um museu com alguns amigos e, imediatamente, começou a fazer suas críticas sobre vários quadros. Parando diante de uma imagem de corpo inteiro, começou a dar a sua opinião. Ele havia deixado seus óculos em casa e não conseguia ver tal retrato com clareza. Com ar de superioridade, ele comentou: “A constituição física desse modelo está simplesmente em desacordo com a pintura. O sujeito é bastante rústico e está miseravelmente vestido. De fato, ele é repulsivo, e foi um grande erro para o artista selecionar esse modelo de segunda classe para pintar esse retrato.” O velho camarada foi seguindo em frente, quando sua esposa o puxou para o lado e sussurrou em seu ouvido: “Querido, você estava se olhando no espelho!”
Não nos esqueçamos do que vemos no espelho. A Bíblia revela quem realmente somos, e uma das maneiras de respondermos à Palavra é deixarmos que ela exponha os nossos pecados, levando-nos à Cristo para cura e salvação.
Os Arrais, na canção “Mais”, que dá nome ao segundo CD da banda, captou muito bem essa verdade de Tiago, quando escreveram:
Descubro quem eu sou, tua palavra me diz
Entendo quem eu fui, quem não mais quero seguir, não
Eu sou um pescador, tua palavra me diz
Te sigo aonde for, faço tudo em teu nome
Praticamos a Palavra de Deus quando nós perseveramos em examinar quem somos à luz de seus ensinamentos.
Além de se examinar por ela, em segundo lugar, o cristão pratica a Palavra quando nela ele busca libertação para os seus pecados. Tiago diz assim: “Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade…” (Tg 1.25).
“Observar atentamente a lei perfeita” é o mesmo que buscar conhecer profundamente o Senhor. Conhecer o Senhor, conhecer a verdade traz perdão (pois nos faz confessar), traz libertação (pois nos traz novo prazer), traz salvação (pois gera fé) — cf. Jo 8.31-32:
31 Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. 32 E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
Busque na Palavra a beleza encantadora de Cristo. Somente ela libertará você dos prazeres passageiros do pecado.
Em terceiro lugar (depois de se examinar e praticar), o cristão responde à Palavra quando por ela ele pauta a sua felicidade. Tiago diz assim: “e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer” (Tg 1.25).
A felicidade não é um objetivo, não é um alvo a ser alcançado, mas uma consequência de um estilo de vida, de um modo de ver e de viver a vida. Feliz é aquele que busca conhecer e praticar a revelação bíblica.
Veja, por exemplo, as Bem-aventuranças de Jesus (Mt 5.1-12). Estudando-as, você descobrirá que a felicidade é sempre o resultado de um viver pautado na Palavra de Deus.
Mt 5.1-12 | 1 Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele, 2 e ele começou a ensiná-los, dizendo: 3 “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. 4 Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. 5 Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. 8 Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. 9 Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus. 11 Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. 12 Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.
Quem pratica a Palavra de Deus é feliz e bem-sucedido em tudo o que faz (Js 1.6-8). O cristão religioso responde à Palavra de Deus.
Os Arrais, mas uma vez, conseguiram traduzir em poesia a verdade de Tiago, ao escreverem que devemos receber e responder à palavra de Deus. A canção é “Não fale”. Veja:
Não fale que o conhece se o esquece em cada esquina
Não fale que o encontra nas suas ondas de fé e não na palavra, não na palavra
Que falta hoje é fé na palavra, que muda quem eu sou não deixa nada
Amando o que é de Deus deixando o mal que tanto amei
Pois se tenho a Cristo tenho a verdade, sim
No ‘assim diz o Senhor’ e não no ‘eu acho que’
Te sigo aonde for, faço tudo em teu nome
Não fale que o conhece se o esquece em cada esquina
Não fale que o encontra nas suas ondas de fé e não na palavra, não na palavra
Que mais há hoje é graça sem juízo, que traga amor e paz sem compromisso
Seguindo tradições de homens não de Cristo
Pois se tenho a Cristo tenho a verdade, sim
No ‘assim diz o Senhor’ e não no ‘eu sinto que’
Não fale que o conhece se o esquece em cada esquina
Não fale que o encontra nas suas ondas de fé e não na palavra, não na palavra…
Praticamos a Palavra de Deus quando a recebemos e quando a ela nós respondemos (examinando-a, praticando-a e pautando por ela a nossa felicidade). Mas, para Tiago tem uma última coisa a ser dita…
Além de receber e de responder, o cristão religioso reflete a Palavra de Deus. Ele a reflete com pelo menos três atitudes: domínio próprio, distinção moral e dedicação pelo próximo. Observe:
Tg 1.26-27 | 26 Se alguém se considera religioso, [domínio próprio] mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum! 27 A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: [dedicação pelo próximo] cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e [distinção moral] não se deixar corromper pelo mundo.
O cristão religioso reflete a Palavra de Deus no domínio próprio, na dedicação pelo próximo e na distinção moral.
Agora, pare, pense e seja honesto: cristãos “fanáticos” assim (tomados pelo Espírito Santo desse jeito, praticantes da Palavra dessa maneira), fariam ou não fariam a diferença na sociedade?
Ao refletir a Palavra de Deus, o cristão transformará o mundo, com palavras e com posturas. Esse é o Cristianismo Vintage (antigo, mas da melhor qualidade) que o mundo desesperadamente precisa.
O cristão religioso
O cristão religioso…
Recebe a Palavra de Deus
Responde à Palavra de Deus
Reflete a Palavra de Deus
E você?
Receberá a Cristo?
Responderá ao chamado de Cristo?
Refletirá o caráter de Cristo?
Cristo, pela Palavra poderosamente implantada no seu coração, pode transformar você e o mundo à sua volta através de você.
Receba a Jesus (arrependimento e fé).
Regozije-se em Jesus Cristo (coma e beba dele para a sua satisfação).
Reparta Jesus Cristo (fale e discipule).
S.D.G. L.B.Peixoto
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