21.02.2020
Tiago 1.1
Eu, Tiago, escravo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, envio esta carta às doze tribos espalhadas pelo mundo.
Saudações.
VINTAGISMO E CULTURA RETRÔ
Você já notou algo de diferente na forma de algumas pessoas se vestirem, maquiarem-se e usarem o cabelo? Já percebeu, por exemplo, as novas tendências nas decorações e nos designs dos carros? Há uma mistura de estilos, baseados no rústico e no contemporâneo, no antigo e no moderno. São as “pitadinhas” de vintage e de retrô no cotidiano de todo mundo.
Vintagismo e cultura retrô estão por toda parte e nas peças mais diversas: arquitetura, eletrodomésticos, roupas, acessórios, sapatos, móveis, músicas, motos, carros etc. Tudo inspirado no comportamento, nas coisas e nos costumes característicos de determinado período e que marcaram época. Chama-se a isto de vintage e de retrô.
Mas, qual é diferença entre eles?
O significado de vintage vem do nome dado a boas colheitas de vinhos. A palavra vem de vint, relativo à safra de uvas, e de age, relativo ao tempo ou idade. Assim, quanto mais velho melhor. No dicionário encontramos as seguintes definições:
Vintage (palavra inglesa). [Enologia] Ano de boa colheita vinícola. Diz-se de vinho fino de uma só colheita, produzido em ano de reconhecida qualidade, (…) Excepcionais, retinto e encorpado, de aroma e paladar muito finos e reconhecido como tal pelo Instituto de Vinho do Porto. [Diversos] Diz-se de produto antigo, mas de excelente qualidade (ex.: mobiliário vintage, sapatos vintage).
Retrô significa “para trás”. É uma releitura do passado, uma retrospectiva daquilo que já foi visto. Trata-se de conceito, produto ou peça lançado no presente com aparência antiga, uma releitura perfeita de estilo antigo. No dicionário encontramos:
Retrô (palavra francesa). Que imita um estilo passado ou anterior. = RETRO
Vintage e retrô, portanto, remetem ao passado. Vintage é algo usado ou antigo. Retrô é algo novo e que imita o vintage, que é “antigo, mas de excelente qualidade”.
CRISTIANISMO VINTAGE
Pois bem, já que está na moda o ser vintage e retrô, nosso objetivo nestes dias será buscar para nós o melhor do cristianismo naquilo que há de mais antigo e disponível. Buscaremos o “cristianismo vintage”. Não buscaremos o retrô porque não pode ser uma mera imitação. Buscaremos o vintage porque é “antigo, mas de excelente qualidade”. Aliás, é da melhor qualidade, atemporal, transcultural e precisa ser desfrutado em todas as épocas, inclusive hoje. Portanto, Cristianismo Vintage: exposições na carta de Tiago.
Por que Tiago?
Há pelo menos três boas razões para nos dedicarmos ao estudo desta carta:
A carta que temos em mãos é muito especial. Além de ser inspirada por Deus, de ser a mais antiga do Novo Testamento e de ser distintamente prática, a carta de Tiago foi lavrada por um irmão de Jesus. Pense por um instante sobre isto. É fascinante. Principalmente quando nós levamos em conta algo da intimidade familiar do Senhor.
Jesus cresceu em um lar pobre, o que se acentuava pelo número de membros daquela família. Faça as contas: José + Maria + Jesus + Tiago + José + Simão + Judas + duas irmãs (no mínimo) = 9 pessoas sob o mesmo teto! Sabe o que isto significa? Tiago dividiu, por quase 30 anos, não apenas o mesmo lar, mas o mesmo quarto e as mesmas atividades com Jesus (afinal, Tiago era o mais velho depois de Jesus e, com certeza, o mais próximo em função da idade). Foi muita intimidade.
A proximidade entre Jesus e Tiago era tamanha que não há dúvidas sobre a influência dos ensinos do Senhor na vida do irmão. Por exemplo, uma contagem simples revelará que há pelo menos 20 pontos em comum entre os ensinos de Tiago e alguns dos ensinos de Jesus no Sermão do Monte.
Agora, espere um pouco! O evangelho de Mateus (datado de cerca do ano 60 d.C.) foi escrito depois da carta de Tiago — o documento mais antigo do Novo Testamento (datada, conforme já mencionamos, de cerca do ano 45 d.C.). Em outras palavras: o Evangelho de Mateus foi escrito pelo menos 15 anos depois da escrita de Tiago.
Outra coisa. Tiago se converteu somente após a morte e a ressurreição de seu irmão Jesus. Então, como é possível haver na carta do irmão do Senhor tantos ensinos em consonantes com o Sermão do Monte?
A conversão a Cristo, Tiago deve ter se dedicado ao estudo dos ensinos de Jesus que, à época, circulavam através da tradição oral dos apóstolos. No entanto, parece haver algo mais no caso de Tiago. Podemos dizer que, desde a infância, Tiago, mesmo que com relutância, já ouvia Jesus esboçar o que viera para ensinar. Tiago e os demais podem muito ter ouvido de primeira mão os principais pensamentos e ensinamentos de Jesus acerca do Reino de Deus. Imaginem esses adolescentes conversando! Pensem nesses jovenzinhos discutindo “teologia do Antigo Testamento”. Isto não é maravilhoso? É maravilhoso demais para mim. E creio que deve ser maravilhosos para todo mundo.
Pois bem, além de inspirado, Tiago é vintage (antigo, mas de excelente qualidade), é prático (para uma época prática como a nossa) e vem do coração de quem conviveu bem de perto com Jesus Cristo (de um irmão).
O CRISTÃO VINTAGE
Ora, em época tão confusa como a nossa, carente de caráter e de consistência, arrisco a dizer que o cristianismo poucas vezes foi tão necessário. Digo necessário não porque houve um tempo em que ele não o fosse, mas porque neste nosso tempo ele tem sido tão criticado, renegado e deturpado que precisa ser urgentemente redescoberto.
Esse cristianismo “antigo, mas de excelente qualidade” é o que nós temos em Tiago. Cristianismo vintage é o que nós precisamos. Então, o que há de vintage em Tiago? O que há de antigo, mas de excelente qualidade na carta escrita pelo irmão mais velho depois de Jesus? Vejamos a carta como um todo, antes de mergulharmos em seus detalhes à partir das próximas exposições. Descubramos o que é “Cristianismo vintage”.
Cristianismo vintage produz cristãos vintage. Assim, que tipo de cristianismo Tiago nos apresenta? O que é cristianismo vintage? Com o que se parece o cristão vintage?
1 O cristão vintage é obediente
Tiago usa mais de 50 imperativos em seus curtos cinco capítulos e 108 versículos. Isto perfaz uma média de um imperativo para cada dois versículos. Você tem noção? Não resta dúvida, portanto, o cristão precisa ser obediente. Deus falou, nós obedecemos. Sem questionamentos. Um exemplo do que há nesta carta, Tiago 1.19-25:
19Entendam isto, meus amados irmãos: estejam todos prontos para ouvir, mas não se apressem em falar nem em se irar. 20A ira humana não produz a justiça divina. 21Portanto, removam toda impureza e maldade e aceitem humildemente a palavra que lhes foi implantada no coração, pois ela tem poder para salvá-los.
22Não se limitem, porém, a ouvir a palavra; ponham-na em prática. Do contrário, só enganarão a si mesmos. 23Pois, se ouvirem a palavra e não a praticarem, serão como alguém que olha no espelho, 24vê a si mesmo, mas, assim que se afasta, esquece como era sua aparência. 25Se, contudo, observarem atentamente a lei perfeita que os liberta, perseverarem nela e a puserem em prática sem esquecer o que ouviram, serão felizes no que fizerem.
James Montgomery Boice (que foi pastor por muitos anos da histórica 10a Igreja Presbiteriana de Filadélfia, nos EUA), em sua exposição da carta de Tiago, afirma que, por ser tão prática, é surpreendente que ela não seja mais popular. Afinal, já dissemos, nós vivemos em uma época prática. Então, por que Tiago não é tão popular? Boice escreveu:
Eu acredito que o problema seja exatamente esse. Tiago é prático demais ao lidar com os nossos defeitos, erros e pecados pessoais. Ele é tão prático e direto que nós não podemos escapar com facilidade de suas exortações e de seus ensinamentos.
A praticidade de Tiago nos incomoda. E incomoda mesmo!
Li sobre a história de um pregador batista do sul dos EUA. No sermão, quando ele apontava o pecado dos jogos de azar, uma mulher, sentada na fila da frente, exclamava: “Pregue sobre isso, irmão!”. Em seguida, enquanto ele exortava sobre o pecado da embriagues, ela falou: “Amém, irmão!”. Depois foi a vez de ele condenar a imoralidade sexual, ao que ela exclamou: “Aleluia!”. Até que o pastor mudou de assunto e passou a condenar a fofoca. Foi quando lá do púlpito ele pôde ver a mulher se inclinando para a irmã ao lado dela e ler seus lábios dizendo: “Xi! Agora ele começou a ficar moralista demais. Não está pregando, ele está se intrometendo. Detesto moralismo!”
Com efeito, de tão prático e pontual, Tiago se torna um incômodo para muita gente. Cristianismo vintage, no entanto, nos remete à obediência, à prática dos imperativos de Deus. Não podemos ser apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra. Obedientes a Deus. O cristão vintage é obediente.
Um testemunho sobre a importância da obediência.
O popstar Justin Bieber lançou seu novo álbum no Dia dos Namorados nos EUA (último dia 14 de fevereiro, 2020), sentou-se para uma entrevista bastante íntima e pessoal com o entrevistador Zane Lowe da Apple Music, e falou extensivamente sobre sua fé em Jesus e o quanto ele cresceu como crente. A seguir, um trecho do que Bieber disse a respeito da péssima condição na qual ele se encontrava em 2017 e que resultou no cancelamento da turnê mundial:
Eu simplesmente não sabia que diabos estava acontecendo, então eu realmente mergulhei profundamente em minha fé, para ser honesto, eu apenas mergulhei.
Após uma série de contratempos de 2013 a 2017, Bieber decidiu mudar totalmente de vida, agarrando-se à fé cristã que ele conhecia e professava apenas nominalmente, enquanto ele buscava tratar de sua saúde mental e física.
Antes da “transformação”, ele admitiu na entrevista que “cria em Jesus”, mas não estava vivendo a vida de um seguidor, de um discípulo de Jesus. Afirmou o cantor:
Eu realmente não seguia Jesus… Quando se diz seguir Jesus, isto significa realmente afastar-se do pecado. Como se fala na Bíblia: não há fé sem obediência. Eu tinha fé do tipo “Creio que Jesus morreu na cruz por mim, mas nunca implementei realmente esta realidade na minha vida”. Eu nunca tinha dito, tipo “Eu vou ser obediente [a Cristo]”.
Justin Bieber agora é um homem casado (preparou-se para o casamento lendo um livro de Timothy Keller: O Significado do Casamento, editora Vida Nova) e testemunha que, por causa de Cristo, afastou-se da vida de pecado, como fornicação e drogas. Durante um período sabático (de 2017 até recentemente), ele tirou um tempo para cuidar de si mesmo e, nesse processo, fortaleceu sua própria compreensão de “quem Jesus realmente é”. Atesta o cantor:
Eu tive exemplos muito ruins de cristãos em minha vida. Diziam uma coisa e faziam outra. Eles eram o meu exemplo direto de quem Jesus era. Eu não levei Jesus a sério porque não tinha bons exemplos.
Foi apenas ao olhara para “quem Jesus realmente é” que Bieber se voltou para a salvação. Ele testemunhou:
Então, agora, a maneira como vejo meu relacionamento com Deus e com Jesus é tipo: não estou tentando ganhar o amor de Deus fazendo coisas boas. Deus já me amou sendo quem eu sou, antes de eu fazer qualquer coisa para merecer e merecê-lo. É um presente gratuito ao aceitar Jesus e apenas dar sua vida a Ele, e o que Ele fez é o presente. O perdão é aquilo para o que olhamos e dizemos: “Vou te adorar, Deus, porque você me deu algo tão bom.”
Se é verdadeira a conversão de Justin Bieber apenas o tempo e os frutos atestarão. Sim, a julgar pelas palavras proferidas na entrevista, algumas coisas precisam ser ajustadas na soteriologia do popstar. Mas ele já parece bem perto. Contudo, o que me chama a atenção nesta entrevista é o que ele diz sobre fé e testemunho.
“Não há fé sem obediência”, disse o cantor. De fato, parece que Justin Bieber já leu a carta de Tiago. Bieber também atestou sobre o quanto maus testemunhos de cristãos ao seu redor o mantiveram com uma imagem distorcida de Cristo e longe da salvação.
O discípulo de cristo é obediente, praticante da Palavra. Deve ser assim. O cristão precisa ser vintage, precisa ser obediente à palavra de Deus.
2 O cristão vintage vive na comunhão da igreja
É impressionante como, na era das redes e mídias sociais, nós nos tornamos tão antissociais. Relacionamo-nos virtualmente. E com muitas reservas. Somos superficiais. Frios. Distantes. Não queremos ficar sozinhos. Estamos sempre “conectados”. Mas vivemos sozinhos.
Richard J. Foster, no livro Celebração da Disciplina, dentre outras coisas tão lindas, fala de solitude. Foster aponta que Dietrich Bonhoeffer (Vida em Comunhão, editora Sinodal) deu a um de seus capítulos o título de “O Dia Juntos”, e com muita percepção intitulou o capítulo seguinte como “O Dia Sozinho”. Ambos são fundamentais (comunhão e solidão) para o êxito espiritual. Bonhoeffer escreveu que
Aquele que não consegue estar sozinho, tome cuidado com a comunidade. […] Aquele que não vive em comunidade, cuidado com o estar sozinho. […] Cada uma dessas situações tem, em si mesma, profundas ciladas e perigos. Quem desejar a comunhão sem solitude mergulhará no vazio de palavras e sentimentos, e quem buscar a solitude sem comunhão perecerá no abismo da vaidade, da autoexaltação e do desespero.
Baseando-se nessas palavras, Richard J. Foster concluiu:
Portanto, se desejarmos estar com os outros de modo significativo, deveremos buscar o silêncio recriador da solitude. Se desejarmos estar sozinhos em segurança, deveremos buscar a companhia e a responsabilidade dos outros. Se desejarmos viver em obediência, deveremos cultivar a ambos [solitude e comunhão].
Tiago, com seu cristianismo vintage, recomenda-no a convivência, a comunhão na igreja local. Em 108 versículos, ele usa nada menos que 15 vezes o substantivo “irmãos” para se dirigir aos seus leitores — a média é de uma vez a cada sete versículos. Das 15 vezes, em 3 ocasiões ele acrescenta o adjetivo “amados”, e na maioria das vezes ele usa o pronome possessivo “meus” — “Meus irmos”; “Meus amados irmãos”.
Como eu gosto disso em Tiago! Ele é carinhoso. É terno. É pessoal. É cuidadoso. Todas essas, qualidades de alguém que vive e recomenda a comunhão. Alguém com a alma pacificada. Um pacificador. Precisamos de cristãos assim. Aliás, cristãos devem ser assim. O oposto disso não é cristianismo.
Além de destacar as qualidades de alguém que preza pela convivência, Tiago também apresenta a necessidade da regularidade das reuniões, dos cultos coletivos da igreja. Isso pode ser visto no capítulo 2, onde se lê no verso 2:
Se, por exemplo, alguém chegar a uma de suas reuniões [synanōgēn] …
Ora, Tiago recomenda a convivência, a reunião coletiva, a assembleia dos santos para oração, adoração, pregação, ceia, ofertório, convivência, testemunhos, enfim, para tudo o que está envolvido no culto cristão.
Mais tarde, quando dirigia o Concílio de Jerusalém, ele deixou muito claro a sua visão de comunhão, de integração e de convivência na igreja. Atos 15.13-19:
13Quando terminaram de falar, Tiago se levantou e disse: “Irmãos, ouçam-me! 14Pedro lhes falou sobre como Deus visitou primeiramente os gentios para separar [separar com se pega peixes na rede; Lc 5.5] dentre eles um povo para si. 15E isso está em pleno acordo com o que disseram os profetas. Como está escrito: 16‘Depois disso voltarei e restaurarei a tenda caída de Davi. Reconstruirei suas ruínas e a restaurarei, 17para que o restante da humanidade busque o Senhor, incluindo os gentios, todos os que chamei para serem meus. O Senhor falou, 18aquele que tornou essas coisas conhecidas desde a eternidade’. 19“Portanto, considero que não devemos criar dificuldades para os gentios que se convertem a Deus.
Deus nos chama e nos reúne para a comunhão na igreja. Cristianismo vintage, portanto, recomenda-nos convivência. O cristão vintage vive na comunhão da igreja local.
3 O cristão vintage é coerente
Parece que os dois últimos versículos do capítulo 1 de Tiago resumem bem a mensagem da carta como um todo. Leia, Tiago 1.26-27:
26Se algum de vocês afirma ser religioso, mas não controla a língua, engana a si mesmo e sua religião não tem valor. 27A religião pura e verdadeira aos olhos de Deus, o Pai, é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.
Nesses versículos Tiago estabelece um contraste entre a religião verdadeira e a falsa. Tiago fala de coerência. Podemos pensar e proclamar que somos religiosos, porém, a menos que a nossa religião seja marcada por certas características nítidas (e que nos remetem ao cuidado do próximo; 2Co 5.16), estamos enganando a nós mesmos e a nossa “religião não tem valor”.
Para Tiago, a espiritualidade cristão se apoia no amor (obras) e o amor se expressa em três características distintas: [1.] controlar a língua — falar em amor; [2.] cuidar dos órfãos e das viúvas — servir em amor; [3.] consagrar-se a Deus ou “não se deixar corromper pelo mundo” — consagrar-se a Deus em amor.
Cristianismo vintage requer coerência, exige uma vida pautada pelo amor — falar em amor, servir em amor, consagrar-se a Deus em amor. Se não for assim, a nossa fé não terá qualquer valor. Fé sem obras (amor) é morta (Tg 2.14-26). A fé precisa ter coerência. O cristão vintage é coerente.
4 O cristão vintage é confiante
Cristianismo vintage reflete confiança. O cristão vintage é confiante, confiante em Cristo.
Confiante em Cristo como Salvador. Tiago 2.1:
Meus irmãos, como podem afirmar que têm fé [confiança] em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo…
Confiante em Cristo como Senhor. Tiago 1.1:
Eu, Tiago, escravo [servo] de Deus e do Senhor Jesus Cristo,…
Confiante em Cristo como fundamento ético e moral. Ora, Tiago conhecia a fundo tanto o Sermão do Monte como os outros discursos de Jesus. Já dissemos que há mais de 20 citações diretas e indiretas do Mestre nesta carta. É bem verdade que em nenhum momento Tiago citou formalmente o Senhor, mas ele estava tão impregnado do ensino de Cristo que passou a refleti-lo automaticamente em suas posturas e palavras.
Confiante em Cristo para a satisfação da alma. Tiago condena veementemente a fragilidade dos planos humanos (4.13-17), a instabilidade da riqueza (1.9-11), a infelicidade do orgulho por causa da posição social (2.1-11) e a impiedade da exploração de mão de obra barata (5.16). É como se ele estivesse destruindo um a um todos os principais ídolos do nosso tempo: ego, dinheiro, consumo, prestígio e exploração.
O chamado de Tiago é para nos tornarmos filhos e servos de Jesus, para fundamentarmos nossa vida nos ensinos de Jesus e para satisfazermos nossa alma em Jesus, não em produtos, pessoas ou posições.
Cristianismo vintage representa confiança. Confiança em Jesus. O cristão vintage é confiante, ele confia em Jesus Cristo.
5 O cristão vintage é perseverante
Por fim, mas não menos importante, Tiago nos ensina que cristianismo vintage reforça a perseverança. O cristão vintage é perseverante/
Perseverança para vencer as provações. Tiago 1.2-8:
2 Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria sempre que passarem por qualquer tipo de provação, 3 pois sabem que, quando sua fé é provada, a perseverança tem a oportunidade de crescer. 4 E é necessário que ela cresça, pois quando estiver plenamente desenvolvida vocês serão maduros e completos, sem que nada lhes falte.
5 Se algum de vocês precisar de sabedoria, peça a nosso Deus generoso, e receberá. Ele não os repreenderá por pedirem. 6 Mas, quando pedirem, façam-no com fé, sem vacilar, pois aquele que duvida é como a onda do mar, empurrada e agitada pelo vento. 7 Ele não deve esperar receber coisa alguma do Senhor, 8 pois tem a mente dividida e é instável em tudo que faz.
Perseverança para vencer os pecados. Tiago 4.7-10:
7 Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. 8Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês. Lavem as mãos, pecadores; purifiquem o coração, vocês que têm a mente dividida. 9Que haja lágrimas, lamentação e profundo pesar. Que haja choro em vez de riso, e tristeza em vez de alegria. 10Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.
Cristianismo vintage reforça a perseverança. Perseverança para vencer os principais adversários do crescimento e do amadurecimento cristãos. As provações queimam as nossas raízes e os pecados sufocam as folhas e os frutos da fé. Ambos esterilizam. Ambos matam. Ambos destroem. Tiago diz que devemos perseverar. Como? Recebendo e permanecendo em Jesus. João disse assim, João 1.12:
Mas, a todos que creram nele e o aceitaram, ele deu o direito [exousian — poder, autoridade] de se tornarem filhos de Deus.
Essa palavra — direito — foi usada em outro contexto, o que nos ajuda a entender melhor o seu significado. Lucas 12.5:
Mas eu lhes direi a quem devem temer. Temam a Deus, que tem o poder [exousian — poder, autoridade] de matar e lançar no inferno. Sim, a esse vocês devem temer.
Creia, receba a Cristo e obtenha poder para perseverar. O cristão vintage é perseverante.
CRISTIANISMO VINTAGE
Deus permitindo, nós seguiremos a estrada pela carta de Tiago nos próximos dias. Falaremos sobre a vida de Tiago na próxima exposição. Aprenderemos sobre o cristão consistente.
Por ora, espero em Deus que você tenha sido convencido da necessidade que temos de um cristianismo de excelente qualidade, do cristianismo vintage, do cristianismo apresentado por Tiago — que prega obediência, comunhão, coerência, confiança e perseverança em Jesus Cristo.
Creia em Cristo e receba o poder, a autoridade, o direito de viver essa vida cristã maravilhosa, essa liberdade extasiante, essa alegria contagiante.
Cristianismo vintage é o que mais precisamos nestes tempos. Ele está disponível para você. Receba hoje mesmo Jesus Cristo em seu coração com arrependimento é fé.
S.D.G. L.B.Peixoto
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