08.04.2018
O FRUTO DA PÁSCOA
1Pedro 3.18
Pois Cristo também sofreu por nossos pecados, de uma vez por todas. Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los a Deus. Sofreu morte física, mas foi ressuscitado pelo Espírito,
Páscoa é para a vida toda
Para os cristãos, a Páscoa não terminou. Ela nunca termina, jamais terminará.
A Páscoa é o evento mais importante da história (mais até que o Natal!). Sem a Páscoa, não haveria razão para a nossa fé (pois não teríamos um cordeiro substituto, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”— Jo 1.29). Deus até poderia ter-se feito carne e habitado sem pecado entre nós, como, de fato, ele o fez (i.e., Natal), mas se Cristo não tivesse morrido no lugar do pecador e ressuscitado da morte (i.e., Páscoa), não restaria para nós esperança de vida eterna, não haveria para nós um novo e vivo caminho de volta até Deus. Paulo testificou:
1Coríntios 15.14 (NVT) | E, se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é inútil, e a fé que vocês têm também é inútil.
Sem a Páscoa, sem o “Cristo, nosso Cordeiro pascal, [que] foi sacrificado”(1Co 5.7), nós permaneceríamos condenados em nossos pecados. Não é exagero nenhum, portanto, dizer que a Páscoa é a data mais importante para os cristão, mais até que o Natal. O Natal colocou Deus entre nós (Jo 1.14). O problema, no entanto, permaneceu: pecadores não têm acesso a Deus. A Páscoa, porém, nos conduziu a Deus. Reveja:
1Pe 3.18 | Pois Cristo também sofreu por nossos pecados, de uma vez por todas. Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los a Deus. Sofreu morte física, mas foi ressuscitado pelo Espírito,
Portanto, é a Páscoa que nos permite viver plenamente o Natal. Sem a Páscoa o Natal seria apenas uma vitrine, pois nós continuaríamos separados pela barreira do pecado, contemplando Deus à distância. A Páscoa nos deu Deus, conduziu-nos a ele. O fruto da Páscoa é a nossa comunhão com Deus. O fruto da Páscoa não é chocolate. O fruto da Páscoa é Deus. Por isto é que afirmo: Páscoa é para a vida toda.
Deus é o evangelho
A Páscoa é o coração do evangelho. Paulo resumiu assim:
1Coríntios 15.3-4 (NVT) |3Eu lhes transmiti o que era mais importante e o que também me foi transmitido: Cristo morreu por nossos pecados, como dizem as Escrituras. 4Ele foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, como dizem as Escrituras.
Já dissemos, mas não pecamos por reafirmar: a Páscoa nos proporciona perdão(Cristo morreu por nossos pecados, v. 3) e vida eterna(Jesus foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, v. 4). Agora, você já se perguntou por que o perdão de Deus tem algum valor? E quanto à vida eterna? Você alguma vez se perguntou por que uma pessoa iria querer ter vida eterna? Por que deveríamos desejar viver eternamente? Ora, tais indagações, como bem observou John Piper, têm importância porque é possível querer o perdão e a vida eterna por razões que provam que você de fato não os tem.
Vejamos o perdão, por exemplo.Você pode querer perdão de Deus por ser infeliz com sentimentos de culpa. Você quer apenas um alívio. Se você crê que Deus o perdoa, então terá algum refrigério, mas não necessariamente a salvação. Se deseja o perdão simplesmente por causa de alívio emocional, não terá o perdão de Deus. Ele não o dá para aqueles que o usam unicamente para obter as suas graças e não desejam ter a ele mesmo.
Ou você pode querer ser curado de uma enfermidade ou conseguir um emprego ou encontrar um cônjuge ou construir uma vida estável e de bem estar. Você, então, toma conhecimento de que Deus pode ajudá-lo a conquistar estas coisas, mas que primeiramente os seus pecados deveriam ser perdoados. Alguém orienta você a crer que Cristo morreu pelos seus pecados, e que se você crer nisto, seus pecados serão perdoados. Você então crê a fim de remover o obstáculo à saúde, ao emprego, ao cônjuge e à vida estável e feliz. Pergunto: seria essa é a salvação do evangelho? Penso que não.
Em outras palavras, importa e importa muito o que se espera obter através do perdão. Importa o porquê de desejá-lo. Se quiser o perdão exclusivamente pelo interesse de saborear a criação, então o Criador não é honrado e você não está salvo.
O perdão é precioso por uma razão definitiva:ele o capacita a desfrutar comunhão com Deus. Se não quiser o perdão por essa razão, não o terá de maneira alguma. Deus não será usado como moeda para a aquisição de ídolos.
Outra pergunta: por que queremos vida eterna? Alguém pode dizer: porque o inferno é única alternativa ao céu, e essa é dolorosa. Outro pode dizer: porque não haverá tristeza lá. Outro pode dizer: meus entes queridos foram para lá e quero estar com eles. Outros podem sonhar com prazeres e comidas e estilo de vida incessantes. Ou riquezas mais nobres. Em todos estes propósitos uma coisa está faltando: Deus.
O motivo salvífico para se querer a vida eterna é apresentado em João 17.3:
E a vida eterna é isto: conhecer a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste ao mundo.
Se você não desejar a vida eterna porque ela representa satisfação em Deus, então você não terá vida eterna.Simplesmente mentimos a nós mesmos que somos cristãos, se usarmos o glorioso evangelho de Cristo para conseguir o que amamos mais do que a Cristo. As “boas novas” não se mostrarão boas a ninguém para quem Deus não seja o benefício principal. Deus é o evangelho. O fruto da Páscoa é Deus.
Como o evangelho nos conduz a Deus
Deus é o evangelho. E é o evangelho (i.e., o próprio Deus) que nos conduz a Deus. Então, como e para quê? De volta ao nosso texto do início.
1Pe 3.18 | Pois Cristo também sofreu por nossos pecados, de uma vez por todas. Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los a Deus. Sofreu morte física, mas foi ressuscitado pelo Espírito,
Nossa condução a Deus não foi barata. Custou a vida do Filho de Deus:
1Pedro 1.18-19 (NVT) | 18Pois vocês sabem que o resgate para salvá-los do estilo de vida vazio que herdaram de seus antepassados não foi pago com simples ouro ou prata, que perdem seu valor, 19mas com o sangue precioso de Cristo, o Cordeiro de Deus, sem pecado nem mancha.
Sobre o sofrimento e a morte de Jesus, sobre o sengue derramado que nos proporcionou salvação; sobre como e para quê, o texto de Pedro já lido nos ensina cinco verdades:
1. Pois Cristo também sofreu por nossos pecados
O maior problema do ser humano é o pecado.Não é a fome, não sãos os conflitos e as desigualdades sociais, não é falta de educação ou de políticas públicas, nem é o diabo. Nosso maior problema é o pecado. Todas as outras mazelas são fruto do pecado. Isaías coloca assim:
Isaías 59.2 (NVT) |Foram suas maldades que os separaram de Deus; por causa de seus pecados, ele se afastou e já não os ouvirá.
O que causa todo transtorno no mundo e, principalmente, o que nos separa de Deus é o pecado. O pecado é o maior problema do ser humano. Foi por isso que Cristo sofreu e morreu “pelos pecados”, como uma oferta voluntária (Jo 10.18).
2. Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores
A morte de Jesus foi substitutiva: “o justo pelos injustos”. Ele morreu em nosso lugar. Ele se fez maldição por nós.
Gálatas 3.13 (NVT) |Mas Cristo nos resgatou da maldição pronunciada pela lei tomando sobre si a maldição por nossas ofensas. Pois as Escrituras dizem: “Maldito todo aquele que é pendurado num madeiro”.
Jesus se colocou entre nós e a ira de Deus, salvando-nos dela:
Romanos 5.9 (NVT) | E, uma vez que fomos declarados justos por seu sangue, certamente seremos salvos da ira de Deus por meio dele.
Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores, o justo morreu pelos injustos para salvá-los da ira de Deus.
3. Cristo sofreu e morreu de uma vez por todas
A morte de Jesus foi única e jamais se repetirá. Não há mais qualquer necessidade de rituais, missas ou sacrifícios, pois todos eles, incompletos e imperfeitos que eram (Hb 10.10-18), apontavam para o que Cristo realizou “de uma vez por todas”.
4. Sofreu morte física, mas foi ressuscitado pelo Espírito
O sacrifício de Jesus pelo pecado foi aceito por Deus. Prova é que ele foi “ressuscitado [vivificado] pelo Espírito”, ele ressuscitou. Não precisamos mais de outro ritual ou sacrifício. Devemos, sim, nos lembrar dele na Ceia.
5. Cristo sofreu e morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los a Deus
Ao morrer e ressuscitar, Jesus abriu um novo e vivo caminho para Deus (Hb 10.22). Nós agora podemos desfrutar do benefício de viver na presença de Deus. Deus é o evangelho. E é o evangelho (i.e., o próprio Deus) que nos conduz a Deus.
O fruto da Páscoa
Graças a Deus pela Páscoa, não apenas porque Cristo morreu e ressuscitou, mas pelo que a sua obra para nós conquistou. O fruto da Páscoa é Deus.
1Pedro 3.18 (A Mensagem) |Afinal, o que Cristo definitivamente fez: sofreu por causa dos pecados dos outros, o Justo pelos injustos. Ele enfrentou tudo isso — foi morto e ressuscitou — para nos conduzir a Deus.
O Senhor Deus é a maior dádiva do Evangelho. Foi ele mesmo que nos conduziu a si mesmo. O fruto da Páscoa é Deus. Desfrute dele para sempre.
A maneira como Jonathan Edwards expressou essas verdades em um sermão para a sua igreja em 1731 é digna de nossa cuidadosa observação. Ouça atentamente um trecho daquela mensagem e deixe-o despertá-lo à verdadeira excelência do perdão e da vida eterna(Os Sermões de Jonathan Edwards: Um Leitor[New Haven: Yale University Press, 1999], pp. 74-75):
Os redimidos têm todos os seus reais benefícios em Deus. O próprio Deus é o maior bem que possuem e desfrutam por meio da redenção. Ele é o bem mais sublime, e a soma de todos os benefícios que Cristo adquiriu. Deus é a herança dos santos; Ele é a porção de suas almas. Deus é a sua riqueza e o seu tesouro, seu alimento, sua vida, sua moradia, seu adorno e coroa, sua honra e glória eternas. Eles não têm ninguém no céu, além de Deus; Deus é o grande bem a quem os redimidos são acolhidos na hora da morte, e para o qual eles ressuscitarão no fim dos tempos. O Senhor Deus, Ele é a luz da Jerusalém celestial; é o “rio da água da vida” que corre, e a árvore da vida que cresce, “no meio do paraíso de Deus”. As magníficas excelências e beleza de Deus serão o que, por todo o sempre, nutrirão os pensamentos dos santos, e o amor de Deus será o seu banquete eterno. Os redimidos desfrutarão de outras coisas; eles desfrutarão dos anjos, e desfrutarão uns dos outros: mas o que eles apreciarão nos anjos e uns nos outros, ou em qualquer outra coisa, o que irá conceder-lhes gozo e satisfação, será o que, de Deus, é visto neles.
O fruto da Páscoa é Deus. Desfrute dele para sempre.
Sl 16.11 (NTLH) |Tu me mostras o caminho que leva à vida. A tua presença me enche de alegria e me traz felicidade para sempre.
S.D.G. L.B.Peixoto
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