26.06.2016
O PREPARO PARA A OPERAÇÃO GRANDE COMISSÃO
Atos 1.12-26
12 Então eles voltaram para Jerusalém, vindo do monte chamado das Oliveiras, que fica perto da cidade, cerca de um quilômetro. 13 Quando chegaram, subiram ao aposento onde estavam hospedados. Achavam-se presentes Pedro, João, Tiago e André; Filipe, Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelote, e Judas, filho de Tiago. 14 Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele. 15 Naqueles dias Pedro levantou-se entre os irmãos, um grupo de cerca de cento e vinte pessoas, 16 e disse: “Irmãos, era necessário que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse por boca de Davi, a respeito de Judas, que serviu de guia aos que prenderam Jesus. 17 Ele foi contado como um dos nossos e teve participação neste ministério”. 18 (Com a recompensa que recebeu pelo seu pecado, Judas comprou um campo. Ali caiu de cabeça, seu corpo partiu-se ao meio, e as suas vísceras se derramaram. 19 Todos em Jerusalém ficaram sabendo disso, de modo que, na língua deles, esse campo passou a chamar-se Aceldama, isto é, campo de Sangue.) 20 “Porque”, prosseguiu Pedro, “está escrito no Livro de Salmos: “‘Fique deserto o seu lugar, e não haja ninguém que nele habite’; e ainda: “‘Que outro ocupe o seu lugar’. 21 Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, 22 desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição.” 23 Então indicaram dois nomes: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo, e Matias. 24 Depois oraram: “Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tens escolhido 25 para assumir este ministério apostólico que Judas abandonou, indo para o lugar que lhe era devido”. 26 Então tiraram sortes, e a sorte caiu sobre Matias; assim, ele foi acrescentado aos onze apóstolos.
A Operação Grande Comissão
O livro de Atos dos Apostolos registra como a Operação Grande Comissão foi para as ruas; conta-nos como Deus iniciou o movimento que, através de seus discípulos, deverá alcançar o mundo com o evangelho de Jesus Cristo, partindo de Jerusalém, até chegar aos confins da terra.
De forma especial, o capítulo 1, como já vimos, aponta alguns detalhes desta operação (no que ela consiste, quais são os alvos, quem são as pessoas, qual é o mandado, etc.) e nos informa dos perigos que corre a operação. Hoje, voltando-nos mais uma vez para este trecho inicial de Atos, nós estudaremos de que forma Deus nos prepara para o cumprimento da Grande Comissão.
Entre a ascensão de Jesus (At 1.9-11) e o dia de Pentecostes (At 2), 10 dias se passaram. O trecho que nós lemos no início, portanto, conta o que aconteceu neste curto espaço de tempo, enquanto os discípulos aguardavam o “poder” que o Senhor lhes havia prometido (At 1.4-8).
Aqui nós descobrimos um fato marcante. Estes discípulos, após receberem a Grande Comissão e Jesus subir aos céus, em vez de arregaçarem imediatamente as mangas e partirem para o trabalho, tiveram que esperar, ficaram 10 dias “aguardando” em Jerusalém. Pare e pense sobre isto.
Parada para preparação
Assim como no caso dos discípulos, nós somos pessoas de ação. Especialmente a nossa geração. Queremos que as coisas aconteçam imediatamente, com a rapidez de um clique, com a instantaneidade de uma publicação ou de uma visualização. Queremos movimento, principalmente quando julgamos importantes os desdobramentos. Deus, porém, fez os discípulos esperarem.
O Espírito não desceu imediatamente após a ascensão do Senhor. Os discípulos não saíram imediatamente para pregar. Houve um “atraso” de 10 dias. Aquela foi uma parada para preparação.
Apesar de detestarmos, Deus constantemente separa períodos de espera para as nossas vidas. Geralmente são os piores momentos para vivermos “parados”. Queremos fazer e acontecer, mas o Senhor nos faz esperar. Pedimos a Deus para agir, mas ele permanece como está, calado como uma pedra. Esperar se torna uma tortura, pois temos todas as justificativas do mundo para ver as coisas andarem conforme desejamos.
No entanto, quando olhamos para Atos 1.12-26, descobrimos que quando Deus nos coloca na sala de espera, aquele não é um período de absoluta inatividade. Na maior parte, com toda a certeza dos céus, os longos dias, meses ou anos de espera nada mais são do que um período indispensável de preparação. Algumas vezes isso fica claro para nós; noutras vezes nem tanto.
Quando Deus nos põe para esperar ele trata em nós o caráter, aperfeiçoa em nós a capacidade para realizarmos alguma coisa que ele deseja que façamos ou desenvolve em nós o contentamento. Todos estes, elementos indispensáveis para a glória de Deus e o bem do nosso próximo. Portanto, nunca será bom se prosseguirmos sem o preparo divino.
O preparo para a Operação Grande Comissão
A segunda metade de Atos 1, ou seja: o texto que lemos no início (vs. 12-26) revela de forma especial como Deus estava preparando aqueles discípulos nos 10 dias que os fez esperar. Só que, na maioria dos casos, não são apenas 10 dias que nós esperamos, mas 10 meses, 10 anos ou muito mais.
Como Deus estava preparando aqueles discípulos para a OGC?
O período de 10 dias foi um tempo para os discípulos praticarem a disciplina da obediência. Lucas nos informou o seguinte:
At 1.4-5 | 4 Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. 5 Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo”.
Adiante nós lemos que os discípulos foram obedientes nesta disciplina:
At 1.9, 12 | 9 Tendo dito isso, foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu da vista deles. […] 12 Então eles voltaram para Jerusalém, vindo do monte chamado das Oliveiras, que fica perto da cidade, cerca de um quilômetro.
Os discípulos estavam sendo preparados através da disciplina da obediência. Mas, como? Todos nós precisamos de rotinas e de disciplinas espirituais. Para Deus é indispensável que nós pratiquemos, disciplinadamente, a obediência nas coisas que são básicas e essenciais para a nossa fé, como, por exemplo, congregar, participar, reunir, dizimar, ler a Bíblia, orar, enfim, simplesmente fazer aquilo para o que nós fomos chamados a fazer. Obedecer sem porquês.
Geralmente, as situações em que mais nós crescemos são aquelas nas quais somos simplesmente chamados a obedecer, mesmo sem enxergar os porquês daquilo que estamos fazendo. Você já se viu assim? Fazendo e obedecendo sem, no entanto, ver as coisas acontecerem, sem saber o que irá acontecer?
Pois bem, Deus nos prepara através da simples disciplina da obediência. Mudanças, se necessárias, virão mais tarde, no tempo de Deus. Cabe-nos obedecer. Nesses períodos, o Senhor amadurece a nossa fé e a nossa esperança.
Além da disciplina da obediência, outra forma de Deus nos preparar é através da comunhão fortalecedora. Lemos o seguinte:
At 1.12-15 | 12 Então eles voltaram para Jerusalém, vindo do monte chamado das Oliveiras, que fica perto da cidade, cerca de um quilômetro. 13 Quando chegaram, subiram ao aposento onde estavam hospedados. Achavam-se presentes Pedro, João, Tiago e André; Filipe, Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelote, e Judas, filho de Tiago. […] 15 Naqueles dias Pedro levantou-se entre os irmãos, um grupo de cerca de cento e vinte pessoas, […]
Pessoas precisam de pessoas. Deus não nos prepara no isolamento. É bem verdade que há momentos em que ele nos coloca sozinhos, mas logo em seguida ele nos insere na comunhão fortalecedora. Veja o caso de Elias: primeiro ele fica sozinho no riacho de Querite (1Rs 17.3) e algum tempo depois Deus o envia para a casa da viúva de Sarepta (1Rs 17.7).
Nós precisamos de outros irmãos para nos fortalecer. Somos importantes na vida de outras pessoas para fortalecê-las. Assim é que, além dos cultos e das celebrações coletivas, nós precisamos de, intencionalmente, nos reunirmos com pessoas, individualmente e também nos pequenos grupos.
Quanto mais isolados, tanto mais fracos na fé nos tornamos. Sozinhos a nossa esperança murcha e seca. A comunhão fortalecedora é que nos revigora e nos reanima, pois serve para exortação, encorajamento, intercessão e aplicação individualizada da Palavra de Deus.
Deus nos prepara através da comunhão fortalecedora.
Deus nos prepara não apenas através da disciplina da obediência e da comunhão fortalecedora, mas também da oração perseverante. Veja:
At 1.14 | Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele.
Eles precisavam orar para chorar, confessar e clamar. Nós também. A oração é o suspiro da alma. Além do que, foi respondendo a orações que Deus escolheu agir em nós e através de nós, individual e coletivamente. Precisamos perseverar na oração. A história comprova que os grandes movimentos de Deus foram resultado de homens e mulheres reunindo-se para orar.
Mas, e quando não conseguimos orar?
Quando não conseguirmos orar, precisamos orar assim mesmo. O Espírito Santo nos auxiliará, como bem ensinou Charles H. Spurgeon:
Creio que, quando não conseguimos orar, isso quer dizer que chegou a hora de fazê-lo mais do que nunca. E se você retrucar: ‘Mas como?’, eu lhe direi: ‘Ore por orar!’ Ore pedindo para conseguir orar. Pedindo o espírito de súplica. Não se contente em dizer: ‘Eu oraria se pudesse’. Pelo contrário, se não consegue orar, ore até conseguir. Caso sinta o coração frio durante a oração, não pare até percebê-lo aquecido. Antes, incendeie a própria alma em oração com a ajuda do Espírito, que nos auxilia em nossa fraqueza. Se o ferro estiver quente, não deve malhá-lo, e se estiver frio, deve malhá-lo ainda mais, até esquentá-lo. Nunca cesse de orar. Por motivo nenhum.
Deus nos prepara através da oração perseverante. Portanto, valorize os cultos de oração às quartas-feiras; Homens de Coragem no café com Deus toda sexta-feira; Desperta Débora toda terceira segunda-feira do mês; além das reuniões da MCA e do Grupo Aliança; enfim, temos canais abertos para todos poderem vir e orar como igreja.
Deus nos prepara através da oração perseverante.
Quando Pedro falou da necessidade de terem alguém para o lugar de Judas, ele começou a citar as Escrituras:
At 1.16 | “Irmãos, era necessário que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse por boca de Davi, a respeito de Judas, que serviu de guia aos que prenderam Jesus.”
O que podemos deduzir desta palavra de Pedro? Concluímos que Pedro, durante aqueles 10 dias, esteve analisando os últimos acontecimentos à luz do que diziam as profecias do Antigo Testamento. Ele e os discípulos estiveram estudando a Bíblia, meditando nas Escrituras. Aliás, Jesus os havia ensinado que assim deveria ser. Na estrada para Emaús, o Senhor assim o fez.
Lc 24.27 | E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.
Não é impossível que durante aqueles 10 dias eles estivessem estudando o Antigo Testamento sobre a pessoa do Espírito Santo Consolador e poderoso que o Senhor lhes prometeu enviar. Prova é que, quando veio o Espírito Santo sobre os discípulos e as pessoas começaram a zombar deles por causa das diferentes línguas que eram compreendidas, Pedro se levantou e os defendeu:
At 2.14-16 | 14 Então Pedro levantou-se com os Onze e, em alta voz, dirigiu-se à multidão: “Homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém, deixem-me explicar-lhes isto! Ouçam com atenção: 15 estes homens não estão bêbados, como vocês supõem. Ainda são nove horas da manhã! 16 Ao contrário, isto é o que foi predito pelo profeta Joel (daí ele cita Joel 2.28-32) […]
Estiveram estudando a Bíblia durante aqueles dias! Estavam sendo preparados.
A última coisa que os discípulos fizeram durante aqueles 10 dias foi encontrar alguém que pudesse substituir o apóstolo Judas.
At 1.21-26 | 21 Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, 22 desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição.” 23 Então indicaram dois nomes: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo, e Matias. 24 Depois oraram: “Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tens escolhido 25 para assumir este ministério apostólico que Judas abandonou, indo para o lugar que lhe era devido”. 26 Então tiraram sortes, e a sorte caiu sobre Matias; assim, ele foi acrescentado aos onze apóstolos.
O preparo de Deus envolve o nosso preparo de novas lideranças. Precisamos de pessoas que andam com Jesus e que se dispõem a serem capacitadas para a obra do ministério que o Senhor tem para cada crente. O papel do pastor é preparar os crentes para este ministério. Veja:
Ef 4.11-12 | 11 E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, 12 com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, 13 até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.
Pastores pastoreiam. De que forma? Apascentando (Palavra e cuidado) e preparando (ensinando e treinando) as ovelhas para a obra do ministério para o qual Deus chama a cada uma delas.
O preparo para a Operação Grande Comissão
Tenho por certo que, não é de hoje, Deus está nos fazendo esperar. Ele está trabalhando em nós, preparando-nos. Assim como no caso dos discípulos, o preparo de Deus se dá através
1 da disciplina da obediência,
2 da comunhão fortalecedora,
3 da oração perseverante,
4 do estudo bíblico diligente e
5 da formação de liderança.
Todos nós precisamos nos submeter a este processo.
A preparação é para todos os crentes.
Para seguir adiante, através da SIB em Goiânia, a OGC depende do preparo de todos nós. Para sermos uma igreja de fé, esperança e amor, o preparo é indispensável.
Que Deus nos abençoe com graça, misericórdia e paz.
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