26.02.2017
OS SELOS DO APOCALIPSE
Apocalipse 6.1-17
1 Enquanto eu observava, o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos do livro. Então ouvi um dos quatro seres vivos dizer com voz de trovão: “Venha!”. 2 Quando olhei, vi um cavalo branco. Seu cavaleiro carregava um arco, e sobre sua cabeça foi colocada uma coroa. Ele saiu batalhando para conquistar vitórias. 3 Quando o Cordeiro abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivo dizer: “Venha!”. 4 Então surgiu um cavalo vermelho. Seu cavaleiro recebeu uma grande espada e autoridade para tirar a paz da terra. E houve guerra e matança em toda parte. 5 Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivo dizer: “Venha!”. Quando olhei, vi um cavalo preto. Seu cavaleiro tinha na mão uma balança. 6 E ouvi uma voz dentre os quatro seres vivos dizer: “Uma medida de trigo ou três medidas de cevada custarão o salário de um dia, mas não desperdice o azeite nem o vinho”. 7 Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi o quarto ser vivo dizer: “Venha!”. 8 Quando olhei, vi um cavalo amarelo. Seu cavaleiro se chamava Morte, e o mundo dos mortos o seguia. Eles receberam autoridade sobre um quarto da terra para matar pela espada, pela fome e pela doença e por meio de animais selvagens. 9 Quando o Cordeiro abriu o quinto selo, vi sob o altar as almas de todos que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e por seu testemunho fiel. 10 Clamavam ao Senhor em alta voz e diziam: “Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, quanto tempo passará até que julgues os habitantes da terra e vingues nosso sangue?”. 11 Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi dito que descansassem mais um pouco até que se completasse o número de seus irmãos, seus companheiros no serviço, que se juntariam a eles depois de serem mortos. 12 Enquanto eu observava, o Cordeiro abriu o sexto selo, e houve um grande terremoto. O sol ficou escuro como pano negro, e a lua inteira se tornou vermelha como sangue. 13 Então as estrelas caíram do céu como figos verdes de uma figueira sacudida por um forte vento. 14 O céu foi enrolado como pergaminho, e todas as montanhas e ilhas foram movidas de seu lugar. 15 Então os reis da terra, os governantes, os generais, os ricos, os poderosos, os escravos e os livres, todos se esconderam em cavernas e entre as rochas das montanhas. 16 E gritavam às montanhas e às rochas: “Caiam sobre nós e escondam-nos da face daquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro! 17 Pois chegou o grande dia de sua ira, e quem poderá sobreviver?”.
O problema do mal
Não é de hoje que a ascendência intrigante do mal tem ocupado a mente de muitas pessoas de bem. Desde os apóstolos, a dúvida fica latejando na alma dos cristãos:
Em um mundo assim, a principal questão de todos os tempos merece uma resposta: “Afinal, o que está acontecendo com o mundo?”
O problema do mal não é uma questão que abala apenas os religiosos.
O problema do mal é uma das mais poderosas objeções à existência de Deus, tanto para os intelectuais acadêmicos como para o indivíduo comum. A argumentação dessas pessoas segue mais ou menos a seguinte linha de pensamento:
A presença do mal parece implicar a ausência de Deus. Afinal, se ele existe e permite o mal, de duas uma: ou ele não é bom ou ele não é poderoso o bastante para impedi-lo. Em todo caso, que Deus é esse? Então, não seria melhor admitir que ele não existe?
O problema do mal clama por uma resposta tanto no coração do cristão (que sem respostas e intimidado não ousa fazer essas perguntas) como na cabeça do cético (que sem respeito e indignado esbraveja blasfêmias contra o Criador).
Pois bem, em Apocalipse 6 João apresenta um argumento definitivo da parte de Deus na forma de três visões que podem nos ajudar a compreender o problema do mal: a visão do horror na terra (Ap 6.1-8); a visão da honra no céu (Ap 6.9-11); e a visão da hora do juízo (Ap 6.12-17). Estudemos uma visão de cada vez.
1. A visão do horror na terra (Ap 6.1-8)
Uma palavra sobre o mal
A Bíblia nunca se preocupou em negar a existência do mal, como se ele fosse uma ameaça à existência de Deus. Ela deixa claro, de capa a capa, que Deus é soberano inclusive sobre o mal. Por exemplo:
Is 45.7 | Formo a luz e crio as trevas, trago a paz e crio a calamidade; eu, o SENHOR, faço essas coisas.
Am 3.6 | Quando a trombeta soa o alarme, o povo não fica assustado? Acaso a calamidade sobrevém a uma cidade sem que o SENHOR a tenha planejado?
A palavra “mal” aparece pela primeira vez na Bíblia em Gênesis:
Gn 2.9 | O SENHOR Deus fez brotar do solo árvores de todas as espécies, árvores lindas que produziam frutos deliciosos. No meio do jardim, colocou a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Comer do fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal” significaria decretar a autonomia humana, seria a tentativa de conhecer todas as coisas à parte de Deus, era como tentar ocupar o lugar do Criador (Gn 2.16-17; 3.22). O homem foi criado para viver pela fé na palavra de Deus e não pela autossuficiência de seu próprio conhecimento (Dt 1.31-33).
Fica claro, portanto, desde o início da Bíblia, que o mal é resultado da rebelião humana, da criatura que busca ocupar o lugar do Criador. Observe a declaração de Ezequiel:
Ez 28.6-7 | 6 Portanto, assim diz o SENHOR Soberano: Uma vez que se considera sábio como um deus, 7 trarei contra você um exército estrangeiro [os babilônios], o terror das nações.
Ou sejam: querem o lugar de Deus, então cuidem das consequências por si mesmos!
Gente, o resultado da rebelião humana é que além de não conseguirmos ser tão bons quanto Deus (pois causamos o mal), nós sofremos as consequências dos nossos atos rebeldes diante de Deus (consequências pelo nosso mal).
De volta a Apocalipse 6
Apocalipse 6 contém a visão dos justos juízos divinos sobre a humanidade rebelde e má, inclusive a igreja. Sim, Deus não livra a sua igreja da tribulação. Deus livra a sua igreja na tribulação.
A história de Deus, contendo seus justos juízos, desenrola-se à medida que os selos são abertos no céu. Cada selo quebrado causa efeitos horríveis sobre a terra. Jesus é quem abre os selos. Ele está encarregado de todo o programa na terra. É o trono do céu que comanda a história do cosmos. Fatos e versões estão nas mãos do Cordeiro.
Observe que ainda não é o fim. É apenas o princípio das dores. Os selos que vão sendo quebrados representam a vontade soberana de Deus se cumprindo no andar da história.
Nos primeiros quatro selos, nós podemos ver a ira de Deus misturada com sua graça, causando horrores sobre a terra.
Cada selo quebrado é seguido da voz de cada um dos quatro seres viventes. Como o som do trovão, os seres viventes dizem a cada um dos quatro cavaleiros: “Venha!” (Ap 6.1, 3, 5, 7). Então, os quatro cavaleiros obedecem à voz dos quatro seres viventes e saem, um de cada vez, montados em seus cavalos.
Saiba que o cavalo é o animal para a guerra. O boi é para o trabalho e o jumento é para o transporte, mas o cavalo usa a sua força para a guerra.
Os quatro cavaleiros do Apocalipse
É dada a largada. Os quatro cavaleiros do Apocalipse saem a galopar sobre a terra.
1.1. O cavalo branco (Ap 6.1-2)
1 Enquanto eu observava, o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos do livro. Então ouvi um dos quatro seres vivos dizer com voz de trovão: “Venha!”. 2 Quando olhei, vi um cavalo branco. Seu cavaleiro carregava um arco, e sobre sua cabeça foi colocada uma coroa. Ele saiu batalhando para conquistar vitórias.
A julgar por Apocalipse 19.11-16 (e por outros detalhes, veja, por exemplo, o livro Mais que vencedores, de William Hendriksen, pp. 116-120, ed. Cultura Cristã; e Grandes Doutrinas Bíblicas – vol 3: A igreja e as últimas coisas, de Martyn Lloyd-Jones, pp. 216-217, ed. PES), o cavalo branco e seu cavaleiro representam Cristo.
O Senhor Jesus é quem porta uma coroa (Ap 14.14); ele é quem cavalga vitorioso (Jo 16.33) com arco na mão (Hc 3.9-13; Sl 45.3-5); ele, na vida de alguém, traria espada e dissensão até entre pais e filhos, por causa da intolerância com a fé cristã (Mt 10.34-36) .
O que significa dizer que “Ele [Jesus] saiu batalhando para conquistar vitórias.”? Significa que, além de Jesus ter vencido a morte, comprando para si os seus eleitos, ele cavalga vitorioso conquistando o mundo com a Palavra da cruz, a pregação do evangelho, através de sua igreja vitoriosa.
O fim só virá depois que o Evangelho for pregado em todo o mundo (Mt 24.14). As portas do inferno não prevalecerão contra a pregação da igreja (Mt 16.18). Os poderes de satanás foram amarrados pelo Senhor na cruz (Mt 12.29; Lc 10.17-19; Cl 2.14), de forma que o evangelho corre livre, apesar das perseguições. Eis, portanto, a mensagem do cavalo branco: a igreja deve prosseguir vitoriosa e determinada a vence, anunciando o evangelho.
Ap 17.14 | Juntos, guerrearão contra o Cordeiro, mas o Cordeiro os derrotará, pois é Senhor dos senhores e Rei dos reis. E com ele estarão seus chamados, escolhidos e fiéis.
1.2. O cavalo vermelho (Ap 6.3-4)
3 Quando o Cordeiro abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivo dizer: “Venha!”. 4 Então surgiu um cavalo vermelho. Seu cavaleiro recebeu uma grande espada e autoridade para tirar a paz da terra. E houve guerra e matança em toda parte.
Obviamente que esse cavaleiro é um símbolo de guerra e derramamento de sangue, mas parece que o destaque dado pela visão de João está sobre a vida dos crentes que buscam viver piedosamente e pregar corajosamente a Palavra de Cristo em todos os tempos.
Onde quer que o cavaleiro cavalgando o cavalo branco aparece (Cristo na igreja levando o evangelho), o cavaleiro cavalgando o cavalo vermelho o segue, perseguindo-a para a matança dos justos fiéis (Mt 5.10-11; Lc 21.12; At 4.1; 5.17).
O cavaleiro que cavalga o cavalo vermelho não representa uma pessoa definida. Não pertence a uma época especial. O mundo está sempre perseguindo a igreja e nunca houve trégua e paz na terra, entre os povos, desde que o pecado entrou no mundo.
Esse cavalo vermelho é um agente do dragão vermelho, que é assassino desde o princípio (Ap 12.3). A terra está bêbada de sangue e cambaleando pela guerra (pesquise, por exemplo, sobre a mortes ocorridas apenas nos séculos XX e XXI). Os homens se enlouqueceram. Eles não passam de feras bestiais.
1.3. O cavalo preto (Ap 6.5-6)
5 Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivo dizer: “Venha!”. Quando olhei, vi um cavalo preto. Seu cavaleiro tinha na mão uma balança. 6 E ouvi uma voz dentre os quatro seres vivos dizer: “Uma medida de trigo ou três medidas de cevada custarão o salário de um dia, mas não desperdice o azeite nem o vinho”.
O cavalo preto representa a fome e a pobreza com as quais o mundo inteiro sofrerá. Há trigo, mas o preço está muito alto. Um homem precisava trabalhar um dia inteiro (um denário) para comprar um litro de trigo (para uma pessoa). Normalmente, ele compraria 12 quilos pelo mesmo preço. Desse forma, o trabalhador só conseguiria alimentar a família com cevada – cereal que era dado apenas aos animais!
O cavalo preto também descreve a pobreza dos crentes por não fazerem concessões, não aceitarem a marca da besta (não quererem pensar nem agir como o mundo) e com isso não poderem comprar nem vender (Ap 13.17).
Note ainda que o cavalo preto não traz pobreza para o mundo como um todo. A pobreza não atinge os opressores e exploradores. Esses continuarão tendo acesso ao azeite e ao vinho. Os produtos que descrevem vida abastada não eram danificados. Os ricos sempre sabem garantir o seu luxo, enquanto o restante da população passa fome. No mesmo mundo que reina a fome, reina também o esbanjamento, o luxo e a desigualdade social.
1.4. O cavalo amarelo (Ap 6.7-8)
7 Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi o quarto ser vivo dizer: “Venha!”. 8 Quando olhei, vi um cavalo amarelo [sem cor, pálido como um cadáver]. Seu cavaleiro se chamava Morte, e o mundo dos mortos [Hades] o seguia. Eles receberam autoridade sobre um quarto da terra para matar pela espada, pela fome e pela doença e por meio de animais selvagens.
A figura da Morte e do mundo dos mortos (Hades) são redundantes, pois apresentam uma única realidade. O mundo dos mortos sempre vem atrás da Morte. A Morte derruba e o Hades recolhe os mortos. A Morte pede o corpo, enquanto o Hades reclama a alma do morto.
Observe que a Morte e o Hades não podem fazer o que querem. Eles estão debaixo de autoridade. Só atuam sob permissão divina. Seu círculo de ação, apesar de grande, é limitado e seu território definido: “um quarto da terra para matar”, não mais que isso.
Veja também que a morte usa quatro instrumentos para sacrificar suas vítimas:
Todos esses quatro instrumentos (espada, fome, pragas e animais selvagens) representam os tipos de sofrimentos que as pessoas, especialmente os crentes, sofrem ao longo da história.
A visão do horror na terra é apavorante: males sociais, ecológicos e biológicos. Porém, Jesus é quem abre cada um dos quatro selos. Do trono de Deus é que emana a ordem dos acontecimentos. O Cordeiro governa o mundo à destra do Pai. Os cavaleiros seguem a ordem de cima: “Venha!”. Ou seja: nada está fora do controle soberano de Deus.
2. A visão da honra no céu (Ap 6.9-11)
Com a abertura do quinto selo, muda-se o cenário, da terra passa-se ao céu:
9 Quando o Cordeiro abriu o quinto selo, vi sob o altar as almas de todos que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e por seu testemunho fiel. 10 Clamavam ao Senhor em alta voz e diziam: “Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, quanto tempo passará até que julgues os habitantes da terra e vingues nosso sangue?”. 11 Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi dito que descansassem mais um pouco até que se completasse o número de seus irmãos, seus companheiros no serviço, que se juntariam a eles depois de serem mortos.
Essa visão de João é para nos ensinar a viver a vida do céu na terra, do jeito que a vida do céu é vivida lá no céu. O apóstolo-pastor não quer nossos olhos fixos nos horrores da terra, mas na honra do céu.
Que tipo de consolo esta visão traz ao cristão?
2.1. O povo de Deus, após a morte, desfruta da presença de Deus
Essas pessoas foram mortas, mas ainda não ressuscitaram, por isso é que se vê apenas as almas delas (v. 9). As almas sobrevivem sem o corpo e são conscientes. Elas não estão dormindo. Elas não estão no céu ainda, mas estão, de alguma forma inexplicável, com Deus. Essa é nossa gloriosa convicção. Morrer é estar com Cristo. É deixar o corpo e habitar com o Senhor. É entrar na posse do Reino.
A morte não nos separa de Deus.
2.2. O povo de Deus não é poupado dos sofrimentos nem do martírio
Enquanto os falsos crentes vão apostatar – amando o presente século, adorando o anticristo e vacilando diante da sedução do mundo ou da perseguição do mundo, os fiéis selarão com o próprio sangue seu testemunho, e preferirão a morte à apostasia.
Jesus deixou isso claro no sermão profético: “Então vocês serão presos, perseguidos e mortos. Por minha causa, serão odiados em todo o mundo. Muitos se afastarão de mim, e trairão e odiarão uns aos outros.” (Mt 24.9-10). Muitos mártires conhecidos e desconhecidos morreram, morrem e ainda morrerão por causa da fidelidade a Cristo e à Palavra.
Cristo não livra da tribulação. Ele livra na tribulação.
2.3. O povo de Deus intercede pela vitória e pela glória de Deus
O clamor dessa gente no céu é impressionante:
Ap 6.10 | Clamavam ao Senhor em alta voz e diziam: “Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, quanto tempo passará até que julgues os habitantes da terra e vingues nosso sangue?”.
Até quando Senhor? Quando será feita justiça? Quando o seu povo terá paz? Quando será posto um fim nas forças do mal? O Senhor que é santo, soberano e verdadeiro, quando agirá para por um ponto final em tudo?
O povo ora e intercede por justiça.
2.4. O povo de Deus irradia a santidade do próprio Deus
Após o clamor, Deus lhes faz o que realmente importa:
Ap 6.10-11 | 10 Clamavam ao Senhor em alta voz e diziam: “Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, quanto tempo passará até que julgues os habitantes da terra e vingues nosso sangue?”. 11 Então a cada um deles foi dada uma veste branca, […]
A preocupação do povo de Deus na terra deve ser com o avanço do reino (por isso eles oram e pregam) e em irradiar a santidade de Deus (por isso buscam viver em pureza).
2.5. O povo de Deus descansa na soberania de Deus
Ap 6.11 | […] e lhes foi dito que descansassem mais um pouco até que se completasse o número de seus irmãos, seus companheiros no serviço, que se juntariam a eles depois de serem mortos.
Há um limite para a crescente enxurrada de injustiça, além do qual ela não prosseguirá. Deus anuncia esse limite intransponível. Trata-se do número completo dos mártires. Ele não é citado, mas existe.
A Igreja deve descansar na soberania de Deus. Deus ainda não colocou um fim no mundo porque os mártires sofredores de Cristo ainda não completaram a sua tarefa. A razão para tanto sofrimento no mundo é amor, pois Deus ainda não salvou todas as suas ovelhas.
Jo 10.14-16 | 14 Eu sou o bom pastor. Conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim como meu Pai me conhece e eu o conheço; e eu sacrifico minha vida pelas ovelhas. 16 Tenho outras ovelhas, que não estão neste curral. Devo trazê-las também. Elas ouvirão minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
O povo de Deus também dá a vida pelas ovelhas de Cristo – pregando e fazendo discípulos sob todo tipo de sofrimento. Paulo diz assim:
Cl 1.24 | Alegro-me quando sofro por vocês em meu corpo, pois participo dos sofrimentos de Cristo, que continuam em favor de seu corpo, a igreja.
Fl 1.29 | Pois vocês receberam o privilégio não apenas de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele.
Hebreus coloca assim:
Hb 13.12-14 | 12 Da mesma forma, Jesus sofreu fora das portas da cidade, para santificar seu povo mediante seu próprio sangue. 13 Portanto, vamos até ele, para fora do acampamento, e soframos a mesma desonra que ele sofreu. 14 Pois não temos neste mundo uma cidade permanente; aguardamos a cidade por vir.”
Por que Deus ainda não honrou o sangue de seus mártires? Por que ele ainda não colocou um fim no sofrimento dos justos? Por que ele ainda não acabou com tudo isso aqui na terra? Por que tanto sofrimento no mundo?
Porque o número de mártires ainda não está completo, a igreja ainda não terminou sua tarefa de dar a vida, assim como o seu Senhor o fez, na busca e na salvação dos perdidos. Quem tem essa visão de mundo encontra sentido para viver. Já os outros, desesperam-se!
3. A visão da hora do juízo (Ap 6.12-17)
Tivemos a visão do horror na terra (Ap 6.1-8) e a visão da honra no céu (Ap 6.9-11). Chegou a hora da visão do juízo (Ap 6.12-17). A abertura do sexto selo antecipa um pouco do que será os dias do fim, quando as portas da graça estarão fechadas. Será o dia da ira do Cordeiro.
O sexto selo introduz o dia do juízo. O medo, o terror, o espanto e a consternação daquele dia se descrevem sob dois simbolismos: um universo sendo sacudido e os homens completamente aterrorizados, tentando, inutilmente, esconder-se de Deus.
3.1. O universo será abalado (Ap 6.12-14)
12 Enquanto eu observava, o Cordeiro abriu o sexto selo, e houve um grande terremoto. O sol ficou escuro como pano negro, e a lua inteira se tornou vermelha como sangue. 13 Então as estrelas caíram do céu como figos verdes de uma figueira sacudida por um forte vento. 14 O céu foi enrolado como pergaminho, e todas as montanhas e ilhas foram movidas de seu lugar.
Como tudo isso será, exatamente, é difícil de afirmar. O que se sabe é que tudo será abalado (sol, lua, estrelas, céu, montes e ilhas). As vigas de sustentação do universo se desintegrarão. A antiga criação se desintegrará. O céus se desfarão em grande estrondo. Cinza e fumaça escurecerão a terra, transformarão a lua em cor de sangue.
Esse é um quadro simbólico do terror do dia do juízo. O simbolismo inteiro nos ensina uma só lição: será verdadeiramente terrível a explosão final e completa da ira de Deus sobre um mundo que tem perseguido a igreja, negando-se a se render ao Soberano do Universo.
3.2. Os homens ficarão desesperados (Ap 6.15-17)
15 Então os reis da terra, os governantes, os generais, os ricos, os poderosos, os escravos e os livres, todos se esconderam em cavernas e entre as rochas das montanhas. 16 E gritavam às montanhas e às rochas: “Caiam sobre nós e escondam-nos da face daquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro! 17 Pois chegou o grande dia de sua ira, e quem poderá sobreviver?”.
Note que, da mesma forma que havia seis classe de elementos abalados (sol, lua, estrelas, céu, montes e ilhas), há seis classes de pessoas aqui descritas: reis, governantes ou príncipes, generais, ricos, poderosos, escravos e livres. Todos buscam escapar da “ira do Cordeiro”, mas ninguém consegue. Como fugirão? Aonde irão?
A bem da verdade: autoridade, status, riqueza, poder político, autopiedade e nem sofrimento, absolutamente nada fará com que os homens deixem de encarar “a face daquele que está sentado no trono”. Importa que todos compareçam perante o tribunal de Cristo. Apenas o sangue do Cordeiro poderá nos salvar da ira de Deus (Rm 5.9).
Os selos do Apocalipse
Os selos do Apocalipse nos revelam que o dia do juízo se aproxima.
Tudo o que temos sofrido é apenas um prenúncio do fim.
Hoje, porém, ainda é o dia aceitável. João, depois desta visão, ainda saiu de Patmos e seguiu a pregar o evangelho.
Ainda hoje você também pode se voltar para Deus e encontrar perdão. Venha a Cristo nesta noite. Afinal, você está preparado para ver “a face daquele que está sentado no trono”? Como você enfrentará os sofrimentos dos dias do fim? O dia do Senhor será dia de luz ou de trevas para você? Amargura ou alegria? Delícia ou desespero?
O sofrimento desta vida e deste mundo só farão sentido quando você entender que foi por amor que Deus ainda não colocou um fim no caos em que transformamos esta terra; amor pelas ovelhas dele que ainda não ouviram a voz do evangelho a chamá-las ao aprisco.
Portanto…
Viva com a consciência de Cristo
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