05.01.2025
Hebreus 2.1-4 (NVT)
1Portanto, precisamos prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas. 2Pois a mensagem que foi transmitida por meio de anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu o castigo merecido. 3O que nos faz pensar que escaparemos se negligenciarmos essa grande salvação, anunciada primeiramente pelo Senhor e depois transmitida a nós por aqueles que o ouviram falar? 4E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.
É difícil imaginar qualquer contexto em que o desvio seja algo positivo. Se um carro começa a desviar de sua faixa, é apenas uma questão de tempo até que ocorra um acidente. Quando um barco sai de seu curso, na melhor das hipóteses, perderá o destino; na pior, pode colidir e afundar. Se um avião se desvia de sua rota de voo, as consequências podem ser desastrosas; na melhor das hipóteses, haverá enorme prejuízo financeiro.
É claro que um pequeno desvio, se corrigido rapidamente, pode resultar apenas em inconvenientes. No entanto, se o motorista, o marinheiro ou o piloto não prestar atenção e negligenciar suas responsabilidades, o desvio pode gerar transtornos, ferimentos, perdas ou até mortes.
Da mesma forma, a negligência em questões espirituais pode levar a um desvio espiritual irreparável. Quando você começa a ignorar os limites estabelecidos pela palavra de Deus, corre o risco de se afastar da verdade e acabar preso em um desvio espiritual ou moral. Um exemplo pode ser extraído do livro de Provérbios. No capítulo 4, versículo 27, o pai vira para o filho e o adverte: “Não se desvie [Ou não declines (ARA); não se incline (NAA)] nem para a direita nem para a esquerda; não permita que seus pés sigam o mal.” Então, o pai dá um exemplo tão claro quanto trágico:
Provérbios 5.1-8 (NVT)
1Meu filho, preste atenção à minha sabedoria;
ouça bem meu conselho prudente.
2Assim você mostrará discernimento,
e seus lábios expressarão o que aprendeu.
3Pois os lábios da mulher imoral são doces como mel,
e sua boca é mais suave que azeite.
4No fim, porém, ela é amarga como veneno
e afiada como uma espada de dois gumes.
5Seus pés descem para a morte;
seus passos conduzem direto à sepultura.
6Pois ela não se interessa pelo caminho da vida;
não se dá conta de que anda sem rumo por uma trilha tortuosa.
7Portanto, meu filho, preste atenção;
nunca se desvie do que irei lhe dizer.
8Mantenha distância dessa mulher;
não se aproxime da porta de sua casa!
Se deixar de conduzir sua “embarcação” segundo os princípios seguros da verdade revelada por Deus, as correntes da cobiça do coração e da conformidade cultural inevitavelmente te arrastarão para as rochas cortantes da dúvida, culminando no naufrágio de sua fé. Além disso, se desviar seu foco do destino celestial, os ventos de doutrinas falsas, convicções mundanas e inclinações pecaminosas do coração podem conduzir você ao território inimigo, tornando-o vulnerável a ataques espirituais.
Não quero soar como um profeta pessimista neste primeiro domingo do ano de 2025, mas o estado de muitas igrejas e cristãos ao nosso redor parece refletir um desvio preocupante. Ao negligenciar a “tão grande salvação” (Hb 1.3, ARA) que nos foi dada por Deus como presente por meio de Jesus Cristo, a indiferença espiritual tem se instalado. Basta observar as tendências decrescentes em muitas igrejas:
Essas práticas refletem uma preocupante desconexão com os princípios fundamentais da fé. Ainda pior é que, tragicamente, essa lista poderia se estender. Por isso, é crucial que os crentes voltem sua atenção aos princípios fundamentais da vida cristã. Há muita coisa em jogo! “Portanto,” — releia comigo, Hebreus 2.1 (NVT) — “precisamos prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas.”
O desvio da mensagem e da moralidade do evangelho era um problema tão real no primeiro século quanto é no século XXI. Embora os desafios específicos tenham mudado, a trajetória permanece a mesma: afastar-se do caminho reto da pureza doutrinária e moral, desviar-se da faixa da palavra de Deus e adentrar o perigoso território do declínio espiritual. Assim como o autor de Hebreus, não posso me cansar de o advertir: Não se desvie! E, por favor, não permita que eu me desvie também.
Você já deve saber: As pessoas a quem a carta aos Hebreus foi escrita eram judeus convertidos que enfrentavam duras perseguições, tanto por parte de judeus incrédulos quanto de gentios pagãos. Para a maioria deles, a vida era sombria. Essas circunstâncias levaram alguns a questionar o cristianismo e a dar ouvidos ao canto sedutor da sinagoga. Retornar ao antigo sistema do judaísmo parecia oferecer um abrigo contra a tempestade da perseguição romana. Por isso, um dos principais objetivos do autor dessa epístola era convencer seus leitores de que Jesus Cristo merece sua contínua lealdade, pois ele é superior em sua pessoa e obra.
Para chamá-los a um novo compromisso, o autor apresenta, periodicamente, advertências severas, descrevendo as graves consequências de abandonar o Senhor e deixar a igreja. Hebreus 2.1-4 é a primeira de cinco “passagens de advertência” do livro. Sua mensagem é tão relevante para nós hoje quanto foi para os primeiros leitores, pois toda geração enfrenta a tendência de se desviar em meio a provações e tentações.
Preste muita atenção!
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto