05.02.2023
[Habacuque 3.3-19] 3Vejo Deus atravessar os desertos, vindo de Edom; o Santo vem do monte Parã. Interlúdio Seu esplendor envolve os céus, e a terra se enche de seu louvor. 4Sua vinda é radiante como o nascer do sol; raios de luz saem de suas mãos, onde está escondido seu poder. 5A peste marcha adiante dele, e a praga vem logo atrás. 6Quando ele para, a terra estremece; quando ele olha, as nações tremem. Ele derruba os montes perpétuos e arrasa as colinas antigas; dele são os caminhos eternos. 7Vejo o povo de Cusã em aflição, e a nação de Midiã treme de terror. 8Foi com ira, SENHOR, que feriste os rios e dividiste o mar? Estavas furioso com eles? Não! Vinhas em tuas carruagens vitoriosas! 9Pegaste teu arco e tua aljava cheia de flechas e dividiste a terra com rios. Interlúdio 10Os montes viram e tremeram, e as águas avançaram com violência. O grande abismo clamou e levantou bem alto as mãos. 11O sol e a lua pararam no céu enquanto tuas flechas brilhantes voavam e tua lança reluzente faiscava. 12Marchaste pela terra com ira e, furioso, pisaste as nações. 13Saíste para resgatar teu povo, para libertar teus ungidos. Esmagaste a cabeça dos perversos e os descobriste até os ossos. Interlúdio 14Com tuas armas destruíste o líder dos que avançaram como um vendaval, pensando que o povo fosse presa fácil. 15Marchaste sobre o mar com teus cavalos, e as águas poderosas se agitaram. 16Estremeci por dentro quando ouvi isso; meus lábios tremeram de medo. Minhas pernas vacilaram, e tremi de terror. Esperarei em silêncio pelo dia em que a calamidade virá sobre nossos invasores. 17Ainda que a figueira não floresça e não haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos campos e os currais fiquem vazios, 18mesmo assim me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus de minha salvação! 19O SENHOR Soberano é minha força! Ele torna meus pés firmes como os da corça, para que eu possa andar em lugares altos. (Ao regente do coral: Essa oração deve ser acompanhada por instrumentos de corda.)
Clarice Lispector, renomada romancista e contista brasileira nascida na Ucrânia, viveu de 1920 a 1977; morreu com apenas 57 anos; era habilidosíssima na arte da escrita introspectiva; foi ela quem disse que “o medo é a maior das doenças, porque paralisa o corpo e a mente”. — Você se simpatiza com essa afirmação? — Para se ter uma ideia:
Kim Basinger, — lembra dela? — atriz famosa de Hollywood, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990 (este ano, em dezembro, Deus permitindo, ela completará 70 anos!), foi protagonista destacada em diversos filmes, dentre os quais, Batman (em 1989, ao lado de Michael Keaton, como Batman e Jack Nicholson, o Curinga), ano passado, em sua primeira entrevista pública após quatorze anos de reclusão, revelou sua luta contra o transtorno de ansiedade e pânico que afetou sua vida por anos. Década e maia atrás, ela havia declarado: “Tenho convivido com o medo por toda a minha vida. Medo do medo, medo de que terei medo. Quem teve uma crise de ansiedade ou pânico não quer passar por isso novamente”. — É verdade! — Em sua reaparição pública no programa Red Table Talk, em maio passado, ela complementou, dizendo: “Eu não saía de casa. Não ia mais jantar. É realmente horrível sentir isso tão ferozmente quanto senti durante esses anos e não saber o que era. É como se algo… se você se fechasse completamente para dentro e tivesse que reaprender tudo.” A atriz admitiu que teve até que reaprender a dirigir, e que não passava nem por túneis durante os anos de crise. — Você sabe do que Kim Basinger está falando? Conhece alguém nesse estado?
Estima-se que, somente nos Estados Unidos, perto de 30 milhões de pessoas sofrem de distúrbios de ansiedade e medo – o equivalente a 10% da população (veja, esses dados são de antes da pandemia de COVID-19!). Durante a pandemia, de agosto de 2020 a fevereiro de 2021, o percentual de adultos com sintomas de ansiedade ou depressão foi de 36,4% para 41,5%. Imagino que no Brasil os números não sejam tão diferentes, levando-se em conta a proporção de habitantes. Nosso, aliás, é tido como o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão.
Dentre os distúrbios, a síndrome do pânico chama a atenção por seus efeitos devastadores. Marcelo Aguiar, que é bacharel em teologia e em psicologia, escreveu isto:
A síndrome do pânico se caracteriza pelo surgimento de uma intensa sensação de medo sem que exista qualquer objeto de medo. As crises, quase sempre muito fortes, ocorrem de maneira imprevisível, sem uma razão aparente.
Ele continuou:
Uma pessoa que sofra um ataque de pânico pode sentir de repente o aceleramento dos batimentos cardíacos, dificuldade em respirar, suor excessivo, enjôo, sensação de calor ou frio, formigamento, tremor, medo de morrer ou desmaiar, arrepio, tontura e uma sensação de distanciamento do ambiente que a cerca. Todas essas sensações duram poucos minutos e acabam desaparecendo da mesma forma que surgiram, mas são o bastante para abalar o indivíduo. As crises podem aparecer e reaparecer a qualquer hora e em qualquer lugar.
Apesar de indícios a favor de alguma causa físico-química, portanto, orgânica, não se descartam as raízes psicológicas, ou seja, espirituais dessa síndrome. Diz-se que muitas pessoas sofrem o primeiro ataque de pânico logo após cirurgia, acidente grave, crises e traumas diversos, luto, quando submetidas a excessivo estresse etc.
Ora, o que tudo isso tem há ver com o nosso texto de Habacuque?
Habacuque terminou o seu livro descrevendo como ele conseguiu vencer o medo do ataque eminente dos babilônios. Com efeito, quando se menciona o nome “Habacuque”, o que rapidamente se acessa na memória do leitor da Bíblia é o trecho de seu salmo memorável:
Habacuque 3.17-19a 17Ainda que a figueira não floresça e não haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos campos e os currais fiquem vazios, 18mesmo assim me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus de minha salvação! 19O SENHOR Soberano é minha força! Ele torna meus pés firmes como os da corça, para que eu possa andar em lugares altos.
À luz dessa maravilhosa confissão de fé, o que se não pode deixar passar desapercebido é que Habacuque estava vencendo uma crise aguda de medo: versículo 16 — “Estremeci por dentro quando ouvi isso [sobre os atos de Deus contra os egípcios no Mar Vermelho]; meus lábios tremeram de medo. Minhas pernas vacilaram, e tremi de terror. Esperarei em silêncio pelo dia em que a calamidade virá sobre nossos invasores.” Ouça agora a tradução deste versículo na versão católica da Edição Pastoral: “Eu escutei. Minhas entranhas tremeram; ao ouvi-lo, meus lábios estremeceram, um calafrio entrou-me pelos ossos e minhas pernas vacilaram.” Realmente, assim atua o medo: ele afeta a cabeça e o corpo. O medo é capaz de paralisar e destruir. Contudo, recorde-se: a esperança de Habacuque no Deus de Israel foi o que o possibilitou a vencer o medo e, assim, terminar seu livro com uma nota tão reconfortante:
Habacuque 3.17-19a 17Ainda que a figueira não floresça e não haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos campos e os currais fiquem vazios, 18mesmo assim me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus de minha salvação! 19O SENHOR Soberano é minha força! Ele torna meus pés firmes como os da corça, para que eu possa andar em lugares altos.
A alma de Habacuque estava ancorada! A esperança em Deus venceu o medo.
O que faremos agora será mergulhar na onda de medo que quebrou sobre o profeta (registrada no salmo de Habacuque, 3.3-19) e extrair as lições de fé e esperança que devemos aplicar para suportar e superar o medo. Veremos: [1.] a anatomia do medo; [2.] o antídoto contra o medo; e [3.] a alegria de quem venceu o medo.
Se tivéssemos sobre a mesa apenas o versículo 16, talvez concluíssemos, com facilidade, que Habacuque estava enclausurado e vencido pelo medo:
Habacuque 3.16 Estremeci por dentro quando ouvi isso; meus lábios tremeram de medo. Minhas pernas vacilaram, e tremi de terror. Esperarei em silêncio pelo dia em que a calamidade virá sobre nossos invasores.
Realmente, se acabasse aqui o livro de Habacuque, poderíamos facilmente concluir que o profeta estava prezo em amarras, tomado pela ansiedade e amargando sintomas como calafrios, vertigens, sudorese e taquicardia – sem esperança de recuperação! Entretanto, sabemos que Habacuque rompeu o seu vale do medo; pela graça de Deus, ele não armou sua tenda nesse vale; atravessou-o e chegou aos pastos verdejantes, e repousou seguro. O vale do medo é passageiro.
Antes e depois de Habacuque, outros passaram pela mesma experiência (e sintomas semelhantes). Paulo, por exemplo, assim testemunhou em 2Coríntios 1.8: “Irmãos, queremos que saibam das aflições pelas quais passamos na província da Ásia. Fomos esmagados e oprimidos além da nossa capacidade de suportar, e pensamos que não sobreviveríamos.” Antes do apóstolo, o sábio do Antigo Testamento também parece ter passado pela mesma fadiga – e pôde aconselhar com propriedade o filho:
Provérbios 3.23-26 23Eles o bom senso e o discernimento, v. 21] o manterão seguro em seu caminho, e seus pés não tropeçarão. 24Quando for dormir, não sentirá medo; quando se deitar, terá sono tranquilo. 25Não precisará temer o desastre repentino, nem a destruição que vem sobre os perversos. 26Pois o SENHOR será sua segurança; não permitirá que seu pé fique preso numa armadilha.
E Davi foi outro que amargou suas doses de medo, por exemplo:
Salmo 18.4-6 4Os laços da morte me cercaram, torrentes de destruição caíram sobre mim. 5A sepultura me envolveu em seus laços, a morte pôs uma armadilha em meu caminho. 6Em minha aflição, clamei ao SENHOR; sim, pedi socorro a meu Deus. De seu santuário ele me ouviu; meu clamor chegou a seus ouvidos.
O medo é experiência comum também entre os santos de Deus. O problema é que o medo intenso, prolongado e não tratado poderá ser por demais destrutivo: Salmo 42.7 (ARA) — “Um abismo chama outro abismo”. O medo intenso, prolongado e não tratado poderá afetar o organismo, baixar a imunidade e até causar doenças psicossomáticas. Esse medo não tratado fará se perder a vontade de viver, matará os sonhos, roubará as oportunidades e impedirá as realizações.
Marcelo Aguiar fez a seguinte radiografia do medo:
[Ele] tem o poder de nos mobilizar. Quando existe um perigo real, o nosso organismo se prepara para enfrentá-lo. Uma série de hormônios é despejada na corrente sanguínea, iniciando um fenômeno conhecido como “reação de luta ou fuga”. O sangue flui imediatamente para os braços e as pernas, tornando-os aptos para a ação. Os batimentos cardíacos se aceleram. A respiração se intensifica para obter maior quantidade de oxigênio. O corpo produz mais energia do que o normal. [e mais:]
Um estado constante de emoção é capaz de alterar as taxas hormonais, o que em longo prazo compromete os órgãos vitais e a própria circulação sanguínea. Verifica-se um aumento na produção de adrenalina, alterações no metabolismo de ácidos gordurosos e redução na produção de prostaciclina. Como consequência, podem surgir alguns tipos de câncer, acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos. Uma vez instalado, o medo pode afetar gravemente o coração de uma pessoa. Isso acontece porque a ansiedade mobiliza todo o corpo para a ação, ao mesmo tempo que a apreensão o paralisa. Daí sobrevêm tensões musculares crônicas que se refletem na sensação de peito apertado, respiração ofegante e estado geral de rigidez. Com a agravante do entupimento das veias e artérias, todo o sistema cardiovascular passa a operar no limite, podendo entrar em colapso.
Com o medo, todos os sentidos – audição, visão, tato, olfato e paladar – ficam excitados. As pupilas se dilatam, os pêlos corporais se eriçam. Essas alterações visam proporcionar uma sensibilidade maior, que amplie os estímulos a fim de se obter o máximo de informação possível. Nesse momento, as coisas são percebidas com uma dimensão maior do que aquela que realmente possuem.
O sangue extra que circula nos braços e pernas, para contribuir com a agilidade das ações, teve de ser retirado de algum outro lugar – no caso, do sistema digestivo, do rosto e do cérebro. Então, vem a sensação de “frio na barriga”; a face fica fria e pálida, e os pensamentos cruzam a mente sem a necessária clareza.
O cérebro, bombardeado por uma sobrecarga de estímulos e sem a necessária irrigação para processá-los, monta um quadro confuso. Nada disso é extraordinário, pois numa situação de emergência, pensar não costuma ser tão útil quanto agir rapidamente. A confusão mental de uma pessoa, todavia, pode comprometer o seu futuro. Isso ocorre sempre que a emergência exige uma reação mais elaborada ou quando o organismo se excita além dos limites ideais.
Somos como um automóvel, cujo motor precisa se manter numa temperatura equilibrada para funcionar bem. Uma pessoa que permanece muito fria diante da ameaça pode ser, por displicência, aniquilada. Entretanto, caso venha aquecer-se além do desejado, corre o risco de perder o controle e entrar em colapso.
Agora reveja a descrição do profeta (observe nele a anatomia do medo):
Habacuque 3.16 Estremeci por dentro quando ouvi isso; meus lábios tremeram de medo. Minhas pernas vacilaram, e tremi de terror. Esperarei em silêncio pelo dia em que a calamidade virá sobre nossos invasores.
O medo, fora do limite, tem poder para nos destruir. Tinha razão, portanto, a Clarice Lispector quando disse que “o medo é a maior doença, porque paralisa o corpo e a mente.” Sim, “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7, ARA). Por isso o Senhor nos ordena: “Não temas”.
Afortunadamente, o capítulo 3 de Habacuque não se resume a uma confissão de fraqueza e de medo por parte do profeta. Habacuque de fato temeu ao antecipar em seu coração as atrocidades que Judá sofreria nas mãos dos babilônios. Mas Habacuque superou o medo ao se voltar com fé para Deus. E nesse movimento, o profeta nos apresenta o antídoto contra o medo.
A PRIMEIRA COISA QUE ELE FAZ: Habacuque pondera sobre a soberania e o poder de Deus na história (3.3-15).
[1.] Ele puxa na memória recordações a respeito dos grandiosos feitos do SENHOR por ocasião do êxodo de Israel do Egito rumo à Canaã (3.3-5):
3Vejo Deus atravessar os desertos, vindo de Edom; o Santo vem do monte Parã. Interlúdio Seu esplendor envolve os céus, e a terra se enche de seu louvor. 4Sua vinda é radiante como o nascer do sol; raios de luz saem de suas mãos, onde está escondido seu poder. 5A peste marcha adiante dele, e a praga vem logo atrás.
[2.] Recorda-se também do momento quando Deus revelou a Lei no Monte Sinai (v. 6): “Quando ele para, a terra estremece; quando ele olha, as nações tremem. Ele derruba os montes perpétuos e arrasa as colinas antigas; dele são os caminhos eternos.”
[3.] Rememora como as nações no deserto temeram Israel (v. 7): “Vejo o povo de Cusã em aflição, e a nação de Midiã treme de terror.” e
[4.] Reflete sobre como Deus controlou a natureza em favor de seu povo Israel (3.8-15):
8Foi com ira, SENHOR, que feriste os rios e dividiste o mar? Estavas furioso com eles? Não! Vinhas em tuas carruagens vitoriosas! 9Pegaste teu arco e tua aljava cheia de flechas e dividiste a terra com rios. Interlúdio 10Os montes viram e tremeram, e as águas avançaram com violência. O grande abismo clamou e levantou bem alto as mãos. 11O sol e a lua pararam no céu enquanto tuas flechas brilhantes voavam e tua lança reluzente faiscava. 12Marchaste pela terra com ira e, furioso, pisaste as nações. 13Saíste para resgatar teu povo, para libertar teus ungidos. Esmagaste a cabeça dos perversos e os descobriste até os ossos. Interlúdio 14Com tuas armas destruíste o líder dos que avançaram como um vendaval, pensando que o povo fosse presa fácil. 15Marchaste sobre o mar com teus cavalos, e as águas poderosas se agitaram.
Depois, Habacuque coloca seu medo face a face com essas lembranças e se aquieta, esperando pelo livramento do Senhor (v. 16): “Estremeci por dentro quando ouvi isso; meus lábios tremeram de medo. Minhas pernas vacilaram, e tremi de terror. Esperarei em silêncio pelo dia em que a calamidade virá sobre nossos invasores.”
O resultado dessa ação de rememorar os grandes feitos de Deus e a eles remeter seus medos, aquietando-se, esperando pela a ação do SENHOR, permitiu a Habacuque professar sua fé em seu Deus (3.17-19):
17Ainda que a figueira não floresça e não haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos campos e os currais fiquem vazios, 18mesmo assim me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus de minha salvação! 19O SENHOR Soberano é minha força! Ele torna meus pés firmes como os da corça, para que eu possa andar em lugares altos.
O antídoto contra o medo para nós, homens e mulheres do século XXI, continua sendo o mesmo: conhecer e confiar no Deus soberano revelado nas Escrituras Sagradas. George Campbell Morgan (1863—1945), antecessor de David Martyn Lloyd-Jones (1899—1981) na Capela de Westminster em Londres, declarou algo magnífico neste sentido: “Nossa alegria é proporcional à nossa confiança. Nossa confiança é proporcional ao nosso conhecimento de Deus.”
O ANTÍDOTO CONTRA O MEDO:
Confesse seus medos a Deus. Lorice Daccache – fonte de inúmeras frase populares – escreveu assim: “Quando à noite não conseguires dormir, pare de contar ovelhas e converse com o Pastor.” É verdade! Confesse seus medos a Deus.
Conheça mais a Deus, através da Bíblia. Vale a pena repetir o que Campbell Morgan disse: “Nossa alegria é proporcional à nossa confiança. Nossa confiança é proporcional ao nosso conhecimento de Deus”.
Coloque sua vida nas mãos de Deus. Foi Davi quem escreveu algo maravilhoso em um de seus salmos: “Entregue seu caminho ao SENHOR; confie nele, e ele o ajudará. […] Aquiete-se na presença do SENHOR, espere nele com paciência.” (Sl 37.5, 7).
Concentre-se em Deus e cale as vozes das circunstancias adversas e do coração enganoso.
Foi isso que vimos Habacuque fazer: confessou a Deus os seus medos; conheceu mais de Deus, através da Bíblia; e colocou sua vida nas mãos de Deus; e concentrou-se em Deus, calando as vozes do medo.
A última coisa…
Já estudamos a anatomia do medo (como o medo excessivo pode nos destruir) e também conferimos o antídoto contra o medo. Agora eu desejo chamar sua atenção para a alegria de quem venceu o medo. Meu povo, é importante que se destaque os seguintes:
O livro não termina em tom de medo, mas de fé (3.17-18):
17Ainda que a figueira não floresça e não haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos campos e os currais fiquem vazios, 18mesmo assim me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus de minha salvação!
O livro termina descrevendo um homem firme e inabalável no SENHOR, apesar das circunstâncias adversas (3.19a): “O SENHOR Soberano é minha força! Ele torna meus pés firmes como os da corça, para que eu possa andar em lugares altos.”
O livro termina descrevendo um homem mais próximo de Deus (3.19b): “(Ao regente do coral: Essa oração deve ser acompanhada por instrumentos de corda.)”
Permita-me lhe fazer uma pergunta pessoal: do que você está com medo?
A esperança de Habacuque em Deus – a alma de Habacuque ancorada em Deus, o justo vivendo pela sua fé em Deus – o capacitou a vencer o medo. Foi exatamente isso o que Jesus ensinou aos discípulos amedrontados:
João 14.1-6 1“Não deixem que seu coração fique aflito. Creiam em Deus; creiam também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas.. Se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar lugar para vocês 3e, quando tudo estiver pronto, virei buscá-los, para que estejam sempre comigo, onde eu estiver. 4Vocês conhecem o caminho para onde vou.” 5“Não sabemos para onde o Senhor vai”, disse Tomé. “Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode vir ao Pai senão por mim.
Poema apropriado para se findar esta série de mensagens em Habacuque – A arte de ter fé –, o hino 556 do Cantor Cristão: Oração da Noite.
Finda-se este dia que meu pai me deu,
Sombras vespertinas cobrem já o céu.
Ó Jesus bendito, se comigo estás,
Eu não temo a noite, vou dormir em paz.
Com os meus pecados eu Te entristeci,
Mas perdão Te peço por amor de Ti.
Sou humano e fraco, livra-me do mal,
E em sossego tenho sono e paz real.
Guarda o marinheiro no violento mar,
E ao que sofre dores queiras confortar;
Ao tentado estende Tua mão, Senhor;
Manda ao triste e aflito Teu Consolador!
Pelos pais e amigos, pela santa lei,
Pelo amor divino, graças Te darei.
Ó Jesus, aceita minha petição,
E seguro durmo sem perturbação.
S.D.G. L.B.Peixoto
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