12.06.2022
[Salmo 102] Oração de um aflito que derrama seus problemas diante do SENHOR. 1SENHOR, ouve minha oração, escuta minha súplica! 2Não escondas de mim o rosto na hora de minha aflição. Inclina-te para ouvir e responde-me depressa quando clamo a ti. […]
Você já provou a aflição? Aflição profunda e intensa? Aflição implacável? Uma escuridão total, sem luz no fim do túnel e que te deixou desnorteado? Aflição que de tão grande parece que não vai acabar? Você trouxe consigo, hoje à noite, para cá, a sua aflição?
Talvez seja no seu trabalho, na sua vocação, na sua profissão. Você batalhou com integridade para ganhar a vida, fazer o que é certo e, no entanto, houve alguém – um cliente, um sócio, um colega – que o traiu e levou seu nome para a lama, questionando sua integridade, ameaçando seu sustento e o bem-estar de sua família, além de ter arruinando sua reputação… E quando vai para casa, tarde da noite, você quer deitar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos e esquecer, mas não consegue. Não há como sair desse lamaçal. Aonde quer que você vá, essa aflição está lá, e não há trégua para você.
Ou talvez seja um conflito familiar; aquele ou aquela com quem você já desfrutou de grandes alegrias, a pessoa enfiou uma faca em sua alma e você não sente alívio. Pode ter sido seu marido ou sua esposa ou um filho, ou sua própria mãe ou seu pai, ou algum parente próximo. Resultado: no mesmo lugar onde se deveria desfrutar de segurança, paz e alegria, lateja uma profunda aflição – porque não há ninguém que possa nos machucar mais do que alguém que é próximo de nós e que amamos.
Ou talvez seja apenas que você esteja vivendo numa solidão angustiante… está cercado por atividades frenéticas no trabalho, tem um monte de conhecidos, está cheio de gente nas suas redes sociais, mas ninguém que realmente o conheça e o ame ou se importe com você; se você desaparecesse, ninguém sentiria sua falta; se você precisasse de ajuda, ninguém estaria por perto para te socorrer.
Ou talvez você carregue em seu próprio corpo uma doença que está te matando aos poucos, lentamente. Isso te aflige!
Ou talvez você tenha um filho incrédulo que está rasgando seu coração, vivendo longe, bem longe dos caminhos do SENHOR. É muita aflição uma coisa dessa!
Poderíamos continuar e estender a lista das aflições que estão aqui hoje à noite, trazidas por você, angustiando seu coração.
Qual é a sua aflição? Tem nome sua angústia?
Meus amigos, meus irmãos, uma das verdades mais sublimes da palavra de Deus é que a Bíblia fala aos nossos problemas; sempre há uma palavra de Deus a qualquer de nossas angústias, independentemente da cor e do tamanho de nossas aflições.
Pense neste salmo, por exemplo, como nasceu o Salmo 102?
O salmista sentou e escreveu suas aflições – suas aflições pessoais e as de seu povo – e levou tudo a Deus em oração. É tanto que o título traz as seguinte palavras tão tocantes: Oração de um aflito que derrama seus problemas diante do SENHOR.
Este salmo e tantas outras passagens das Escrituras – de Gênesis a Apocalipse – nos fazem recordar o que um teólogo puritano inglês do século XVII escreveu: “Embora Deus tenha um Filho sem pecado, ele não tem filhos sem aflição.” Ora, é verdade!, se o Filho unigênito de Deus – o qual nunca pecou – foi chamado (em Isaías 53.3) de “homem de dores, que conhece o sofrimento mais profundo”, por que nós ficamos surpresos quando os filhos – que ele mesmo salvou para o Pai, com seu próprio sangue – também experimentam os sofrimentos mais profundos? Não deveríamos ficar surpresos!
Portanto, como lidar com esses sofrimentos? Como suportar essas aflições?
A primeira coisa a se fazer é reconhecer que, por consequência do nosso pecado, a aflição é uma parte real também da vida cristã. De fato, essa constatação é um dos testemunhos mais contundentes de que o cristianismo é verdadeiro. Tantas vezes as outras formas de espiritualidade nos oferecem falsos substitutos para a verdadeira religião: tentando disfarçar as aflições da vida, encobri-las, fingir que elas não existem ou mesmo apregoando algum tipo de triunfalismo; mas Deus, em sua Palavra Santa, nos ordena a olhar de frente para as coisas que mais nos afligem e reconhecer sua realidade, tanto quanto a realidade por trás das aflições.
Para o crente, não existe sofrimento sem sentido, nem é o Salmo 102 sobre sofrimento inexplicável. Todo sofrimento é, em última análise, explicável sim – da perspectiva do evangelho de Cristo. O problema é que, na maior parte (e deste modo desde os dias bíblicos) não está no plano inescrutável de Deus nos explicar as razões de cada um de nossos sofrimentos, aflições ou tribulações particulares. Portanto, embora o Salmo 102 seja sobre sofrimento inexplicável para o salmista, não ficará sem sentido ou explanação o sofrimento. No final de tudo, todas as coisas ficarão bem claras, mas, por enquanto, muito do que fazemos e experimentamos está para nós de algum modo inexplicável.
Então, como vamos proceder, como suportaremos nossas muitas aflições?
Há no Salmo 102 um padrão bíblico para nós; e esse padrão nos encoraja em nosso sofrimento. Temos aqui algo fundamental para a vida, sobretudo na hora amarga da aflição: este salmo modela para nós os hábitos e o padrão do salmista; os quais faremos muito bem em copiar e praticar quando a enorme quantidade de sofrimento e de aflição são sobre nós despejados. Deixe-me apenas descrever isso para você, muito brevemente, antes de mergulharmos no salmo. Permita-me uma visão panorâmica do salmo:
O padrão bíblico para a hora da aflição começa pelo que está registrado nos versículos 1-2; e é simplesmente isto: ore. A PRIMEIRA DIRETRIZ para aqueles que estão aflitos é firmar o hábito de levar seus problemas a Deus em orações. Veremos como isso é bem prático, daqui a pouco; mas o primeiro princípio é este: ore.
A SEGUNDA DIRETRIZ que você encontrará no Salmo 102 está nos versículos 3-11; e é a seguinte: descreva. O salmista nos ensina a – em oração – descrever nossa aflição a Deus – plenamente, detalhadamente, sem reservas. Falar é terapêutico; falar a Deus, então, nem se fale, é libertador!
A primeira diretriz é ore (vs. 1-2); a segunda diretriz é descreva (vs. 3-11); e A TERCEIRA DIRETRIZ, nos versículos 12-17, é esta: alimente. O salmista modela para nós um hábito indispensável para quem ora e descreve a Deus seus problemas: alimentar a esperança. Não te surpreenderá que o salmista nos aponte para Deus e sua soberana providência em tempos de aflição; mas poderá surpreender você o que mais ele nos aponta como fonte de esperança em tempos de aflição. Sem spoiler, sem estragar a surpresa, daqui a pouco a gente descobre. A terceira diretriz é esta: alimente a esperança.
Ore a Deus; descreva a Deus sua aflição e alimente sua esperança; e então, A QUARTA DIRETRIZ apresentada pelo salmista, nos versículos 18-28, é esta: testemunhe. O salmista enfrenta essa aflição desejando que a fidelidade de Deus em ouvir seus clamores por socorro sirva de testemunho e de depoimento para as gerações futuras – e que tudo isso glorifique a Deus.
Portanto, ore a Deus, descreva a Deus sua aflição, alimente sua esperança, testemunhe da fidelidade e da glória de Deus e, finalmente, A QUINTA DIRETRIZ: olhe – olhe para Cristo. Uma das coisas que vamos aprender é que o Salmo 102 é um salmo messiânico. Toda a circunstância e o pano de fundo deste salmo, embora fosse real para o salmista, é mais real ainda para Jesus, que o cumpriu literalmente em sua própria vida.
É bem provável que o salmista, com seus próprios olhos, tenha assistido a destruição de Jerusalém e a destruição do reino de Judá, ao sul de Israel; o salmista certamente viveu em um tempo de calamidade e aflição para o povo de Deus; ainda por cima, como se não bastasse tudo o que a nação e o povo de Judá estavam vivendo, o salmista sofreu, ele mesmo, com muita aflição pessoal (como está tão claramente descrito nos versículos 3-11)… Portanto, embora seja realmente um salmo do salmista, o Salmo 102 é bem mais verdadeiro como um salmo de Jesus. Você notará, especialmente quando chegarmos ao versículo 23, que as palavras do Salmo 102, em última análise, são apenas palavras de Jesus, e que quando participamos de qualquer aflição nesta vida, especialmente na vida cristã, estamos simplesmente participando de uma gota do que Jesus sofreu e, de fato, absorveu em nosso lugar.
Então, ESTA É A VISÃO PANORÂMICA DO SALMO 102: quando estiver aflito, [1.] ore a Deus (vs. 1-2), [2.] descreva a Deus sua aflição (vs. 3-11), [3.] alimente sua esperança na palavra de Deus (vs. 12-17), [4.] testemunhe da fidelidade e da glória de Deus (vs. 18-28) e [5.] olhe para Cristo, autor e consumador da nossa fé. Pois bem, agora vamos caminhar pelo salmo; venha comigo…
Salmo 102.1-2 Oração de um aflito que derrama seus problemas diante do SENHOR. 1SENHOR, ouve minha oração, escuta minha súplica! 2Não escondas de mim o rosto na hora de minha aflição. Inclina-te para ouvir e responde-me depressa quando clamo a ti.
O salmista estava claramente desesperado: ele grita, suplicando (v. 1). Ele estava imensamente aflito (v. 2). Tinha pressa em ser socorrido (v. 2). Interessante! Em meio a tudo isso, o salmista não deixa de orar. — Quando desesperados, aflitos, precisando de socorro, muitas vezes, a última coisa que fazemos é orar. É assim por algumas razões:
[1.] Para aqueles de nós que não mantêm uma rotina de oração nas épocas ou estações normais da vida, quando for tentar orar nos dias de aflição, parecerá falso, não soará verdadeiro. Por isso é tão importante praticarmos a comunhão com Deus e conversarmos diariamente com ele em oração: para que na hora da necessidade seja a coisa mais natural do mundo você correr a ele em oração.
[2.] Há outros de nós que não correm naturalmente a Deus em oração na aflição porque a aflição é tão esmagadora que a pessoa se sente comprimida dentro de si mesma; hermeticamente trancada; a oração simplesmente não sai. A pessoa deixa de sentir; ela não consegue pensar direito; não é sequer capaz de articular seus pensamentos; não sabe o que dizer; fica atrapalhada; emudece de tanto desgosto; ou até sente vergonha de começar a falar com Deus. Nessas horas a palavra de Deus se revela ainda mais útil do que o normal. — Por exemplo, não é interessante que, especialmente neste salmo, como veremos em instantes, nos versículos 3-11, Deus forneça palavras para você orar a ele quando você não tem palavras para orar a ele?
Deixe-me apresentar a você QUATRO DICAS muito práticas para a sua vida de oração, sobretudo sua vida de oração na hora da aflição:
A oração é o primeiro passo para lidar com a aflição. Ore até orar. Ore em voz alta. Ore escrevendo sua oração. Ore a Bíblia, e ore-a em voz alta até que você creia na palavra de Deus que você está orando em voz alta, até que o Espírito de Deus trabalhe em seu coração. A oração é o primeiro passo em resposta à aflição. Ore a Deus.
Salmo 102.3-11 3Pois meus dias somem como fumaça; como brasas ardentes, meus ossos queimam. 4Meu coração está esgotado, secou-se como capim; até perdi o apetite. 5Por causa de minha ansiedade, não passo de pele e osso. 6Sou como a coruja no deserto, como a pequena coruja num lugar desolado. 7Não consigo dormir; sou como o pássaro solitário no telhado. 8Todos os dias meus inimigos me insultam; zombam de mim e me amaldiçoam. 9As cinzas são meu alimento, e as lágrimas se misturam com minha bebida, 10por causa de tua ira e de tua fúria, pois me levantaste e depois me lançaste fora. 11Minha vida passa rápido, como as sombras que se vão; vou murchando, como o capim.
Ele sentia o corpo doer (v. 3). Perdeu a fome (v. 4) e o sono (v. 7). Sentia-se solitário no meio da noite (vs. 6-7) Por quê? Inimigos zombavam dele e o insultavam (v. 8). Estava de luto (v. 9): comia cinzas e bebia lágrimas; é uma figura poética. A sensação era de que Deus o estava punindo (v. 10). Resultado da soma de tudo: a vida murchava (v. 11).
O padrão do povo de Deus, desde os dias de Moisés no deserto, é de reclamar uns aos outros ou a quem julgamos nos estar fazendo o mal. O salmista nos aponta um caminho melhor: descrever a Deus nossa aflição. Só que fica muito difícil de fazer isso quando, a exemplo do salmista, sentimos como se Deus mesmo está nos castigando (v. 10). — Não é verdade? — Pensamos mais ou menos assim: Se é Deus quem está fazendo isso comigo; ou: se Deus está permitindo tudo isso acontecer comigo; ou: se eu sinto que Deus está me punindo… como ir a Deus e descrever a ele a minha aflição?
Deixe-me te assegurar de uma coisa: se estamos em Cristo, se estamos confiando nele como nossa justiça, nosso Pai celestial nos ama nele: Cristo, o Amado; e, mesmo que estejamos sentindo os golpes de sua disciplina, é a expressão de seu amor por uma criança, por um filho que ele não larga ou abandona em seus próprios caminhos.
Agora, Satanás tentará impedi-lo de ir a Deus por causa desse medo da ira e da indignação santas de Deus, e o salmista reconhece isso aqui (no versículo 10). Porém, nada deve afastar um filho de Deus de Deus. Deixar de orar nunca será uma opção, e a necessidade de orar nunca é maior do que quando estamos aflitos, mesmo que se esteja sob a mão disciplinadora de Deus, mesmo que sua indignação esteja sobre nós… correr diretamente a Deus e orar, descrever a ele nossa aflição é o que se espera de um filho de Deus. Porque Deus ama, ele corrige seus filhos; ele nunca deixa de amar, mesmo enquanto disciplina; de modo que mesmo quando ir a Deus signifique disciplina, vamos a ele confiando em seu amor. Vá a Deus. Descreva a Deus sua aflição.
O aflito ora a Deus; orando, ele descreve a Deus suas aflições. Ele não corre de Deus. O aflito corre a Deus em oração e descreve a Deus sua aflição. É desse jeito porque ele não deixa de alimentar sua esperança – [1.] em Deus (vs. 12, 17) e [2.] no plano de Deus para seu povo (vs. 13-16):
Salmo 102.12-17 12Tu, porém, SENHOR, reinarás para sempre; teu nome será lembrado por todas as gerações. 13Tu te levantarás e terás misericórdia de Sião; já é tempo de lhe mostrar compaixão, este é o momento esperado. 14Pois teus servos amam cada pedra de seus muros e estimam até mesmo o pó em suas ruas. 15As nações temerão o nome do SENHOR, os reis da terra estremecerão diante de sua glória. 16Pois o SENHOR reconstruirá Sião; ele aparecerá em sua glória. 17Ouvirá as orações dos indefesos e não rejeitará suas súplicas.
Nestas verdades é que o salmista alimentava sua esperança: quem Deus é (vs. 12 e 17) e o que Deus tem planejado para seu povo (vs. 13-16). O salmo deve ter sido composto após uma desgraça nacional, uma invasão a Jerusalém. Talvez a de 587 a.C. (2Cr 36), que foi o fim de Judá. Além disso, o salmista está, ele mesmo, doente, aflito pessoalmente (vs. 3-11), mas ele não deixa de orar e de descrever a Deus suas aflições.
Como foi possível?
O salmista alimentava sua esperança em Deus e no plano de Deus para seu povo.
Em sua aflição pessoal, os olhos do salmista não são erguidos apenas para Deus, mas são erguidos também na direção do povo de Deus – para se lembrar de que há um plano para todo o povo de Deus. Era como se dissesse: há algo maior acontecendo aqui em minha aflição do que apenas minha aflição. Minha aflição é parte desse plano maior de Deus para seu povo, e porque esse plano é bom, posso ter confiança, e orar.
É verdade!
Porque Deus está governando sobre tudo e sobre todos, porque Deus tem um plano especial para seu povo, Deus ouvirá a oração de seu povo. Ele não os deixará na miséria. Nisso há esperança, e o que mais precisamos na aflição do que esperança?
O problema é que, muitas vezes, aonde nos voltamos procurando esperança? Ora, na melhoria de nossas circunstância, nas probabilidades… mas note que não é para isso que o salmista olha. Ele olha para Deus, ele olha para o plano de Deus para o seu povo.
O salmista não olha para suas circunstâncias melhorando e diz: “Vou buscar esperança em minhas circunstâncias melhorando.” O salmista não olha para as suas probabilidades e diz: “Vou buscar esperança nas minhas probabilidades.” Nada disso! Circunstâncias e probabilidades estão totalmente fora do escopo de suas esperanças. Aliás, suas circunstâncias poderiam não mudar, suas probabilidades poderiam permanecer as piores, mas estas realidades: Deus e o plano de Deus para seu povo permanecerão apesar de tudo, e essas realidades moldavam a maneira como ele deveria enxergar suas circunstâncias. Alimente sua esperança em Deus e no plano de Deus para seu povo.
Salmo 102.18-28 18Fique isto registrado para as gerações futuras, para que um povo ainda não criado louve o SENHOR. 19Contem-lhes que o SENHOR olhou para baixo, de seu santuário celeste. Do alto olhou para a terra, 20para ouvir o gemido dos prisioneiros, para libertar os condenados à morte. 21Assim, o nome do SENHOR será proclamado em Sião, seu louvor, em Jerusalém, 22quando os povos se reunirem e os reinos vierem para servir ao SENHOR. 23No meio de minha vida, ele me tirou as forças e me encurtou os dias. 24Mas eu clamei a ele: “Ó meu Deus, que vive para sempre, não tires minha vida enquanto ainda sou jovem!”. 25Muito tempo atrás, lançaste os fundamentos da terra e com as tuas mãos formaste os céus. 26Eles deixarão de existir, mas tu permanecerás para sempre; eles se desgastarão, como roupa velha. Tu os trocarás, como se fossem vestuário, e os jogarás fora. 27Tu, porém, és sempre o mesmo; teus dias jamais terão fim. 28Os filhos de teus servos viverão em segurança, e seus descendentes prosperarão em tua presença.
O salmista quis registrar para a posteridade seu testemunho: Deus não é insensível, pois olha do alto e vê seu povo (v. 19). Sua punição aos seus filhos é corretiva, nunca aniquilativa. Aos ímpios é aniquilativa, a nós, não. Quando ele age em nossa vida e nos restaura, é para testemunharmos (v. 18). “As gerações futuras” (v. 18) pode ser a Igreja, inclui você e eu, crente. — Portanto, o que se aprende? — Devemos olhar para a ação de Deus na história e aprender as lições de Deus. A Igreja deve aprender as lições de Israel, e crer na bondade e nos planos de Deus. Nossa vida deve servir a esse testemunho.
Uma das coisas que aprendemos no versículo 23 — “No meio de minha vida, ele me tirou as forças e me encurtou os dias.” — é que, no final, A ORAÇÃO DOS AFLITOS que está sendo levantada a Deus por este salmista é, em última análise, a oração de Jesus; e que as aflições descritas pelo salmista são, em última análise, as aflições de Jesus.
Aprendemos isso porque Hebreus 1.10-12, demonstrando a superioridade do Filho de Deus aos anjos e seu papel na criação, cita diretamente Salmos 102.25-27 e o aplica a Jesus Cristo. Também sabemos que as aflições descritas no Salmo 102 são, em última instâncias, as aflições de Jesus, porque o versículo 23 — “No meio de minha vida, ele me tirou as forças e me encurtou os dias.” — antecipou o sofrimento de Jesus Cristo na cruz.
O salmista, sem compreender totalmente, profetizou, centenas de anos antes, as palavras do Senhor Jesus Cristo na cruz, quando, [1.] por levar nossos pecados, foi afligido em sua alma com todo o peso da ira de Deus; quando Deus, [2.] no meio da juventude de Cristo, tirou dele suas forças e encurtou seus dias. Essa oração do Salmo 102, com a do Salmo 22, é um salmo messiânico – no qual o próprio Jesus ora ao Pai, descrevendo ao Pai as aflições que ele suportou por você (e por mim).
O que isso significa para você, em sua aflição?
Não há aflição que um crente experimente nesta vida que possa começar a se comparar de qualquer forma com a grandeza da aflição que Jesus experimentou por você. Isso significa que sua maior aflição é apenas uma sombra da aflição que Cristo suportou por você – no seu lugar. Portanto, toda vez que você pegar as palavras deste salmo – e é legítimo que você faça isso: pegue este salmo e ore este salmo – , eleve essas palavras ao SENHOR como um grito de alívio do coração: “Ó Deus, me ajude! Quanto tempo passará antes que o Senhor possa vir e responder minha oração e me dar alívio?”
Sabe por que nós temos condições de orar desse jeito?
Jesus suportou, ele tomou sobre ele mesmo a sua aflição, a minha aflição, a nossa aflição; ele não apenas tomou com você sua aflição, mas ele tomou sua aflição em vez de você, em seu lugar, lá na cruz.
Portanto, para cada crente, cada experiência real de aflição nesta vida deve ser um lembrete de que foi o seu lugar de condenação que Cristo tomou, e de que Cristo suportou o que você deveria ter suportado, e de que o que você está sofrendo agora, de forma alguma se compara ao que ele sofreu por você – em seu lugar, lá na cruz.
Essa é a aflição de Cristo que é mencionada neste salmo; e, além de certeza, ela serve também de encorajamento aos crentes sob aflição, pois se Cristo – após padecer tamanha aflição, morrer e ser sepultado – foi ressuscitado dos mortos para reinar; se a aflição, morte e ressurreição de Cristo prepararam um mundo sem aflição para nós; então é certo que nós também seremos ressuscitados com Cristo e reinaremos naquele novo céu e nova terra onde não haverá mais lágrimas, tristezas, aflições, ou choro.
O salmista nos diz como responder à nossa aflição: olhando para Cristo – em seu sofrimento no nosso lugar de condenação e em sua ressurreição vitoriosa sobre a aflição, a morte e o pecado. MINHA ORAÇÃO: que Deus, pelo Espírito, capacite você a olhar para Cristo com fé. Que Deus, pelo Espírito, capacite você a
S.D.G. L.B.Peixoto
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