06.06.2018
O CULTO QUE AGRADA A DEUS
Salmo 50
[Salmo de Asafe.]1O SENHOR, o Deus Poderoso, falou; convocou toda a humanidade, desde onde o sol nasce até onde se põe. 2Do monte Sião, lugar de perfeita beleza, Deus resplandece. 3Nosso Deus se aproxima e não está em silêncio. Fogo devora tudo em seu caminho, e ao seu redor há uma grande tempestade. 4Ele convoca os céus em cima e a terra embaixo, para testemunharem o julgamento de seu povo. 5“Tragam aqui os que me são fiéis, os que fizeram comigo uma aliança de oferta de sacrifícios.” 6Então, que os céus proclamem sua justiça, pois o próprio Deus será o juiz. Interlúdio7“Ó meu povo, ouça o que direi, estas são minhas acusações contra você, ó Israel: Eu sou Deus, o seu Deus! 8Não o reprovo por seus sacrifícios, nem pelos holocaustos que sempre oferecem. 9Não preciso, contudo, dos novilhos de seus estábulos, nem dos bodes de seus currais. 10Pois são meus todos os animais dos bosques, e sou dono do gado nos milhares de colinas. 11Conheço cada pássaro dos montes, e todos os animais dos campos me pertencem. 12Se eu tivesse fome, não lhes diria, pois meu é o mundo inteiro e tudo que nele há. 13Acaso como a carne de touros ou bebo o sangue de bodes? 14Ofereçam a Deus seu sacrifício de gratidão e cumpram os votos que fizerem ao Altíssimo. 15Então clamem a mim em tempos de aflição; eu os livrarei, e vocês me darão glória.” 16Ao perverso, porém, Deus diz: “De que adianta recitar meus decretos e falar a respeito de minha aliança?17Pois você recusa minha disciplina e trata minhas palavras como lixo. 18Quando vê ladrões, aprova o que fazem e passa seu tempo com adúlteros. 19Sua boca está cheia de maldade, e sua língua, repleta de mentiras.20Vive a caluniar seu irmão, filho de sua própria mãe. 21Enquanto você assim agia, permaneci calado, e você pensou que éramos iguais. Agora, porém, o repreenderei; contra você apresentarei minhas acusações. 22Pensem bem e arrependam-se todos vocês que de mim se esquecem; caso contrário, eu os despedaçarei e ninguém os ajudará. 23A gratidão, porém, é um sacrifício que de fato me honra; se permanecerem em meus caminhos, eu lhes revelarei a salvação de Deus”.
A dinâmica do culto a Deus
Asafe, inspirado por Deus, compôs o Salmo 50 com uma estrutura gradual, como se fosse uma sinfonia. Antes de mergulharmos nele, revisemos o que dissemos na semana passada, vejamos a dinâmicado culto que agrada Deus:
Sigamos esta dinâmica do culto a Deus e aprendamos com Asafe sobre o culto que agrada a Deus.
1. Chega-se ao culto com espírito reverente (Sl 50.1-6)
O Salmo 50 é um salmo de julgamento. Afinal, o povo, nem mesmo o povo de Deus, estava cultuando a Deus de forma apropriada.
Os seis versos iniciais compõem um chamado à prestação de contas. As palavras evocam memórias do solene cenário da entrega da Lei no Monte Sinai, nos dias de Moisés. Em Êxodo 19.16-19, o capítulo que precede, imediatamente, os Dez Mandamentos, somos informados dos mesmos fenômenos narrados por Asafe aqui no Salmo 50. Deus se manifestou, chamando o povo e Moisés, em meio a trovões, raios, sons de trombetas, fumaça, nuvens negras, etc. Tudo para destacar a presença poderosa de Deus. A presença de Deus requer reverência.
Esse que se aproxima e fala é o “nosso Deus”(v. 3); uma alusão clara à declaração do Senhor no Monte Sinai (Êx 20.2): “Eu sou o SENHOR, seu Deus, que o libertou da terra do Egito, onde você era escravo…” Adiante, no Salmo 50, lá no verso 7, há outra alusão ao Deus que se manifestou a Israel no Sinai: “Ó meu povo, ouça o que direi, estas são minhas acusações contra você, ó Israel: Eu sou Deus, o seu Deus!”
A presença de Deus no culto requer do adorador um espírito reverente. Observe:
1O SENHOR, o Deus Poderoso, falou; convocou toda a humanidade, desde onde o sol nasce até onde se põe. 2Do monte Sião, lugar de perfeita beleza, Deus resplandece. 3Nosso Deus se aproxima e não está em silêncio. Fogo devora tudo em seu caminho, e ao seu redor há uma grande tempestade. 4Ele convoca os céus em cima e a terra embaixo, para testemunharem o julgamento de seu povo. 5“Tragam aqui os que me são fiéis, os que fizeram comigo uma aliança de oferta de sacrifícios.” 6Então, que os céus proclamem sua justiça, pois o próprio Deus será o juiz.
Chega-se ao culto com espírito reverente. Por quê?
1O SENHOR, o Deus Poderoso, falou; convocou toda a humanidade, desde onde o sol nasce até onde se põe. 2Do monte Sião, lugar de perfeita beleza, Deus resplandece.
3Nosso Deus se aproxima e não está em silêncio. […] 6Então, que os céus proclamem sua justiça, pois o próprio Deus será o juiz. 7“Ó meu povo, ouça o que direi, estas são minhas acusações contra você, ó Israel: Eu sou Deus, o seu Deus!
4Ele convoca os céus em cima e a terra embaixo, para testemunharem o julgamento de seu povo. 5“Tragam aqui os que me são fiéis, os que fizeram comigo uma aliança de oferta de sacrifícios.” 6Então, que os céus proclamem sua justiça, pois o próprio Deus será o juiz.
Deus mesmo é Legislador (entrega a Palavra), Juiz (julga pela Palavra), Promotor (acusa pela Palavra, v. 7) e Advogado (salva e absolve seu povo pelo Filho que é Justo, a Palavra que se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e verdade — 1Jo 2.1; Jo 1.14).
Asafe nos ensina que, na dinâmica do culto a Deus, chega-se ao culto com espírito reverente: pronto para ouvir e tardio para falar (Tg 1.19). Salomão complementa o que estamos dizendo, escrevendo assim (Ec 5.1):
Quando você entrar na casa de Deus, tome cuidado com o que faz e ouça com atenção. Age mal quem apresenta ofertas a Deus sem pensar.
Chega-se ao culto com espírito reverente.
2. Apresenta-se a Deus com coração ardente (Sl 50.7-15)
Diante de Deus para culto de louvor e adoração, o povo não se apresenta de forma mecânica; apresenta-se com coração ardente; com fé; desejoso de se adorar com o coração transbordante de alegria e gratidão. Observe:
7“Ó meu povo, ouça o que direi, estas são minhas acusações contra você, ó Israel: Eu sou Deus, o seu Deus! 8Não o reprovo por seus sacrifícios, nem pelos holocaustos que sempre oferecem. 9Não preciso, contudo, dos novilhos de seus estábulos, nem dos bodes de seus currais. 10Pois são meus todos os animais dos bosques, e sou dono do gado nos milhares de colinas. 11Conheço cada pássaro dos montes, e todos os animais dos campos me pertencem. 12Se eu tivesse fome, não lhes diria, pois meu é o mundo inteiro e tudo que nele há. 13Acaso como a carne de touros ou bebo o sangue de bodes? 14Ofereçam a Deus seu sacrifício de gratidão e cumpram os votos que fizerem ao Altíssimo. 15Então clamem a mim em tempos de aflição; eu os livrarei, e vocês me darão glória.”
Deus não precisa de nossos cultos. Ele não vive a base de cânticos. Não respira orações. Deus não precisa de nós. Nós, sim, precisamos dele e o buscamos com espírito reverente e coração ardente, pois nossa alegria se completa na adoração, fruto da fé, com coração ardente. Culto sem coração é hipocrisia; algo abominado por Deus (Mt 15.7-9):
7Hipócritas! Isaías tinha razão quando assim profetizou a seu respeito: 8‘Este povo me honra com os lábios, mas o coração está longe de mim. 9Sua adoração é uma farsa, pois ensinam ideias humanas como se fossem mandamentos divinos’”.
O problema nem sempre está na forma do culto (contemporâneo x tradicional; avivado x litúrgico), mas na frieza do coraçãode quem vem ao culto mecanicamente para adorar. Veja: frieza do coração e não do comportamento; afinal, não se mede a espiritualidade de um culto pelos pulos ou gritos que adoradores dão na “presença de Deus”, mas pelo pulsar do coração diante de Deus.
Asafe ensina que, no culto, o adorador se apresenta a Deus com coração ardente.
3. Preocupa-se com vida coerente diante de Deus (Sl 50.16-21)
Além da frieza do coração, outro pecado que Deus abomina é pensar que participação no culto substitui culto na vida; ou seja: no culto, uma beleza (crente, piedoso, cheio de cacoete de louvor e adoração), mas, fora do culto, uma barbaridade (ímpio, impiedoso, cheio de maldade nos lábios e em tudo que faz).
No culto, Asafe nos ensina, o adorador se preocupa com vida coerente diante de Deus. Veja o caso desse povo. Observe quantos dos Dez Mandamentos eles viviam quebrando no dia a dia (v. 18, não furtarás; v. 18, não adulterarás; vv. 19-20, não dirás falso testemunho contra o teu próximo; etc.) e na hora do culto era só falsidade. Veja:
16Ao perverso, porém, Deus diz: “De que adianta recitar meus decretos e falar a respeito de minha aliança? 17Pois você recusa minha disciplina e trata minhas palavras como lixo. 18Quando vê ladrões, aprova o que fazem e passa seu tempo com adúlteros. 19Sua boca está cheia de maldade, e sua língua, repleta de mentiras.20Vive a caluniar seu irmão, filho de sua própria mãe. 21Enquanto você assim agia, permaneci calado, e você pensou que éramos iguais. Agora, porém, o repreenderei; contra você apresentarei minhas acusações.
Como essa multidão que enche templos evangélicos para “adorar” de olhos fechados e mãos levantadas nos domingos precisam ouvir esta palavra de Asafe! Afinal, fora do culto, lá em casa e na hora do expediente, a maioria deles vive como ímpios perversos: defraudando, difamando, deleitando-se no pecado. Uma lástima!
No culto, Asafe nos ensina, o adorador se preocupa com vida coerente diante de Deus. No entanto, o que se vê nos cultos é um povo cheio de falsidade. Observe o que Paulo ainda hoje teria a dizer aos homens e mulheres “de Deus” (1Tm 2.8-10):
8Quero, portanto, que em todo lugar de culto os homens orem com mãos santas levantadas, livres de ira e de controvérsias. 9Da mesma forma, quero que as mulheres tenham discrição em sua aparência. Que usem roupas decentes e apropriadas, sem chamar a atenção pela maneira como arrumam o cabelo ou por usarem ouro, pérolas ou roupas caras. 10Pois as mulheres que afirmam ser devotas a Deus devem se embelezar com as boas obras que praticam.
O que é isso se não um povo que no culto parecem santos, mas fora dele resolvem tudo no grito, no braço, com raiva e brigando; fora do culto vivem para si mesmos, preocupados em chamar a atenção para si mesmos e não para Deus, sem a menor preocupação com praticar boas-obras em amor pelo próximo.
No culto, o adorador se preocupa com vida coerentes diante de Deus.
4. Despede-se do culto com disposição bivalente: coração ardente e vida coerente (Sl 50.22-23)
Os versos 22 e 23 são um resumo de tudo; é a essência do salmo. Ao despedir-se do culto, o adorador sai com disposição bivalente: manter seu coração ardente para Deus e a vida coerente diante de Deus. É lindo:
22Pensem bem e arrependam-se todos vocês que de mim se esquecem; caso contrário, eu os despedaçarei e ninguém os ajudará. 23A gratidão, porém, é um sacrifício que de fato me honra; se permanecerem em meus caminhos, eu lhes revelarei a salvação de Deus”.
Despede-se do culto com disposição bivalente: coração ardente e vida coerente.
O culto que agrada a Deus
O Salmo 50 é um retrato da obra de Cristo, que definiu a relação correta com Deus não em termos de ritos, pulos ou gritos, mas de coração e de vida. Para os judeus, fazer as obras de Deus era importante para salvação (pois tudo apontava para Cristo). Ao cristão, porém, Jesus mostrou qual obra de Deus é a mais importante de todas: João 6.28-29.
28“Nós também queremos realizar as obras de Deus”, disseram eles. “O que devemos fazer?” 29Jesus lhes disse: “Esta é a única obra que Deus quer de vocês: creiam naquele que ele enviou”.
Você quer honrar a Deus? Creia, de todo coração, em Jesus. Ame-o, alegre-se nele, siga-o com coração ardente, comprometa-se com ele. É o que ele quer de nós (Sl 50.15 e 22-23):
15Então clamem a mim em tempos de aflição; eu os livrarei, e vocês me darão glória.”
22Pensem bem e arrependam-se todos vocês que de mim se esquecem; caso contrário, eu os despedaçarei e ninguém os ajudará. 23A gratidão, porém, é um sacrifício que de fato me honra; se permanecerem em meus caminhos, eu lhes revelarei a salvação de Deus”.
Seja seu culto do tipo que agrada a Deus. Seja ele em espírito e em verdade.
S.D.G. L.B.Peixoto
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