01.05.2022
[Salmo 97] 1O SENHOR reina! Alegre-se a terra, exultem os litorais mais distantes. 2Nuvens escuras o cercam; justiça e retidão são a base de seu trono. 3Fogo se espalha adiante dele, queimando todos os seus inimigos. 4Seus relâmpagos iluminam o mundo; a terra os vê e estremece. 5Os montes se derretem como cera diante do SENHOR, diante do Senhor de toda a terra. 6Os céus proclamam sua justiça; todos os povos veem sua glória. 7Sejam envergonhados os que adoram ídolos, os que contam vantagem de seus deuses inúteis, pois todos os deuses se prostram diante dele. 8Sião ouviu e se alegrou, e todas as cidades de Judá exultam, por causa de tua justiça, ó SENHOR. 9Pois tu, SENHOR, és supremo sobre toda a terra; és exaltado muito acima de todos os deuses. 10Vocês que amam o SENHOR, odeiem o mal! Ele protege a vida de seus fiéis e os resgata da mão dos perversos. 11A luz brilha sobre os justos, e a alegria, sobre os que têm coração íntegro. 12Alegrem-se no SENHOR todos os justos e louvem seu santo nome!
BRONTOFOBIA! Sabe o que é isso? Brontofobia é o pânico que se tem de raios, trovões e tempestades. Trata-se de um medo doentio, irracional e incontrolável que costuma resultar em sintomas físicos, cognitivos e comportamentais. E normalmente a pessoa tenta evitar ou fugir dessas situações. Escrevendo em um site na internet – o qual indica profissionais de saúde – , uma jovem se expressou sobre seu transtorno nestes termos:
Tenho pavor a mudança de tempo! Assim que vejo o céu branco ou acizentado, corro para previsão do tempo. Se vejo que vai chover com indicação de relâmpagos e trovões já entro em pânico e começo uma crise de enxaqueca. Como posso me livrar desse medo? Isso está relacionado a alguma fobia?
Há tanta gente com medo, medo de tudo, medo de viver. — Qual é o seu medo?
O Salmo 97 é para quem deseja escrever uma história sem medo de viver – inclusive sem brontofobia, sem medo doentio de tempestades. VEJA:
O SALMISTA ESTAVA DIANTE DE UM TEMPORAL, o tempo estava fechado – e feio! – , mas ele não se apavorou. Para ele aquilo não era menos do que uma teofania (isto é: era uma manifestação da glória de Deus). De fato, contemplando a tempestade, em vez de inflamar o medo, o autor do Salmo 97 instigou a imaginação no poder de seu Deus e, como resultado, compôs este lindo poema.
A FIGURA DA TEMPESTADE É BEM CLARA: versículo 2 — “nuvens escuras”; versículo 3 — “fogo se espalha” (são os raios que causam incêndio); versículo 4 — “relâmpagos iluminam o mundo”; e também no versículo 4 — “a terra estremece” (com o som dos trovões). Mas depois da escuridão da tempestade, nasce o sol que faz derreter a neve das montanhas, neve essa que derretida se despejará nos riachos que, por sua vez, abastecerão casas e plantações sob um lindo céu azul: versículo 5 — “Os montes se derretem como cera diante do SENHOR, diante do Senhor de toda a terra.” E a conclusão de tudo isso não poderia ser outra: versículo 6 — “Os céus proclamam sua justiça; todos os povos veem sua glória.”
TRADUZIDO: na tempestade, seguida de bonança, está a glória de Deus; e quem tiver olhos para ver — e se maravilhar, perderá o medo de viver.
O SALMISTA É UM POETA: nas manifestações da natureza ele enxerga a majestade da justiça de seu Deus. E reflete sobre os homens que, sem a graça de Deus manifestada em Jesus Cristo, deveriam sim ter medo de viver – e, principalmente, de morrer.
NOTE: O Salmo 97 começa com duas frases extraídas do trecho final do salmo anterior: Salmo 96.10 — “O SENHOR reina!” e Salmo 96.11 — “Alegrem-se os céus e exulte a terra!” Agora o Salmo 97.1 — “O SENHOR reina! Alegre-se a terra, exultem os litorais mais distantes.” — Esse é um recurso didático para nos informar de que esses dois salmos (o 96 e o 97), assim como todos os salmos do 93 ao 100, pertencem um ao outro e que o tema é o governo real de Deus sobre a terra. De fato, a expressão “o SENHOR reina” e “o SENHOR é Rei” são encontradas em quase todos eles – do Salmo 93 ao 100.
Apesar desses salmos terem ênfases diferentes, eles desenvolvem aspectos complementares da realeza de Deus. Os Salmos 96, 97 e 98, por exemplo, saúdam a vinda de Deus como Rei da terra. Só que os Salmos 96 e 98 destacam o que está reservado para o mundo quando o SENHOR retornar: julgamento. E o Salmo 97 demonstra o lado assustador (tempestuoso) e impressionante (maravilhoso) do reinado de Deus sobre a terra. Sim, o reinado de Deus sempre é motivo de alegria para os justos, mas não se deve ter ilusões quanto ao que está envolvido: o aborrecimento do mal e de quem o pratica; e o governo eterno da justiça perfeita do SENHOR de toda a terra.
O SALMO 97 É UM CONVITE AO MARAVILHAMENTO. E lembre-se: quem aprende a se maravilhar, perde o medo de viver – e de morrer.
O SALMISTA NOS CONVIDA A NOS MARAVILHARMOS DE QUEM DEUS É: [1.] Deus é soberano (v. 1); [2.] Deus é temível (vs. 2-6); [3.] Deus é só um (v. 7); [4.] Deus é justo (vs. 8-9); [5.] Deus é santo – e alegre (v. 10-12). PERGUNTA: é esse o seu Deus?
Passemos ao texto:
O versículo 1 é uma espécie de tema para todo o salmo; aliás, poderia servir como tema para todos os salmos reais (do 93 ao 100): Salmo 97.1 — “O SENHOR reina! Alegre-se a terra, exultem os litorais mais distantes.”
James M. Boice argumenta que o “reinado” de Deus neste salmo significa sua soberania. Deus exerce autoridade e governo absolutos sobre sua criação. De fato, a soberania de Deus é um atributo (ou qualidade) da divindade sem o qual Deus não poderia ser Deus de verdade. A soberania envolve outros atributos também. Por exemplo:
Para ser soberano, Deus também deve ser onisciente, onipotente e absolutamente livre. Se Deus fosse limitado em qualquer uma dessas áreas – se Deus fosse limitado em seu conhecimento de todas as coisas em todas as épocas, limitado em poder e limitado em ação para fazer o que desejasse — esse deus não seria Deus. Para ser Deus, ele precisa ser absolutamente soberano. Ora, se Deus não soubesse o que está acontecendo, ele seria constantemente pego de surpresa. Se ele não fosse todo-poderoso, ele não seria capaz de controlar ou dosar os eventos. E se ele não fosse absolutamente livre para fazer o que deseja, suas ações seriam predeterminadas por alguma outra vontade ou por circunstâncias inevitáveis. NO ENTANTO, a soberania de Deus é maior do que quaisquer dos atributos que ela contém: onipotência, onisciência, liberdade e amor, por exemplo.
Um pouco de raciocínio coerente demonstrará por que isso é assim: Podemos pensar no amor como sendo um atributo maior do que a soberania. Mas se Deus não fosse absolutamente soberano, ele até poderia amar, mas as circunstâncias surgiriam para frustrar seu amor, tornando-o inútil para nós meros mortais. É o mesmo com assuntos que envolvem justiça. Se Deus não fosse soberano, a justiça seria frustrada em face das ações dos pecadores, e a injustiça dos homens prevaleceria sobre a terra.
Isso significa que o governo soberano de Deus dá substância a todas as outras doutrinas. Como A. W. Pink escreveu, a soberania de Deus é “o fundamento da teologia cristã… o centro de gravidade no sistema da verdade cristã – o sol ao redor do qual todos os orbes menores estão agrupados”. De fato, a soberania de Deus, como bem mostrará o Salmo 97, a soberania de Deus (exercida em santidade) é a força e o conforto do crente em meio às tempestades desta vida.
Um dos reformadores e grande amigo e colaborador de Martinho Lutero, Frederico Myconius, no calor da perseguição sofrida na época da Reforma Protestante, certa vez escreveu a João Calvino sobre os inimigos da igreja – nestes termos: “Sou feliz que Cristo seja o Senhor de tudo, pois de outra forma eu já estaria completamente sem esperança.” De fato! Neste mundo vemos muita injustiça e aguardamos com esperança o retorno pessoal de nosso Soberano. Mas, enquanto isso, o fato de Deus ser soberano é uma imensa fonte de conforto para o povo de Deus: Salmo 97.1 — “O SENHOR reina [ele é o “Senhor de toda a terra”, v. 5]! Alegre-se a terra, exultem os litorais mais distantes.”
Quando a soberania de Deus se destaca e se despeja sobre a terra, o povo é abençoado. Para o nômade no deserto, a chuva era uma fonte de bênçãos. Pois bem, o autor das tempestade é Deus. Ele é a fonte de bênçãos. E está acima das tempestades da vida. É bom nos lembrarmos disto, e nos maravilharmos: Deus é soberano!
A estrofe seguinte:
Salmo 97.2-6 2Nuvens escuras o cercam; justiça e retidão são a base de seu trono. 3Fogo se espalha adiante dele, queimando todos os seus inimigos. 4Seus relâmpagos iluminam o mundo; a terra os vê e estremece. 5Os montes se derretem como cera diante do SENHOR, diante do Senhor de toda a terra. 6Os céus proclamam sua justiça; todos os povos veem sua glória.
Essa estrofe é singular em comparação com as outras deste grupo de salmos reais (do 93 ao 100). Você percebeu que ela é composta de vários relatos de diferentes teofanias – ou manifestações da glória de Deus – na história judaica passada? De fato!
Somos lembrados, primeiro, da aparição de Deus ao povo de Israel no Monte Sinai. Foi aterrorizante para eles (Êx 19.16-19). O mesmo fenômeno ocorreu quando Deus apareceu a Moisés algum tempo depois (Êx 34.5) e ainda mais tarde a Isaías (Is 6.1-4) e a outros profetas, como Ezequiel (Ez 1.4-28), Daniel (Dn 7.9-14) e Miquéias (Mq 1.3-4). Também Salmos 18.7-15 e 50.3 e Habacuque 3.3-15 contêm essa mesma linguagem.
O ponto dessas passagens é que uma manifestação do verdadeiro Deus é tão inspiradora quanto intimidadora, a ponto de fazer o adorador temer e tremer. Quando Deus apareceu no Sinai, todo o povo tremeu (Êx 19.16). Até mesmo Moisés disse: “Fiquei apavorado e tremendo de medo” (Hb 12.21). Isaías desabafou: “Estou perdido! É o meu fim, pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de pessoas de lábios impuros. Meus olhos, porém, viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!” (Is 6.5). Ezequiel testemunhou: “prostrei-me com o rosto no chão e ouvi a voz de alguém que falava comigo.” (Ez 1.28). Daniel confessou: “fiquei aterrorizado por causa de meus pensamentos e meu rosto ficou pálido de medo” (Dn 7.28). Habacuque escreveu (Hc 3.16): “Estremeci por dentro quando ouvi isso; meus lábios tremeram de medo. Minhas pernas vacilaram, e tremi de terror.” — SIM!, “Nosso Deus é um fogo consumidor”, disse o autor de Hebreus (Hb 12.29). E ainda: “Tenham cuidado para não se recusarem a ouvir aquele que fala” (Hb 12.25). — FICO PENSANDO: será que o estado atual dos crentes e das igrejas não é a falta de consciência de que Deus é soberano e temível? Creio que sim.
Essas referências bíblicas significam que jamais devemos tomar Deus levianamente, como se ele não fosse nada mais do que um grande amigo, uma energia impessoal ou mero ser celestial. De fato, a leveza tão comum com a qual muitos se aproximam de Deus não é um sinal de intimidade com ele, como essas pessoas provavelmente supõem, mas um atestado de que mal conhecem a Deus. Com efeito, aqueles que conhecem a Deus de verdade se aproximam dele com alegria e maravilhamento sem, contudo, perderem a reverência e o santo temor. — Dois salmos antes do 97, se lê isto: “Venham, vamos adorar e nos prostrar, vamos nos ajoelhar diante do SENHOR, nosso Criador” (Sl 95.6). — Deus é sim temível! Sim, ele é temível porque: Salmo 97.2-6 —
2Nuvens escuras o cercam; justiça e retidão são a base de seu trono. 3Fogo se espalha adiante dele, queimando todos os seus inimigos. 4Seus relâmpagos iluminam o mundo; a terra os vê e estremece. 5Os montes se derretem como cera diante do SENHOR, diante do Senhor de toda a terra. 6Os céus proclamam sua justiça; todos os povos veem sua glória.
Ímpios são devorados por Deus e estremecem (vs. 3-4). Gente, uma chuva pode ser abençoadora ou destruidora. Quando Deus age, é bênção para seu povo e juízo para o mundo. Os montes cobertos de gelo são os mais rijos da natureza, mas são como cera diante do Senhor (v. 5). Os que se opõem a Deus são como cera diante dele. Por mais poderosos que pareçam, serão destruídos. A tempestade é um sinal: “Os céus proclamam sua justiça; todos os povos veem sua glória” (v. 6).
Maravilhe-se com isto: Deus é temível!
Deus é temível, mas como reagem os povos? Curvam-se ante a seus deuses – para sua própria vergonha! Salmo 97.7 — “Sejam envergonhados os que adoram ídolos, os que contam vantagem de seus deuses inúteis, pois todos os deuses se prostram diante dele.” — O ponto desse versículo é que se o SENHOR realmente é como a estrofe anterior o descreveu: justo, fogo consumidor, temível, todo-poderoso e glorioso, então ele é único nessas qualidades e é de fato o único Deus verdadeiro. Spurgeon, comentando esse versículo – Salmo 97.7 – , escreveu que
Quando um homem adora seriamente o que foi esculpido pela mão de um homem e deposita sua confiança em um mero nada, em uma nulidade, ele é realmente embrutecido e, quando se convence de tal absurdo, pode se envergonhar. Um homem que venera uma imagem é apenas a imagem de um homem; seu senso deve tê-lo abandonado. Aquele que se gloria de um ídolo se gloria em algo inútil.
Mas os ímpios insistem em continuar passando vergonha face aos seus ídolos – mesmo sabendo que qualquer “ídolo nada vale neste mundo, e que há somente um Deus” (1Co 8.4). Quais são os ídolos mais comuns? “Eu” (autoimagem, autoestima), poder, fama, sexo, dinheiro, lazer e diversão. As pessoas do mundo vendem a alma a esses ídolos constantemente – e vão se tornando à imagem deles:
Se você adorar o DINHEIRO, você se tornará ganancioso e mesquinho. Agora, ninguém se propõe a adorar o dinheiro. Você não se senta um dia e diz: “Sabe, acho que vou adorar o dinheiro!” Mas você pode começar adorando ter controle sobre todas as coisas relativo ao seu futuro, sua saúde e seus filhos… ou você pode começar adorando achar segurança material no que você tem… ou você pode começar adorando o prazer das coisas boas e o status que essas coisas boas dão e que só o dinheiro pode comprar… e isso o leva (leva você, meu amigo e leva você, minha amiga) à adorar o dinheiro. RESULTADO: você se torna, e até sem querer, materialista… e isso te desumaniza, você fica menos nobre e menos amoroso e mais ganancioso e mais desumano, mesquinho, sem a menor compaixão e generosidade no coração.
Se você adora SEXO, você se tornará cada vez mais obcecado e narcisista. Agora, ninguém se senta um dia e diz: “Acho que vou adorar o sexo!” Ninguém faz isso. Mas você pode começar pensando (mesmo sem perceber): “Eu quero a minha gratificação pessoal imediatamente, mais do que qualquer outra coisa (ainda que infinitamente importante)!” E de repente você se pega, admitindo ou não, adorando o sexo, a perversão sexual, a pornografia, a prostituição, o adultério… e essas coisas começam a destruir sua humanidade, desfigurar seu caráter, deturpar seus desejos e a deformar o próximo que se torna para você um mero objeto de consumo prazeroso instantâneo.
Se você adora o PODER, você se tornará competitivo e sem coração. Você passará por cima de qualquer pessoa – principalmente daquelas que você mais ama.
Se você adora LAZER E DIVERSÃO, você se tornará superficial, leviano, descomprometido com as coisas que realmente importam na vida: amar a Deus e o próximo. Resultado: seus relacionamentos serão de conveniência e seu trabalho será mal feito.
E poderíamos continuar com essa lista de ídolos. O FATO É QUE o que você deseja determina o que você se tornará. E se você colocar seus desejos em outra coisa que não seja o único e verdadeiro Deus, você ficará deformado e destruirá o próximo, começando pelo seu próximo mais próximo. O desejo e o deleito que são colocados no objeto certo – o único Deus verdadeiro – salva e santifica, enobrece e edifica o indivíduo. O desejo colocado na coisa errada o condena, corrompe e envergonha. Salmo 97.7 — “Sejam envergonhados os que adoram ídolos, os que contam vantagem de seus deuses inúteis, pois todos os deuses se prostram diante dele.”
Não é esta a história de Romanos 1? Em vez de adorar o Criador, diz Paulo, eles adoram a criatura. E como resultado, o que aconteceu? Eles se tornaram mais nobres? Não. Eles se tornaram como répteis e quadrúpedes que rastejam ou andam de quatro pelo chão. Adorar a si mesmo não o enobrece, ao contrário: o torna menos humano. Deus em seu julgamento vindouro revelará a loucura da idolatria, e nos tornaremos semelhantes ao que adoramos. Maravilhe-se com este fato: Deus é só um; ele é único!
A quarta estrofe do Salmo 97 retorna ao tema introduzido no final do Salmo 96: o justo julgamento de Deus. Sião e as aldeias vizinhas estão se regozijando porque Deus interveio na história para estabelecer seu governo justo e real sobre toda a terra:
Salmo 97.8-9 8Sião ouviu e se alegrou, e todas as cidades de Judá exultam, por causa de tua justiça, ó SENHOR. 9Pois tu, SENHOR, és supremo sobre toda a terra; és exaltado muito acima de todos os deuses.
Isso faz referência a algum ato especial de Deus para a salvação de seu povo, embora não nos seja dito o suficiente no salmo para descobrir o que poderia ser. Alguns estudiosos sugerem o retorno dos judeus da Babilônia e a reconstrução de Israel.
Qualquer que seja a referência histórica imediata, o único cumprimento completo dessa realidade deve ser o eventual retorno de Jesus Cristo e o estabelecimento eterno de seu reino no final desta era. Só então a justiça perfeita virá a este mundo (que será restaurado). Não existe justiça perfeita agora. Agora os fortes oprimem os fracos. O inescrupuloso engana o inocente. Os assassinos ficam livres e os corruptos ficam impunes. Mas quando Jesus voltar haverá justiça perfeita. Os indefesos serão defendidos, os mentirosos envergonhados e os culpados julgados – e condenados. Isso será motivo de grande regozijo por parte dos justos, como é o caso deste salmo:
Salmo 97.8-9 8Sião ouviu e se alegrou, e todas as cidades de Judá exultam, por causa de tua justiça, ó SENHOR. 9Pois tu, SENHOR, és supremo sobre toda a terra; és exaltado muito acima de todos os deuses.
Em Apocalipse, a alegria é expressada pela queda da “Babilônia, a Grande, a Mãe das Prostitutas e das Abominações da Terra” (Ap 17.5) – um símbolo do poder e da perversão que imperam neste mundo, em cada camada social. Mas o louvor é dado a Deus, que julgou a cidade com justiça e a condenou pelos seus pecados:
Apocalipse 19.1-3 1Depois disso [depois da visão da queda da Babilônia em Apocalipse 18], [eu, João] ouvi algo semelhante ao som de uma grande multidão clamando: “Aleluia! Salvação, glória e poder pertencem a nosso Deus. 2Seus julgamentos são verdadeiros e justos. Ele castigou a grande prostituta, que corrompia a terra com sua imoralidade, e vingou o assassinato de seus servos”. 3E, mais uma vez, as vozes ressoaram: “Aleluia! A fumaça dessa cidade sobe para todo o sempre!”.
Maravilhe-se disto: Deus é justo!
O próximo versículo do Salmo 97 é um encorajamento para aqueles que ainda vivem em tempos maus, mas não deixam de se apegar à sua fé, sabendo que Deus permanecerá fiel a eles e os protegerá: Salmo 97.10 — “Vocês que amam o SENHOR, odeiem o mal! Ele protege a vida de seus fiéis e os resgata da mão dos perversos.”
O amor ao SENHOR deve ser temperado com autoexame e ódio do mal. Estar sob o cuidado e a proteção de um Deus santo e justo exige um estilo de vida semelhante. A gente sabe disso (não é verdade?), mas não é fácil! O próprio Deus, no entanto, capacita seus fieis a perseverar em santidade — conforme disse o apóstolo Paulo aos crentes de Filipos: Filipenses 2.12-13 — “[…] Trabalhem com afinco a sua salvação, obedecendo a Deus com reverência e temor. Pois Deus está agindo em vocês, dando-lhes o desejo e o poder de realizarem aquilo que é do agrado dele.”
Portanto, quando o salmista disse “odeiam o mal!” (Sl 97.10), NOTE: ele está pressupondo que há no indivíduo o amor do SENHOR: “Vocês que amam o SENHOR, odeiem o mal!” (v. 10). Porque ele ama o SENHOR ele será capaz de odiar o mal. O SENHOR age no justo, dando-lhe o desejo e o poder de realizar aquilo que é do agrado dele, Deus.
Mas tem mais, os que odeiam o mal (movidos pelo amor a Deus, capacitados pelo amor de Deus, v. 10), desfrutarão também da proteção, libertação, iluminação e satisfação do SENHOR: Salmo 97.10b-12 — “10[…] Ele protege a vida de seus fiéis e os resgata da mão dos perversos. 11A luz brilha sobre os justos, e a alegria [irradia], sobre os que têm coração íntegro.” Daí que se faz o imperativo final do nosso salmo: versículo 12 — “Alegrem-se no SENHOR todos os justos e louvem seu santo nome!”
Deus é santo – e alegre. Assim devem ser seus filhos: santos e alegres, em Deus!
Maravilhe-se, crente; e se maravilhe você também, meu amigo, minha amiga: Deus é santo – e alegre. Seja santo. Ame o SENHOR e odeie o mal. Alegre-se no SENHOR.
[1.] Deus é soberano (v. 1); [2.] Deus é temível (vs. 2-6); [3.] Deus é só um (v. 7); [4.] Deus é justo (vs. 8-9); [5.] Deus é santo – e alegre (v. 10-12). PERGUNTA: é esse o seu Deus?
Qual é o seu Deus?
Faça de Jesus Cristo o seu Rei exaltado – submeta-se a Cristo com Salvador e Senhor de sua vida. Faça de Jesus seu Deus soberano e temível. Faça de Jesus seu único e suficiente Deus, Senhor e Salvador. Tome Jesus Cristo pela fé como sua justiça (seu substituto diante de Deus). Contemple Jesus Cristo pela fé, diariamente e seja santificado e fique satisfeito de alegria nele:
2Coríntios 3.16-18 16Contudo, sempre que alguém se volta para o Senhor [com arrependimento e fé], o véu é removido [você passa a ver e a se maravilhar em quem Deus é, em quem Cristo é]. 17Pois o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade [libertação do pecado, dos ídolos, do medo]. 18Portanto, todos nós, dos quais o véu foi removido, podemos ver [maravilhar-nos] e refletir [sermos transformados] a glória do Senhor, e o Senhor, que é o Espírito, nos transforma gradativamente à sua imagem gloriosa, deixando-nos cada vez mais parecidos com ele.
Maravilhe-se de seu Deus e Rei, seu Senhor e Salvador. Maravilhe-se de Jesus Cristo. Tema-o. Somente ele é Deus. Deus justo, santo e alegre. — É esse o seu Deus?
Você tem medo de quê?
Não tema coisa alguma. — Maravilhe-se de Jesus – e não tenha medo de viver (nem de morrer!). Tenha medo de nada. Ele é Senhor da vida, do mundo, dos mares e até das tempestades. Ele, de fato – como se lê em Naum 1.3 —, ele, o SENHOR “Demonstra seu poder no vendaval e na tempestade; as nuvens são poeira debaixo de seus pés.” E quando ele – Jesus Cristo – se torna o único SENHOR de sua vida, você consegue cantar maravilhado: Sossegai! (hino 328 do Cantor Cristão) —
As ondas atendem ao meu mandar, sossegai;
Seja o atribulado mar, a ira dos homens o gênio do mal,
Tais águas não podem a nau [a vida] tragar,
Que leva ao Senhor Rei do céu e mar!
Pois todos ouvem o meu mandar, sossegai, sossegai,
Convosco estou para vos salvar, sim sossegai!
Maravilhe-se, crente! Maravilhe-se de Jesus!
S.D.G. L.B.Peixoto
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