15.05.2022
[Salmo 99] 1O SENHOR reina! Tremam os povos! Ele está sentado em seu trono acima dos querubins. Trema toda a terra! 2O SENHOR é soberano em Sião, exaltado acima de todos os povos. 3Seja louvado teu grande e temível nome, pois é santo! 4Rei poderoso, que ama a justiça, tu estabeleceste a imparcialidade. Agiste com justiça e retidão em Israel. 5Exaltem o SENHOR, nosso Deus; prostrem-se a seus pés, pois ele é santo! 6Moisés e Arão estavam entre seus sacerdotes, e Samuel também invocava seu nome. Clamavam ao SENHOR, e ele lhes respondia. 7Da coluna de nuvem lhes falava, e eles seguiam os preceitos e os decretos que ele lhes dava. 8Ó SENHOR, nosso Deus, tu lhes respondias; eras para eles Deus perdoador, mas os castigava quando se desviavam. 9Exaltem o SENHOR, nosso Deus, e prostrem-se em seu santo monte, pois o SENHOR, nosso Deus, é santo!
Que o ser humano tem problemas – problemas sérios! – não é novidade para você. Que eu e você temos problemas não é novidade para ninguém. Afinal, por que a gente é capaz de praticar tantas coisas deprimentes; por que a gente faz o que a gente faz; por que o mundo está como está? Qual é o nosso problema?
Os sabichões dirão o seguinte: o problema do mundo são as pessoas. Verdade! Mas qual é o problema das pessoas? Por que nós fazemos o que fazemos, e deixamos o mundo do jeito que está – e cada vez mais caminhamos para o pior?
Se o problema do mundo são as pessoas, será que as pessoas sabem qual é a raiz dos nossos problemas? Você sabe? Qual é a raiz do nosso problema? Qual é a raiz do seu problema? Qual é a raiz do problema das pessoas?
Vamos trazer a coisa para o campo pessoal. Isso é muito importante, pois me parece que quando se diz que “o problema do mundo são as pessoas”, a pessoa que diz isso está se eximindo de qualquer culpa. Tal pessoa, a mim me parece, está dizendo mais ou menos o seguinte: “Eu sou boa, minha família é boa, o problema do mundo são as outras pessoas. E como eu e minha família sofremos neste mundo!”. Portanto, quando falamos do problema do mundo e das pessoas é fundamental trazermos a coisa para o campo pessoal – onde ninguém escapa, nem eu nem você.
Falemos da ansiedade, da preocupação e do medo. Afinal de contas, todos nós sofremos com essas coisas: ansiedade, preocupação e medo. Agora, seja honesto, seja honesta, o que o ser humano não é capaz de fazer quando está ansioso; o que não se faz quando se está com medo? A gente sabe muito bem o que as pessoas são capazes de fazer (o que eu E VOCÊ somos capazes de fazer) quando a preocupação atinge níveis incontroláveis: aumenta a cobiça, aumenta o amor ao dinheiro que, segundo a Bíblia, é a raiz de todos os males (1Tm 6.10); mentiras; trapaças; ataques de ira; glutonaria; compulsões e endividamento (e a bola de neve vai crescendo); dependência de álcool e drogas; tabagismo; crimes; roubos; e muito, muito mais. — Não é verdade? Quando passam da dose, ansiedade, preocupação e medo são um veneno letal.
O transbordar dessa luta perdida no nosso coração – a luta contra a ansiedade, a preocupação, o medo e o pecado (saiba que o pecado engloba todas as anteriores e muito mais)… essa luta perdida contra o pecado no nosso coração, quando esguichada em palavras e práticas, deixa o mundo no estado em que se encontra – deixa em frangalhos sua vida, família e tudo o mais ao redor. Quando essa luta contra o pecado é perdida no coração, a gente é capaz das piores coisas.
Além dos cacos que deixamos ao redor, sofremos ainda com a falta de paz, e não conseguimos encontrar descanso para o coração e para o corpo e para a casa e para o mundo. É terrível! E este é o problema do mundo; este é o problema das pessoas: o nosso coração derrotado pelo pecado, pelo medo, pela preocupação, pela ansiedade; o coração despedaçado, deprimido e desesperado. — Jesus colocou tudo isso nas seguintes palavras:
Marcos 7.20-23 20Em seguida [tendo dito que não é o mundo lá fora, não são as coisas de fora a causa dos nossos problemas e dos problemas do mundo], acrescentou: “Aquilo que vem de dentro é que os contamina. 21Pois, de dentro, do coração da pessoa, vêm maus pensamentos, imoralidade sexual, roubo, homicídio, 22adultério, cobiça, perversidade, engano, paixões carnais, inveja, calúnias, orgulho e insensatez. 23Todas essas coisas desprezíveis vêm de dentro; são elas que os contaminam [e que contaminam o mundo]”.
SÓ TEM UM JEITO de se vencer a luta que travamos no coração. Só há uma maneira de resolvermos nosso problema mais essencial e, consequentemente, os problemas do mundo. Essa luta contra a ansiedade, a preocupação e o medo; a luta contra o pecado; a luta pela paz de espírito e o descanso do corpo; essa luta só será vencida quando a nossa visão de Deus for apropriada e apaixonante. A visão diminuta ou distorcida de Deus que temos ou que nutrimos no coração; a pequenez de nossa fé ou mesmo a falta de fé em quem Deus é de verdade é a raiz de todos os nossos problemas e os problemas do mundo.
DITO DE OUTRO MODO: quando se tem a visão correta da grandeza de Deus, da justiça e da retidão de Deus, da acessibilidade e do perdão de Deus; quando se tem a visão da santidade de Deus; e se tem fé em quem Deus de fato é, a luta contra o pecado começa a ser vencida no nosso coração e nos tornamos agentes de um mundo melhor.
Mas como ter essa visão grandiosa de Deus? Como encher o coração de fé?
A BÍBLIA SAGRADA É O LIVRO QUE REVELA DEUS. De fato, a Bíblia é a autorrevelação que Deus faz de si mesmo; é também a revelação que Deus faz de nós: quem somos; como e para que nós fomos criados; qual é o nosso problema e como resolvê-lo. Graças a Deus pela Bíblia! Graças a Deus “que nenhuma profecia nas Escrituras surgiu do entendimento do próprio profeta, nem de iniciativa humana. Esses homens foram impulsionados pelo Espírito Santo e falaram da parte de Deus” (2Pe 1.20-21). E graças a Deus nós temos passagens da Bíblia como o salmo em tela hoje à noite: o Salmo 99.
Neste salmo, somos ajudados a ver Deus corretamente, a admirá-lo por quem ele é e faz; somos apresentados à sua santidade, retidão e justiça; somos informados de que esse Deus tão santo, grande, temível, reto e justo é também acessível e perdoador. Aprendemos neste salmo que o Deus Rei Santo, aquele que está assentado em majestade no trono, bem acima dos seres celestiais mais perfeitos: os querubins (Sl 99.1), esse Deus, impressionantemente, entra em comunhão com seu povo, perdoando e recebendo os seus (Sl 99.6-9). Desse modo, resolve-se a raiz de todos os nossos problemas.
O Salmo 99 é o último dos salmos que exaltam o reino de Deus, o último dos chamados salmos de entronização. Faz parte do grupo que exalta a soberania de Deus sobre os céus e a terra (Salmos 92 a 99).
O Salmo 99 declara que o Senhor reina (v. 1), e então chama todos a temer e tremer por causa de sua soberana majestade, mas também para louvá-lo (vs. 1-3), exaltá-lo (vs. 4-5) e clamá-lo (vs. 6-9). Sete vezes o Salmo 99 repete o refrão: “pois é santo” (nos versículos 3, 5 e 9). Essa repetição – “pois é santo” – , no final de cada trecho, delineia as três partes do salmo, e é ela que nós vamos seguir em nosso estudo.
1. Louve ao SENHOR, pois ele é GRANDE E TEMÍVEL (vs. 1-3)
1O SENHOR reina! Tremam os povos! Ele está sentado em seu trono acima dos querubins. Trema toda a terra! 2O SENHOR é soberano em Sião, exaltado acima de todos os povos. 3Seja louvado teu grande e temível nome, pois é santo!
2. Exalte ao SENHOR, pois ele é JUSTO E RETO (vs. 4-5)
4Rei poderoso, que ama a justiça, tu estabeleceste a imparcialidade. Agiste com justiça e retidão em Israel. 5Exaltem o SENHOR, nosso Deus; prostrem-se a seus pés, pois ele é santo!
3. Clame ao SENHOR, pois ele é ACESSÍVEL E PERDOADOR (vs. 6-9)
6Moisés e Arão estavam entre seus sacerdotes, e Samuel também invocava seu nome. Clamavam ao SENHOR, e ele lhes respondia. 7Da coluna de nuvem lhes falava, e eles seguiam os preceitos e os decretos que ele lhes dava. 8Ó SENHOR, nosso Deus, tu lhes respondias; eras para eles Deus perdoador, mas os castigava quando se desviavam. 9Exaltem o SENHOR, nosso Deus, e prostrem-se em seu santo monte, pois o SENHOR, nosso Deus, é santo!
Permitam-me algumas observações:
A santidade é a essência dos atributos de Deus
CADA PAR DESSAS QUALIDADES DE DEUS – grande e temível (vs. 1-3); justo e reto (vs. 4-5); acessível e perdoador (vs. 6-9) – carrega em sua essência o atributo da santidade de Deus: “pois é santo!” (v. 3); “pois ele é santo!” (v. 5); “pois o SENHOR, nosso Deus, é santo!” (v. 9). Isso significa que a santidade de Deus garante que seus atributos são absolutamente santos, totalmente distintos (nada relativos ou errados): grande é grande; temível é temível; reto é reto; justo é justo; acessível é acessível; perdão é perdão e pronto!
A santidade de Deus se revela de modo glorioso
A santidade de Deus se revela ou se manifesta de modo glorioso.
QUE É SANTIDADE?
A ideia fundamental por trás do conceito de santidade é ser separado, distinto daquilo que é ordinário ou comum. Portanto, em seu uso simples, santidade pode se referir a algo bom ou ruim. Por exemplo: em cultos pagãos no período bíblico, havia prostitutas nos templos que eram tidas como santas, porque elas não eram prostitutas comuns, eram prostituas cultuais – separadas, dedicadas para as práticas sexuais nos cultos aos deuses pagãos.
Mas na Bíblia não é assim que o adjetivo santo ou o substantivo santidade são utilizados. Santidade, no sentido bíblico, assumiu um significado moral ou comportamental que deriva da santidade de Deus. Em outras palavras, Deus está separado de tudo o que não é Deus e está em uma classe absolutamente à parte. Deus, como o diamante mais raro do universo, é absolutamente único e infinitamente valioso.
A santidade de Deus, portanto, consiste essencialmente em sua singularidade absoluta e, portanto, no valor infinito de sua beleza e excelência. Deus está em um patamar absolutamente mais elevado e sozinho. Deus está acima de todas as coisas. Deus é sui generis – ele é totalmente único no seu gênero. Deus é distinto de tudo que não é Deus e, portanto, ele é infinito e de valor absoluto. E isso torna todos os seus atributos (qualidades) e todas as suas atitudes (praticas) moralmente belos e excelentes, infinitamente valiosos e perfeitos.
QUE É GLÓRIA?
Santidade é a dignidade infinita, a beleza infinita, a pureza infinita, a excelência infinita e o valor infinito – e intrínsecos – de Deus; santidade é a qualidade interior distinta, separada, superior a tudo de Deus. Santidade diz respeito à natureza de Deus e de seus atos – é o que corre no sangue; o DNA de Deus.
E glória? Que é a glória de Deus?
A glória de Deus é concebida ou projetada quando a santidade de Deus vem a público – quando irradia de seu ser, quando enche a terra e se torna visível e de algum modo palpável para os seres humanos. Isaías compreendeu isso muito bem: Isaias 6.3 — Diziam [os serafins] em alta voz uns aos outros: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; TODA A TERRA ESTÁ CHEIA DE SUA GLÓRIA!”
Percebeu?
Isaías não disse que toda a terra está cheia de sua santidade – que é o que se esperava ler. Isaías não diz: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; TODA A TERRA ESTÁ CHEIA DE SUA SANTIDADE!” O que Isaías diz é: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; TODA A TERRA ESTÁ CHEIA DE SUA GLÓRIA!”
Por quê?
A glória de Deus é concebida ou projetada quando a santidade de Deus vem a público – quando a santidade irradia de seu ser, quando ela enche a terra e se torna visível e de algum modo palpável para os seres humanos. Quando vem a público, a santidade de Deus enche a terra de sua glória. Deus é santo, santo, santo, e enche a terra com sua santidade que, uma vez tornada pública, é chamada de glória.
Agora sim as palavras do Salmo 99 poderão fazer mais sentido para nós: quando o Deus santo se manifesta, o homem o vê grande e temível (v. 3); o homem enxerga justiça e retidão (v. 4); o homem sabe que Deus o ouve e o responde (v. 6); o justo conta com a voz, os preceitos e os decretos santos de Deus para o conduzir (v. 7); e prova do perdão de Deus (v. 8). O Deus santo quando vem à público se veste de glória: majestade, grandeza, justiça, retidão, voz e perdão.
VEJA: Se Deus alguma vez agisse de uma maneira que de alguma forma contradissesse seu ser totalmente único e seu valor e beleza infinitos, sua ação seria profana, não seria santa e, portanto, não revelaria glória. Mas a santidade de Deus sempre se manifesta gloriosa, isso porque Deus é santo, santo, santo.
Pois bem…
A santidade é a essência dos atributos de Deus;
A santidade de Deus se manifesta gloriosa; e, por fim…
A santidade de Deus é um convite aos homens
A santidade de Deus é um convite a que se louve (v. 3), exalte (v. 5) e clame (v. 6) ao SENHOR. Sendo assim, como alguém poderia achar que santidade cristã teria qualquer outro sinônimo que não fosse júbilo, alegria e exultação no SENHOR.
1. Louve ao SENHOR, pois ele é GRANDE E TEMÍVEL (vs. 1-3)
1O SENHOR reina! Tremam os povos! Ele está sentado em seu trono acima dos querubins. Trema toda a terra! 2O SENHOR é soberano em Sião, exaltado acima de todos os povos. 3Seja louvado teu grande e temível nome, pois é santo!
2. Exalte ao SENHOR, pois ele é JUSTO E RETO (vs. 4-5)
4Rei poderoso, que ama a justiça, tu estabeleceste a imparcialidade. Agiste com justiça e retidão em Israel. 5Exaltem o SENHOR, nosso Deus; prostrem-se a seus pés, pois ele é santo!
3. Clame ao SENHOR, pois ele é ACESSÍVEL E PERDOADOR (vs. 6-9)
6Moisés e Arão estavam entre seus sacerdotes, e Samuel também invocava seu nome. Clamavam ao SENHOR, e ele lhes respondia. 7Da coluna de nuvem lhes falava, e eles seguiam os preceitos e os decretos que ele lhes dava. 8Ó SENHOR, nosso Deus, tu lhes respondias; eras para eles Deus perdoador, mas os castigava quando se desviavam. 9Exaltem o SENHOR, nosso Deus, e prostrem-se em seu santo monte, pois o SENHOR, nosso Deus, é santo!
A santidade de Deus é um CONVITE AOS HOMENS, um convite ao louvor, à exaltação e ao clamor. Um convite a que se LOUVE aquele que é grande e temível; a que se EXALTE aquele que é justo e reto; a que se CLAME ao Deus que é acessível e perdoador. E a garantia de que você não será decepcionado é que Deus é santo, santo, santo. Ele jamais fará qualquer coisa, jamais reagirá de modo a desiludir ou destruir aqueles que também em santidade se aproximam dele quebrantados.
O que há de errado com o mundo? Qual é o problema do ser humano? Paulo escreveu em Romanos 3.23 que “todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus”. Outras maneiras de se expressar essa tragédia, a tragédia do pecado em nós é dizer que: [1.] o pecado nos “destituiu” ou “nos privou” (ARC e NVI) da glória de Deus; [2.] o pecado nos faz “carecer” ou ficar aquém, para trás, bem pra trás (ARA) da glória de Deus; [3.] o pecado “nos afastou” (NTLH) da presença gloriosa de Deus.
Desse modo – sem alcançar o padrão da glória de Deus, destituídos ou privados da glória de Deus, carentes ou aquém da glória de Deus, afastados da presença gloriosa de Deus não há mais santidade em nós – , não somos capazes de enxergar a glória de Deus e nela nos encantar, tampouco somos capazes de refleti-la. De tão longe de nós que ficou por causa do pecado que nos separou de Deus, a glória de Deus perdeu o encanto para nós. Aliás, sem a glória de Deus (que é o reflexo público da santidade de Deus), o que se deseja, neste estado de pecado, como bem colocou Jesus… o que deseja seu coração é a glória dos homens, não a glória ou aprovação de Deus (Jo 12.43).
O que o mundo precisa, o que as pessoas mais precisam (talvez até você que nasceu e foi criado em igreja) é da santidade e da glória de Deus… os problemas começariam a ser resolvidos se houvesse em você uma renovação ou mesmo a regeneração do conceito de santidade e da glória de Deus. Morto em seus pecados (Ef 2.1, 5) – sim, vivo no seu corpo, mas sem vida no espírito – , você precisa nascer de novo. Quando Deus te der vida em Cristo (Ef 2.5), você começará a ver o seu Criador e o mundo criado com novos olhos e, eventualmente, também enxergará a santidade de Deus – e assim o louvará, o exaltará e clamará a ele para que você seja santo como ele é santo.
Sem a regeneração que lhe dá um novo coração e novos olhos para a glória de Deus, você continuará amando o pecado e a glória dos homens – a glória e a santidade de Deus terá nenhum sabor ou valor para você, a exemplo do jovem Edwards em sua geração de adolescentes.
Trezentos e três anos atrás mais ou menos, Jonathan Edwards (1703–1758) encontrou tal barreira à santidade e a glória de Deus, e descobriu que apenas com a ajuda de Deus tal mazela seria superável. Escrevendo sobre o Edwards de 16 anos, o biógrafo George Mardsen registrou:
A autodisciplina falhou tanto quanto foi bem-sucedida. O auto-exame também não foi encorajador. Desde quando era capaz de se lembrar, Edwards diz ter se ressentido muito do tédio interminável do ensino e da disciplina de seus pais. A santidade parecia [nas palavras de Edwards] “uma coisa melancólica, chata, amarga e desagradável”. Edwards não se deleitava nos cultos longos da igreja. Ele ainda tinha uma natureza rebelde. Ele era orgulhoso. Ele tinha uma personalidade difícil e fugia do convívio social; jamais demonstrava sinais de caridade que evidenciassem a graça. Ele lutava com desejos sexuais que, apesar dos esforços prodigiosos, não conseguia controlar totalmente.
(Jonathan Edwards: A Life, pág. 36)
Jonathan Edwards não estava sozinho em sua geração nem está sozinho na nossa. Muitos de nós, em nossa própria incredulidade, absorvemos o que Edwards, mais tarde, convertido e escrevendo sobre a beleza da santidade, chamou de “noções estranhas de santidade”. Essas “noções estranhas de santidade”, segundo Edwards, fazem com que o homem natural tome a santidade como algo que joga contra a sua felicidade, por mais tênue e temporal que seja essa ideia humana de felicidade.
Entretanto, quando nascemos de novo, quando pela graça e por meio da fé nós nos convertemos a Cristo, a santidade de Deus e a nossa própria tomam outra perspectiva – a mesma perspectiva do Salmo 99, por exemplo.
O processo que chamamos de “santificação” (ou seja, tornar-se mais santo, crescer em santidade à semelhança de Deus), escreveu John Piper, é “a ação pela qual colocamos nossos sentimentos, pensamentos e atos em conformidade com o valor de Deus”. A santidade em nós, como criaturas finitas de Deus, começa com a nossa verdadeira percepção e valorização da gloriosa santidade de Deus. E quando você contempla tamanha glória de Deus, você não somente se regozija com tamanha beleza, excelência e perfeição; você também é transformado à imagem desse Deus maravilhoso.
2Coríntios 3.16-18 16Contudo, sempre que alguém se volta para o Senhor, o véu é removido [você passa a enxergar a beleza de Deus na revelação das Escrituras]. 17Pois o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade [liberdade da condenação, da culpa, do pecado, da morte, da antiga aliança e da cegueira ao evangelho, bem como liberdade que dá acesso à presença amorosa de Deus]. 18Portanto, todos nós, dos quais o véu foi removido, podemos ver e refletir a glória do Senhor, e o Senhor, que é o Espírito, nos transforma gradativamente à sua imagem gloriosa, deixando-nos cada vez mais parecidos com ele.
ESTE É O PROBLEMA DO MUNDO: o coração do ser humano não enxerga a glória de Deus manifestada em Jesus, tampouco a transborda em palavras e práticas; o corpo é escravo do pecado e da morte e da lei de Deus que o condena; a pessoa não tem diante de si a glória de Deus para se espelhar e por ela ser gradativamente transformada. Resultado: o que se vê é destruição e degradação e desespero e desilusão.
Clame ao SENHOR hoje a noite:
9Contudo, vemos Jesus, que por pouco tempo foi feito “um pouco menor que os anjos” e que, por ter sofrido a morte, agora está coroado “de glória e honra”. Sim, pela graça de Deus, Jesus experimentou a morte por todos. 10Deus, para quem e por meio de quem todas as coisas foram criadas, escolheu levar muitos filhos à glória. E era apropriado que, por meio do sofrimento de Jesus, ele o tornasse o líder perfeito para conduzi-los à salvação. 11Assim, tanto o que santifica como os que são santificados procedem de um só. Por isso Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos,
Clame a Deus para que te dê olhos para Jesus. Você será salvo e santificado e no final verá a Deus – verá Deus tal como o temos aqui no Salmo 99: SENHOR Deus grande e temível; justo e reto; acessível e perdoador; e para sempre você louvará, exaltará e clamará ao que é santo, santo, santo.
Clame ao SENHOR, meu amigo.
Clame ao SENHOR, meu irmão.
S.D.G. L.B.Peixoto
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