11.02.2024
1Pedro 1.14-16, NAA 14Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância. 15Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 16porque está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo.”
A Cris sabe disto: eu detesto fazer mala para viajar. Detesto! Agora, então, que a gente tem que fazer tudo caber em uma caixinha com peso máximo de 10 kg, para não ter que pagar despache de bagagem maior; fica dificílimo escolher o que levar e como organizar tudo em uma mala de bordo ou bagagem de mão, medindo apenas 55 cm de altura X 35 cm de largura x 25 cm de profundidade. Ninguém merece! Nessas horas vale muito o lema: “menos é mais”, não é verdade? A questão é: que menos é esse mais para ser colocado na mala?
Gostemos ou não, a vida cristã requer de nós saber preparar a bagagem para a nossa peregrinação nesta vida terrena. Tem que caber tudo em uma pequena mochila. — O que, então, levar? — Graças a Deus que nós não precisamos fazer essa escolha por conta própria; graças a Deus que nós temos a palavra de Deus, especificamente o capítulo 1 de 1Pedro. Neste capítulo nós encontramos as quatro peças que não poderão jamais faltar na mochila do peregrino cristão que está atravessando esta vida, a saber: esperança, santidade, temor e amor. Na primeira mensagem desta série (domingo retrasado, à noite) nós estudamos sobre a esperança – a ESPERANÇA INABALÁVEL (v. 13). Agora será a vez da santidade – a SANTIDADE INEGOCIÁVEL (vs. 14-16).
Na mensagem anterior nós observamos que durante 12 versículos, os 12 primeiros versículos da carta, Pedro não usou qualquer verbo no imperativo, não emitiu voz de comando, nem advertências ou exortações. O apóstolo apenas celebrou e abençoou o Deus que elege, regenera, refina e preserva os que – pela graça, por meio da fé – são salvos. Então, só aqui no versículo 13 é que nós nos deparamos com O PRIMEIRO MANDAMENTO da vida cristã: “Espere plenamente na graça de Deus”. Mantenha-se mentalmente apto e moralmente sóbrio para travar a luta da esperança. 1Pedro 1.13 (NAA): “Por isso, preparando o seu entendimento, sejam [estando] sóbrios e [,] esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.” — Viu? — A esperança está em primeiro lugar, a esperança vem antes de tudo na vida cristã.
Agora, O SEGUNDO MANDAMENTO: “sejam santos” (vs. 15-16).
Temos, pois, a esta altura de 1Pedro 1 DOIS MANDAMENTOS: [1.] Tenham esperança na graça de Deus (v. 13); e [2.] sejam santos como a santidade de Deus (vs. 14-15).
AGORA, MUITO IMPORTANTE: você não pode deixar de ver que ambos os imperativos exigem uma orientação completa, um foco total da vida EM DEUS. Observe:
O PRIMEIRO IMPERATIVO (com foco na vida em Deus): sejam cheios de esperança e deixem que a sua esperança seja esperança EM DEUS.
O SEGUNDO IMPERATIVO (com foco na vida em Deus): sejam santos e deixem a sua santidade ser como a santidade DE DEUS.
EM OUTRAS PALAVRAS: quando você tem esperança, você está centrado em Deus, e quando você é santo, você está centrado em Deus. [1.] A GRAÇA DE DEUS É a fonte da sua esperança, a graça de Deus é a força do seu agir e [2.] A SANTIDADE DE DEUS É a forma da sua santidade. Logo, esperança e santidade não podem faltar na mochila do peregrino cristão – porque Deus não pode faltar na vida do peregrino cristão: o Deus que nos enche de esperança e nos forma em santidade, à image de seu Filho Jesus Cristo.
Às vezes, quando lutamos com realidades bíblicas como a santidade e a esperança, perdemos de vista a floresta, olhando para cada árvore em particular. A floresta toda é esta: a vida cristã é uma vida permeada por Deus – deste modo: Deus pela manhã, Deus ao meio-dia, Deus à noite; Deus como motivo; Deus como guia; Deus como padrão moral; Deus como conforto; Deus como força; Deus como verdade; Deus como alegria. E o que emerge de 1Pedro – e de todo o Novo Testamento – é que a vida cristã é uma vida vivida em Deus – permeada por Deus. Dito de outro modo: a vida cristã é uma vida sempre consciente de Deus, sempre submetida a Deus, sempre confiante em Deus, sempre guiada por Deus, sempre esperando em Deus, sempre empoderada por Deus.
ENTRETANTO, o que me deixa boquiaberto nesta época é que, quando eu olho para a vida cultural contemporânea, a realidade mais assombrosa, impressionante e assustadora é a completa insignificância de Deus para as pessoas; ao passo que quando eu olho para o Novo Testamento, a coisa mais maravilhosa, impressionante e assustadora é que Deus é tudo: é Deus quem opera tudo em todos (1Co 12.6); é Deus quem dá o crescimento (1Co 3.7); é tudo pela força do poder de Deus (Ef 1.19); é em Deus que nós “vivemos, nos movemos e existimos” (At 17.28); e é a Deus que nós devemos temer acima de tudo, pois ele é fogo consumidor (Hb 12.28-29).
Às vezes, – sejamos honestos –, passamos por períodos longos de letargia, e ficamos tão entorpecido pela insignificância tão normal em relação a Deus na vida contemporânea que não sentimos mais a magnitude do mal e do perigo do qual nós mesmos estamos fazendo parte. É quando Deus precisa falar a nós de maneira incisiva, como se lê no profeta: Oséias 8.14 (NAA): “Israel se esqueceu do seu Criador e edificou palácios”.
Quando lemos algo assim, a gente tem que fechar os olhos, refletir e sentir novamente o chamado sempre recorrente de Deus na nossa vida: “Não se esqueça do seu Criador, não troque seu Criador pelos palácios!” GENTE!, a coisa principal sobre a qual pensar, sobre a qual sentir e na qual e pela agir no mundo é uma só: DEUS. Ser apanhado por qualquer coisa além ou acima de Deus é idolatria, e nos conduzirá a um tipo de comportamento animalesco, Oséias 8.9 (NAA): “Porque foram pedir ajuda à Assíria, como um jumento selvagem que segue o seu próprio rumo. Efraim contratou amantes.” [Agora, tapem os ouvidos das crianças:] Ezequiel 16.26 (NAA): “Você também se prostituiu com os filhos do Egito, seus vizinhos de membros avantajados, e multiplicou a sua prostituição, para me provocar à ira.” Fica pior:
Ezequiel 23.20-21 (NAA) 20Inflamou-se pelos seus amantes, cujos membros eram como o de jumento e cuja ejaculação era como a dos cavalos. 21Assim, você trouxe à memória a perversidade dos seus tempos de jovem, quando os do Egito apalpavam os seus seios e apertavam os peitos da sua juventude.
Não se espante, pois o NOSSO CONTEXTO CULTURAL não está tão distante dessa degradação moral que em vários períodos caracterizou a história de Israel. A razão é a mesma: esqueceu-se de Deus, o Criador e passou-se a tratá-lo como insignificante, acessório ou penduricalhos. As palavras de outro profeta também servem para o povo de Deus hoje, Jeremias 2.13 (NAA): “Porque o meu povo cometeu dois males [NVI: crimes]: abandonaram a mim, a fonte de água viva, e cavaram cisternas, cisternas rachadas, que não retêm as águas.” PRECISAMOS, POIS, do imperativo de 1Pedro 1.15-16 (NAA): “assim como é santo aquele que os chamou, SEJAM SANTOS vocês também em tudo o que fizerem, porque está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo.”
EM OUTRAS PALAVRAS: lembre-se do seu Criador, ó povo de Deus!, una-se a ele por meio da fé em Cristo e seja santo porque Deus é santo.
Pois bem, mergulhemos no nosso texto. PRIMEIRO, Pedro ordenou: tenham esperança em Deus (v. 13). AGORA, sejam santos como Deus. Deus é a fonte da esperança; Deus é a força do agir; e Deus é a forma da santidade.
O QUE ISSO SIGNIFICA?
O significado de santidade
Santidade tem sua ideia raiz no Antigo Testamento (citado aqui em 1Pedro 1.16: Levítico 11.44-45; 19.2). Significa ser separado do que é defeituoso e mau, e estar dedicado exclusivamente para Deus. Portanto, o sábado (o dia do SENHOR) é santo para o Senhor, isto é: ele foi separado das atividades dos outros dias da semana e está dedicado exclusivamente ao Senhor (Êx 31.15); os sacerdotes são santos para o Senhor, isto é: eles foram separados das atividades comuns e dedicados de maneira especial ao Senhor (2Cr 23.6). Desse modo, todas as coisas poderiam ser sagradas, quando fossem separadas do uso comum e dedicadas exclusivamente a Deus.
Como Deus é Santo
Quando você aplica essa definição de santidade ao próprio Deus, algo interessante acontece. Deus é santo porque ele é separado de tudo o que é mau, defeituoso e impuro. Essa é a primeira metade da definição. Deus está absolutamente livre de qualquer mácula de maldade ou deficiência causada pelo pecado. Deus não tem pecado. Deus é santo. MAS A OUTRA METADE DA DEFINIÇÃO diz que a santidade de Deus é a sua separação de tudo para a dedicação exclusiva a Deus: a glória de Deus, a justiça de Deus, a santidade de Deus.
Nesta parte da definição nós DEVEMOS TOMAR CUIDADO para não eliminarmos todas as distinções bíblicas entre a santidade de Deus e, por exemplo, a glória de Deus e a justiça de Deus – porque a santidade de Deus não se separa de qualquer um de seus próprios atributos. Deixe-me, pois, tentar pintar uma imagem simplificada da relação entre esses três atributos de Deus, os quais são comunicáveis a nós ou requerido de nós: santidade, glória e justiça, para você testar por si mesmo, enquanto lê as Escrituras Sagradas. Digo isto pois a Bíblia mesma nos ordena que sejamos santos, como Santo é o nosso Deus; a Bíblia mesma ordena que vivamos para a glória de Deus; e a mesma Bíblia nos ordena a viver em retidão e praticar a justiça.
Portanto, compreender cada uma dessas qualidade, separadamente (santidade – glória – justiça), ajudará o cristão a buscar colocá-las em prática na vida. Veja.
A Santidade, a Glória e a Justiça de Deus
A SANTIDADE DE DEUS é a realidade mais fundamental de todas. Refere-se à realidade de que Deus é totalmente único e pertence a uma classe à parte – e esta é a sua distinção – ninguém, nada se compara a ELE. Não há outro Criador, nenhum outro Sustentador, nenhuma outra Medida Final do bem e do mal. Ana, mãe do profeta Samuel, sabia disto, quando se expressou, em 1Samuel 2.2 (NAA): “Ninguém é santo como o SENHOR, porque não há outro além de ti, e não há rocha como o nosso Deus.” Deus é totalmente separado, está em uma classe em si mesma; Deus é inigualável, incomparável, totalmente não derivado de qualquer outra coisa ou ser; Deus é absoluto em seu ser e perfeição; sem começo, fim ou aperfeiçoamento. EM OUTRAS PALAVRAS, a santidade de Deus é a supremacia do seu valor infinito entre tudo e todos que existem.
A GLÓRIA DE DEUS é o brilho ou a expressão externa dessa perfeição e valor – assim como se pode dizer que, no sol, o núcleo de fogo é a santidade do sol (é o que o sol é em sua essência) e a luz solar é a glória do sol. VEJA: Isaías 6.3 (NAA): “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.”
A JUSTIÇA DE DEUS é a sua fidelidade ou compromisso em agir SEMPRE de acordo com a beleza da sua glória e o valor da sua santidade. Sua justiça é a sua lealdade em defender e magnificar a glória (a beleza) e a santidade (o caráter) de seu próprio ser (cf. Sl 143.11). Se Deus alguma vez agisse como se a sua glória não fosse o valor supremo do universo, ele seria injusto. Sua ação seria fingida, não verdadeira.
Agora, o Novo Testamento nos diz que, como crentes em Jesus, nós devemos edificar nossas vidas sobre a justiça de Deus e a glória de Deus. Só que, no nosso texto, Pedro se concentra na santidade de Deus. Portanto, precisaremos responder algumas perguntas: Como a santidade de Deus causa o impacto adequado em nossas vidas? Ou seja: Como a santidade de Deus nos torna justos (retos) e praticantes da justiça (retidão)? Como a santidade de Deus nos fará viver para a glória de Deus?
Pedro cita o próprio Deus em 1Pedro 1.16 (NAA): “Sejam santos, porque eu sou santo”. Ora, isto significa que devemos procurar ser totalmente únicos no universo, do mesmo jeito que é único o próprio Deus? Provavelmente, não. O que seria, então?
A CHAVE PARA ENTENDER como a santidade de Deus deverá impactar as nossas vidas é encontrada na comparação do versículo 14 com o versículo 15. O versículo 14 nos diz qual é o oposto de ser santo, em contraste com a ordem de ser santo no versículo 15. 1Pedro 1.14-15 (NAA): “[O OPOSTO DE SER SANTO:] Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância. 15Pelo contrário, [O SIGNIFICADO DE SER SANTO:] assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem”. OU SEJA: não ser santo é viver na ignorância e na desobediência, seguindo as paixões do pecado; ser santo é expressar o novo modo de vida aplicado às nossas vidas pelo próprio Deus.
Mas como? De que modo Deus aplica a sua santidade em nossas vidas?
Cinco etapas
Há em 1Pedro 1.14-15 CINCO ETAPAS do modo como Deus aplica e expressa a sua santidade na vida dos crentes.
1. Deus nos chama
PRIMEIRO, Deus nos chama eficazmente para a salvação – 1Pe 1.15a: “assim como é santo aquele que os chamou”. Isto aqui é praticamente a mesma coisa que Deus operando o novo nascimento (ou a regeneração), conforme nós lemos em 1Pe 1.3 (NAA): “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou [nos fez nascer de novo ou nos chamou eficazmente, exatamente como Cristo chamou Lázaro da morte para a vida] para uma viva esperança]”.
Paulo, corroborando, escreveu, em Romanos 8.29-30 (NAA): “Pois aqueles que Deus de antemão conheceu [elegeu] ele também predestinou […] E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” Este chamado (1Pe 1.15; Rm 8.30), portanto, não é uma opção que se coloca para o pecador (Quer vir? Então venha!); este chamado é, antes, o efeito da palavra vivificante de Deus que nos tira da rebelião para uma atitude submissa de fé (1Pe 1.3). Afinal, os que Deus chama, ele também justifica e glorifica.
A santidade, portanto, começa com o chamado eficaz de Deus: sejam santos –1Pedro 1.15a – “assim como é santo aquele que os chamou”.
2. Tornamo-nos Filhos de Deus
SEGUNDO, o efeito deste chamado ou deste novo nascimento ou desta regeneração é que nos tornamos filhos de Deus. 1Pedro 1.14 (NAA): “Como filhos obedientes”. Isto é crucial porque demonstra que algo realmente mudou dentro de nós quando Deus nos chamou, ou seja, o Espírito de Deus entrou e nos tornou obedientes. MAS TEM MAIS: Paulo diz, em Romanos 8.14 (NAA): “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” Assim, o Espírito Santo entra em nós e começa a operar a santidade de Deus em nossas vidas, confirmando a nossa filiação. Mas como Deus começa a operar a santidade em nós, agora salvos e filhos?
3. Passamos a ver as coisas de maneira diferente
TERCEIRO, sendo chamados e feitos filhos de Deus, não vemos mais as coisas na ignorância de antes. Passamos a ver as coisas de maneira diferente, como Deus vê todas as coisas. 1Pedro 1.14 (NAA): “Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões [desejos] que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância”. Agora que somos chamados, nascidos de Deus e filhos obedientes de Deus, não estamos mais cegados pelo que Pedro chama de “desejos da ignorância” ou “paixões da ignorância”. Essas inclinações não nos enganam mais; agora nós conseguimos enxergar através delas; não somos mais tolos como uma criança que geralmente responde pelo estímulo das cores e não pelo caráter das coisas, responde pelo tamanho dos objeto e não pelo valor.
Uma vez chamados, nascidos de Deus e filhos de Deus, nós passamos a conhecer melhor – sem ignorância. Mas conhecer melhor o quê? Principalmente Deus. Conhecemos a santidade de Deus. Não avaliamos a realidade humana como superior a Deus em valor. Não ignoramos o valor infinito de Deus. Foi por isso que Paulo escreveu assim:
1Tessalonicenses 4.3-5 (NAA) 3Pois a vontade de Deus é a santificação de vocês: que se abstenham da imoralidade sexual; 4que cada um de vocês saiba controlar o seu próprio corpo em santificação e honra, 5não com desejos imorais, como os gentios que não conhecem a Deus.
Era uma vez… nós estávamos cegos para o valor de Deus. Afastamo-nos da fonte da vida e tentamos cavar para nós mesmos cisternas que não eram capazes de reter água (Jr 2.13). Agora, pelo Espírito de Deus, essa tolice, ignorância e futilidade foram dissipadas, e estamos começando a avaliar as coisas pelo que elas realmente são; agora vemos que a santidade de Deus é o valor supremo no universo.
4. Deixamos de lado desejos antigos e experimentamos novos desejos
QUARTO, a substituição da nossa antiga ignorância, pela verdade a respeito de Deus, leva-nos a abandonar velhos desejos e a experimentar novos desejos. 1Pedro 1.14 (NAA): “Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões [desejos] que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância”. A ignorância a respeito de Deus ditava nossos desejos enganosos. Agora, porém, esses desejos, — Pedro vai dizer, — não passam de desejos “antigos” ou “anteriores”. Esses desejos estão pouco a pouco se apagando como memórias evanescente do passado. Nossos novos desejos estão agora sendo ditados pelo conhecimento da verdade a respeito de Deus.
Como isso funciona?
O coração sempre segue a cabeça, não tem jeito! A vida é guiada pelos valores que temos. Nossas paixões seguem nossos padrões. Assim, à medida que o nosso conhecimento de Deus vai nos educando na verdade, vamos deixando a ignorância, vamos moldando a cabeça pela verdade, vamos adotando os valores da palavra de Deus e nossos padrões vão se conformando aos de Cristo. E por mais que tenhamos de combater desejos ou paixões pecaminosas com a verdade, esses desejos não são mais o poder que define as nossas vidas. Eles são “antigos” ou “anteriores”. Eles não nos definem.
5. Obedecemos a Deus
Finalmente: o destronamento dos desejos antigos pela verdade a respeito de Deus e, agora, esses novos desejos ditados pelo conhecimento verdadeiro de Deus nos levam à obediência a Deus e à inconformidade com o mundo e o pecado. 1Pedro 1.14 (NAA): “Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões [desejos] que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância”.
QUANDO ATRAVESSAMOS ESSAS CINCO ETAPAS nós começamos a ser santos em tudo o que fazemos, tal como se requer em 1Pedro 1.15. Portanto, a resposta bíblica à questão de como a santidade de Deus se expressa em nossas vidas ou como Deus mesmo aplica a sua santidade em nossas vidas é a seguinte:
John Piper, descrevendo a conversão, escreveu assim: “A conversão é a criação de novos desejos, não apenas de novos deveres; novos amores, não apenas novas ações; novos tesouros, não apenas novas tarefas.” Noutro lugar, Piper complementou:
A distinção mais básica e mais essencial entre o cristão e o não-cristão não são novas decisões da vontade, nem novas ações de mãos operosas, nem novas doutrinas na mente, mas um novo deleite no coração.
A distinção mais básica entre o corpo de Cristo e o mundo não são decisões piedosas, nem boas ações, nem doutrinas genuínas, mas prazeres alegres na glória de Deus – a beleza de Deus, a excelência de Deus, a santa majestade de Deus, a maravilhosa misericórdia de Deus – a pessoa de Deus como ele está mais plenamente revelado em Cristo Jesus.
Por isso, exorto-vos com as palavras do apóstolo Pedro:
1Pedro 1.14-16, NAA 14Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância. 15Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 16porque está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo.”
S.D.G. L.B.Peixoto
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