02.02.2025
Hebreus 2.1-4 (NVT)
1Portanto, precisamos prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas. 2Pois a mensagem que foi transmitida por meio de anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu o castigo merecido. 3O que nos faz pensar que escaparemos se negligenciarmos essa grande salvação, anunciada primeiramente pelo Senhor e depois transmitida a nós por aqueles que o ouviram falar? 4E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.
Jamais deveria ser um ponto de controvérsia, mas, tragicamente, ainda é — já foi mais, mas persiste —, especialmente entre as igrejas protestantes e evangélicas históricas, incluindo as batistas. Estamos falando sobre sinais, prodígios e milagres.
Diante disso, surge a pergunta: é correto orarmos por sinais, prodígios e milagres?
Abordamos este tópico porque, em nossa série de exposições bíblicas na carta aos Hebreus, chegamos a um momento em que o autor menciona os “sinais, prodígios e milagres” (Hb 2.4) realizados pelos apóstolos (Hb 2.3) como evidência de que a mão de Deus estava sobre eles. Esses atos confirmavam como verdadeira a mensagem do evangelho que pregavam (Hb 2.2), com o propósito de promover a salvação de todos os que se arrependessem e cressem no nome de Cristo.
Na mensagem anterior, abordamos essencialmente dois pontos. Primeiramente, a definição de termos como sinais, prodígios, milagres, segunda bênção, batismo no Espírito Santo, continuísmo e cessacionismo. Em seguida, demonstramos que a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, embora não endosse a doutrina da “segunda bênção” ou o batismo no Espírito Santo como uma experiência posterior à conversão — seguida de falar em línguas e demonstrações de poder espiritual —, reconhece, nas Escrituras, a realidade e a necessidade da plenitude do Espírito na vida do crente.
Embora os batistas brasileiros considerem a doutrina pentecostal do batismo no Espírito Santo ou a segunda bênção estranha às Escrituras, constatamos que há, sim, espaço para alguma continuidade no que diz respeito aos dons do Espírito, incluindo sinais, prodígios e milagres. Isso está evidenciado na Declaração Doutrinária da CBB, capítulo 3, parágrafo 3: “Deus Espírito Santo”.
Se você não esteve conosco no culto matutino do domingo passado ou não assistiu à parte 1 da mensagem “Sinais, Prodígios e Milagres”, recomendo que o faça. O conteúdo está disponível em nosso canal no YouTube (@LeandroPeixoto), e o esboço completo pode ser encontrado em nosso site (sibgoiania.org).
Nesta manhã, nosso objetivo será apresentar os argumentos dos dois principais grupos sobre sinais, prodígios, milagres e dons do Espírito Santo: o argumento cessacionista e o argumento continuísta. Ou seja, de um lado, a posição de que esses fenômenos foram restritos ao período apostólico; de outro, a visão de que eles ainda são acessíveis aos nossos dias.
Começarei apresentando a visão que afirma que os sinais e prodígios estão limitados à era dos apóstolos. É importante destacar que essa perspectiva não nega a ocorrência de milagres, mas defende que eles não representam a forma típica ou normal pela qual igrejas e crentes realizam o ministério.
Os defensores dessa posição argumentam que o ministério de cura de Jesus e dos apóstolos foi único. Sinais e prodígios, segundo eles, não eram realizados pelos cristãos em geral, mas eram distintivos dos apóstolos. Assim, com a morte dos apóstolos, os sinais e prodígios também teriam cessado.
Essa visão é sustentada por cinco argumentos principais.
1.1 — O Ministério Especial dos Apóstolos em Atos
No livro de Atos, parece que Lucas, seu autor, deseja mostrar que os sinais e prodígios não eram algo comum entre os cristãos em geral, mas estavam vinculados ao ministério especial do grupo apostólico.
Primeiramente, Lucas destaca que os sinais e prodígios tiveram grande importância no ministério terreno de Jesus. Em Atos 2.22 (NVT), lemos: “Povo de Israel, escute! Deus aprovou publicamente Jesus, o nazareno, ao realizar milagres, maravilhas (ou prodígios) e sinais por meio dele, como vocês bem sabem.”
Em seguida, Lucas ressalta a relevância desses sinais no ministério dos apóstolos:
Portanto, argumenta-se que Lucas parece deixar claro que os sinais e prodígios registrados em Atos desempenham um papel especial no ministério dos apóstolos. Isso sugere que, tanto naquela época quanto hoje, sinais e prodígios não foram nem são destinados a fazer parte normal do ministério da igreja ou da evangelização. Esses eventos foram projetados para autenticar, de forma única e definitiva, a autoridade dos apóstolos.
1.2 — 2Coríntios 2.12
A segunda evidência para sustentar que sinais e prodígios cessaram com a morte dos apóstolos encontra-se em 2Coríntios 12.12. Nesse texto, Paulo, ao escrever para defender seu apostolado em Corinto contra alegações de que outros homens seriam os verdadeiros ou maiores apóstolos, declara (NVT): “Quando estive com vocês, certamente dei provas de que sou apóstolo, pois com grande paciência realizei sinais, maravilhas e milagres entre vocês.” Na versão ARA: “Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos.”
Observe que Paulo enfatiza que deu provas suficientes de sua autenticidade como apóstolo, destacando que realizou os sinais distintivos de um apóstolo — “credenciais do apostolado” —, mesmo em meio às dificuldades. Os “sinais e prodígios” foram parte essencial dessa demonstração, conforme ele argumenta.
Portanto, conclui-se que sinais e prodígios tinham um papel especial na autenticação dos apóstolos. Tanto é que, ao escrever aos romanos e apresentar “provas” de seu apostolado entre os gentios, Paulo declarou:
Romanos 15.18-19 (NVT) 18E, no entanto, não ouso me vangloriar de nada, exceto do que Cristo fez por meu intermédio a fim de conduzir os gentios a Deus, por minha mensagem e pelo meu trabalho, 19convencendo-os pelo poder de sinais e maravilhas e pelo poder do Espírito de Deus. Assim, apresentei plenamente as boas-novas de Cristo desde Jerusalém até o Ilírico.
Isso leva alguns a concluírem que, ao encerrarem sua obra fundadora e após o falecimento dos apóstolos, os sinais e prodígios cessaram como parte do ministério do evangelho.
1.3 — Hebreus 2.4
A terceira evidência está em Hebreus 2.4 (NVT), — nosso texto — que remete ao período em que os apóstolos trouxeram o evangelho pela primeira vez aos hebreus. O texto diz, releia-o comigo: “E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.”
Esse texto leva alguns a sugerirem que os milagres não eram uma ocorrência cotidiana na igreja, especialmente após o período apostólico. Em vez de serem vistos como eventos recorrentes, a igreja os lembrava como parte de um período especial, quando as testemunhas oculares de Jesus proclamaram o evangelho pela primeira vez.
1.4 — A Exclusividade do Ministério de Jesus
A quarta evidência refere-se à exclusividade do ministério de Jesus. Essa visão destaca que o ministério de Cristo foi único em diversos aspectos, e não podemos assumir que, porque ele enviou seus primeiros discípulos para curar durante sua vida, devemos continuar exatamente da mesma forma após sua partida.
Por exemplo, em Mateus 10.7-8 (NVT), Jesus ordena aos doze: “Vão e anunciem que o reino dos céus está próximo. Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos e expulsem os demônios. Deem de graça, pois também de graça vocês receberam.” E em Lucas 9.2 (NVT), lemos o seguinte: “Depois, enviou-os para anunciar o reino de Deus e curar os enfermos.”
Note o seguinte: embora tenha havido um comando claro para curar os enfermos (nos versículo 7-8 e Mateus 10), nos dois versículos anteriores Jesus também ordena, em Mateus 10.5-6 (NVT), “Não vão aos gentios nem aos samaritanos; vão, antes, às ovelhas perdidas do povo de Israel.”
Todos concordam que essa restrição — “não vão aos gentios nem aos samaritanos”— foi temporária. Durante o ministério terreno de Jesus, havia, realmente, uma limitação ao povo judeu. Contudo, após sua ressurreição, o Senhor Jesus Cristo ordena que seus seguidores vão a todas as nações (cf. Mt 28.19-20).
Dessa forma, concluem os cessacionistas, não se pode presumir que tudo o que Jesus ordenou durante sua vida terrena deva ser mantido como prática ministerial após a ressurreição. Dizem que um exemplo disso pode ser encontrado em Lucas 22.35-36: antes da ressurreição, os discípulos não levaram dinheiro, nem bolsa de viagem, nem sandálias extras; depois da ressurreição, porém, essas restrições foram removidas.
O aumento incomum de sinais e prodígios, portanto, estaria associado a essa exclusividade do período da encarnação de Jesus Cristo.
1.5 — Sem Paralelo na História da Igreja
A quinta e última evidência apresentada pelos cessacionistas é de caráter histórico: não há registros de pessoas que tenham realizado curas de forma regular e extraordinária, como Jesus e os apóstolos fizeram: curas instantâneas, completas e nos casos mais difíceis — por exemplo, ressurreições, caminhar sobre as águas, multiplicar pães e peixes, sombras do corpo de alguém que curavam outras pessoas, ou mesmo lenços e aventais tocados por alguém e que tinham o poder de curar.
Desde os tempos apostólicos, a maioria das curas relatadas envolve casos mais simples, raramente ocorre de forma instantânea e, em muitos casos, apresenta falhas. Isso, contudo, não invalida tais curas; apenas demonstra que elas pertencem a uma ordem diferente daquela dos sinais e prodígios realizados por Jesus e pelos apóstolos.
Por essas razões, muitos evangélicos defendem que sinais e prodígios cessaram como prática normativa do ministério cristão. Tanto é que, ao se observar as cartas dos próprios apóstolos, não há registros de sinais, prodígios e milagres como prática constante. Paulo, por exemplo, menciona ter deixado Trófimo “doente em Mileto” (2Tm 4.20).
Assim, segundo a visão cessacionista, sinais, prodígios e milagres foram limitados a um propósito específico no período de Jesus e dos apóstolos. Portanto, uma vez que já temos o Novo Testamento, não se deve buscá-los como parte do ministério cristão nos dias de hoje.
A outra visão defende que deveríamos testemunhar mais sinais e prodígios em nossos dias, pois eles são concedidos tanto para edificar a igreja quanto para promover a propagação do evangelho.
A seguir, apresento algumas razões pelas quais essa perspectiva merece uma consideração séria.
2.1 — Continuidade entre o Ministério de Jesus e o da Igreja
Jesus parece ensinar uma continuidade entre seu ministério e o ministério contínuo da igreja. Em João 20.21 (NVT), ele diz: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio.” Esse texto, aliás, pode ser tomado como a “Grande Comissão” do Evangelho de João, que a complementa com estas palavras — João 20.22-23 (NVT): “Então soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo. Se vocês perdoarem os pecados de alguém, eles estarão perdoados. Se não perdoarem, eles não estarão perdoados”.
William Hendriksen, presbiteriano e exímio expositor do Novo Testamento, escreveu em seu comentário sobre João que “esse sopro […] tem significado simbólico. Ele simbolizava um dom especial do Espírito Santo. Em certo sentido, esse dom é dado a toda a Igreja.”
Portanto, guardadas as proporções, assim como o Pai enviou o Filho, o Filho enviou todos os cristãos. Hendriksen afirmou:
A autoridade de comissão é a mesma; a mensagem é a mesma (todavia, há esta diferença: Jesus, por meio de sua expiação, torna a mensagem possível; os [discípulos] simplesmente a proclamam!); e os homens a quem é proclamada são os mesmos.
A continuidade entre o ministério de Jesus e o ministério contínuo da igreja também é demonstrada por Lucas:
Lucas 9.2 (NVT): “Depois, enviou-os para anunciar o reino de Deus e curar os enfermos.”
Lucas 10.9 (NVT): “Curem os enfermos e digam-lhes: ‘Agora o reino de Deus chegou até vocês’.”
A pregação do “reino de Deus” está profundamente ligada ao ministério de cura, sendo os milagres de cura um dos sinais da chegada do reino de Deus (Mt 8.14-17; 11.2-6). Em Mateus 24.14 (NVT), Jesus declara: “As boas-novas a respeito do reino serão anunciadas em todo o mundo, para que todas as nações as ouçam; então, virá o fim.”
Ou seja, o mesmo evangelho do reino que Jesus pregou deve continuar a ser proclamado até que todas as nações o ouçam. Parece natural, portanto, que devamos espalhar esse reino de maneira semelhante à de Jesus, exceto nos pontos em que ele nos instruiu a mudar ou em que o Novo Testamento nos orienta a proceder de outra forma.
Por exemplo, não limitamos mais o ministério da igreja aos judeus, porque Jesus nos instruiu claramente a não fazê-lo. No entanto, também não temos razões para deixar de buscar curas, já que Jesus nunca nos ordenou que parássemos. Aliás, ouça a instrução de Tiago aos presbíteros da igreja:
Tiago 5.13-18 (NVT)
13Algum de vocês está passando por dificuldades? Então ore. Alguém está feliz? Cante louvores. 14Alguém está doente? Chame os presbíteros da igreja para que venham e orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. 15Essa oração de fé curará o enfermo, e o Senhor o restabelecerá. E, se cometeu algum pecado, será perdoado.
16Portanto, confessem seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo tem grande poder e produz grandes resultados. 17Elias era humano como nós e, no entanto, quando orou insistentemente para que não caísse chuva, não choveu durante três anos e meio. 18Então ele orou outra vez e o céu enviou chuva, e a terra começou a produzir suas colheitas.
Além disso, em João 14.12 (NVT), Jesus afirma: “Eu lhes digo a verdade: quem crê em mim fará as mesmas obras que tenho realizado, e até maiores [maiores em poder (At 1.8) e em extensão (Mt 28.19-20)], pois eu vou para o Pai.”
Embora o significado exato possa ser debatido, o texto certamente sugere uma continuidade entre os sinais e prodígios realizados por Jesus e o ministério daqueles que creem, ou seja, os discípulos de Jesus em todas as épocas — não apenas os apóstolos.
Dessa forma, Jesus parece ensinar que a cura e os sinais fazem parte do ministério contínuo da igreja.
2.2 — Sinais e Maravilhas Feitos em Atos por Não-Apóstolos
No livro de Atos, não são apenas os apóstolos que realizam sinais e prodígios. Dois diáconos, por exemplo, — Estêvão e Filipe — também os realizam como parte de seus ministérios:
Um detalhe importante é que Filipe realizou esses sinais entre os samaritanos mesmo antes de os apóstolos descerem para impor as mãos sobre eles. Isso indica que Filipe não estava agindo como representante de um apóstolo, mas que o poder de realizar sinais fazia parte também de seu ministério evangelístico.
2.3 — Gálatas 3.5
A terceira evidência de que sinais e prodígios estão acessíveis aos nossos dias está em Gálatas 3.5 (NVT), onde Paulo escreve: “Volto a perguntar: acaso aquele que lhes deu o Espírito e realizou milagres entre vocês agiu assim porque vocês obedeceram à lei ou porque creram na mensagem que ouviram?”
O texto revela que Deus realizou milagres entre os gálatas — cristãos comuns — sem a presença de Paulo ou de qualquer apóstolo. Isso sugere que os milagres não estavam limitados ao ministério apostólico.
O comentário da Bíblia de Estudo NAA (ou ESV Study Bible) sobre este versículo destaca: “Embora Paulo já tivesse deixado essas igrejas há muito tempo, e não houvesse outros apóstolos presentes, o Espírito Santo ainda estava presente e continuava operando milagres entre eles.”
2.4 — Dons de Cura e Milagres
Por fim, em 1Coríntios 12.7-10, Paulo ensina que havia dons de cura e milagres concedidos a vários crentes, e não apenas aos apóstolos. Ele menciona, por exemplo: “dom de cura” (v. 9), “poder de realizar milagres” (v. 10), “capacidade de falar em diferentes línguas” (v. 10) e “capacidade de interpretar o que está sendo dito” (v. 10).
E ele complementa — 1Coríntios 12.28 (NVT): “Deus estabeleceu para a igreja: em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo, os profetas; em terceiro, os mestres; depois, os que fazem milagres, os que têm o dom de cura, os que ajudam outros, os que têm o dom de liderança, os que falam em diferentes línguas.”
Portanto, fica evidente que os dons de cura e milagres não eram exclusivos dos apóstolos.
Os dois principais reformadores que admiramos pertencem ao primeiro grupo, que acredita que sinais e maravilhas foram exclusivos da era apostólica: João Calvino e Martinho Lutero. Calvino, por exemplo, ao comentar 1Coríntios 12.28, escreveu:
No tocante à passagem que se acha diante de nós, devemos observar que alguns dos ofícios, aos quais Paulo está se referindo, são permanentes [ensino (pastores e mestres), exortação, governo (administração e liderança), misericórdia e generosidade], enquanto que outros são temporários [apóstolos, profetas, dons de línguas (o evangelho na própria língua), dons de curas e milagres (obras poderosas)]. Os ofícios permanentes são aqueles que são indispensáveis ao governo da Igreja. Os temporários, em contrapartida, são aqueles que foram designados, no início, para a fundação da Igreja e o estabelecimento do Reino de Cristo, os quais cessaram de existir desde então.
Contudo, tal como John Piper, não estou plenamente convencido por esses argumentos cessacionistas. Por outro lado, parece haver algo único nos sinais e maravilhas realizados por Jesus e pelos apóstolos.
Minha orientação é a seguinte:
1. Devemos honrar a singularidade de Jesus, dos apóstolos e daquele momento singular na história que nos proporcionou a revelação do Novo Testamento. Nesse contexto, dois textos bíblicos jamais podem ser desprezados. O primeiro refere-se a Jesus, e o segundo, aos apóstolos.
João 5.36 (NVT) Mas eu tenho um testemunho maior que o de João: as obras que realizo. O Pai me deu essas obras para concluir, e elas provam que ele me enviou.
2Coríntios 12.12 (NVT) Quando estive com vocês, certamente dei provas de que sou apóstolo [apresentei minhas credenciais de apóstolo], pois com grande paciência realizei sinais, maravilhas e milagres entre vocês.
Diante desses textos, John Piper conclui o seguinte — uma reflexão que serve como importante orientação para nós:
Portanto, quando o Senhor Jesus retorna ao céu e os apóstolos já lançaram o fundamento da igreja no Novo Testamento e são retirados de cena, não acredito que tenhamos uma religião dessobrenaturalizada. De forma alguma! O Espírito Santo foi derramado e continua plenamente capaz de realizar sinais e maravilhas.
O que temos, no entanto, é um foco centralizado na palavra de Deus e no evangelho, pois todos os atos centrais de salvação já foram consumados na história. É a palavra que nos conecta a esses atos salvadores de Deus no passado.
2. Devemos permanecer abertos à possibilidade de que este possa ser um momento único na história, em que Deus pode derramar seu Espírito em um avivamento sem precedentes, marcado por amor a Cristo, zelo pela adoração, compaixão pelos perdidos e uma missão que é fortalecida pela realidade de sinais e maravilhas.
3. Devemos manter o equilíbrio:
De um lado, não podemos ser daqueles que esperam mais milagres do que deveriam. Alguns podem pensar, por exemplo, que Deus nunca deseja que seus filhos fiquem doentes e que os crentes sempre devem ser curados de forma milagrosa. Contudo, essa visão contraria o que vemos, por exemplo, em Romanos 8.23, onde os cristãos gemem com corpos ainda não redimidos.
Por outro lado, — e acredito que isso se aplica a muitos de nós em nossa igreja —, alguns cristãos esperam poucos milagres. Escorregamos para uma forma de pensar naturalista, que torna o diabo e o Espírito Santo quase irrelevantes. Quando oramos, muitas vezes temos até receio de pedir a Deus que cure as pessoas de forma direta e milagrosa.
Contudo, desde que estejamos submetidos à liberdade e à soberana bondade de Deus para fazer o que ele quiser, penso que devemos orar humilde e regularmente pela intervenção milagrosa de Deus. Além disso, devemos esperar que alguns crentes possuam um dom que os capacite a ser mais frutíferos nesse ministério do que outros.
John Piper escreveu:
Desde que mantenhamos a palavra de Deus em seu devido lugar central, acredito que agradaria ao Senhor que orássemos como a igreja primitiva fez em Atos 4.29-30. — Aqui está o que eles disseram: “Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda ousadia a tua palavra [cf. Atos 1.8], enquanto estendes a tua mão para curar, e se façam sinais e prodígios por meio do nome do teu santo servo Jesus.” — [Porem,] Não determinamos quando, que tipo ou quantos milagres Deus pode fazer entre nós. Mas não pedir por eles me parece mais secularista e naturalista do que bíblico.”
Quanto a mim, meu povo, como seu pastor, desejo que minha base de vida e ministério esteja profundamente ancorada na revelação bíblica única e definitiva de Deus, mas que minhas velas estejam abertas a cada sopro do Espírito sobre as águas profundas da vida cristã.
Na próxima mensagem, se Deus permitir, exploraremos como sinais e prodígios contribuíram para acrescentar multidões ao Senhor Jesus Cristo, bem como sua relevância nos dias de hoje e até a consumação dos séculos — para que, então, venha o fim.
Talvez ainda abordemos: 1) Por que vemos tão poucos milagres entre nós hoje e 2) Dons do Espírito Santo (Hb 2.4).
S.D.G. L.B.Peixoto
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