09.03.2025
Hebreus 2.1-4 (NVT)
1Portanto, precisamos prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas. 2Pois a mensagem que foi transmitida por meio de anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu o castigo merecido. 3O que nos faz pensar que escaparemos se negligenciarmos essa grande salvação, anunciada primeiramente pelo Senhor e depois transmitida a nós por aqueles que o ouviram falar? 4E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.
Este é um tema sensível: Sinais, Prodígios e Milagres. Muito sensível!
Não me refiro apenas ao impasse sobre o qual, inclusive, já tratamos: cessacionismo versus continuísmo. Tampouco me refiro apenas ao conflito — sim, há um conflito, se não aguerrido e declarado, pelo menos tímido e velado — entre pentecostais ou neopentecostais e tradicionais e/ou reformados.
O que torna esse tema verdadeiramente sensível não são apenas esses fatores. Ele é sensível existencialmente, e é justamente no coração da gente que mais o sentimos.
Por exemplo, ao final do culto matutino na semana passada, depois de eu ter pregado a quarta parte do tema que estamos estudando (Sinais, Prodígios e Milagres), um de vocês, membro de nossa igreja, mas vindo do neopentecostalismo, abordou-me com sinceridade e disse algo mais ou menos assim — acho até que com uma pontada de crise sobre o assunto… me disse: “Pastor, antes de conhecer a teologia reformada, eu não tinha conflito com essas coisas, mas agora parece que meu coração resiste em não querer orar por milagre!”
Veja, não creio que a crise esteja relacionada à teologia reformada. Até porque, como já estudamos, reformados de grande peso criam e oravam — e ainda creem e oram — por essas coisas, alguns, na prática, até oscilando entre cessacionismo e continuísmo, como Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones e John Piper.
Portanto, tenho para mim que a crise maior é a do coração incrédulo — aquele que teme orar pedindo um milagre e não vê-lo acontecer (quem nunca passou por isso?), que teme estar colocando Deus à prova (vai dizer que isso não acontece?), que teme não saber orar e pedir corretamente (e isso acontece!). Sim, também teme estar pedindo algo que Deus já não faz mais, pois, como creem alguns, sinais, prodígios e milagres foram manifestações restritas à época de Moisés, Elias, Jesus e os apóstolos. Agora, passou.
Essa é a nossa crise: a incredulidade.
Nós, que sustentamos a teologia reformada e erguemos a bandeira da soberania absoluta e da glória exuberante de Deus, deveríamos ser os primeiros a orar e pedir que o Senhor glorifique o seu nome de todas as formas possíveis, para a salvação do maior número de pessoas e para o deleite do coração dos crentes em Cristo e em sua maravilhosa graça.
Outra coisa, gente: um dos sinais da chegada do Reino de Deus é justamente a manifestação de sinais, prodígios e milagres. Foi o próprio Cristo quem afirmou isso, leia, Mateus 10.7-8, NVT: “Vão e anunciem que o Reino dos Céus está próximo. Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos e expulsem os demônios. Deem de graça, pois também de graça vocês receberam.”
E o mais impressionante é a continuação da narrativa de Mateus, que torna ainda mais evidente quais são os sinais do “já está aqui o Reino de Deus” — sim, é verdade, ainda não em sua plenitude, mas já manifestando, ainda que de forma remota, os efeitos da vida e obra do Rei Jesus em favor de suas ovelhas. Observe, Mateus 11.1-6 (NVT):
1Quando Jesus terminou de dar essas instruções a seus doze discípulos, saiu para ensinar [διδάσκω] e anunciar [pregar, κηρυσσω] sua mensagem nas cidades da região.
2João Batista, que estava na prisão, soube de todas as coisas que o Cristo estava fazendo. Por isso, enviou seus discípulos para perguntarem a Jesus: 3“O senhor é aquele que haveria de vir, ou devemos esperar algum outro?”.
4Jesus respondeu: “Voltem a João e contem a ele o que vocês veem e ouvem: 5os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas-novas são anunciadas aos pobres [ou: os pobres em espíritos, aqueles que se esvaziam de si mesmos, estão sendo evangelizados; ευαγγελιζω; cf. Mt 5.3]”. 6E disse ainda: “Felizes [ou: bem-aventurados, μακαριος; cf. As bem-aventuranças em Mateus 5] são aqueles que não se sentem ofendidos por minha causa”.
Realmente, o tema é sensível. Sensível porque 1) muitos têm abusado e pervertido sinais, prodígios e milagres; sensível porque 2) muitos buscam apenas os sinais, e não o Senhor Jesus Cristo; sensível porque 3) é fácil descartar a suficiência das Escrituras em favor dessas manifestações; 4) é fácil tornar os sinais do Reino em entretenimento para bodes. — Que Deus nos livre desses sacrilégios! — Mas, acima de tudo, esse tema é sensível porque 5) somos todos “homens de pequena fé”.
E a minha oração é que o Espírito de Deus nos leve aos pés do Senhor para suplicar pela manifestação prodigiosa e milagrosa de Deus, para que tudo isso sirva de sinal, apontando para a glória suprema de Deus na face de Jesus, conforme a revelação do evangelho, na palavra de Deus. Que nosso desejo por Deus seja aguçado, que nossa coragem para orar, pregar e fazer discípulos seja revigorada, que vidas sejam conduzidas a crer e a viver para Cristo — na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, na alegria ou na tristeza —, porque, no fim de tudo, é isso que realmente importa: sorvermos a glória de Cristo com indescritível prazer.
Precisamos de equilíbrio nesse tema. Digo isso pelos seguintes motivos:
Ao olhar além dos nossos arraiais, percebo que muitos cristãos esperam milagres em excesso, acreditando que Deus jamais permitiria que seus filhos adoecessem e que a cura sempre será milagrosa. Contudo, essa ideia contraria Romanos 8.23, que mostra os crentes gemendo em corpos ainda não redimidos; contraria ainda o que Paulo escreveu em 2Coríntios 4.16–5.10, ao descrever pessoas afligidas, cujos corpos se corrompem e que gemem angustiadas até que, após a morte, sejam revestidas de glória.
Ora, gente, nem todos serão curados. Trófimo adoeceu e permaneceu enfermo em Mileto (2Tm 4.20). Timóteo sofreu a vida toda com problemas no estômago (1Tm 5.23). E o próprio Paulo não se viu livre de seu espinho na carne (2Co 12.7-9). Vai me dizer que Paulo não tinha fé? Que é isso, meu povo!?
Esses são exemplos bíblicos de que nem todos serão curados. E, mesmo aqueles que forem, se Cristo não voltar antes, em algum momento adoecerão e morrerão. Pergunte a Lázaro, que, mesmo tendo sido ressuscitado por Cristo, morreu novamente.
Nem todos serão curados, e, nesta vida, toda cura será sempre passageira. Cura verdadeira e definitiva, só no céu.
Por outro lado, creio que nós, aqui na SIB em Goiânia, tendemos a esperar milagres de menos. Como disse John Piper, facilmente deslizamos para um naturalismo ou secularismo que torna tanto o diabo quanto o Espírito Santo quase irrelevantes. Oramos temendo pedir curas diretas e milagrosas.
No entanto, se estamos submissos à soberania e à bondade de Deus, devemos orar regularmente por sua intervenção sobrenatural e esperar que alguns tenham um dom especial nessa área (cf. 1Co 12.7-11). IMPORTANTE: Desde que a Palavra permaneça central, o evangelho seja suficiente e a fé não dependa de sinais visíveis (2Co 5.7), agrada ao Senhor que oremos como a igreja primitiva em Atos 4.29-30:
Agora, Senhor, ouve as ameaças deles e concede a teus servos coragem para anunciar tua palavra. Estende tua mão com poder para curar, e que sinais e maravilhas sejam realizados por meio do nome de teu santo Servo Jesus.
Piper observou: “Não determinamos quando, que tipo ou quantos milagres Deus fará entre nós. Mas não pedir por eles me parece mais secularista e naturalista do que bíblico.”
E eu respondo: Amém!
Anote aí: quanto mais você se envolver com incrédulos, desejando ardentemente a salvação deles, mais anelará por intervenções sobrenaturais — tanto espirituais quanto físicas. E, então, orará pedindo sinais, prodígios e milagres. Espero que ore.
O segredo está no equilíbrio.
Ao ler a Bíblia, temos a impressão de que sinais, prodígios e milagres estão por toda parte. No entanto, quando olhamos ao nosso redor ou para nossa própria vida, eles parecem ausentes. Não é verdade? Por quê?
Por que Deus não realiza hoje milagres tão evidentes como no Antigo e no Novo Testamento? Não seria conveniente demais que milagres só tivessem acontecido na Bíblia? Como devemos pensar sobre essas coisas para hoje, aqui e agora?
Essas, na verdade, foram indagações que um jovem universitário enviou para John Piper. E ele, como sempre, foi incrivelmente cirúrgico. Eis o que Piper disse:
Minha resposta para isso é bastante simples: havia menos milagres na Bíblia do que provavelmente imaginamos, e há mais milagres hoje do que provavelmente sabemos. Além disso, há uma boa razão bíblica para que a prevalência de milagres na Escritura seja de um certo tipo, distinto do que vemos em nossos dias.
Piper, então, expande sua resposta nos seguintes termos:
Milagres na Bíblia
Pense no Antigo Testamento. Aqui está uma declaração típica: o salmista diz em Salmo 77.11 (NAA) — “Recordarei os feitos do SENHOR; certamente me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade.”
Ao ler o Antigo Testamento, percebemos que a maioria dos santos ao longo dos séculos falava dessa maneira: “As maravilhas da antiguidade. Não se esqueçam, lembrem-se das maravilhas da antiguidade!” Eles tinham a mesma pergunta que temos hoje: “Por que havia mais milagres nos dias de Elias, Eliseu ou de Moisés do que há agora, nos dias dos profetas, salmistas ou dos reis?!”
É um grande erro pensar que os milagres ocorreram continuamente ao longo de toda a história do povo de Deus, conforme registrada na Bíblia. Eles não estavam sempre acontecendo. Pelo contrário, ocorriam em períodos específicos, como no êxodo ou nos ministérios de Elias e Eliseu.
Na maior parte do tempo, os santos do Antigo Testamento viviam pela fé nas promessas futuras de Deus, fundamentados nas maravilhas que ele havia realizado no passado. E é assim que vivemos hoje — pela fé nas promessas de Deus, aguardando um reino que ainda será consumado e olhando para trás, para a obra decisiva de Jesus Cristo, conforme registrada na Bíblia.
Pense agora no Novo Testamento. Quando olhamos para o livro de Atos e para o restante do Novo Testamento, fica evidente que os apóstolos realizaram milagres impressionantes. Mas também é verdade que sofreram muito e que, como já vimos, seus companheiros adoeciam e não eram curados. “Paulo, por exemplo,” — ressaltou John Piper — “andava com um médico.” Além disso, foram lançados na prisão. Foram mortos.
Mesmo havendo dons de milagres, cura e exorcismo mencionados em 1Coríntios 12, Piper argumenta que seria um grande exagero pensar que os cristãos com esses dons, no primeiro século, realizavam milagres da mesma forma que Jesus. Já naquela época, fora da vida de Jesus, as coisas haviam mudado.
Portanto, não devemos imaginar o tempo bíblico, seja no Antigo ou no Novo Testamento, como uma era em que os santos de Deus realizavam milagres constantemente. Isso distorceria o relato bíblico. No Antigo Testamento, os milagres eram raros. No Novo Testamento, estavam única e especialmente concentrados em Jesus e seus apóstolos, de uma maneira particular que exaltava a Cristo. Esses milagres foram, em parte, compartilhados com os santos por meio dos dons espirituais.
Milagres Hoje
Em segundo lugar, precisamos concordar com John Piper: provavelmente, há mais milagres acontecendo hoje do que percebemos.
Se pudéssemos reunir todas as histórias autênticas ao redor do mundo — de missionários ou não, em todos os países e culturas — e coletar milhões de confrontos entre cristãos e demônios, cristãos e doenças, além de todas as chamadas “coincidências” da vida, com eventos, realizações, acontecimentos e pessoas perfeitamente sincronizados para que um “milagre” acontecesse, ficaríamos espantados.
Perceberíamos que vivemos em um mundo de milagres — e, de fato, vivemos.
A Base da Nossa Fé
A terceira e última observação (feita por John Piper) — e provavelmente o que teríamos de dizer a um descrente que nos desafiasse ou a um crente vivendo uma crise de fé por não ver milagres acontecer — é que o coração da fé cristã não está no fato de que o Reino já tenha chegado plenamente e que todo pecado e mal estejam sendo derrotados agora, nesta era. O coração do cristianismo é que Cristo Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo em um momento específico da história para revelar quem Deus é e para realizar a salvação de todos os que creem nele, por meio de sua morte e ressurreição.
Os milagres se concentraram nesse momento histórico — na vida de Jesus e dos apóstolos — para confirmar sua identidade e validar seus ensinamentos e escritos.
O cristianismo, em sua essência, é uma vida vivida olhando para trás, com confiança na obra de Cristo, e olhando para frente, com esperança, porque a consumação desse Reino ainda está por vir. Ser cristão é estar disposto a sofrer e a amar as pessoas agora, chamando-as para essa fé.
Vivemos em um tempo no qual o sofrimento é normal, por causa da maldição do pecado. No entanto, Deus, em determinados momentos — e às vezes de forma recorrente durante períodos de avivamento — usa seu poder para realizar milagres para o seu povo, conforme sua vontade soberana. O fato de ele não operar milagres mais frequentemente pode, em parte, estar relacionado à nossa falta de expectativa e fé, mas, em última instância, depende de seu decreto soberano. Hebreus 2.4: “E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.”
Quando chamamos as pessoas ao arrependimento e à fé, não as estamos chamando com base em um milagre que elas realmente testemunharam ontem ou acabaram de testemunhar ou experimentar. Nós as chamamos com base na glória de Jesus Cristo, revelada em sua morte e ressurreição através das Escrituras.
Essa é a base da fé. Mesmo que houvesse mais milagres acontecendo hoje, esse ainda seria o fundamento essencial. E é para ele que apontam todos os sinais, prodígios e milagres — apontam para a glória de Jesus Cristo, revelada em sua morte e ressurreição através das Escrituras.
Agora, sejamos práticos… Digamos que você receba o diagnóstico de uma doença, curável ou não. Ou que tenha um filho, ou alguém que ame, gravemente enfermo. Ou ainda que queira evangelizar alguém que precisa de cura física ou libertação espiritual — seja do álcool, das drogas ou de qualquer outra coisa.
Como você deverá orar? Como se deve orar?
Tendemos a nos dividir em dois grupos. O primeiro enfatiza a soberania de Deus e ora para que sua vontade seja feita. O segundo acredita que, se tiver fé e crer que o Senhor pode curar, então a pessoa será curada.
Esses dois grupos muitas vezes não se entendem bem, mas acredito que podem se ajudar mais do que imaginam. Um nos ensina a orar por cura; o outro, a responder quando Deus não cura. Precisamos de ambos.
Matt Chandler, pastor batista e líder da Atos 29 — que atravessou o vale da sombra da morte em 2009, quando foi diagnosticado com um tumor cerebral maligno, passou por cirurgia, quimioterapia e radioterapia, e testemunhou, em 2010, que foi curado… Matt Chandler — usa uma história bem conhecida do Antigo Testamento para ilustrar essa necessidade. Ele mostra que precisamos tanto daquele que nos ensina a orar por cura quanto daquele que nos ensina a responder quando Deus não cura.
Se você cresceu na igreja, provavelmente se lembra de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego das histórias ilustradas da escola dominical, mas essa narrativa — argumenta Matt Chandler — tem implicações diretas sobre como pensamos a respeito da cura e como oramos por ela.
Resumindo: o rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro e ordenou que o povo de Deus, exilado na Babilônia, a adorasse. No entanto, três servos do Senhor — Sadraque, Mesaque e Abede-Nego — que haviam sido colocados em posição de autoridade na Babilônia, recusaram-se a obedecer.
Quando o rei os ameaçou de serem lançados em uma fornalha ardente por sua desobediência, eles responderam dizendo, em Daniel 3.17-18 (NVT): “Se formos lançados na fornalha ardente, o Deus a quem servimos pode nos salvar. Sim, ele nos livrará de suas mãos, ó rei. Mas, ainda que ele não nos livre, queremos deixar claro, ó rei, que jamais serviremos seus deuses ou adoraremos a estátua de ouro que o rei levantou”.
Desses versículos, Chandler conclui que “nosso Deus pode nos salvar, cremos que ele nos salvará e, mesmo que não o faça, ainda assim louvaremos o nome do Senhor. Essa deve ser nossa postura padrão, independentemente do que enfrentamos — especialmente quando passamos pelo vale do sofrimento.”
Deus Poder Curar
Deus é soberano. “O SENHOR faz tudo como deseja, nos céus e na terra, nos mares e em suas profundezas.” (Sl 135.6). Ele é o Criador e Sustentador de todas as coisas e tem poder para realizar tudo o que deseja.
Em Colossenses 1.15-17, a Palavra diz sobre Cristo:
15O Filho é a imagem do Deus invisível e é supremo sobre toda a criação.16Pois, por meio dele, todas as coisas foram criadas, tanto nos céus como na terra, todas as coisas que podemos ver e as que não podemos, como os tronos, reinos, governantes e as autoridades do mundo invisível. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17Ele existia antes de todas as coisas e mantém tudo em harmonia.
Seja qual for o sofrimento que enfrentamos, sabemos que Deus tem o poder não apenas para intervir, mas também para redimir e curar qualquer dor e doença que experimentamos.
Deus Vai Curar
Deus não é apenas todo-poderoso; ele também é gracioso e promete curar todas as nossas doenças. Salmo 103.3: “[O SENHOR] perdoa todos os meus pecados e cura todas as minhas doenças.” Por isso, eu e você devemos louvar a Deus de todo o coração, com todo o nosso ser, sem nos esquecermos de suas bênçãos (cf. Sl 103.1-2).
Para os filhos de Deus, portanto, a questão não é se ele vai curar, mas quando e como ele o fará. De uma forma ou de outra, Deus nos livrará — do sofrimento, do pecado e da morte. Deus nos ama e cuida de nós. 1Pedro 5.7 (NVT): “Entreguem-lhe todas as suas ansiedades, pois ele cuida de vocês.”
Deus inclina seus ouvidos ao clamor do seu povo. Salmo 34.17 (NVT): “O SENHOR ouve os justos quando clamam por socorro; ele os livra de todas as suas angústias.” Além disso, Deus nos convida a orar e promete responder às nossas súplicas. Mateus 7.7-8 (NVT): “Peçam, e receberão. Procurem, e encontrarão. Batam, e a porta lhes será aberta. Pois todos que pedem, recebem. Todos que procuram, encontram. E, para todos que batem, a porta é aberta.”
Deus pode curar.
Deus vai curar.
Mas tem mais… E se Deus não curar agora?
Se Deus Não Curar Agora
Deus é bom. Ao longo das Escrituras, ele revela quem ele é e o que ele deseja para nós: um Pai amoroso, que sabe o que é melhor e quer o melhor para seus filhos.
Como Jesus disse, em Mateus 7.11 (NVT): “Portanto, se vocês, que são maus, sabem dar bons presentes a seus filhos, quanto mais seu Pai, que está no céu, dará bons presentes aos que lhe pedirem!” Ele jamais nos dará cobras e pedras, mas pães e peixes (Mt 7.9-10).
Podemos confiar que, se Deus escolher não curar agora, ele sabe algo que nós não sabemos — e que, um dia, acabará com todo o sofrimento e a morte para sempre.
Pois bem, como devemos orar, pedindo a Deus para curar?
Como Devemos Orar
Matt Chandler nos lembra que a Bíblia nos encoraja a orar com ousadia e coragem pela cura — não apenas a orar para que a vontade de Deus seja feita — porque sabemos que ele pode curar, que ele vai curar, e que, no fim, sua vontade será cumprida em todas as circunstâncias — ele “faz que tudo ocorra de acordo com sua vontade.” (Ef 1.11).
Chandler escreveu assim: “Não estamos estabelecendo padrões baixos para Deus superar. Não podemos definir um padrão que seja alto demais para ele. Nos aproximamos dele crendo que ele pode curar, e crendo que, se ele não o fizer, será porque tem um plano melhor e um propósito maior.”
A Bíblia nos chama sim a orar e suplicar ao Senhor, pedindo a ele que cure. Por exemplo, Tiago 5.13-15 (NVT):
13Algum de vocês está passando por dificuldades? Então ore. Alguém está feliz? Cante louvores. 14Alguém está doente? Chame os presbíteros da igreja para que venham e orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. 15Essa oração de fé curará o enfermo, e o Senhor o restabelecerá. E, se cometeu algum pecado, será perdoado.
Oremos, meus irmãos! Oremos crendo que Jesus Cristo pode nos curar, te curar ou curar aqueles por quem estamos intercedendo, “mas também” — como escreveu Matt Chandler —
vamos abrir nossas mãos, confiando nossa vida e a dos outros à vontade do nosso Deus. Esse é o exemplo que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego nos dão, e é assim que devemos orar em nossas provações:
“Senhor, eu sei que tu podes curar. Senhor, eu creio que tu irás curar. E, Senhor, se não curares agora, glorifica o teu nome e mantém minha fé em ti.”
Eu oraria mais:
“Mas se tu curares agora, Senhor, que seja para magnificar o sabor de tua graça e poder; que seja para investir toda a saúde em sorver a tua glória; e que seja para gastar toda a vida espalhando a tua supremacia sobre todas as coisas, para a alegria de todos a quem eu testemunhar da tua glória e graça em Cristo.”
É assim que se ora por cura, crente! Ore assim:
1) Senhor, eu sei que tu podes curar.
2) Senhor, eu creio que tu irás curar.
3) E, Senhor, se não curares agora, glorifica o teu nome e mantém minha fé em ti.
4) Mas se tu curares agora, Senhor, que seja para magnificar o sabor de tua graça e poder; que seja para investir toda a saúde em sorver a tua glória; e que seja para gastar toda a vida espalhando a tua supremacia sobre todas as coisas, para a alegria de todos a quem eu testemunhar da tua glória e graça em Cristo.
* Em nome de Jesus, amém.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto