13.02.2022
[Lamentações 2.1] Em sua ira, o Senhor cobriu com uma sombra a bela Sião.
Sabe quando você sai de um ambiente bem iluminado e entra num cômodo escuro e desconhecido? Sabe como é: vai tateando para encontrar o interruptor, dá umas topadas, algumas caneladas – e fica com um pouco de medo – e não consegue respirar aliviado porque não acha a tomada. É exatamente assim que se sente alguém que quer mudar, recomeçar, fazer outra coisa da vida e não sabe bem o que e por onde começar. É um tatear no escuro.
O bebê tateia no escuro quando vem à luz do mundo. A criança tateia no escuro quando é deixada pela primeira vez na escola. O adolescente tateia no escuro quando precisa mudar de escola ou escolher o curso universitário. O jovem tateia no escuro quando tem de escolher a profissão. Segue tateando no escuro quando tem de escolher com quem casar. Recém casado, ainda tateia no escuro quando começa a vida conjugal. E quando nasce o primeiro filho? E agora? Como proceder? Tateia no escuro, de novo.
Viver é assim: vira e mexe a gente sai de um lugar iluminado e cai nalgum breu, e ficamos tateando no escuro. É inevitável. E pode ser perigoso. Pastoreei um homem que tateando no escuro da sala da casa, pisou com força em um bloco de LEGO – uma dessas peças de plástico, um brinquedo de montar – do filho. Resultado: o desequilíbrio e o movimento brusco fraturaram o fêmur de uma perna. Fez cirurgia, usou muletas e bengala, e até hoje o homem manca. Tatear no escuro é inevitável, e pode ser perigoso.
O texto que lemos de Lamentações nos revela que Deus havia colocado seu povo amado, a pupila, a menina de seus olhos no escuro: “cobriu com uma sombra a bela Sião” (Lm 2.1). Esse é um daqueles momentos que desejo chamar de “o lado sombrio da vontade de Deus”. VEJA: Essa frase é minha tentativa de fornecer uma metáfora para aquelas estações da sua vida que são dificílimas de viver – momentos que parecem que Deus o abandonou. É mais ou menos assim: você está na órbita ensolarada da vontade de Deus ou de uma situação confortável, mas de repente se pega em um lugar onde o brilho caloroso de sua graça que mantém as promessas cristalinas no coração foi coberto por uma nuvem escura de dificuldade, confusão, perda e dor.
PRESTE ATENÇÃO: estar no lado escuro da vontade de Deus não muda a certeza da órbita providencial de Deus ou a presença real do sol da graça cheio de promessas que não para de brilhar acima das nuvens negras. No entanto, o eclipse, o tempo fechado cria um ambiente escuro, frio e solitário cá embaixo, bem no íntimo da gente. Você sabe que um dia o sol voltará a brilhar sobre a sua vida, mas aquele dia parece que jamais chegará. Você está no lado escuro da vontade de Deus. Tem medo. Dói. Sente-se só. — Esse conceito é útil para você quando é preciso confiar que Deus tem um plano maior do que se consegue ver ou conceber. Portanto, é fundamental que você ancore – aprenda a ancorar – seu coração na soberana providência de Deus quando a vida está vazia, sombria, fria, solitária, dolorosa, confusa ou parece ser injusta.
Mas há outro aspecto do lado sombrio da vontade de Deus.
Da mesma forma que a boa, perfeita e agradável providência de Deus deve informar como você enxerga as circunstâncias de sua vida, também a santidade de Deus deve lhe informar o quanto o problema do pecado em sua própria vida e no mundo ao seu redor é devastador. EXPLICO: [1.] Quando você está tateando no escuro, a sua vida está confusa e você está se perguntando o que está acontecendo, é então que sua visão da providência de Deus realmente importará para ancorar seu coração: a vontade de Deus é sempre boa, perfeita e agradável. [2.] E quando você vê o julgamento cair – sobre a sociedade, sobre alguém próximo a você, ou sobre sua própria vida – , é então que sua visão da santidade de Deus realmente importará para nortear seu coração: você pranteará, lamentará como quem ousa ter esperança aos pés do SENHOR.
ENTÃO EU TE PERGUNTO: qual é a sua visão a respeito da soberania e da santidade de Deus? Quão grande é o seu Deus? Seu Deus é soberano (de verdade!)? Seu Deus é santo (realmente!)? Quão diferente Deus é de você e do mundo em que você vive? Complementando minha pergunta: como a sua visão da soberania e da santidade de Deus afeta sua perspectiva sobre o problema do mundo? Sobre pecado? Você leva o pecado a sério em sua vida? Você sabe como o lamento pode ajudar nessas questões?
DEIXE-ME DAR UM PASSO ATRÁS EM MINHA PERGUNTA: honestamente, existe essas categorias de soberania e de santidade em seu Deus? Ou o seu Deus é só graça e amor? Já lhe ocorreu que se o seu Deus é só graça e amor esses atributos perdem todo o sentido e a cor? Graça para quê, se Deus não é santo? A que serve o amor, se Deus não é soberano? Ora, se for o caso de você não ter essas categorias para Deus (soberania e santidade em Deus), espero que ao final de nossos estudos em Lamentações você enxergue que a graça e o amor de Deus brilham mais clara e coloridamente sob a luz da soberania e da santidade de Deus. Tire a soberania e a santidade de Deus e sua graça e seu amor ficarão opacos, sem brilho e sem cor; de fato, sem utilidade – senão para inflar seu próprio ego até que te exploda em destruição eterna.
Um mundo caído no pecado como o nosso (isso inclui você), e que existe diante de Deus (Coram Deo), na presença e em face da realidade de Deus que é soberano e santo, um mundo assim precisa aprender a lamentar se realmente deseja provar da graça e do amor de Deus. Por isso nós precisamos da mensagem de Lamentações de Jeremias.
O lamento é um clamor sincero de tristeza quando nos entregamos a Deus em oração. Serve ao cristão como linguagem que interpreta as dores e as tristezas da vida. A lamentação pega a “coisa” que está acontecendo e interpreta o que está por baixo e além do que aconteceu. O lamento cristão é uma das coisas mais teologicamente ricas que fazemos. E não teria como ser diferente, posto que aquilo que você realmente pensa sobre Deus virá à tona em suas lamentações. [Já pensou em colocar no papel as Lamentações de… (coloque seu nome)?]
Podemos comparar o coração da gente com uma caixa d’água. Lá no fundo fica alojada toda a camada grossa de sujeira. Acima está o líquido da vida aparentemente limpinho e puro. O problema é que quando você começa a mexer e a balançar a caixa para limpá-la, o lixo que está lá embaixo se mistura com a água e vem para a superfície. Fica tudo turvo de sujeira. Assim é com o nosso coração. Quando o sofrimento e a dor nos chacoalham, a boca falará do que está cheio o coração. Coisas nas quais realmente acreditamos de repente virão à tona. E parte do que vem à tona nesses momentos é a nossa visão, nossa ideia de Deus, nossa teologia. Essa é a beleza e a aspereza do sofrimento, seja ele merecido ou não. O sofrimento sempre testará o que realmente acreditamos ser verdade sobre Deus.
O lamento, à exemplo de Lamentações de Jeremias, é útil porque sintoniza na estação da glória de Deus o coração de quem está sofrendo. O lamento faz lembrar de que há uma sinfonia maior que está sendo tocada no universo: a história da redenção do povo de Deus. Podemos ter o instrumento (a vida) e podemos fazer a música (com o viver), mas somente Deus rege a sinfonia (pela soberana providência). E a partitura da sinfonia do universo traz a letra e a melodia da gloriosa santidade de Deus. — O lamento cristão se relaciona com a sinfonia da glória de Deus de pelo menos duas maneiras:
[1.] o lamento recorre à partitura divina para tocar a música da nossa vida quando somos introduzidos na melodia de Deus. Em outras palavras: o lamento conecta o nosso coração de volta à história maior da glória de Deus quando estamos sofrendo, confusos ou lutando para fazer sentido de tudo;
[2.] ao lamentarmos nós permitimos que Deus sintonize nosso coração à sua glória e sejamos advertidos. Em outras palavras: o lamento nos lembra de que Deus é amoroso, misericordioso, bondoso e gracioso. Mas Deus também é santo e soberano, justo e temível.
O lamento, portanto, nos permite enxergar o outro lado da graça. Ou seja: a graça só é maravilhosa porque o julgamento de Deus é real; o amor só é doce porque nos amarra a Deus. Essa compreensão deve fazer você se alegrar e tremer. O lamento sintoniza o coração para se ouvir as notas maiores e menores dos movimentos da sinfonia da glória de Deus. O lamento nos convida a considerar com que tipo de Deus estamos lidando: gracioso, amoroso, misericordioso, sim!; MAS TAMBÉM soberano, santo e justo.
Lamentações 2, em particular, entoa uma canção aterrorizante sobre a glória de Deus no julgamento. Meu objetivo é ajudá-lo a ouvir essa melodia em Lamentações 2, mas fazê-lo de forma equilibrada. Você precisa saber de antemão que não há uma resolução feliz para este capítulo – precisaremos da sequência do livro, de Lamentações 3 e 4 para se ter a resolução. Deus trará restauração ao seu povo, no futuro, 70 anos mais tarde, mas este capítulo 2 das Lamentações de Jeremias não é sobre a glória da restauração futura. Trata apenas do justo julgamento de Deus. É um texto doloroso, mas espero, pela graça de Deus, ser capaz de manter o devido equilíbrio ao expô-lo a você.
Por que este texto é importante?
PRIMEIRO, porque é a palavra de Deus, a santa palavra de Deus.
SEGUNDO, porque se não compreendermos a mensagem do justo julgamento de Deus em Lamentações 2 e, por assim dizer, em todo o Antigo Testamento, não seremos capazes de enxergar a imagem da justiça de Deus na crucificação de Jesus – e perderemos o coração do evangelho da justiça e da graça de Deus. ENTÃO, ao lidarmos com o horror da ira justa e santa de Deus, minha oração é que você não perca de vista que daqui nós já podemos enxergar com fé e esperança a graça oferecida por meio da glória da morte, do sepultamento e da ressurreição de Jesus Cristo no lugar do pecador.
Para nos sintonizarmos com a glória de Deus na aplicação de seu julgamento, dividiremos e seguiremos por Lamentações 2 sob os seguintes tópicos:
[1.] Tateando no escuro quando o julgamento vem da parte de Deus (vs. 1-10);
[2.] Tateando no escuro quando o julgamento nos atinge pessoalmente (vs. 11-13);
[3.] Tateando no escuro até que brilhe a luz da realidade (vs. 14-19);
[4.] Tateando no escuro sabendo que é só pela graça (vs. 20-22).
Os primeiros dez versículos de Lamentações 2 fazem parte de uma expressão poética que descreve as consequências do julgamento de Deus que caiu sobre Jerusalém. Caso este seja seu primeiro domingo conosco ou você não tenha acompanhado as mensagens anteriores desta série no livro de Lamentações, o pano de fundo deste poema hebraico é a destruição do templo e da cidade de Jerusalém em 586 a.C. pelas mãos do exército babilônico. Deus, por meio do profeta Jeremias, advertiu pacientemente o povo de Judá de que o julgamento estava chegando, mas eles não ouviram e não se converteram de seus maus caminhos. Como consequência, enfrentaram o merecido julgamento de Deus.
O versículo 1 serve como tema para o capítulo inteiro:
Lamentações 2.1 Em sua ira, o Senhor cobriu com uma sombra a bela [filha] Sião. A mais gloriosa das cidades de Israel foi lançada por terra das alturas dos céus. No dia de sua grande ira, o Senhor não teve compaixão nem mesmo de seu templo.
Tome nota do que vemos aqui porque define a estrutura do que está por vir:
Ouça mais uma vez:
Lamentações 2.1 Em sua ira, o Senhor cobriu com uma sombra a bela [filha] Sião. A mais gloriosa das cidades de Israel foi lançada por terra das alturas dos céus. No dia de sua grande ira, o Senhor não teve compaixão nem mesmo de seu templo.
Meu povo, veja que essa é a descrição de apenas um versículo! O restante do capítulo pintará um quadro ainda mais implacável e aterrorizante da ira de Deus contra a nação por causa de sua desobediência a Deus, conforme Deus mesmo a si se revelara a eles na lei e pelos profetas. Observe nos versículos 2-3 como Deus é descrito. Tome nota especialmente dos verbos.
Lamentações 2.2-3 2Sem piedade, o SENHOR destruiu todas as casas de Israel. Em sua ira, derrubou os muros fortificados da bela Jerusalém. Jogou-os por terra e humilhou o reino e seus governantes. 3Toda a força de Israel desapareceu sob a sua ira ardente. Retirou sua proteção durante os ataques do inimigo. Como labaredas de fogo, consome tudo ao redor.
Esse julgamento foi muito severo, e Jeremias fez questão de detalhá-lo por diferentes ângulos e em cores vivas variadas. A intensão é que vejamos pelo menos duas coisas importantíssimas:
PRIMEIRA, o profeta quer que vejamos a extensão da destruição e quão devastadora ela realmente foi – i.e., como o pecado destrói.
SEGUNDA, Jeremias não quer que tenhamos dúvida: Deus é quem está por trás desse julgamento. Sim, a Babilônia pode ter sido (e foi) o meio, mas Deus foi quem orquestrou (não apenas “permitiu”) o julgamento. Eu sei que para alguns de vocês isso levanta todos os tipos de perguntas – perguntas boas e sérias. Mas o que eu quero que você faça neste momento é deixar todas essas questões de lado, por ora, no que se refere a este texto. Apenas veja o que Jeremias quer que você veja nesta narrativa: por trás do exército babilônico e do julgamento de Judá está a mão de um Deus santo e justo.
Prossiga na leitura. Observe como Jeremias pintará Deus para Judá – COMO SE FOSSE SEU INIMIGO. Não era seu inimigo, mas agiu para julgá-los como se fosse.
Lamentações 2.4-5 4Prepara o arco para atacar seu povo, como se fosse seu inimigo. Usa contra eles sua força para matar os melhores jovens. Derrama como fogo sua fúria sobre a tenda da bela Sião. 5Sim, o Senhor derrotou Israel como se fosse seu inimigo. Destruiu seus palácios e demoliu suas fortalezas. Trouxe tristeza e choro sem fim sobre a bela Jerusalém.
POR FAVOR, DEIXE-ME ASSEGURAR-LHE de que Deus certamente não era inimigo de Judá. PRIMEIRO porque Jeremias toma o cuidado de dizer, duas vezes, que Deus estava agindo “como se fosse seu inimigo”, não estava agindo como inimigo, mas como se fosse seu inimigo. SEGUNDO, Deus não era inimigo de Judá porque este livro terminará, de fato, com um apelo à Deus por restauração, o que com efeito aconteceu no futuro (cf. Sl 126, por exemplo). Mas a dor do momento fazia parecer (essa é uma palavra importante!), parecer que Deus era o inimigo.
O julgamento de Deus atingiu não apenas a cidade (vs. 2-5), mas até a adoração do povo de Deus:
Lamentações 2.6-7 6Derrubou com violência seu templo, como uma cabana num jardim. O SENHOR fez cair no esquecimento as festas sagradas e os sábados. Reis e sacerdotes caíram juntos diante de sua ira ardente. 7O Senhor rejeitou seu altar e desprezou seu santuário. Entregou os palácios de Jerusalém a seus inimigos. No templo do SENHOR, gritam como se fosse um dia de celebração.
O julgamento foi de tal modo que deixou o povo desprotegido:
Lamentações 2.8-9 8O SENHOR se decidiu a derrubar os muros da bela Sião. Traçou planos detalhados para sua destruição e fez o que planejou. Por isso as fortificações e os muros caíram diante dele. 9Os portões de Jerusalém afundaram na terra; ele despedaçou suas trancas. Seu rei e seus príncipes foram exilados entre as nações; sua lei deixou de existir. Seus profetas não recebem mais visões do SENHOR.
Gente, tome nota do que esse julgamento arrancou de Judá: casas e palácios (v. 2, 5), os muros fortificados, as fortalezas e os portões da cidade (vs. 2, 5, 7, 9), o reino de Israel (v. 2), os governantes civis (vs. 2, 9), a força do exército de Israel e seus jovens (v. 3), os cultos, as festas e os sacerdotes (v. 6), o altar e o santuário (v. 7), a instrução da lei e a mensagem dos profetas (v. 9). Trocando em miúdo, Jeremias quer nos deixar certos de que o julgamento de Deus destruiu absolutamente tudo que a nação tinha de mais precioso em seu relacionamento com Deus. Não é para menos, portanto, que lemos o que se tem no versículo 10:
Lamentações 2.10 Os líderes da bela Jerusalém sentam-se no chão em silêncio. Vestem-se de pano de saco e jogam pó sobre a cabeça. As moças de Jerusalém abaixam a cabeça, envergonhadas.
Ficaram todos tateando no escuro da nuvem escura do julgamento de Deus.
Meu amigo, minha amiga, você que professa ou não fé em Jesus Cristo, vocês também, irmãos e irmãs em Cristo, saibam todos que as Lamentações de Jeremias pretendem ser uma advertência: NÃO SE ESQUEÇA DE QUE DEUS É SANTO. Deus é longânimo, paciencioso e misericordioso, Deus é gracioso, mas a cidade de Jerusalém está aqui devastada, só os seus cacos diante de nossos olhos como forte advertência de que Deus lidará com severidade até mesmo com seu próprio povo se eles forem rebeldes à sua vontade. Pedro, o apóstolo, escreveu:
1Pedro 4.17 Pois chegou a hora do julgamento [na forma do sofrimento que eles estavam padecendo, veja: 1.6-7], que deve começar pela casa de Deus. E, se o julgamento começa conosco, que destino terrível aguarda aqueles que nunca obedeceram às boas-novas de Deus!
Lamentações 2.1-10 testifica que o pecado é assim tão mal e que Deus é assim tão santo. Você pensa assim do pecado? Deus é assim tão santo para você? Deveria! E você deve tremer, enquanto é tempo.
Deus permitindo, voltaremos hoje à noite ao texto de Lamentações 2. Ainda veremos que devemos ousar ter esperança… tateando no escuro… [2.] tateando no escuro quando o julgamento nos atinge pessoalmente (vs. 11-13)… [3.] tateando no escuro até que brilhe a luz da realidade (vs. 14-19)… e [4.] tateando no escuro sabendo que é só pela graça (vs. 20-22). Mas a nota com a qual devemos terminar esta primeira parte do estudo de Lamentações 2 é a que está cifrada nos versículos 1–10: TATEANDO NO ESCURO QUANDO O JULGAMENTO VEM DA PARTE DE DEUS (vs. 1-10).
Deus é santo. Ele não tolera o pecado. E não habita no pecado. Por ser santo, Deus despeja seu justo julgamento sobre o mundo. Ouça Davi cantar:
Salmo 7.11-13 11Deus é justo juiz; todos os dias ele mostra sua ira contra os perversos. 12Se eles não se arrependerem, Deus afiará sua espada; armará seu arco para disparar, 13preparará suas armas mortais e acenderá suas flechas com fogo.
Há quem pense que Deus odeia apenas o pecado, mas a Bíblia descreve também o ódio de Deus pelo pecador impenitente – a ira de Deus cai sim sobre os perversos (Sl 7.11), ele prova tanto os justos quanto os injustos, mas Deus odeia o pecador impenitente, praticante resoluto do pecado. Ouça Davi, mais uma vez, agora noutro salmo – Salmo 11.5: “O SENHOR põe à prova tanto o justo como o perverso; ele odeia quem ama a violência.” Não diz apenas que ele odeia a violência, mas “quem ama a violência”.
A única maneira de não se receber a sentença merecida de Deus – destruição ou condenação eterna – , a única forma de se desviar a ira de Deus é se refugiando em Jesus Cristo, sobre quem caiu o pecado de todos que crerem. VEJA, a graça de Deus se destaca porque ela nos salva do nosso maior problema: a ira de Deus.
Romanos 5.8-11 8Mas Deus nos prova seu grande amor ao enviar Cristo para morrer por nós quando ainda éramos pecadores. 9E, uma vez que fomos declarados justos por seu sangue, certamente seremos salvos da ira de Deus por meio dele. 10Pois, se quando ainda éramos inimigos de Deus nosso relacionamento com ele foi restaurado pela morte de seu Filho, agora que já estamos reconciliados certamente seremos salvos por sua vida. 11Agora, portanto, podemos nos alegrar em Deus, com quem fomos reconciliados por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Se você está tateando no escuro, sob o peso do justo julgamento de Deus, venha para a luz, ande na luz de Jesus. Arrependa-se e creia em Cristo como aquele que aplacou com a própria vida – propiciou – a ira santa e justa de Deus para te reconciliar com Deus:
1João 1.5—2.2 5Esta é a mensagem que ouvimos dele e que agora lhes transmitimos: Deus é luz, e nele não há escuridão alguma. 6Portanto, se afirmamos que temos comunhão com ele mas vivemos na escuridão, mentimos e não praticamos a verdade. 7Mas, se vivemos na luz, como Deus está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 8Se afirmamos que não temos pecados, enganamos a nós mesmos e não vivemos na verdade. 9Mas, se confessamos nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. 10Se afirmamos que não pecamos, chamamos Deus de mentiroso e mostramos que não há em nós lugar para sua palavra. 2.1Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, contudo, alguém pecar, temos um advogado que defende nossa causa diante do Pai: Jesus Cristo, aquele que é justo. 2Ele mesmo é o sacrifício [a propiciação, o meio de apaziguar a ira de Deus] para o perdão de nossos pecados, e não apenas de nossos pecados, mas dos pecados de todo o mundo.
Está tateando no escuro da nuvem negra do julgamento de Deus? Sente que está? Sabe que está? Então venha para a luz. Arrependa-se do pecado. Receba Jesus. E ande na luz, na comunhão com Jesus. E alegre-se em Deus, “com quem fomos reconciliados por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.11).
S.D.G. L.B.Peixoto
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