27.06.2021
[Atos 2.1 e 47] 1No dia de Pentecostes, todos estavam reunidos num só lugar.” […] 41Os que acreditaram nas palavras de Pedro foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas.
Era 29 de março de 1981 – portanto, 40 anos atrás. Contava apenas oito meses que John Piper havia tomado posse como o pastor da Igreja Batista Belém, composta majoritariamente de descendentes suecos já idosos, no centro de Minneapolis, Minnessota (EUA). Piper tinha 35 anos à época, e naquela congregação ele pastoreou por 33 anos. Naquela manhã – buscando imprimir o tom do que seria seu ministério entre eles – o jovem e novel pastor pregou um sermão intitulado: “A Igreja Local: Mínimo x Máximo”, baseado em Atos 2.36-47. No meio da mensagem ele trovejou:
As igrejas estão morrendo hoje porque não estão fazendo nada que o mundo deva olhar e dizer: “Há evidências de que Deus é real e que é glorioso”. Muitas igrejas se esqueceram do motivo de sua existência: a saber, praticar boas obras em nome de Jesus para que as pessoas sejam movidas a dar glória a Deus (Mateus 5.16). E quando uma igreja esquece que existe para os outros e para Deus, ela fica encravada e satisfeita consigo mesma e pode prosseguir ano após ano como um clube social com um verniz religioso. Mas sua vida está acabando e as pessoas não estão mais dizendo: “Veja todas as suas boas obras e o espírito humilde de amor com que são praticadas; seu Deus deve ser um Deus glorioso de encorajamento!” Não acho que a Igreja Batista Belém se enquadre nessa categoria de igrejas moribundas. Parece-me que esta igreja realmente tem um coração para boas obras que trazem glória a Deus. O que precisamos não é tanto dar meia-volta, mas prosseguir na mesma direção em direção ao máximo de boas obras.
Gente, isso foi dito há 40 anos! Mas é a pura verdade dos nossos dias. Pois quantas não são as igrejas que “não estão fazendo nada que o mundo deva olhar e dizer: ‘Há evidências de que Deus é real e que é glorioso’” entre eles! Ora, honestamente, quais são as boas obras da igreja evangélica brasileira que glorificam o Pai que está no céu, atuando desse modo a admiração do mundo moribundo ao seu redor? Raríssimas! Afinal, o que não faltam são igrejas moribundas, clubes sociais com verniz religioso de nome: Batista, Presbiteriano, Metodista, Assembleia de Deus, dentre tantos. Ah, não podemos nos esquecer daquelas com nomes mais exóticos.
Meu Deus! Onde estão as igrejas saldáveis, as igrejas “OLD SCHOOL”?
Queremos ser uma igreja assim, “OLD SCHOOL”! É por isso que estamos de olho no dia em que a igreja foi inaugurada em ATOS 2. Aqui nós temos a descrição da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes, e como ele encheu os crentes naquela ocasião. Pedro, que antes negou o Salvador por medo (Mt 26.69-75), agora pregou com intrepidez para uma grande multidão, compartilhando o evangelho. Muitos responderam à sua mensagem crendo em Cristo, e a nova igreja começou a crescer e a se espalhar.
O MODELO “OLD SCHOOL” DE IGREJA é:
[1] uma igreja empoderada pelo Espírito: 2.1-16;
[2] uma igreja que expõe as Escrituras: 2.17-36;
[3] uma igreja que exalta Jesus Cristo: 2.22-36;
[4] uma igreja que evangeliza o pecador: 2.37-41;
[5] uma igreja que edifica os crentes: 2.42-47.
Domingo passado, nós vimos que [1] a igreja “OLD SCHOOL” é empoderada pelo Espírito e que [2] ela expõe as Escrituras. Hoje cedo nós nos voltamos para a marca de número três do modelo “OLD SCHOOL” de igreja: [3] a igreja “OLD SCHOOL” exalta Jesus Cristo. Resta-nos para agora à noite as duas últimas marcas: [4] uma igreja que evangeliza o pecador e [5] uma igreja que edifica os crentes.
Atos 2.37-41 destaca que uma igreja “OLD SCHOOL” é uma igreja que evangeliza, ela ganha almas para Jesus. Curiosamente, por algum motivo que eu realmente desconheço, tanto a “igreja emergente” como os cristãos reformados extremados recuam diante de tal conversa. Meu conselho a todos: supere isso! Peça a Deus para contagiá-lo com o “vírus” do evangelho e a “doença” do evangelismo (como alguns gostam de desdenhar!). Você descobrirá que essa é uma doença (ganhar almas para Jesus) para a qual não desejará a cura. Ganhar almas para Jesus, e discipula-las, não tem preço. Afinal, há enorme “alegria no céu por causa do pecador perdido que se arrepende” (Lc 15.7).
NOTE O MODO COMO PEDRO OS EVANGELIZOU. Há muito aqui sobre o nosso evangelismo e discipulado. Mas não deixe de notar que o sermão de Pedro foi essencialmente “doutrinário”, bíblico-expositivo, e desse modo o povo foi impactado para a conversão. Observe:
1. Pedro cortou o coração deles com a Palavra
Atos 2.37 As palavras [a exposição bíblica] partiram o coração dos que ouviam, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?”.
2. Pedro comunicou a eles os elementos essenciais da salvação
Atos 2.38 Pedro respondeu: “Vocês devem se arrepender, para o perdão de seus pecados, e cada um deve ser batizado em nome de Jesus Cristo. Então receberão a dádiva do Espírito Santo.
3. Pedro confortou o coração deles com a esperança do evangelho
Atos 2.39 Essa promessa é para vocês [o dom do Espírito Santo, a salvação], para seus filhos e para os que estão longe, isto é, para todos que forem chamados [arrependimento e fé] pelo Senhor, nosso Deus.
4. Pedro confrontou o estado do mundo
Atos 2.40 Pedro continuou a pregar, advertindo com insistência a seus ouvintes: “Salvem-se desta geração corrompida!”.
5. Pedro colheu os frutos
Atos 2.41 Os que acreditaram nas palavras de Pedro foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas.
RESUMO: A igreja “OLD SCHOOL” [1] é empoderada pelo Espírito Santo, [2] expõe as Escrituras, [3] exalta (exulta em) Jesus Cristo e [4] evangeliza – ela cria e cultiva uma cultura de evangelização pessoal, de relacionamentos discipuladores, nos quais ela quer ver a salvação e a santificação do pecador: cortando o coração dele com a palavra de Deus, comunicando a ele os elementos essenciais da salvação, confortando o coração deles com a esperança do evangelho e confrontando o estado do mundo – na esperança de colher os frutos que o Senhor mesmo produzirá.
Atos 2.42-47 destaca que uma igreja “OLD SCHOOL” é uma igreja que edifica os crentes. Com efeito, Jesus ordenou que sua Igreja fosse uma igreja que faz discípulos (Mt 28.19-20), uma igreja que está no negócio de “formar Cristo” nos cristãos (Gl 4.19) e vê-los amadurecer, chegando à completa medida da estatura de Cristo (Ef 4.13).
Como?
Nestes versículos finais do capítulo 2 dos Atos dos Apóstolos, somos expostos a CINCO COMPONENTES ESSENCIAIS E INEGOCIÁVEIS DE UMA IGREJA QUE ESTÁ EDIFICANDO SEUS MEMBROS em cumprimento à Grande Comissão: [1] o ensino dos apóstolos (conteúdo), [2] o amor cristão (atmosfera), [3] a disciplina da oração (motor), [4] o exercício de compaixão e graça (elo), e [5] a prática de congregar (ambiente):
Veja:
1. O ensino dos apóstolos é o conteúdo da edificação dos cristãos
Atos 2.41-42 41Os que acreditaram nas palavras de Pedro foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. 42Todos se dedicavam de coração ao ensino dos apóstolos…
A igreja primitiva era constante e consistente no ensino, na “doutrina” (ARA) dos apóstolos – grego didachē. John Stott resumiu o que aconteceu:
A primeira evidência do Espírito que Lucas menciona é que “eles perseveravam na doutrina dos apóstolos”. Poderíamos até dizer que, naquele dia, o Espirito Santo abriu uma escola em Jerusalém; seus professores eram os apóstolos que Jesus escolhera; e havia três mil alunos no jardim de infância! Vemos que esses novos convertidos não estavam se deliciando com uma experiência mística que os levasse a rejeitar a própria mente ou teologia. O anti-intelectualismo e a plenitude do Espírito são mutuamente incompatíveis, pois o Espírito Santo é o Espírito da verdade. Esses primeiros discípulos também não pensavam que, devido ao fato de terem recebido o Espírito, esse era o único professor de que precisavam, podendo dispensar os mestres humanos. Pelo contrário, eles se assentavam aos pés dos apóstolos, ansiosos por receberem instruções, e nisso perseveravam.
George Barna se manifestou com propriedade ao escrever que
A igreja foi projetada para ser um centro de ensino. [No entanto], cristãos [hoje] não agem como cristãos porque eles não pensam como cristãos. Cristãos não pensam como cristãos porque eles não entendem sua fé.
John MacArthur escreveu que uma boa igreja é aquela que ensina a Bíblia:
Novidade não é necessário… ensino regular e consistente da verdade bíblica é o que todo cristão precisa.
Ensinar, “catequizar”, essa foi a prática da igreja primitiva. Aliás, para quem pensa que o termo é Católico Romano, saiba que “catequese” é derivado de uma importante palavra do Novo Testamento, a palavra grega (advinha?) katecheo, que significa ensinar, informar ou instruir. É mais ou menos sinônimo de outras que significam ensinar ou instruir (como didaskalia ou didasko que Jesus usou em Mateus 28.20: “ensinando-os”). Então, não devemos temer o uso desse termo. De fato, aprenderemos muito examinando cada um de seus usos.
No Novo Testamento, a palavra katecheo ou suas variantes ocorrem oito vezes – quatro por Lucas e quatro por Paulo. NOTE:
Lucas 1.1-4 1Muitos se propuseram a escrever uma narração dos acontecimentos que se cumpriram entre nós. 2Usaram os relatos que nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e servos da palavra. 3Depois de investigar tudo detalhadamente desde o início, também decidi escrever-lhe um relato preciso, excelentíssimo Teófilo, 4para que tenha plena certeza de tudo que lhe foi ensinado [instruído, katechethes].
Atos 18.24-26 24Enquanto isso, chegou a Éfeso vindo de Alexandria, no Egito, um judeu chamado Apolo. Era um orador eloquente que conhecia bem as Escrituras. 25Tinha sido instruído [katechemenos] no caminho do Senhor e ensinava a respeito de Jesus com profundo entusiasmo [fervoroso de espírito] e exatidão, embora só conhecesse o batismo de João. 26Quando o ouviram falar corajosamente na sinagoga, Priscila e Áquila o chamaram de lado e lhe explicaram [expuseram, ektithemi] com mais exatidão o caminho de Deus.
Atos 21.17-21 17Quando chegamos a Jerusalém, os irmãos nos deram calorosas boas-vindas. 18No dia seguinte, Paulo foi conosco a um encontro com Tiago, e todos os presbíteros da igreja de Jerusalém estavam presentes. 19Depois que Paulo os cumprimentou, relatou em detalhes o que Deus havia realizado entre os gentios por meio de seu ministério. 20Quando ouviram isso, louvaram a Deus e disseram: “Você sabe, irmão, quantos milhares de judeus também creram, e todos eles seguem à risca a lei de Moisés. 21Mas eles foram informados [katechethesan] de que você ensina todos os judeus que vivem entre os gentios a abandonarem a lei de Moisés. Ouviram [katechethesan, foram informados de] que você os instrui [didasko] a não circuncidarem os filhos nem seguirem os costumes judaicos.
Romanos 2.17-18 17Você, que se diz judeu, se apoia na lei de Deus e se orgulha de seu relacionamento especial com ele. 18Conhece a vontade de Deus: sabe o que é certo, porque foi instruído [katechoumenos] em sua lei.
1Coríntios 14.18-19 18Dou graças a Deus porque falo em línguas mais que qualquer um de vocês. 19Contudo, numa reunião da igreja, prefiro dizer cinco palavras compreensíveis que ajudem [instruam, katecheso] os outros a falar dez mil palavras em outra língua.
Gálatas 6.6 Aqueles que recebem o ensino [aqueles que estão sendo instruídos, katechoumenos] da palavra devem repartir com seus mestres [aqueles que os instrui, katechounti] todas as coisas boas.
Olhando para trás, para os oito usos da palavra katecheo e suas variantes no Novo Testamento, descobrimos que (ao lado de outros termos gregos para ensino e pregação) é mais ou menos uma palavra geral para ensino ou instrução, com sugestões de que implica um significado mais específico. Obviamente, não podemos construir uma teologia da catequese baseada no uso de palavras no Novo Testamento, mas devemos enxergar que a igreja primitiva era uma igreja de ensino, e que a instrução fundamentada no ensino dos apóstolos era um componente necessário para seu modo de vida.
2. O amor cristão é a atmosfera da edificação dos cristãos
Atos 2.42 Todos se dedicavam de coração ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e à oração.
Além de fazer do conteúdo do ensino dos apóstolos (igual ao de Jesus) o fundamento para a edificação dos cristãos, o modelo “OLD SCHOOL” de igreja faz do amor a atmosfera da edificação dos cristãos.
Em Atos 2.42 – “se dedicavam à comunhão e ao partir do pão” – está o componente comunitário de uma igreja “OLD SCHOOL”: o desejo humano (e o anseio divino) de relacionamentos autênticos que tantos buscam, após terem sido feridos, espancados e despedaçados pela miragem e a maldade do mundo moderno que prometeu tanto e entregou tão pouco.
A comunhão (grego: Koinōnia, “participação em e compartilhamento de coisas comuns”) incluía a partilha de bens materiais (v. 44). O partir do pão (vs. 42, 46) abrangia tanto a ceia do Senhor quanto refeições de comunhão mais abrangente. Em outras palavras: a igreja primitiva vivia à mesa da comunhão com Jesus e uns com os outros; convívios sociais saudáveis entre irmãos; amizade como nos dias da infância, escola e faculdade (com o diferencial de ser centrada no evangelho de Cristo).
3. A disciplina da oração é o motor da edificação dos cristãos
Atos 2.42-43 Todos se dedicavam de coração ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e à oração. 43havia em todos eles um profundo temor, e os apóstolos realizavam muitos sinais e maravilhas.
Avançamos do fundamento do ensino dos apóstolo e da atmosfera do amor cristão para os joelhos dobrados diante de Deus. Foi assim no passado e terá que ser assim no hoje e no futuro.
Uma igreja sem oração será uma igreja sem poder. A disciplina da oração é o motor da edificação dos cristãos no modelo de igreja “OLD SCHOOL”.
4. O exercício de compaixão e graça é o elo da edificação dos cristãos
Atos 2.44-45 44Os que criam se reuniam num só lugar e compartilhavam tudo que possuíam. 45Vendiam propriedades e bens e repartiam o dinheiro com os necessitados,
No modelo de igreja “OLD SCHOOL”, o exercício de compaixão e graça é o elo da edificação dos cristãos. De fato, o que visualizamos em Atos 2.44-45 é uma comunidade real e genuína tornada evidente para todos, tanto para a comunidade crente como para a sociedade cética.
Ao contrário de muitas igrejas locais, cujo lema poderia ser “campo de batalha”, a igreja primitiva, a igreja “OLD SCHOOL” poderia ser chamada de “lugar de cuidado”.
[ESV Study Bible Notes] Embora algumas pessoas tenham se referido a esta situação como “comunismo primitivo”, este claramente não é o caso, uma vez que (1) a doação era voluntária e não obrigada pelo governo e (2) as pessoas ainda tinham posses, porque elas ainda se encontravam “seus lares” (v. 46) e muitos outros cristãos depois disso ainda possuíam casas e posses (ver 12.12; 17.5; 18.7; 20.20; 21.8, 16; Rm 16.5; 1Co 16.19; Cl 4.15; Fm 2; 2Jo 10). Além disso, Pedro disse a Ananias e Safira que eles não tinham nenhuma obrigação de vender suas propriedades e dar o dinheiro (At 5.4). Em contraste com a teoria comunista, a abolição da propriedade privada não é ordenada ou implícita aqui. (Ver 1Tm 6.17-19; mas também 1 Tim. 6: 6–10.) Por outro lado, há uma generosidade voluntária em compartilhar bens que é considerada louvável.
Desse modo, o exercício de compaixão e graça é o elo da edificação dos cristãos, e uma marca constante no modelo de igreja “OLD SCHOOL”.
5. A prática de congregar é o ambiente da edificação dos cristãos
Atos 2.44, 46-47 44Os que criam se reuniam num só lugar […] 46adoravam juntos no templo diariamente, reuniam-se nos lares para comer e partiam o pão com grande alegria e generosidade, 47sempre louvando a Deus e desfrutando a simpatia de todo o povo. E, a cada dia, o Senhor lhes acrescentava aqueles que iam sendo salvos.
No modelo de igreja “OLD SCHOOL”, a prática de CONGREGAR É O AMBIENTE DA EDIFICAÇÃO DOS CRISTÃOS E A ESTRATÉGIA EVANGELÍSTICA DA IGREJA – “E, a cada dia, o Senhor lhes acrescentava aqueles que iam sendo salvos”, v. 47b).
Ulrich Zwingli, considerado o número três da Reforma Protestante, atrás de Lutero e Calvino, disse que “a verdade veste um rosto feliz”. De fato, pelo que lemos neste trecho, a igreja do século I era uma igreja de rosto feliz, levando a sério a prática de congregar. Observe:
Vê-se aqui o que significa “não deixar de congregar como é o costume de alguns” (Hb 10.25). A vida gira, SIM, em todo da congregação. A congregação, os crentes, vivem na assembleia dominical e se relacionam durante a semana, intencionalmente – trazem os de fora para essa nova comunidade cuja forma é dada pelo evangelho; atraem as pessoas para o povo que fala e entende a mesma língua: a mensagem do evangelho.
A prática de congregar é o ambiente da edificação dos cristãos e a grande “ferramenta” evangelista da igreja. Isto implica em termos que criar e viver uma cultura congregacional: uma cultura de evangelismo e de discipulado cujo centro ou ambiente é a vida comunitária da igreja – ou seja:
[Warren Wiersbe] “Os cristãos que você encontra no livro de Atos não se contentavam em se reunir uma vez por semana para o “culto de costume”. Eles se reuniam diariamente (2.46), cuidavam diariamente (6.1), ganhavam almas diariamente (2.47), examinavam as Escrituras diariamente (17.11) e eram fortalecidos na fé aumentavam em número diariamente (16.5). A fé cristã era uma realidade do dia a dia, não uma rotina dominical. Cristo ressuscitado era uma realidade viva para eles, e seu poder de ressurreição estava operando em suas vidas por meio do Espírito.”
RESUMINDO: Estes são os cinco componentes essenciais e inegociáveis na edificação dos cristãos de uma igreja “OLD SCHOOL”, isto é, da igreja que está edificando seus membros em cumprimento à Grande Comissão de Jesus Cristo: [1] o ensino dos apóstolos (é o conteúdo), [2] o amor cristão (é a atmosfera), [3] a disciplina da oração (é o motor), [4] o exercício de compaixão e graça (é o elo), e [5] a prática de congregar (é o ambiente). Não é tudo, mas não é menos do que isto.
Eu quero uma igreja “OLD SCHOOL!”
E você?
Mas como ser uma igreja assim?
Atos 2 é o modelo “OLD SCHOOL” de igreja que queremos ser.
A celebração de nossos 77 anos (desde 18/06/1944) é uma excelente ocasião para revisarmos e reafirmarmos nossas raizes no cristianismo primitivo.
[John B. Polhill] Atos 2 oferece “um retrato ideal da jovem comunidade cristã, testemunhando a presença do Espírito nos milagres dos apóstolos, compartilhando seus bens com os necessitados entre eles, compartilhando seu testemunho no templo, compartilhando a si mesmos na intimidade de sua comunhão à mesa. Sua vida em comum era marcada pelo louvor a Deus, alegria na fé e sinceridade de coração. E com tudo isso eles experimentaram o favor dos descrentes e as bênçãos contínuas do crescimento dado por Deus. Foi um momento ideal, feliz, marcado pela alegria de sua vida juntos e pelo calor da presença do Espírito entre eles. Os resumos de Lucas apresentam um ideal para a comunidade cristã pelo qual ela deve sempre se esforçar, retornar constantemente e descobrir de novo se lhe cabe recobrar aquela unidade de espírito e propósito essencial para um testemunho eficaz.”
À medida que avançamos no século XXI, temos algumas decisões muito importantes a tomar. A igreja de Cristo está numa encruzilhada, enfrenta um momento de decisão.
O que faremos?
Enfim, que igreja nós queremos ser, Segunda Igreja Batista em Goiânia?
PROPONHO QUE SEJAMOS UMA IGREJA “OLD SCHOOL”, à moda antiga, com raiz bem fincada no Cristianismo primitivo do Novo Testamento, os troncos, caules e ramos na tradição Batista do Separatismo e do Puritanismo inglês e da Reforma Protestante, e a copa bem frondosa para esta época povoada por almas escaldadas pelo pecado. Isto sem falar nos frutos de novidade de vida e de amor que pelo evangelho e no Espírito nós batalhamos para produzir para a glória de Cristo.
As escolhas que fazemos têm consequências definidas (e eternas!). As decisões que tomarmos traçarão nosso futuro. Estou convencido mais do que nunca de que a visão para a igreja do século XXI, para a Segunda Igreja Batista em Goiânia, é encontrada na igreja do século I. Se alguma vez na vida da igreja houve um tempo para se voltar ao futuro, esse tempo é agora:
[1] uma igreja empoderada pelo Espírito: 2.1-16;
[2] uma igreja que expõe as Escrituras: 2.17-36;
[3] uma igreja que exalta Jesus Cristo: 2.22-36;
[4] uma igreja que evangeliza o pecador: 2.37-41;
[5] uma igreja que edifica os crentes: 2.42-47.
Minha oração:
“Que Deus, o Pai, e Cristo Jesus, nosso Senhor, lhe deem [nos deem] graça [para perseverar], misericórdia [para levantar] e paz [para prosseguir]” no caminho da igreja “OLD SCHOOL” (1Tm 1.2).
S.D.G. L.B.Peixoto
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