04.02.2018
UMA OPORTUNIDADE IMPERDÍVEL
Salmo 84.5-8
5Como são felizes os que de ti recebem forças, os que decidem percorrer os teus caminhos. 6Quando passarem pelo vale do Choro, ele se transformará num lugar de fontes revigorantes; as primeiras chuvas o cobrirão de bênçãos. 7Eles continuarão a se fortalecer, e cada um deles se apresentará diante de Deus, em Sião. 8Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, ouve minha oração; escuta, ó Deus de Jacó! Interlúdio
Não desperdicem seus sofrimentos
2018 será um ano muito especial na minha vida; será marcado por datas muito especiais. Deus permitindo, vou completar 45 anos de vida (21/06), 25 anos de conversão a Cristo (25/04?) e de batismo (12/12), 20 anos de casado (27/06) e 20 anos de consagração ao ministério pastoral (01/11). Será um ano cheio de emoções.
Uma das muitas coisas que aprendi nestes anos todos, especialmente como pastor — acompanhando vidas, ouvindo histórias e aconselhando pessoas, é que oportunidades não podem ser desperdiçadas. Especialmente as oportunidades que os sofrimentos nos proporcionam. O sofrimento, contrário do que muitos pensam, é sim uma grande oportunidade didática, de santificação, especialmente para os filhos de Deus.
Davi, por exemplo, escreveu assim (Sl 119.71): “O sofrimento foi bom para mim, pois me ensinou a dar atenção a teus decretos”. Pena que muitos crentes não pensem assim, pois sempre relacionam o sofrimento que enfrentam a algum tipo de maldição, inveja, mal-olhado, ataques satânicos, injustiça, pecado específico e outras coisas do gênero. Sim, eu sei!, o mundo, a carne e o diabo são sempre, de alguma forma, os agentes diretos ou indiretos de nossos sofrimentos. Deus, porém, é quem sempre dá a palavra final, levando-nos ao sofrimento ou livrando-nos dele, fazendo sempre com que todas as coisas cooperem para o nosso bem, para a nossa salvação final (Rm 8.28).
Lamentavelmente, ao longo dos anos, como tenho visto pessoas desperdiçando o sofrimento! Elas culpam os outros, deploram suas circunstâncias, ressentem-se com Deus e com o próximo, detonam o diabo, amaldiçoam quem as persegue ou lhes causa algum tipo de mal… Pessoas assim, para tristeza ainda maior delas mesmas, nunca se aproveitam da oportunidade que o sofrimento traz. Não desperdicem seus sofrimentos.
Um lugar irresistível com oportunidades imperdíveis
Iniciamos hoje cedo uma série de três estudos neste salmo, o 84, com o propósito de declarar que a igreja é o melhor lugar do mundo para o cristão. Vimos que a comunhão dos santos na igreja local proporciona um lugar irresistível, onde a exposição à palavra de Deus, prestação de contas, cuidado mútuo, edificação mútua e todos os outros benefícios de se viver como igreja incitam o deleite (v. 1), incendeiam o desejo (v. 2) e inspiram a devoção em Deus (vv. 3-4). Ouça o que diz a primeira de três partes do salmo:
1Como é agradável o lugar de tua habitação, ó SENHOR dos Exércitos! 2Sinto desejo profundo, sim, morro de vontade de entrar nos pátios do SENHOR. Com todo o meu coração e todo o meu ser, aclamarei ao Deus vivo. 3Até o pardal encontra um lar, e a andorinha faz um ninho e cria seus filhotes perto do teu altar, ó SENHOR dos Exércitos, meu Rei e meu Deus! 4Como são felizes os que habitam em tua casa, sempre cantando louvores a ti! Interlúdio
Nós precisamos da igreja, da comunhão irresistível da igreja.
A segunda parte do Salmo 84 (vv. 5-8), o texto que lemos no início, revela-nos a experiência difícil dos peregrinos a caminho de Sião. Eram todos homens e mulheres que, por viverem longe de Jerusalém, anualmente trilhavam um longo e difícil caminho para adorarem a Deus no “lugar da tua habitação” (v. 1). O que aprenderemos com essa experiência dos peregrinos de Israel é que nós podemos e devemos transformar os nossos vales de sofrimento em oportunidades imperdíveis. Veja, de novo, o texto (Sl 84.5-8):
5Como são felizes os que de ti recebem forças, os que decidem percorrer os teus caminhos. 6Quando passarem pelo vale do Choro, ele se transformará num lugar de fontes revigorantes; as primeiras chuvas o cobrirão de bênçãos. 7Eles continuarão a se fortalecer, e cada um deles se apresentará diante de Deus, em Sião. 8Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, ouve minha oração; escuta, ó Deus de Jacó! Interlúdio
A peregrinação de sofrimento do povo de Deus
Andar com Deus é uma jornada, uma peregrinação. Nesta caminhada, todos nós encontraremos obstáculos. É uma jornada exaustiva. Aliás, a vida em si é composta de cargas pesadas que nos sobrecarregam. Somente aqueles que não querem ver ainda não perceberam que viver é trilhar uma estrada cheia de altos e baixos, vales e campinas, desertos e oásis. Porém, torna-se ainda mais difícil a jornada para quem não tem aonde ir, não tem um lar nem um lugar para construir seu ninho e criar seus filhotes, assim como têm, por exemplo, o pardal e a andorinha (vv. 3-4).
Tendo nos mostrado que o povo de Deus tem sim aonde ir para se aninhar — i.e., Cristo na comunhão da igreja (Sl 84.1-4), o nosso salmo, também afirma a existência dos sofrimentos e descreve com muita beleza as oportunidades imperdíveis que todo peregrino do Senhor tem nos seus vales de dores (Sl 84.5-8).
Antes, porém, de mergulharmos nos versículos que temos para hoje à noite, algo que precisa ficar bem claro para todo mundo é que o sofrimento não manca, pois vem sempre apoiado sobre um tripé inabalável, qual seja: o sofrimento é inevitável (o próprio Jesus disse que no mundo nós teríamos sofrimentos ou aflições), o sofrimento é intransferível (cada um de nós recebe a sua porção ou cálice) e o sofrimento é muitas vezes inexplicável (tantas vezes ele não fará sentido imediato, além do fato de que vivemos num mundo que foi visceralmente afetado pela nossa queda no pecado). Sabendo dessas coisas (que o sofrimento é inevitável, intransferível e inexplicável), observe agora o caso do salmista.
A julgar pelo Salmo 84, nós descobrimos que o autor tinha tanto a motivação correta como também a teologia (ou cosmovisão) correta para viver. Logo, o sofrimento não poderia ser em decorrência de algo especificamente errado na vida dele nem na forma dele crer ou pensar.
Tudo o que esse homem queria era Deus: ele queria estar onde Deus habita (v. 1); queria desfrutar da presença de Deus nos pátios do templo (v. 2); queria estar perto do altar de Deus para sempre poder adorá-lo (v. 3); ele fala da casa de Deus como sendo seu lar e lugar seguro para seus filhos (v. 4); tem um coração de servo, pois prefere ser porteiro do templo a viver nos prazeres do pecado (v. 10). Enfim, esse homem tinha um coração correto, havia nele motivações santificadas, mas ainda assim ele estava sofrendo.
Outra coisa. O salmista tinha uma teologia correta. A maneira dele ver a vida estava afinada com a verdade de Deus. Percebemos isso através da declaração que ele faz, por exemplo, no verso 11, que diz: “Pois o SENHOR Deus é nosso sol e nosso escudo; ele nos dá graça e honra (glória)”. Esse homem se via pelo prisma da graça, do favor imerecido. Ele não barganhava com Deus, não se gabava de si mesmo, de sua justiça-própria; ele não fazia para merecer algo em troca, pois sabia que tudo que tinha, quem era e o que viria a ter só poderia ser fruto da graça gloriosa de Deus. Afinal, quem entende a doutrina da graça aprendeu que o salário do pecado é a morte e o dom de Deus é a vida eterna em Jesus.
A visão que o salmista tinha da graça era algo tão profundamente enraizada no coração dele, que não lhe restava outra coisa a não ser declarar o quanto Deus é amável (v. 1), desejável (v. 2), promotor de alegria (v. 2), ninho para a alma (v. 3), fonte de alegria (v. 4), escudo e proteção (vv. 9 e 11), confiável e fiel (v. 12).
O salmista não está se relacionando com Deus da perspectiva farisaica do monte Sinai. Esse homem está se relacionando com Deus da perspectiva da graça. Mas veja: o que aprendemos com ele é que por mais que nós tenhamos a motivação certa e a teologia correta, ainda assim nós caminharemos pelos vales do sofrimento. Ele diz: “Quando passarem pelo vale do Choro [Baca]” (v. 6). Não lemos “se passarem pelo vale do Choro”, mas “quando passarem pelo vale do Choro”. Ou seja: o sofrimento também atinge o justo, a tempestade também chega à casa de quem constrói sua vida sobre a rocha (Mt 7.24-27). A peregrinação do povo de Deus é salpicada de sofrimento.
Pois bem, feitas essas observações, vejamos agora porque o sofrimento do cristão é uma oportunidade imperdível. Permitam-me apresentar-lhes três verdades: o sofrimento é temperado pelo tempo, ensina que devoção nasce do dever e revela que Deus renova os nossos recursos. Vejamos, pois, um de cada vez…
1. O sofrimento é temperado pelo tempo
Na hora do sofrimento, se há uma verdade que nos ajuda a perseverar, além do fato de saber que Deus é Deus e que nada foge de seus decretos soberanos, ajuda-nos saber também que a tribulação, por maior e mais dolorosa que seja, é apenas passageira.
Sl 84.6 | Quando passarem pelo vale do Choro [árido, Baca], […]
Na Almeida Revista e Atualizada, o vale do Choro é chamado de vale árido; na Almeida Revista e Corrigida, nós lemos vale de Baca. A vantagem dessa versão mais antiga (ARC) é que ela situa geograficamente a ocorrência: vale de Baca [heb. Bacah], árido ou de lágrimas — vale onde cresciam balsameiras, que “choravam” como resinas; elas só cresciam em lugares áridos, daí que se dá o nome de vale árido ou vale do Choro.
Todo vale, inclusive o vale do Choro, tem seu ponto de entrada e seu ponto de saída. Todo vale tem suas limitações geográficas. Ele tem começo, meio e fim. Com o sofrimento também é assim: ele tem hora marcada para começar e para terminar. Seu período é muito bem definido pelo próprio Deus. Ele não dura para sempre, e da mesma forma que ele vem, ele também vai embora. O salmista diz: “Quando passarem pelo vale do Choro”, ou seja, é temporário, estamos apenas de passagem através desse vale árido e de lágrimas.
Gente, como nos ajuda saber que o sofrimento do justo é temperado pelo tempo! Ele tem começo e tem também fim. Observe o testemunho de Davi:
Sl 40.1-2, NTLH | 1Esperei com paciência pela ajuda de Deus, o SENHOR. Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro. 2Tirou-me de uma cova perigosa, de um poço de lama. Ele me pôs seguro em cima de uma rocha e firmou os meus passos.
Demorou, mas Davi atravessou o vale. Teve um começo e um fim. O choro veio ao entardecer, mas a alegria chegou pela manhã (Sl 30.5). O mesmo também aconteceu com Jó. Seu sofrimento teve começo e fim:
Jó 42.10-13 | 10Quando Jó orou por seus amigos, o SENHOR o tornou próspero de novo. Na verdade, o SENHOR lhe deu o dobro do que tinha antes. 11Todos os seus irmãos, suas irmãs e seus amigos de outros tempos vieram e festejaram com ele à mesa de sua casa. Eles o consolaram e o confortaram por todas as provações que o SENHOR tinha enviado contra ele, e cada um lhe trouxe um presente de prata e um anel de ouro. 12O SENHOR abençoou Jó na segunda parte de sua vida ainda mais que na primeira. Ele teve catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. 13Deus também deu a Jó sete filhos e três filhas.
O nosso sofrimento é sempre temperado pelo tempo, tem começo e tem fim. Portanto, não se desespere. Acalme-se e espere em Deus. No final, todos veremos que Deus é Deus, se não aqui, com certeza, pela fé no Filho de Deus, veremos lá no céu.
Agora, veja bem, enquanto estivermos no vale, não nos adiantará desejar correr. Há um princípio no Salmo 23 que poucos notam quando o leem:
Sl 23.4 | Mesmo quando eu andar pelo escuro vale da morte, não terei medo, pois tu estás ao meu lado.
Percebeu? No vale do Choro não se corre, anda-se, caminha-se! Segue-se no ritmo de Deus. Não há o que temer. Afinal, Deus mesmo está ao nosso lado e somos por ele protegidos, através da vara e do cajado.
Você está no vale do Choro? Está sofrendo? Lembre-se: o nosso sofrimento é temperado pelo tempo. Tem hora para começar e hora para terminar. Caminhe devagar e espere pelo Senhor. Você chegará do outro lado, pois o sofrimento nunca será um buraco negro de destruição, onde não se vê nem se sente o seu fim. Há um limite imposto a ele pelo próprio Deus. Confie e caminhe com Cristo. O sofrimento é temperado pelo tempo.
2. O sofrimento ensina que devoção nasce do dever
Caminhar provoca sede, principalmente quando se está andando já por muito tempo em pleno sol escaldante do deserto. O que fazer? Se não há um oásis, com a presença de água, o jeito é cavar para encontrar água! É o que o salmista diz que faziam os peregrinos: “Quando [enquanto] passarem pelo vale do Choro, ele se transformará num [fazem dele um] lugar de fontes revigorantes; as primeiras chuvas o cobrirão de bênçãos” (Sl 84.6); ARA: “o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva” (Sl 84.6).
Sem água eles morreriam. A terra era seca, mas, com algum esforço na escavação, poços d’água poderiam brotar. E brotaram! Israel estava acostumada com essa postura. Lemos, por exemplo, Moisés narrar algo interessante lá no livro de Números (21.16-18):
16De lá os israelitas viajaram até Beer, o poço onde o SENHOR disse a Moisés: “Reúna o povo, e eu lhe darei água”. 17Ali os israelitas entoaram esta canção: “Jorre, ó poço! Sim, cantem seus louvores! 18Cantem a respeito deste poço, que príncipes cavaram, que líderes abriram com seus cetros e cajados”.
O dever de cavar para encontrar água fez o povo cantar em devoção pelo cuidado de Deus. Aprendemos, deste incidente, que, contrário do que se pensa, devoção é fruto de dever, disciplina e dedicação: leitura bíblica é dever que produz devoção; comunhão é dever que produz devoção; discipulado é dever que produz devoção; PGM é dever que produz devoção, culto e EBD são deveres que produzem devoção.
Na hora do sofrimento somos forçados a fazer determinadas coisas, mesmo que sem sentir vontade, para só depois descobrirmos que, se não fosse pelo dever imposto, nós não teríamos desfrutado de devoção. Veja o nosso texto: na hora da sede, o povo cavou (Sl 84.6), ourou e cantou (Sl 84.8). Só assim eles viram o milagre acontecer: a areia foi se umedecendo, foi virando lama, depois borbulhou e, afinal, surgiu água fresca e límpida que matou a sede de milhares.
O sofrimento ensina que devoção nasce do dever. É quando nos esforçamos, pagamos o preço (exercitamos a nossa salvação), que nós experimentamos o poder de Deus em nós agindo, produzindo em nós o querer e o realizar (Fl 2.12-13).
3. O sofrimento revela que Deus renova os nossos recursos
O sofrimento é uma oportunidade imperdível, oportunidade de salvação, crescimento e santificação. Agora, só desfruta bem do sofrimento 1quem sabe que ele é temperado pelo tempo (tem começo e fim determinados pelo próprio Deus); 2quem aprende que devoção nasce do dever (cava e continua cavando mesmo quando tudo ao redor é só areia); 3quem sabe que no sofrimento Deus renova os nossos recursos, fazendo-nos prosseguir de força em força até o dia final. Observe atentamente o nosso texto:
Sl 84.5-8 | 5Como são felizes os que de ti recebem forças, os que decidem percorrer os teus caminhos. 6Quando passarem pelo vale do Choro, ele se transformará num lugar de fontes revigorantes; as primeiras chuvas o cobrirão de bênçãos. 7Eles continuarão a se fortalecer, e cada um deles se apresentará diante de Deus, em Sião. 8Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, ouve minha oração; escuta, ó Deus de Jacó! Interlúdio.
Observe que no vale, o salmista se viu carente de força, de força para prosseguir e até de cavar um poço para dele beber água fresca. Sem água ele morreria. De onde veio a sua força? Ele recebeu força de Deus (v. 5).
Note, portanto, que é o sofrimento que nos ensina a encontrar força em Deus pela fé em Jesus Cristo. Sem luta, ninguém precisa de forças, não é mesmo? Então, uma pergunta: de onde vem a sua força para lutar e prosseguir? Onde está a fonte da sua vida?
Se a sua força vem de qualquer coisa em você ou nesta vida: posses, pessoas, posição, privilégios… qualquer coisa que não seja Deus, ficará muito claro, na hora que você estiver passando pelo vale árido, seco e de choro, que você não tem o suficiente para conseguir atravessar o sofrimento. Tudo lhe faltará. Você perecerá.
Agora, se o Senhor for a sua força e a fonte da sua vida, tudo o mais poderá secar (posses, pessoas, posição, privilégios), mas ele, o Senhor, continuará lá, fazendo jorrar água viva de seu interior; você beberá de água revigorante; sentirá a chuva da graça de Deus refrescando o seu viver; você continuará a se fortalecer, seguirá de força em força; chegará finalmente ao céu, a Sião; e ao longo de todo o caminho poderá recorrer a Deus em oração. Observe de novo o nosso texto e veja se não é como acabamos de dizer:
Sl 84.5-8 | 5Como são felizes os que de ti recebem forças, os que decidem percorrer os teus caminhos. 6Quando passarem pelo vale do Choro, ele se transformará num lugar de fontes revigorantes; as primeiras chuvas o cobrirão de bênçãos. 7Eles continuarão a se fortalecer, e cada um deles se apresentará diante de Deus, em Sião. 8Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, ouve minha oração; escuta, ó Deus de Jacó! Interlúdio.
Foi só no sofrimento que Paulo, por exemplo, descobriu que força para viver, força que sustenta do início ao fim nos vem apenas do Senhor, que a todo instante renova as nossas forças. Aos coríntios, ele testemunhou assim (2Co 1.8-9):
8Irmãos, queremos que saibam das aflições pelas quais passamos na província da Ásia. Fomos esmagados e oprimidos além da nossa capacidade de suportar, e pensamos que não sobreviveríamos. 9De fato, esperávamos morrer. Mas, como resultado, deixamos de confiar em nós mesmos e aprendemos a confiar somente em Deus, que ressuscita os mortos.
É no sofrimento que cavamos os nossos poços e a graça de Deus os enche de água viva. Essa água, além de nos saciar, servirá também para quem estiver conosco ou passar pelo mesmo vale depois que o tivermos atravessado. Paulo aprendeu isso (2Co 1.3-7):
3Louvado seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai misericordioso e Deus de todo encorajamento. 4Ele nos encoraja em todas as nossas aflições, para que, com o encorajamento que recebemos de Deus, possamos encorajar outros quando eles passarem por aflições. 5Pois, quanto mais sofrimento por Cristo suportarmos, mais encorajamento será derramado sobre nós por meio de Cristo. 6Mesmo quando estamos sobrecarregados de aflições, é para o encorajamento e a salvação de vocês. Pois, quando somos encorajados, certamente encorajaremos vocês, e então vocês poderão suportar pacientemente os mesmos sofrimentos que nós. 7Temos firme esperança de que, assim como vocês participam de nossos sofrimentos, também participarão de nosso encorajamento.
É no sofrimento que experimentamos as misericórdias do Senhor sendo renovadas a cada manhã. Sem padecer, ninguém jamais almejará pela graça e pela misericórdia de Deus. É no sofrimento que, quando pensamos que vamos desfalecer, Deus vem e renova as nossas forças. Paulo, de novo, disse assim (2Co 1.10-11):
10Ele nos livrou do perigo mortal, e nos livrará outra vez. Nele depositamos nossa esperança, e ele continuará a nos livrar. 11E vocês nos têm ajudado ao orar por nós. Então muitos darão graças porque Deus, em sua bondade, respondeu a tantas orações feitas em nosso favor.
O sofrimento revela que Deus renova os nossos recursos para conseguirmos romper com fé e esperança, e para termos o que repartir com amor à quem precisar.
Uma oportunidade imperdível
O sofrimento é uma oportunidade imperdível de salvação e santificação.
Agora, concluindo e de forma muito prática, permitam-me mostrar-lhes quatro passos práticos, dados pelo próprio salmista, no meio do vale de Choro:
O sofrimento é uma oportunidade imperdível de crescimento. O próprio Jesus aprendeu a obediência através do que sofreu (Hb 5.8). Siga a Jesus com fé, determinado a ser uma bênção, fixe seus olhos na recompensa do céu, ore sem cessar.
Cave o poço. Não pare de cavar. Tenha fé. O Senhor encherá de graça a sua vida. Refugie-se pela fé em Jesus, faça dele a sua morada e busque, na igreja, comunhão fortalecedora para ajudar você a atravessar o vale do Choro. Aninhe-se em Cristo e na igreja. Faça dessa comunhão a sua casa, a sua tenda, nessa peregrinação até o céu.
Hoje, agora, o Senhor te dá uma oportunidade imperdível. Creia em Cristo e siga caminhando e cavando com fé através do vale do Choro. Cristo sofreu os horrores das profundezas do sofrimento na cruz, em nosso lugar, ele ressuscitou e venceu a morte para que nós jamais experimentaremos o buraco sem fundo do sofrimento no inferno.
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Considere o Salmo 84.5-8. Agora:
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