10.03.2019
A VERDADE VOS LIBERTARÁ
João 8.31-36
31Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis a meus ensinamentos. 32Então conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. 33“Mas somos descendentes de Abraão”, disseram eles. “Nunca fomos escravos de ninguém. O que quer dizer com ‘Vocês serão libertos’?” 34Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: todo o que peca é escravo do pecado. 35O escravo não é membro permanente da família, mas o filho faz parte da família, para sempre. 36Portanto, se o Filho os libertar, vocês serão livres de fato.
NÓS TODOS QUEREMOS SER LIVRES
Nós, Brasileiros, valorizamos a liberdade. Com efeito, nossa nação foi instituída, “sob a proteção de Deus”, nas palavras do Preâmbulo de nossa Constituição Federal, como
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, […]
Os termos liberdadee liberdadesaparecem 19 vezes no texto constitucional, garantindo ao cidadão a liberdade de consciência, de crença e de culto; liberdade de ir e vir; liberdade de associação lícita; liberdade de expressão; liberdade de imprensa e liberdade de solicitar ao governo a reparação. A liberdade é algo caro para nós, Brasileiros.
Enquanto algumas dessas liberdades se vêm ameaçadas nos últimos tempos — especialmente a liberdade de crença e de culto (haja vista os ventos que sopram do STF), liberdades e direitos sociais e individuais compõem a base de nossa nação. E não poderia ser diferente, sob pena de se tolher liberdades fundamentais.
Nós amamos a liberdade! É tanto que podemos assumir com certeza, sem medo de errar, que todos que me ouvem querem ser livres no sentido mais profundo e pleno do termo. Afinal, se o oposto de liberdade é sujeição, servidão e escravidão, é certo que ninguém aqui desejaria não serlivre. Afinal, quem desejaria se sujeitar a alguém ou a alguma coisa, servindo como escravo? Penso que ninguém. Em sã consciência, ninguém.
Todos querem ser livres. Mas você pode estar escravizado por alguns hábitos que são muito prazerosos e, nesse sentido, você ama sim a servidão (não a servidão em si, mas o prazer que a servidão proporciona). Só que, quando você se afasta dos prazeres e considera a felicidade sem essa escravidão, você certamente deseja acabar com a servidão. Todos nós desejamos ser felizes em liberdade, não escravos de vícios agradáveis. Não é mesmo? Nós todos queremos ser livres.
LIVRES DE FATO
Mas, é possível ser livre de fato? Você que já sofreu o bastante com a servidão dos vícios agradáveis, dos hábitos escravizadores e com as consequências dos erros repetitivos na vida pode achar que a liberdade é uma utopia. Afinal, olhe para a mídia, os anúncios de produtos, por exemplo. Quem poderia dizer que nós não somos manipulados o tempo inteiro para servir a um sistema corrupto, corrompido e corruptor? Portanto, é realmente possível sermos livres de verdade? Jesus diz que sim.
Em João 8.36, o SENHOR afirma que “se o Filho os libertar, vocês serão livres de fato”. É isso o que desejamos: liberdade de fato, liberdade real, liberdade de verdade. Liberdade em seu significado mais profundo e completo. Mas, como?
Caminharemos pelo texto que lemos (Jo 8.31-36) com três afirmações: 1- Confesse sua pretenção de liberdade; 2- Comprometa-se com o programa de liberdade; e 3- Creia na promessa de liberdade. Veremos, portanto, a pretençãode liberdade, o programade liberdade e a promessade liberdade. Estamos em busca da verdadeira liberdade.
1 CONFESSE SUA PRETENÇÃO DE LIBERDADE
Jesus veio para libertar o ser humano do cativeiro do pecado (Lc 4.18). Foi isso que ele garantiu aos que haviam crido nele, mas eles não gostaram do que ouviram (Jo 8):
31Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis a meus ensinamentos. 32Então conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. 33“Mas somos descendentes de Abraão”, disseram eles. “Nunca fomos escravos de ninguém. O que quer dizer com ‘Vocês serão libertos’?”
Não seja tão rápido em condenar esses homens. Muitos de nós, se não todos, à princípio, reagiriam da mesma maneira: “Eu, escravo? De jeito nenhum! Veja só quantos são os meus privilégios. Veja o que tenho, quem sou e o que faço. Não sou escravo. Sou livre. Livre para fazer o que eu quiser!”. Assim como aqueles “judeus que creram” em Jesus, tomados que estavam pelo senso tão forte de privilégios herdados de Abraão, nós não conseguimos, por nós mesmos, reconhecer a nossa própria necessidade, nem tampouco reconhecer o Verbo de Deus encarnado na pessoa de Jesus Cristo. Nossas próprias palavras, assim como as daqueles judeus “crentes”, demonstram o nível tão profundo de escravidão: “Nunca fomos escravos de ninguém.” (Jo 8.33). Será?
Esta era uma afirmação absurda, por parte daqueles judeus. Primeiro, dificilmente se encontraria um poder a quem os judeus não serviram: Egito, Assíria, Babilônia, Grécia, Síria e Roma haviam todos mantido os judeus em cativeiro político. É verdade que a relativa liberdade deles e, especialmente, a independência religiosa sob os romanos eram substanciais. Todavia, permanece o fato de que eles estavam sujeitos a César. Eram, com efeito, escravos de alguém: escravos de Roma, apesar de tão mal-criados em sua resposta: “Nuncafomos escravos de ninguém. O que quer dizer com ‘Vocês serão libertos’?” (v. 33).
Em que pese os romanos, é quase certo que os judeus estivessem falando de liberdade interna e espiritual. Afinal, como Jesus deixou claro em Marcos 2.17, eles estavam convencidos de serem justos e saudáveis; portanto, não precisavam de médico — assim como aqui eles estavam convencidos de que eram livres e não precisavam de libertação (Jo 8.33). O pior tipo de cego é aquele que não admite ser cego. Para esses não há cura ou perdão. Ouça o que o SENHOR falou desse povo logo adiante. João 9.40-41:
40Alguns fariseus que estavam por perto o ouviram e perguntaram: “Você está dizendo que nós somos cegos?”. 41“Se vocês fossem cegos, não seriam culpados”, respondeu Jesus. “Mas a culpa de vocês permanece, pois afirmam que podem ver.”
De volta ao nosso texto. Jesus, a seguir, faz uma declaração que é um nocauteà pretenção de liberdade de qualquer pessoa que se escore em alguma coisa que ela julga ser ou ter (ideologia, religiosidade, moralidade, status social ou econômico e outros do tipo) e que não seja Cristo. Ouça o diálogo e preste atenção ao que disse o SENHOR, definindo para todos o que significa ser escravo, escravo do pecado (Jo 8.33-34):
33“Mas somos descendentes de Abraão”, disseram eles. “Nunca fomos escravos de ninguém. O que quer dizer com ‘Vocês serão libertos’?” 34Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: todo o que peca é escravo do pecado”.
Jesus está dizendo que a prática do pecado (os pecados que cometemos, os crimes, delitos e coisas erradas que praticamos) prova, por si mesma, que uma pessoa é escrava do pecado. Mas ele diz mais. O SENHOR diz que a prática do pecado, na realidade, escraviza. Para Deus, portanto, o cativeiro e a sujeição máximos não são a escravidão à uma ideologia, filosofia, religião, regime político — seja ele facista ou totalitário, poder ou regra econômico… para Deus o cativeiro máximo é a viciosa escravidão ao fracasso moral, escravidão à rebelião contra o Deus que nos criou e a seu Filho que veio para nos salvar.
Em seu excelente comentário do Evangelho de João, D. A. Carson declarou:
O senhor despótico não é César, mas um vergonhoso egocentrismo, uma má e escravizante devoção às coisas criadas às custas da adoração ao Criador. É por isso que Jesus não se deixaria ser reduzido a um Messias meramente político (Jo 6.14-15). Não que suas declarações não tenham relação com questões de justiça social, mas apenas que a busca de justiça social sempre se mostrará vã e efêmera, a menos que a escravidão mais profunda seja reconhecida e tratada. Na opinião de Jesus, o próprio César é um escravo.
A soma de tudo o que Jesus declarou no versículo 34 — “Eu lhes digo a verdade: todo o que peca é escravo do pecado”— pode ser expressada assim: Todos pecam. Portanto, todos são escravos do pecado. O pecado não é apenas um ato ruim e flagrante, mas um poder subjacente (subterrâneo) em nosso coração que nos impulsiona a contra-atacar a qualquer estímulo, pecando. Em outras palavras: Nós pecamos porque somos pecadores.
Portanto, nossa escravidão é escravidão a esse poder dentrode nós — o qual, Paulo chama de carne, inclinação da carneou natureza humana(ver Rm 8.6-7). Assim, de fato, pode haver tipos de liberdade que conquistamos por nós mesmos (deixar de fazer isto ou aquilo, por exemplo), mas não esta (deixar de ser inclinado a pecar). Esse é o ponto de Jesus. Essa escravidão é muito profunda. E todos nós somos dela servos. Só Jesus pode nos libertar (Jo 8.36): “Portanto, se o Filho os libertar, vocês serão livres de fato”.
O pecado nos escraviza de duas maneiras. Portanto, liberdade virá de duas formas.
Primeiro, o pecado escraviza produzindo desejos irresistíveis.O pecado escraviza fazendo qualquer coisa parecer mais desejável que Jesus. Isso é o que o pecado é: desejar algo acima de Jesus e depois cometê-lo sem medir consequências.
Segundo, o pecado escraviza pela vida toda e, eventualmente, condena.A menos que Cristo intervenha, a escravidão do pecado levará ao inferno. Chamamos de escravidão a prática do pecado porque alguém poderá dizer: “Eu estou bem assim: desejando qualquer coisas mais do que Jesus. Sinto bem. Sou feliz. Soa liberdade para mim.” Mas você não diria isso se enxergasse que o fim dessa estrada é destruição eterna.
Somente Jesus Cristo pode nos libertar desses dois tipos de escravidão:a escravidão da dominação e a escravidão da condenação do pecado.
Cristo nos liberta da condenação do pecado, tornando-se condenação em nosso lugar (Gl 3.13, ARA): “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar”.
Cristo nos liberta da dominação do pecado, mudando nossa natureza lá na raiz, através do novo nascimento. E a essência dessa libertação é que ele nos dá olhos para ver que nosso Salvador é mais desejável do que qualquer coisa ou pessoa neste mundo.
Quando nossos pecados são perdoados, e a ira de Deus é retirada de sobre nós, não pesa mais sobre nós a justa condenação de Deus, e vemos Jesus como um tesouro maior do que todo o mundo. Assim, somos libertos da condenação e do domínio do pecado. Ficamos de fato livres. É isto o que Jesus está lhe oferecendo hoje.
Para tanto, confesse sua pretenção de liberdade. Sem Cristo, você não é justo(por mais que seja ou se julgue mais moral do que todos; o padrão não são os outos todos; o padrão é a santidade de Deus); sem Cristo, você está condenado. Sem Cristo, você não é são(por mais que se sinta sadio, alegre e feliz com o que tens e és; o pecado te inclina para tudo e todos; o pecado te cega para a beleza da glória de Cristo); sem Cristo, você é amante do pecado.
Confesse sua pretenção de liberdade. Você não será de fato livre se Cristo não te libertar. E Cristo só libertará você se você for a ele como quem precisa de libertação da condenação e da dominação do pecado. Confesse sua pretenção de liberdade.
Mas, tem mais: comprometa-se com o programa de liberdade.
2 COMPROMETA-SE COM O PROGRAMA DE LIBERDADE
A libertação da condenação e da dominação do pecado passa por um programa, o programa de liberdade. Observe (Jo 8.31-32):
31Jesus disse aos judeus que creramnele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permaneceremfiéis a meus ensinamentos.32Então conhecerãoa verdade, e a verdade os libertará”.
Leon Morris, comentando esses versículos de João, diz que “essa seção do discurso é endereçada aos que creram, masainda não creram”. Lógico que eles estavam convencidos de que era verdade tudo aquilo que Jesus ensinava. O problema é que eles não queriam tomar para si aquela verdade. Em outras palavras: criam que a verdade estava com Jesus, mas não criam que Jesus é a verdade, a encarnação da graça e da verdade de Deus.
Portanto, para eles, o que Jesus ensinava estava aberto para discussão, para ser posto como padrão, mas não como verdade pessoal que traz salvação. Quantos não são os que pensam assim ainda hoje: “Sim, eu creio em Jesus. Tudo o que ele ensinou é lindo. Perfeito. Mas… Deixe-me como estou. Estou bem assim como está.”! Cuidado! Dessa forma, você continua escravo: escravo da razão, da dominação e da condenação do pecado.
O que você precisa fazer para ser livre de fato?
Primeiro, creia.Creia com arrependimento e fé. Creia nos fatos sobre a vida e obra de Jesus. Considere o ensino como verdadeiro e o afirme como padrão. Mas deposite em Cristo toda a sua fé e esperança para a justificaçãoda sua vida diante de Deus que está no céu e a santificaçãodo seu coração face às tentações do pecado que habita o coração.
Segundo, permaneça.Permaneça sob o ensino da Palavra de Deus. Leia. Ore. Leia e ore a Palavra. Coloque-se sob o ensino, a exposição das Escrituras. Faça da Palavra a sua verdade, o seu pão, a sua água, a sua luz, o seu tesouro, a sua fonte de graça e poder, o seu tudo. Como dissemos na mensagem passada (O poder da Palavra):
Permanecer na Palavra significa não deixar de ser persuadidopor sua verdade e nunca elevar qualquer outra verdade acima dela.
Permanecer na Palavra significa não deixar de ser atraídopor sua beleza e valor, e nunca ver nada mais belo, valioso ou atraente do que a palavra e o SENHOR que ela revela.
Permanecer na Palavra significa não deixar de descansar em sua graça e poder— nunca se afastar como se uma paz e um poder maiores pudessem ser encontrados em qualquer outro lugar.
Permanecer na Palavra significa nunca deixar de comer e beber da palavracomo pão do céu e água viva, como se a vida pudesse ser sustentada em qualquer outro lugar.
E permanecer na Palavra significa nunca deixar de andar à luz da palavra, como se qualquer outra luz pudesse mostrar os segredos ou caminhos da vida plena e eterna.
Terceiro, conheça.Conheça a verdade. Verdade aqui, como disse D. A. Carson, é o evangelho, a verdade que é revelada em Jesus e por Jesus. Por causa dessa conexão íntima da verdade com a pessoa de Jesus (a verdade é quem Jesus realmente é e o que ele revela), os verdadeiros discípulos não devem apenasouviras palavras de Jesus: eles devem se unir a ele pela fé, ele que é a verdade. Portanto, conheça a verdade. Deixe a verdade, deixe a Palavra da verdade levar você a Jesus e unir você a Jesus em íntima comunhão.
Assim, pois, nós seremos livres de fato. Jesus nos liberta quando nele cremos com arrependimento e fé; quando na palavra dele nós permanecemos; quando pela palavra e a iluminação que o Espírito faz da palavra nós conhecemos e nos encantamos com Jesus. Quando Jesus se torna o nosso tesouros de verdade (mediante a fé e o conhecimento da verdade na palavra), nós abrimos mão de tudo, com alegria, e corremos para seus braços.
Mateus 13.44 (ARA) | O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.
Creiaem Cristo. Permaneçana palavra de Cristo. Conheçaa Cristo e você será livre de fato. Mas, tem mais. Creia na promessa de liberdade.
3 CREIA NA PROMESSA DE LIBERDADE
A nossa libertação é obra de Cristo, do início ao fim. Ouça (Jo 8.35-36):
35O escravo não é membro permanente da família, mas o filho faz parte da família, para sempre. 36Portanto, se o Filho os libertar, vocês serão livres de fato.
Os “judeus que creram nele” (v. 31) se achavam membros da família de Deus, quando na verdade não eram, apesar de serem da linhagem de Abraão. Tinham Abraão como ascendente, mas não Deus como Pai (Jo 8.44). O que se vê nesses versículos é que Jesus não só desfruta de direitos inalienáveis com Filho único de Deus, mas exerce plena autoridade, investida nele pelo Pai (Jo 3.35), para libertar escravos do pecado. Aqueles a quem Cristo liberta da tirania do pecado são realmente livres. Como ele os liberta?
Paulo responde (Rm 8.1-2):
1Agora, portanto, já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus. 2Pois em Cristo Jesus a lei do Espírito que dá vida os libertou da lei do pecado, que leva à morte.
A lei do Espírito que dá vida em Cristo Jesus nos liberta da lei do pecado e da morte. Deus é onipotente e seu Espírito é um Espírito de poder e de autoridade, transformando e renovando a mente, santificando o coração, matando os atos malignos do corpo e nos libertando da lei do pecado e da morte. Sem essa obra libertadora do Espírito em nossas vidas (Rm 8.2), haverá condenação (Rm 8.1).
Pelo Espírito, o SENHOR Jesus nos liberta de fato. Paulo, aos Gálatas, deixa esse processo ainda mais claro. Lá o apóstolo revela que a fé genuína sempre acompanhaa vinda do Espírito Santopara a vida de uma pessoa e também acompanhaa obra do Espírito para libertar essa pessoada lei do pecado e da morte, e não há outra maneira de se tê-los (a vinda e a obra do Espírito em nós). Aprendemos isso em Gálatas 3.2-5, onde Paulo faz três ou quatro perguntas cujas respostas são óbvias:
Gálatas 3.2-3 |2Deixem-me perguntar apenas uma coisa: vocês receberam o Espíritoporque obedeceram à lei ou porque creram na mensagem que ouviram? 3Será que perderam o juízo? Tendo começado no Espírito, por que agora procuram tornar-se perfeitos por seus próprios esforços?
John Piper explica esses versículos da seguinte maneira:
É pela fé que recebemos o Espírito Santo, e é pela fé que o Espírito opera dentro de nós. Onde quer que se encontre uma pessoa que esteja colocando sua confiança diária nas promessas do evangelho, ali há uma pessoa na qual a lei do Espírito da vida está operando, livrando-a da lei do pecado e da morte. Viver pela fé e viver no poder do Espírito Santo é a mesma coisa, vista de dois ângulos diferentes.
O Filho Jesus Cristo é quem de fato nos liberta. E ele nos liberta quando cremos, recebendo-o como libertador da condenação e da dominação do pecado; quando nos agarramos às suas promessasreveladas no evangelho da glória e da graça de Deus; quando ouvimos a palavra, permanecemos na palavra e conhecemos a verdaderevelada na palavra; seu Espírito, pela e na Palavra, age dentro de nós, salvando-nos e santificando-nos, libertando-nos de verdade. Creia na promessa de liberdade. Creia no Filho.
A VERDADE VOS LIBERTARÁ
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”(Jo 8.32). Essa é a promessa.
Não é promessa de campanha presidencial. É promessa do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jesus quer nos tornar livres de fato. Livres do pecado.
A liberdade que Cristo quer nos dar é da seguinte qualidade (John Piper):
Você será totalmente livre, completamente livre, livre de fato, quando você tiver o desejo, a habilidadee a oportunidadede fazero que lhe fará feliz hoje eeternamente.
Ou poderíamos dizer:
Você será totalmente livre quando tiver o desejo, a capacidadee a oportunidadede fazero que não lhe trará arrependimentos para sempre.
Observe:
Se você não tem desejode fazer algo, não pode dizer que é totalmente livre para fazê-lo. Sim, você poderá usar sua força de vontade para fazer o que você não quer fazer, mas ninguém chama isso de verdadeira liberdade. Não é assim que queremos viver, pois há uma coação e uma pressão sobre nós que não sentimos o desejo. Isso não é liberdade.
E se você tem o desejo de fazer algo, mas não tem habilidade ou capacidadede fazê-lo, você não está livre para fazê-lo. Desejar e não conseguir ou não poder não é liberdade.
E se você tem o desejo e a capacidade de fazer alguma coisa, mas não tem a oportunidadede fazê-lo, você não está livre para fazê-lo. Afinal, quem é impedidode fazer o que deseja e consegue fazer o que deseja não é verdadeiramente livre.
E se você tem o desejo de fazer algo, a capacidade de fazê-lo e a oportunidade de fazê-lo, mas no final você é destruído pelo que fez, você não é totalmente livre — não é de fato livre.
Para sermos totalmente livres, livres de fato,devemos ter o desejo, a capacidadee a oportunidadede fazero que de fato devemos fazer e, assim, sermos felizes para sempre. Sem arrependimentos. E somente Jesus, o Filho de Deus que morreu e ressuscitou por nós, pode tornar isso possível. Se o Filho vos libertar, sereis de fato livres.
Para sermos felizes para sempre,nossos pecados devem ser perdoados e a ira de Deus removida e Cristo deve se tornar nosso supremo tesouro. Só Jesus pode fazer isso. Na verdade, ele já fez isso. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele absorveu a ira de Deus e ressuscitou dos mortos. Ele é, portanto, supremamente precioso pelo que é e fez. E ele nos oferece isso agora como um presente gratuito. Arrependa-se. Receba-o pela fé. Seja livre de fato.
Permitam-me uma ilustração: um mergulho no ar, um salto de pára-quedas.
Digamos que você quer experimentar a alegria mais completa e hilariante possível. Quem não quer? Opta, então, pelo mergulho no ar: a liberdade de saltar de pára-quedas.
Loucura para mim, mas… tem gente que gosta!
Suponha que você chegue ao aeroporto sem nenhum obstáculo (você tem a liberdade da oportunidade); você tem todo o know-hownecessário (você tem a liberdade da habilidade ou da capacidade); você decola e olha pela porta do avião, já lá no alto, e vê lá em baixo os minúsculos aglomerados de silos e celeiros e casas de fazenda a alguns quilômetros e quilômetros de distância, e simplesmente não se contém de alegria. Quer saltar e quer que seja logo (você tem a liberdade do desejo). Então você salta.
Você cai em queda-livre, aproveitando cada segundo do salto, braços abertos no ar e fuuuuuuuu… Sente-se livre como uma águia plainando em queda-livre no ar. Mas tem um grave problema que você ainda não sabe: seu pára-quedas está com defeito e não vai abrir, não importa o que você fará.
Pergunto: Você está livre? Totalmente livre? Livre de fato?
Não. O que você está fazendo e que está te deixando tão feliz, fazendo você se sentir totalmente livre — cair em queda-livre, de fato, matará você no final. Mesmo que você ainda não saiba, você está na escravidão da destruição. Parece liberdade. Mas muito em breve a coisa toda — toda a alegria, todo o sentimento de liberdade — provará ser uma ilusão. Em trinta segundos você estará morto. Se esborrachará no chão.
Para ser totalmente livre — livre de fato livre — o Filho de Deus deve libertá-lo. Libertá-lo da condenação, dar-lhe um novo desejo, capacidade e oportunidade de fazer e viver para a glória de Deus e sua alegria eterna.
Não temos pára-quedas feitos pelo homem. Nós temos um Salvador. Porque ele morreu por nós, não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus. A atração gravitacional implacável e mortal de nossos pecados foi por ele quebrada. Ele nos pegou no meio da queda-livre e se tornou nosso tesouro supremo. Nosso destino e nossos desejos são agora novos. Ele é a fonte e o conteúdo desses desejos. Ele nos deu o novo desejo, e ele é o novo desejo. Nas palavras de Jesus (Jo 8.32-36):
32Então conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. […] 36Portanto, se o Filho os libertar, vocês serão livres de fato.
S.D.G. L.B.Peixoto
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